Caroline:

Estou com fome. Tudo o que consigo pensar é que estou morrendo de fome. Todos esses problemas me deram muita fome e não tem como resistir a cada pessoa que passa de carro na rua, com seu aroma fresquinho e suculento de sangue. Sei que se Stefan ou Elena descobrirem que eu desliguei a humanidade, vão fazer como fizeram com a Elena quando ela fez a mesma coisa. Então como não sou idiota, vou fingir meu luto até um certo tempo, e assim passarei ilesa. Saio do banheiro e volto pra sala para encontrar Damon perto da porta, Elena na janela olhando lá pra fora com um olhar triste no rosto e Stefan sentado na cadeira olhando pra mim.
– Está tudo bem, já me convenci que isso não é um sonho. Estou ciente do que aconteceu e sou forte, não vai acontecer nada comigo. Vamos arrumar uma desculpa plausível para a morte dela. Agora eu preciso de um tempo sozinha, pra esclarecer as coisas.
– Mas você não lembra o que sua mãe falou na carta? O Viajante que a matou ainda está atrás de você, pode estar em qualquer um. Não é seguro você sair sozinha a essa hora. - disse Stefan, percebi que a Elena só concordava lá da janela, me olhando preocupada.
– Stefan, se eu for pensar assim, o Viajante pode estar em qualquer um de vocês. Eu nunca vou poder sair de casa. Preciso sair, preciso de um tempo sozinha, se não vou acabar ficando mais sufocada que já estou. - fico fazendo aquela minha cara de cachorrinho sem dono.
– Está tudo bem, eu te entendo. Acho que você pode ir, mas por favor não demore. E nos dê noticias. - falou Elena.
– Ok. - fui andando para a porta, olhando de relance para Damon, que não falava nada, apenas estava quieto na dele só me observando. Passei por ele e sai de casa. Respirei o gostoso ar fresco. Fui correndo para fora da cidade, devo ter chegado lá em uns 5 minutos. Fui para uma cidadezinha pequena, desconhecida para mim, e parei na primeira casa que encontrei. Bati na porta.
– Olá? Posso ajudar? - uma senhora com cabelos grisalhos apareceu na porta. Nessa cidade deveriam ser todos amigos por que pra uma senhora abrir a porta desse jeito a essa hora da noite não é normal.
– Sim senhora, estou perdida a 4 horas e não consigo achar minha carteira. Estou sem comer e beber nada, a senhora poderia me ajudar? - digo implorando.
– Ó coitadinha, mas é claro. Entre. - e esse foi o meu convite para a festa. Entrei na casa e fui logo mordendo a jugular da senhora, o sangue quente e delicioso invadiu minha boca e parecia que eu estava no paraíso. Nada comparado com as bolsas de sangue de hospitais que sempre tomo. Antes de matar a senhora, usando minha hipnose, falo para ela nunca contar a ninguém o que aconteceu e que falaria pra qualquer um que perguntasse que eu sou uma antiga amiga da família que veio visitá-la. Vasculho a casa toda a procura de alguma outra pessoa perdida por ali e não acho ninguém. Vou até um quarto e ligo pra Elena.
– Oi, eu estou bem. Estou arrumando toda a história da morte da minha mãe e acho que não vou conseguir terminar hoje, então não me espere em casa. Tchau.
Deixo o recado na caixa postal e desligo. Logo vou pra cama e vou dormir.

Klaus:

Mais uma vez estou aqui com o Tyler, trocando farpas de novo. Agora ele me culpa por ter compelido Caroline a ficar comigo. Pobre coitado, não entende que ele perdeu mais uma vez pra mim, bom, em certa parte. Quase quando ele ia me atacar o celular tocou e ele atendeu. Claro que fiquei escutando a conversa. "Tyler, você precisa vim para cá agora. Tem algo de errado com Caroline, ela sumiu e não sabemos onde ela está. Não sei se você viu os recados anteriores mas um Viajante matou a mãe dela. Ela estava acabada e saiu daqui com a desculpa de que precisava respirar um ar fresco, botar os pensamentos em ordem. Não sei o que aconteceu com ela mas estou preocupada. Ela saiu a 2 dias e até agora não voltou. Você precisa ligar pra ela ou achá-la pra ver se consegue convence-la a voltar, estou com medo também que ela tenha desligado a humanidade. Não imagino a Caroline fazendo isso. Por favor, nos ajude."
– Que? Claro, já estou indo ai.
Tyler me olhou com uma cara de desconfiado e disse:
– Terminamos isso um outro dia. - e saiu correndo.
Fiquei ali sozinho com meus pensamentos. Caroline desligou a humanidade? A doce Caroline? Não consigo pensar numa Caroline matando pessoas. Toda a essência dela vai pelo ralo desse jeito. Não posso deixar, não consigo nem suportar perde-la assim. Sei que nunca a tive mas pelo menos sabia que ela se encontrava bem em Mystic Falls, bem sendo ela mesma. Bem com seus amigos. De mês em mês compelia alguma pessoa a ir lá e ver de longe como ela estava. E sempre estava bem, aparentemente ajudando seus amigos, e agora ela some. Onde ela poderia estar? Não posso ficar parado vendo isso acontecer com ela.
Saio de lá e vou para as cidades vizinhas de Mystic Falls.