Me apaixonei pelo professor escrita por Gabysenju


Capítulo 2
Agradecer ou bater? Eis a questão!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Aqui está o segundo cap. Sei que demorei, mas como muitos de vocês estou atolada em coisas da escola, pois como as ferias vão ser mais cedo, as aulas acabam mais cedo, e isso e aquilo...
Bom, fiz esse cap beeeeem maior. Amo capitulos grandes, e esse é um dos motivos por eu demorar tanto para postar algo novo.
Espero que gostem!
Ah, vocês iram notar abreviações de palavras em algumas partes, o motivo delas é que a escrita é virtual, como se fosse pessoas trocando mensagens de verdade, via internet e tals. Bom é isso. Boa leitura!



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Não fiquei muito surpresa com o que ele disse, na verdade eu já esperava algo do tipo, pois do jeito que estávamos flertando era meio que impossível não soltar uma dessas.

Não queria, lutei comigo mesma para não parecer envergonhada, mas senti meu rosto esquentar aos poucos. Ele riu baixinho.

– Seria inconveniente se isso acontecesse né? – ele perguntou. – Tipo, não faz nem meia hora que te conheço. – riu de novo.

– Seria! Seria um tanto inconveniente sim, mas... – ele me olhou, esperando que eu dissesse algo que pudesse fazê-lo me beijar. – Se talvez você me disser seu nome, idade e essas coisas que as pessoas precisam saber, ou não, para sair beijando a outra, eu posso até reconsiderar essa ideia. – rio, tentando parecer o mais segura possível. Acho que não deu certo.

Ele fechou o livro, virou o corpo para ficar de frente para mim e me olhou. Parecia serio, mas o simples e delicado sorriso formado em sua boca descartava essa hipótese.

– Meu nome? – fiz que sim com a cabeça. – Meu nome é Uchiha. Uchiha Madara. Tenho 24 anos e sou professor.

– Hum... Muito bom! – sorrio para ele. –Já conseguiu mudar um pouco a ideia de que você não é um pedófilo doidão. – ele ri.

– Você tinha a impressão de que eu era um pedófilo? – sua gargalhada baixa é tão gostosa de ouvir.

Queira Deus que não, mas se ele for um pedófilo eu estou perdidamente ferrada. Tão lindo!

– Não disse que você era um pedófilo, nem que você parecia, mas... Sei lá, não te conheço né. Um exemplo: nunca imaginaria que você fosse um professor. Tem mais cara de executivo ou dono de fabrica. – dou de ombros.

– Entendo...

O silencio domina por um momento. Ele respondeu o que eu perguntei e mesmo que não tenha perguntado nada seria mal educado da minha parte não dizer pelo menos meu nome.

– Ah, meu nome é Hinata. Hyuuga Hinata. – ele estende a mão. Que formal, penso. – Tenho 17 anos!

Por um momento ele parece espantado, mas instantes depois ele sorri, voltando a sua “forma” normal. A forma que eu conheci há poucos minutos atrás.

Ele se levanta, e eu levanto junto. Por quê? Não sei! Minhas mãos estão suadas, não quero parecer nervosa. Enxugo-as na minha calça de um jeito que ele não perceba.

Ele vai embora. Sinto isso. Vai embora e não vai nem se lembrar disso.

– Queria muito ficar e conversar mais, mas tenho que arrumar umas coisas pro meu trabalho. – ele limpou as mãos na calça. Ele esta nervoso como eu. – Quem sabe a gente não se encontra aqui de novo. É... Que dia você vem aqui?

– Ham, não sei! Que dia você vem?

– Não sei também, talvez semana que vem só! – ele se balança minimamente de um lado para o outro. – Ah, já sei! – sem nem me perguntar, ele pega minha agenda e minha caneta, e na ultima pagina marca algo. – Me liga. – pega o livro, empurra a cadeira e me da um beijo no rosto.

Ele caminha, olhando algumas vezes para trás.

Será que o encontrarei de novo?

