Frozen Heart escrita por Sanyan


Capítulo 8
Love is an open door


Notas iniciais do capítulo

Hello darkness my old friend 8D acho que eu fiquei quase um mês mesmo sem atualizar isso aqui? Vou falar pra vocês que novamente é culpa do meu beta que demorou esse tempo todo pra betar essa capítulo e já sabem né. Mas eu passei um bloqueio pesado com essa fic, fiquei exatamente um mês sem abrir o meu arquivo no word de FH porque sempre me dava preguiça/eu esquecia/não tinha animação pra escrever. Só voltei a pegar de verdade hoje mesmo que escrevi pra caramba e isso aí.
Como eu disse pro meu beta esse capítulo tá tão gay que eu quero enfiar a cabeça no chão pra sempre. Boa leitura~



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Os olhos de Akashi estavam fechados levemente enquanto os pensamentos passavam por sua mente. Eram pensamentos simples, coisas como os sentimentos que tinha quando treinava seus poderes na infância, a sensação do gelo calmo e tranquilo imergindo da palma de suas mãos enquanto tomava forma e o alívio que o dominava quando conseguia um bom resultado com seus poderes. Buscava a concentração de todas as formas, mas o que mais ocupava sua mente no momento era o garoto de cabelos azulados.

Os dedos de Kuroko ainda seguravam sua mão delicadamente para garanti-lo de sua presença ali. Parecia impossível ignorar aquele calor que recebia por meio daquele simples toquei, principalmente por algo desse tipo estar, há tempos, ausente em sua vida.

O mais importante era a certeza que Akashi tinha de que Kuroko não se machucaria. Ele mesmo o prometera isso, então estaria tudo bem. Os acontecimentos daquela última noite não se repetiriam.

Tomado de confiança, o ruivo lentamente ergueu o braço livre até acima da cabeça, fazendo com que grossas e consistentes paredes de gelo fossem erguidas junto desse movimento. Eram quatro paredes que se fechavam ao seu redor em um cômodo com cerca de cinco metros de altura.

Ao terminar de erguê-las, Akashi levantou o pé e voltou a tocá-lo sobre o chão, fazendo com que se congelasse completamente. O gelo ainda escalou as paredes e escondeu o céu acima de suas cabeças com um teto em forma circular de abóbada.

Antes de abrir os olhos e se voltar para Kuroko, Akashi ainda fez um leve movimento circular com a mão e todo o espaço foi ocupado por pequenos flocos de neve que flutuavam pelo ar.

– Foi uma das últimas tarefas que precisei aprender quando estava treinando meus poderes – disse por fim. – Arquitetura com gelo.

Kuroko não respondeu de imediato, seus olhos estavam ocupados admirando ao redor. Sua mão soltou a de Akashi e ele deslizou pelo chão congelado até o outro canto do cômodo enquanto tentava se manter em equilíbrio. Assim que atingiu o outro lado com sucesso, voltou-se para o ruivo com um pequeno sorriso nos lábios.

– Isso é incrível, Akashi-kun. Algo que nem eu poderia fazer.

O coração de Akashi se acelerou por um momento. Tranquilizava-o ver aqueles inocentes olhos azuis brilhando de encantamento e surpresa mais uma vez. Era como se ele não houvesse mudado nada em todos aqueles anos em que estiveram separados.

O ruivo sorria discretamente enquanto observava seu amigo de infância se maravilhar com o espaço que criara. Os flocos de neve que se aconchegavam em seu cabelo, o modo como deslizava sobre o gelo e, principalmente, no jeito que seus lábios sorriam de forma tão doce. Ele ainda era o mesmo Kuroko que fora seu amigo, mesmo que não se lembrasse de tal fato.

E isso gerava o aperto no coração de Akashi. Se ele se lembrasse do passado a relação deles poderia estar diferente agora? Mesmo que tenham ficado anos separados, eles voltariam a agir como naquela época? Talvez não. O tempo não esperava por ninguém, nem mesmo por sentimentos que ficaram congelados em sua infância.

