Frozen Heart escrita por Sanyan


Capítulo 6
Onward and Upward


Notas iniciais do capítulo

Oi 8D eu disse que ia postar no final de julho mas acabou que demorou um pouquinho POR CULPA DO MEU BETA que entrou de férias e ficou só curtindo a vida em vez de betar meus capítulos mas acho que ainda estou em tempo. Eu acho. Capítulo com algumas explicações e desenvolvimento do ship secundário porque eles também são importante para o entendimento da história e etc. Segurem seus sentimentos akakuro por hora uwu
Boa leitura~



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Aomine lembrava-se do incidente de Kuroko e de como aquilo havia lhe subido à cabeça. E de como um loiro tentava impedir de todas as formas que ele se colocasse entre seu amigo de infância e o rei. A raiva desnorteava seus sentidos, sendo que apenas se sentia puxado pelo braço enquanto observava com os dentes trincados a escada pela qual Kuroko desaparecera.

Quando deu por si, estava em frente aos portões do castelo juntamente com todos os convidados da festa. A brisa gelada da noite fazia cócegas em sua bochecha e esfriava sua cabeça,deixando-o a vontade para pensar.

– Oi, o que aconteceu? – virou-se para o loiro que ainda estava ao seu lado, segurando seu braço com força como se temesse sua fuga.

– Ah, Midorimacchi pediu que nos retirássemos e depois passaria as palavras do rei.

– Você quer dizer que Tetsu está sozinho no castelo com o rei perturbado?!

– Não é bem assim, Midorimacchi ainda está lá – Kise finalmente o soltou para colocar-se à sua frente. – Aliás, você deve ser Aominecchi. Qualquer amigo do Kurokocchi é meu amigo também.

– E você deve ser o estranho que coloca "cchi" nos nomes que Tetsu falou – comentou Aomine, revirando os olhos.

– Kurokocchi me chamou de estranho? Cruel! – choramingou Kise.

O moreno revirou os olhos novamente. Ele era definitivamente estranho.

– Há quanto tempo estamos aqui?

– Dez minutos talvez. Não sabemos quanto tempo Kurokocchi vai demorar na conversa com Akashicchi então não temos como saber quando teremos notícias.

– Nem mesmo se ele voltará vivo – resmungou Aomine.

O loiro não respondeu. Fixou os olhos nos portões na espera ansiosa que o garoto de óculos emergisse deles. Aomine cruzou os braços e suspirou. Ainda estava surpreso por seu ataque de raiva o ter feito perder os sentidos por tanto tempo. Kuroko já mencionara algumas vezes que ele parecia completamente assustador e fora de si quando deixava a raiva subir à cabeça. Havia dito ao seu amigo que a tentaria controlar, mas parecia não ter tido nenhum avanço depois de tanto tempo.

Não demorou mais de cinco minutos para que o mensageiro do rei abrisse os portões e os fechasse atrás de si. Virou-se para a multidão e pigarreou para calar os burburinhos antes de se pronunciar:

– De acordo com escolhas do príncipe Kuroko, ele ficará no castelo com o rei para ensiná-lo a controlar seus poderes até que possa voltar a sair em público. E, em troca, não deverá haver ataques ou rebeliões contra o castelo.

A multidão continuou em silêncio, pareciam não saber como reagir. Mas Aomine sabia e, antes que pudesse tentar controlar a raiva novamente, abriu caminho pelas pessoas que se encontravam a sua frente para chegar até Midorima.

– O que está dizendo?! Tetsu escolheu isso?! – gritava próximo ao seu rosto. – Ele claramente foi manipulado pelo rei psicopata!

Midorima olhava fixamente os olhos azulados que transbordavam raiva. Ajeitou os óculos sobre o nariz antes de voltar a falar em um tom mais baixo, para apenas Aomine ouvir:

– Eu mesmo conversei com Kuroko à pouco. Ele parecia decido de sua escolha e não deu ouvidos aos meus conselhos.

O moreno ainda observava-o com os dentes trincados, mas um pouco menos ameaçador agora.

– Ele disse para não se preocupar.

Aomine finalmente deixou que a raiva se exaurisse de seu corpo. Podia visualizar perfeitamente Kuroko dizendo aquelas palavras. Era bem a sua cara: tomar decisões priorizando aquele que precisava de ajuda e esquecer-se da segurança de si mesmo. Mas sempre tentando passar aquela mensagem de "Não se preocupe, vai ficar tudo bem" para os que se importavam com ele. Se ainda não se sentisse aflito de preocupação, poderia começar a rir da estupidez de seu amigo de infância.

Suspirando, o moreno se afastou do outro e passou os dedos pelos cabelos azulados.

– Sinceramente.

– Aominecchi, você não deveria ser tão agressivo com as pessoas – murmurou Kise, colocando-se ao lado dos dois jovens.

Midorima ignorou o loiro e voltou-se para o moreno:

– Aomine, fique na casa de Kise até que as coisas voltem ao normal.

Aomine levantou uma sobrancelha de forma descrente enquanto alternava seu olhar entre Kise e Midorima. Não podia ter ouvido direito.

– Espera que eu fique na casa de um garoto que acabei de conhecer?! – perguntou elevando a voz. – Tetsu nem mesmo mandou minhas malas...

– Que outra opção você tem?

Detestava admitir, mas ele estava certo. Não sabia por quanto tempo Kuroko ficaria trancado naquele castelo e não poderia voltar para seu reino sem o príncipe. Como explicaria aos reis? Sua única opção no momento era ficar em Arendelle dormindo nas ruas como um mendigo ou se acomodar na casa do loiro que não parecia nem um pouco incomodado com a situação.