¬¬

Cheguei em casa e larguei minhas coisas no quarto. É muito bom quando eu chego e não tem ninguém. Sem fazer esforço algum, deitei no sofá e tirei os sapatos sem usar as mãos. Pensei nele, mas acabei que desapegando. Sabia que isso nunca iria dar certo e que só ia trazer tristeza por eu ficar correndo atrás de alguém que eu nem se quer conheço. Ok, ele é lindo. E ok, eu tenho o numero dele. Mas não sei... Talvez isso não seja certo.

Escutei meu celular apitar, anunciando que tinha chegado uma mensagem:

De: Mãe

Já está em casa filha? Se tiver, pode

ir buscar sua irmã na rodoviária? Seu pai e

eu não chegaremos a tempo.

Estaremos esperando em casa.

Beijo te amo! Cuidado lá.

Recebida às 15h43

Tinha esquecido isso. Hanabi chega hoje da casa da vovó, e o ônibus dela chega às 17h. Dá tempo de tomar um banho e comer algo no caminho, mas tenho que ser rápida.

Ela é uma pirralha, apensar de ter só um ano e meio a menos que eu. Odeia atrasos e ficar esperando. Foi estudar perto da vovó por ter o curso técnico que ela tanto ama (e que eu esqueci o nome). Mas esse ano, como terminou o curso, vai estudar na mesma escola que eu. No 2º ano. As pessoas nos confundindo vai ser constantemente irritante, pois não tem como não falar que ela não é minha irmã e que não somos muito parecidas. Apesar dela não ter a minha franjinha, ela ainda sim é muito parecida comigo, mudando só um pouco da cor da pele (ela é mais bronzeada).

Pensei em ligar para Ino e Tenten para que viessem comigo, mas elas demoram tanto para se arrumar que eu até ficaria velha. Coloquei nosso vestido preferido (meu e de Hanabi) e minha sapatilha preta. Ela gostava de me ver com aquele vestido como eu gostava de ver ela com ele também. Somos praticamente do mesmo tamanho, temos as mesmas medidas e mesmos gostos. Vai ver é por isso que nos confundem tanto.

Peguei minha agenda e olhei o nome do ônibus que a traria, e antes de fechar rasguei a ultima pagina, onde estava o numero dele. Peguei meu livro, passei um gloss, peguei meu celular e sai, batendo a porta atrás de mim.

Em dez minutos cheguei ao ponto do ônibus, a graças a Deus a fila do ônibus para ir até a rodoviária não estava muito grande. Iria sentada.

32.99472143 Uchiha Madara

Letra bonita. Numero tão fácil que já decorei. Um cara difícil de esquecer! Mas porque estou pensando nele de novo? Saco!
Mas pensando bem... O que tem de mais pensar nele? O que tem de mais conversar com ele? Podemos ser amigos, não? Sim, claro que sim! Como diz minha mãe “Você só consegue amigos se quiser tê-los.” Eu o quero como amigo!

O ônibus chegou, entrei e sentei na janela. Tinha lugar suficiente para todos da fila e por isso agradeci por poder ficar sozinha no banco.

Tenho uma mania, incorrigível e estupida, de abrir o livro em qualquer pagina e começar a lê-lo. Não sei, só gosto de fazer isso. Acho legal! Coloquei os dedos sobre as paginas e abri numa folha qualquer.

Nunca lhe confessei abertamente o meu amor, mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado.

Rio? Choro? O que eu faço? Isso tem alguma ligação comigo ou com o que esta acontecendo?

Peguei o papel com o numero e o encarei. Porque essa frase parece me definir? Porque pareço estar corada? Ai droga será que estou amando?

NÃO, DEFINITIVAMENTE NÃO! Nem o conheço. Para com isso Hinata, para de ser trouxa. Droga!

Parei de pensar nisso e comecei a ler de verdade. Do começo.

Trinta minutos depois, meu celular vibrou, e isso me deixou... Ansiosa? Já falei pra para, idiota!

De: Mãe

Filha, já chegou? Responda.

Recebida às 16h37

Não queria gastar meus créditos com uma coisa dessas, mas se não respondesse, mamãe faria um auê depois. Respondi.