Tudo parecia congelado em seu interior. Era como se seu coração houvesse solidificado durante aqueles anos sozinhos. Mas agora voltava a sentir o calor que poderia descongelá-lo.

– Não quer patinar um pouco, Akashi-kun? – perguntou Kuroko, tirando-o de seu devaneio.

O ruivo sorriu para si mesmo ao ter certeza do que faria a seguir. Sua fraqueza fora responsável por separá-lo de Kuroko, mas agora ele podia fazer tudo diferente.

Akashi impulsionou o corpo para frente e deslizou até onde Kuroko se encontrava. Estava há alguns metros do outro e fitava seus profundos olhos azuis com intensidade, tendo o mesmo tipo de olhar devolvido. Sem dizer nenhuma palavra ou dar tempo ao outro para tal, Akashi puxou o pequeno corpo para si e juntou seus lábios.

Kuroko pareceu tremer entre seus braços, mas não o afastou. Em vez disso, deu passagem para a língua que buscava explorar todos os cantos da boca do azulado. Akashi o segurava de forma firme pela cintura e mantinha a outra mão entre os fios azuis para pressionar seus lábios ainda mais contra si.

Soltou-o por fim quando sentiu a falta de ar, resultando em dois garotos ofegantes que mantinham o olhar fixo naquele à sua frente. A respiração de ambos formava nuvens de vapor que saiam de suas bocas e desapareciam no ar.

O silêncio foi mantido entre os dois até Akashi perceber uma leve tremulação do azulado, fazendo-o retornar aos seus sentidos. Lembrou-se de que Kuroko saíra do castelo com nada além de um cachecol e luvas – que não se encontravam mais em suas mãos – então era natural que estivesse com frio.

O ruivo fez um leve movimento com os braços, fazendo as paredes de gelo desaparecerem lentamente como se estivessem derretendo, para então voltar-se ao outro:

– Vamos entrar, Tetsuya. Está frio e você pode adoecer.

O azulado acenou positivamente com a cabeça. Akashi ainda não sabia como o outro se sentia com relação ao acontecimento passado, mas não o culparia se desejasse deixá-lo e voltar ao seu reino. E, se pedisse explicações, nem mesmo ele poderia dá-las, pois também não sabia o que havia acontecido. Agira por impulso de seus sentimentos e lembranças.

Sentimentos. Desde quando voltara a tê-los? E desde quando nutria algo por Kuroko?

O rei deu-lhe as costas e começou a andar na frente, esperando ser seguido. Mas parou por um momento quando novamente sentiu o já característico calor em sua mão. Sentiu o azulado entrelaçar seus dedos e sorriu discretamente antes de continuar a andar.

Ao voltarem ao castelo, Akashi perguntou ao azulado se gostaria de uma bebida quente ou comer alguma coisa, mas este negou balançando a cabeça. O dia já estava perto do fim e haviam perdido a noção das horas enquanto estavam do lado de fora e agora o céu já estava completamente escuro.

O ruivo apenas passou pela cozinha para comer algum lanche que já deixara preparado no começo do dia e se dirigiu ao seu quarto em seguida. Kuroko certamente já havia se deitado, Akashi não o via desde quando voltaram para o castelo. Não era de seu feitio pressioná-lo, pois sempre o deixou livre para fazer o que bem entendesse enquanto estava hospedado ali – até mesmo ir embora se fosse de seu desejo – então não se preocupou em ir até seu quarto para saber o que estava fazendo.

Antes de arrumar sua cama, Akashi concentrou-se em retirar um pouco de neve do peitoril da janela. Nos últimos dias decidira deixar as cortinas abertas para observar a paisagem do lado de fora, mas aquele monte de neve se acumulando em sua janela começava a deixá-lo irritado e já estava em seus planos fazer uma limpeza.