Para: Mãe

Estou chegando, faltam quatro pontos!

Que horas você e o papai

estarão em casa?

Enviada às 16h39

Ela respondeu:

De: Mãe

Ok!

Estaremos de volta

no jantar.

Beijos!

Recebida às 16h43

Tinha acabado de chegar à rodoviária. Se viesse no horário marcado, teria que esperar no mínimo vinte minutos para encontrar Hanabi.

Sentei num banco no setor da recepção e olhei o telão:

Rokungai| chegada às 17h00| atrasado

Droga mesmo! Reclamo da Hana, mas também não sei esperar. Quando é atrasado, vem uma meia hora depois.

Sem escolha, me larguei na poltrona. Abri o livro mais uma vez e comecei a lê-lo, sem prestar atenção alguma. Olhei para o celular e ele olhou para mim. Olhei o livro e ele me ignorou.

Para: 32.99472143

Oi!

Enviada às 16h51

Não sei se estou nervosa, ansiosa ou sei lá o que, só sei que ele não respondeu. Passou 10 minutos e nada. Passou 20 e nada. O ônibus da Hana chegou e nada! Desisti. Não devia ter mandando.

Levantei-me, tentando esquecer isso e me focar na chegada da minha irmã. Esperei na porta do ônibus e enquanto as outras pessoas desciam, tentei procurar por ela dentro do ônibus, mas as janelas eram escuras de mais para eu poder ver.

Morena, alta e ainda com bota de salto grosso. Vestido rosa bebê acima do joelho, jaqueta de couro preta e boina vermelha. Minha irmã, linda e estilosa. Ela sorriu, deixando a mostra seu piercing no smile, correu e me abraçou.

– Saudade de você giganta! – ela riu, me abraçando forte e com o rosto apoiado na minha clavícula.

– Você está maior que eu hoje! – me afastei, querendo olha-la por completo. – E está linda. Se chegar desse jeito na escola amanha, todos os gatinhos do 1º, 2º e 3º ano vão cair matando em cima de ti! – ri baixo. Ela retribuiu.

Amava estar com a minha irmã. Minha maior e melhor companheira.

Ela pegou a alça da sua bolsa rosa, levemente florida, e entrelaçou seu braço no meu.

– Tenho presentes pra você! – sorriu como eu nunca tinha visto antes. Perfeitamente linda! – Vamos pra casa? – assenti.

¬¬

Estávamos no ônibus voltando para casa. Conversávamos sobre tudo. O curso que ela fez, sobre a vovó, sobre os garotos que ela ficou e como era viver um ano longe da gente. Ela parecia feliz com tudo que havia acontecido em sua vida, e parecia mais feliz ainda de ter voltado.

Ainda dentro do ônibus, começou a me mostrar as coisas que tinha conseguido comprar. Ela trabalhou meio período enquanto esteve em Rokungai, mas conseguiu ganhar bastante dinheiro pra comprar o que sempre desejara.

– Quando eu vi isso aqui, eu pirei por você. Sei que vai amar! – ela falava, vasculhando as sacolas. Ergueu-se novamente e, com um sorriso enorme, me estendeu uma sacola Pink. – Aqui!

– Se for coisa cara eu juro que te bato quando chegar em casa. Não era pra gastar seu dinheiro comi... – travei.

– Rá-rá! Eu sabia que você ia pirar. Você sempre quis uma dessa né? Bom, ai esta! Meu presente de aniversario pra você, atrasado! – e riu. Ela gargalhava baixinho da minha expressão de pura loucura por ter aquilo nas mãos.

Sou de colecionar coisas. Coleciono tudo que acho foto, clássico, espontâneo e diferente. E uma das minhas maiores coleções são as Maquinas Fotográficas. Não tem como explicar meu amor por tais instrumentos tecnológicos.
Hanabi sabia das minhas coleções e me ajudava com elas também. Esse foi o maior e melhor presente que eu poderia ter recebido. Não era apenas uma maquina fotográfica, era uma ARGOFLEX. Uma câmera muito rara, raríssima, e cara também, fabricada em 1940. Qualquer colecionador pira com uma dessas. E eu estou pirando. Não consegui falar mais nada, a emoção de ter uma belezura daquelas na mão era de mais, então apenas a abracei, um abraço bem apertado, para demonstrar o quanto feliz eu estava.

Passei o resto do caminho de volta para casa insinuando tirar fotos, mexendo nos botões e tudo o que ela me permitia fazer. Hanabi falava as coisas legais que tinha feito, e mesmo focada na câmera, eu ouvia o que ela dizia.

– Hina, seu celular está vibrando faz tempo ai, não está vendo? E se for a mamãe? Vê logo! – por algum tempo havia esquecido que tinha um celular. Isso era o que menos importava para mim agora. Hanabi balançou o celular na frente do meu rosto, tentando tirar minha atenção da câmera. Infelizmente deu certo. – Quem é? Mamãe? – ela perguntou, sorrindo.

– Se você esperar eu posso te dizer quem é! – ri.

Desbloqueei a tela e abri as mensagens. Três novas mensagens não lidas.

¬Mãe

¬Operadora

¬32.99472143

De: Mãe

Já chegou em casa

Com a sua irmã? Responde

Logo. Beijo!

Recebida às 17h38

Respondi:

Para: Mãe

O ônibus dela tinha

Atrasado, estamos indo pra

Casa agora. Quase chegando.

Beijo!

Enviada às 17h51

Respondida. A mensagem da operadora vai pro lixo e essa outra... Não tinha notado o numero. Tinha me esquecido que esse era o numero dele.

Fiquei com certo receio de abrir, mas não sei por quê.

Respirei fundo e cliquei na mensagem:

De: 32.99472143

Desculpe não ter respondido,

Estava atolado com algumas coisas rs’

É... Oi!

Não achei que iria mesmo me mandar

Uma mensagem ou ligar.

Estou surpreso (e feliz)!

Recebida às 17h46

Espera... Ele respondeu mesmo! Quero gritar, mas vou parecer muito infantil para minha irmã que é mais nova do que eu e tem uma idade mais evoluída que a minha. “Estou surpreso (e feliz)!” Eu preciso gritar, mas estou dentro de um ônibus lotado, seria muito vergonhoso. Sorrio, deixando transparecer toda minha felicidade. Por que estou tão feliz? Não sei. Mas sei que essa sensação é ótima.

Preciso responder. Alguma coisa inteligente, bonita, de bom humor, carismática. Mas que não pareça que estou desesperada ou surtando por causa de uma mensagem. Isso é possível? Apenas algumas letras deixam isso transparecer? Enfim... Pense. Pense.

Reli a mensagem quinhentas vezes em poucos minutos e então respondi:

Para: 32.99472143

Acho que era esse o propósito

De você ter deixado o numero

Na minha agenda, não? rs’

Espero não estar atrapalhando agora!

Enviada às 17h57

Tínhamos pegado um ônibus diferente. Um no qual parava em frente a nossa porta. E onde estávamos agora. Havíamos chegado em casa.

Guardei o celular na bolsa, mesmo querendo ficar com ele na mão esperando a mensagem chegar a qualquer momento. Peguei as coisas de Hanabi e a ajudei a levar para cima.

– Bom... Sinta-se em casa novamente Hana! Bem-vinda de volta! – sorri, deixando a ultima mala em seu quarto.

– Nossa... Ta parecendo até gente falando desse jeito. – e riu.

– Boba! – mostrei a língua e ela retribuiu. Um gesto que não era nem um pouco infantil. – Se estiver com fome, pode comer, mas come pouco porque daqui a pouco mamãe ta ai pra fazer a janta. – ela assentiu. – Precisa de ajuda em algo? Não né? – ela negou. – Então ta! Estou no quarto se precisar. – sai e fechei a porta.

No mesmo instante procurei pelo celular que havia deixado em cima da mesa quando tinha entrado em casa. Desci correndo as escadas e pude ver de longe ele vibrando com visor piscando. Outra mensagem, e que seja dele.

De: 32.99472143

Foi exatamente esse o

Propósito kk’ E não, não está

Atrapalhando!