Ao terminar de limpar e ajustar os lençóis e cobertas na espaçosa cama de casal, Akashi começava a se preparar para uma partida de shôgi que normalmente fazia consigo mesmo antes de dormir. Mas se deteve quando seu olhar encontrou a silhueta parada na soleira de sua porta.

– Tetsuya? – sua voz o chamou automaticamente.

O menor parecia claramente desconfortável e demorou um pouco antes de responder:

– Desculpe, Akashi-kun, não estava conseguindo dormir.

– Não está com fome ou frio?

– Não, estou bem – respondeu rapidamente antes de fazer outra pequena pausa. – Estava apenas andando pelo castelo e fiquei curioso com as luzes acessas, mas já vou voltar ao meu quarto.

– Espere, Tetsuya – assim como quando o chamou alguns minutos atrás, sua voz novamente pareceu sair antes que pudesse impedir, ecoando pelo quarto. – Não quer tentar dormir aqui? Minha cama é grande o suficiente para dois.

Kuroko ainda se detinha na soleira da porta. Seus olhos surpresos estavam fixos no ruivo que, no momento, apenas queria apagar aquelas palavras ditas. Nada mais ocupava sua mente além do medo de ser rejeitado. Mas não foi o que aconteceu. Kuroko sussurrou um “tudo bem” antes de desaparecer de suas vistas para provavelmente arrumar-se para dormir.

Akashi deixou-se cair sobre a cama e suspirou pesadamente. Não sabia o que estava fazendo, durante todo o dia agira de uma forma diferente do seu normal, praticamente não se reconhecia. Pensava que Kuroko também havia percebido essa mudança, mas não entendia como o outro ainda não se afastara de si.

Na verdade já haviam dormido juntos algumas vezes quando eram crianças, mas tudo era diferente agora. E todas aquelas mudanças poderiam ser explicadas pela volta de uma pessoa importante em sua vida.

– Pronto, Akashi-kun – Kuroko o chamou da porta.

O menor encontrava-se em pijamas normais e longos – próprios para o inverno – de uma coloração azul claro que combinava com a cor de seu cabelo. Akashi já havia se trocado quando voltara para o quarto e agora se encontrava com uma peça parecida com a do outro, mas de cor bege claro.

– Apague as velas – pediu enquanto puxava as cobertas e se cobria.

Kuroko obedeceu. Não havia necessidade de fechar a porta, uma vez que estavam sozinhos no castelo, então não o fez. Isso não mudava a escuridão do local, o que dificultou um pouco o trajeto do azulado até a cama. Por fim chegou sem esbarrar em nada e deitou-se do outro lado da cama.

Akashi sentia o outro virado de frente para si, pois a leve respiração lhe atingia o rosto delicadamente. Não podia saber a que distância estavam por causa do escuro, portanto apenas imaginava. E foi enquanto imaginava que sentiu aquela distância ser cortada por completo quando os lábios suaves foram pressionados contra os seus por menos de dois segundos antes de se afastarem.

– Boa noite, Akashi-kun – ouviu a voz de Kuroko ainda bem perto de si.

Deixá-lo agora seria como reprimir seus sentimentos, uma vez que o rei sabia como seria impossível dormir depois daquele ato. Se fosse repreendido mais tarde se justificaria que tudo era culpa de Tetsuya, pois agora ele sabia de fato que era. E Akashi mais uma vez diminuiu a distância entre eles para beijá-lo novamente.


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Notas finais do capítulo

Agora o que rolou nessa noite fica pra criatividade de vocês SJFDHAISFHASHD sério eu não consigo colocar um lemon aqui eu sinto muito mas eu fiquei envergonhada só de escrever a cena de beijo desse capítulo eu literalmente precisava fazer pausas pra respirar e conter a vergonha e
i'm so lame
Anyway eu já vou deixar os próximos capítulos com meu beta pra não ficar sem ter capítulo pra postar aqui eu só espero que dê certo e
Espero que tenham gostado da dose AkaKuro desse capítulo eu fiquei muito derretida escrevendo ee nos vemos no próximo capítulo ♥