Queria conversar com você,

Mas como não tinha seu numero, só

Podia esperar sua boa vontade de

Me ligar ou mandar uma mensagem.

E graças a Deus isso aconteceu kk

Recebida às 18h13

Ele parece tão espontâneo. Na verdade ele é. Mas mesmo por mensagem isso deixa claro. Gosto disso. Gostei disso. Gostei dele.

Andei de vagar até o sofá e sentei. Tirei a sapatilha sem precisar das mãos e deitei, sorrindo.

Troquei o numero pelo nome dele, para ficar mais fácil pra mim. Respondi:

Para: Uchiha Madara

Se quisesse meu numero

Era só pedir. Não é pq eu

Achava que vc tinha cara de

Pedofilo doidão, que eu não ia

Dar meu numero kk’

(talvez eu não desse mesmo)

Bom, mas isso não importa mais...

Está trabalhando ainda?

Enviada às 18h20

Pareço intima dele já. Será que isso é bom? Não sei, mas eu quero saber mais dele. Saber o que ele faz, se tem outra profissão além de professor e essas coisas.

Espero outra mensagem aparecer, sem sair do aplicativo, deslizando o dedo para que a mensagem suba. Segundo depois ele responde:

De: Uchiha Madara

Kkk Sobre o “pedofilo doidão”

Espero que isso saia logo da sua cabeça.

E agora não. Não estou trabalhando, tô

Em casa já!

Recebida às 18h21

Sei lá, amo quando as pessoas respondem rápido.

Ele é engraçado e divertido, pelo menos por mensagem parece. Não sei o que responder, mas preciso. Penso um pouco e coloco meus dedos ágeis pra trabalhar.

Para: Uchiha Madara

Não sei se vai sair da minha cabeça,

Até pq, VOCÊ não sai da minha cabeça.

Seria uma coisa meio ilógica se acontecesse!

Enviada às 18h22

É, pois é! Eu cantei ele. Por mensagem, mas cantei. Riu no sofá, sozinha. Hanabi desce as escadas correndo e se depara com o meu enorme sorriso. Na mesma hora que a vejo, meu sorriso se desfaz, dando aos meus lábios uma forma natural.

– Que é que estava rindo sozinha? Também quero saber! – de roupa trocada e chinelo, ela saiu correndo e pulou em cima de mim, tirando o meu celular da mão e se levantando rapidamente. – Peguete? Namorado? Ex- peguete? Amigo? O que é?

Me levantei, tentando pegar meu celular de volta, mas ela o ergueu acima de nossas cabeças e saiu correndo.

Minha irmã sendo minha irmã. Tão típico dela fazer essas coisas. Estava com saudade, mas agora não é uma boa hora pra gente matar a saudade, ainda mais desse jeito.

– Hanabi, devolve sua pirralha! – ela ria enquanto corria pela casa e pelo quintal grande.

– Opa! Olha só, o seu “sei lá o que” respondeu. – ela parou de correr e foi andando de costas, de vagar. – Deixe-me ler... “De Uchiha Madara. Então quer dizer que não saio da sua cabeça? Poderia me responder se isso é bom ou ruim! Até pq com esse pensamento de que eu era um “pedofilo doidão”, seria lógico pensar algo ruim kk.”– ela riu e me olhou. Sussurrou um “hmmm” e se preparou para correr novamente.

Me posicionei.

Isso parece a coisa mais infantil, mas esse era o nosso estilo de vida e convivência a um ano atrás. Nos divertíamos fazendo essas coisas. Sorri para ela, do modo como quem diz: Por mim você não passa.

Ela correu. Hanabi é magra, rápida e ágil, mas eu também sou. Passou por mim, e num ultimo instante, consegui segurar seu braço. Infelizmente não era o braço que segurava o meu celular. Pulei em cima dela, mas ela se esquivou, dando a volta no meu braço, fazendo com que ele se contorcesse e eu me enrolasse toda. A maldita escapou. Cambaleou um pouco, mas logo voltou a correr, saindo a toda velocidade pelo quintal grande. Droga!

– Hinata, não seja má comigo. Vou fazer um bem pra você, você vai ver mana. – ela falou alto e logo em seguida gargalhou.

Corri atrás com esperanças de poder alcança-la, mas ao ouvir uma porta de madeira batendo, diminui o passo. Minhas chances de recuperar meu celular já eram. Subi as escadas e certifiquei-me de que ela havia entrado em seu quarto. Cheguei perto e balancei a porta com toda força que tinha, mas estava trancada. Perdi.

– “Para Uchiha Madara. Sim, isso é uma coisa boa kk, não se preocupe, - ela falou alto, provavelmente escrevendo o que dizia. – acho que sou eu que tenho que me preocupar. Não queria, mas... pensar no seu sorriso me faz sorrir.” Enviando... – ela prolongou a palavra, como se estivesse indo junto com o andamento. – Opa! Foi!

– HANABI, EU VOU TE MATAR, SUA PORCA FEDIDA. – gritei o mais alto que consegui, mas suas gargalhadas hiper altas, abafavam os meus insultos.

– Você vai me agradecer por isso maninha. Eu sei que vai! – e riu novamente.

Abriu a porta de vagar e jogou meu celular de um jeito que ela saberia que pudesse pegar. Tentei entrar. Fiz força. Mas a brecha era muito pequena, o que era mais vantajoso para ela que empurrou a porta e conseguiu trancar outra vez.

– Vaca, eu ainda te pego, não se esqueça disso. – chutei sua porta e pude a ouvir rir mais uma vez. Se mamãe estivesse aqui, já teria brigado comigo.

– Eu também te amo Hina. – ela disse, num ultimo suspiro de risadas.

Sai de lá e fui direto para o meu quarto, ao lado. Fechei a porta e tranquei para que não houvesse possibilidades dela entrar e fazer isso outra vez.

Deitei na cara e encarei o que ela tinha escrito.

“Para: Uchiha Madara

Sim, isso é uma coisa

boa kk, não se preocupe.

Acho que sou eu que tenho que me

preocupar. Não queria, mas...

Pensar no seu sorriso me faz sorrir.”

Estou perdida! O que ele vai achar? Provavelmente que sou uma desesperada encalhada, procurando por um namorado. Ah Hanabi, juro que te mato (dependendo da resposta dele.)

Segundos depois que pensei isso, ele respondeu.

De: Uchiha Madara

Não sei se serve de consolo, mas...

Pensar nos seus olhos me faz sonhar!

São incrivelmente lindos. Nunca vi nada

parecido.

Acho que tenho que me preocupar

também rs’

Recebida às 18h43

Vou, surtei.

Nem pensei direito e respondi:

Para: Uchiha Madara

Acho que não! Se estamos sentindo

A mesma coisa, não acho que devemos

Nos preocupar com isso.

A sensação é boa não é?

Enviada às 18h44

Achei que ele não fosse mais responder, mas depois de alguns minutos a mensagem chegou.

De: Uchiha Madara

Vc tem toda a razão. Não acho que

isso seja problema. O que na verdade

não é mesmo.

A sensação é ótima!

Recebida às 18h50

–-

De: Uchiha Madara

Sabe o que é um problema?

Recebida às 18h50

Meu coração dispara, por um motivo que eu não sei explicar. Fico feliz e sorrio, mas também fico ansiosa e angustiada pra saber qual é o problema que ele fala.

Escrevo o mais rápido que meus dedos conseguem.

Para: Uchiha Madara

O que?

Enviada às 18h50

Vejo que esta escrevendo. Apaga três vezes. Talvez não esteja achando as palavras para descrever o problema, então espero. Enfim ele responde:

De: Uchiha Madara

Essa minha vontade louca de querer te beijar.

Essa minha vontade louca de querer conhecer

seu lábio, saber o sabor da sua boca.

Esse é o problema. E tem outro também: Não

sei onde te encontrar.

Recebida às 18h53


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Notas finais do capítulo

É isso pessoas. Espero muitooooo que tenham gostado. Se sentirem falta de algo, comentem para eu saber, ok? Kissu, até o próximo!