– Vamos lá, Aominecchi! – Kise exclamava com empolgação após passar o braço pelo ombro do outro – Pode ficar o quanto precisar em minha casa.

– Como pode ficar tão animado em receber alguém que nem ao menos conhece em sua casa? – grunhiu Aomine, deixando o tom irritado de sua voz transparecer.

– Como disse, todo amigo do Kurokocchi é meu amigo também – respondeu, fazendo um biquinho. Em seguida se virou para Midorima que assistia a discussão com o rosto sério. – Estamos indo então, Midorimacchi.

Midorima se despediu com um aceno de cabeça e Aomine foi arrastado contra sua vontade, mas ciente de que não adiantaria nada tentar argumentar. Kise liberou o ombro do outro e lhe deu mais espaço para que se sentisse à vontade andando. Aomine era grato por isso.

Pensava que fariam todo o percurso pelas ruas de Arendelle em silêncio, mas Kise o quebrou:

– Me desculpe por tudo que aconteceu, Aominecchi – disse com o rosto sério.

E isso foi surpreendente. Mesmo que conhecesse o loiro há pouco tempo, nunca pensaria que ele fosse do tipo de se desculpar por algo com uma expressão tão séria.

Aomine suspirou.

– Nada foi sua culpa. Talvez só me impedir de ir atrás do Tetsu, mas acredito quando disse que seria melhor.

– Realmente tem uma explicação para isso que você deve querer saber. Uma explicação sobre tudo – ele agora voltara a falar animadamente.

– Desde que você não se empolgue falando sobre isso e se esqueça de ir para casa...

Aomine realmente não queria ficar vagando pelas ruas por mais tempo. A lua já brilhava com mais intensidade no céu e o número de pessoas fora de suas casas diminuía a cada instante. Não arriscaria que fossem abordados por qualquer tipo de ladrão ou acabassem doentes por causa do sereno e frio da noite. Mas Kise não respondeu à advertência e foi direto ao assunto:

– Akashicchi tem esse tipo de poder desde que nasceu. O médico que o atendeu disse que não seria problema se ele aprendesse a controlá-lo desde cedo – o loiro parou por um momento e focou os olhos dourados em Aomine. – O mesmo foi dito para Kurokocchi.

O moreno piscou por alguns segundos antes de responder:

– Por que Tetsu está no meio dessa história? Ele te disse alguma coisa que não sei?

Aceitar aquela suspeita que começava a crescer em seu interior parecia inadmissível. Primeiramente porque Kuroko não dissera nada para ele e, ainda mais, sabia que seu amigo de infância não era um monstro como o rei que acabara de ver.

– Ah, não. Na verdade Kurokocchi morou nesse reino antes de se mudar com a família para onde moram agora.

– Você está dizendo que ele tem os mesmos poderes do rei? – perguntou Aomine. Sentia a cabeça girar com a revelação. Realmente nunca havia sido informado sobre isso, nem que Kuroko morara em outro reino antes de Corona.

– Exatamente. Akashicchi foi seu primeiro amigo e eles treinavam os poderes juntos – Kise fez uma pausa enquanto parecia refletir sobre algo. – Quando conheci Kurokocchi ele já era amigo de Akashicchi, mas a amizade deles sempre foi muito forte.

– Mas como Tetsu não o reconheceu quando chegamos?

Kise voltou a se calar e uma careta surgiu em seu rosto para desaparecer logo em seguida, dando lugar ao seu semblante sério.

– Aconteceu um... acidente em uma das vezes que eles estavam juntos – o loiro esperou algum comentário por parte do moreno, mas como não ouviu nada, talvez por causa da perplexidade, continuou: – Akashicchi deixou que seus poderes acertassem Kurokocchi e isso gerou um trauma que apagou a memória de Kurokocchi. Então ele não sabe de nada que passou em Arendelle.

Aomine soltou a respiração depois de prendê-la por quase toda a fala de Kise. Aquela história ainda não entrava em sua cabeça, principalmente pensar que Kuroko tivera outro amigo antes de conhecê-lo. E ainda mais por ser alguém que o entendia sobre seus poderes.

– Acho que sei como Akashi se sente por ter perdido alguém como ele – comentou Aomine, passando a mão pelo curto cabelo azulado.

– Foi mesmo muito difícil para Akashicchi, ainda mais por ter sido o único que causou tudo – respondeu Kise. – Encontrar o Kurokocchi de novo deve ter mexido um pouco com as memórias antigas e o medo de acabar machucando-o novamente deve ter sido responsável por todo o acontecimento de hoje.

– Então você espera que eles possam se dar bem novamente e Tetsu se lembre do passado?

– Por aí – o loiro abriu um pequeno sorriso e riu baixinho.

O moreno mordeu o lábio inferior e desviou o olhar para que não denunciasse a preocupação em seus olhos. Não era mais preocupação por Kuroko ser morto; saber que Akashi fizera aquilo apenas porque estava muito apavorado deixava-o mais tranquilo quanto a vida de seu amigo de infância. Mas e se Kuroko retomasse suas memórias e preferisse ficar ao lado de seu antigo amigo? Afinal, Akashi podia entendê-lo melhor. Tanto que Aomine nem ao menos ficara sabendo de seus poderes.

Seus pensamentos foram interrompidos quando sentiu seu braço ser agarrado e viu Kise próximo de si.

– Sei que deve estar preocupado com Kurokocchi deixá-lo depois de recuperar as memórias – disse como se pudesse ler seus pensamentos. – Mas Kurokocchi não é assim. Mesmo que Akashicchi seja seu primeiro amigo você ainda é muito importante para ele, Aominecchi.

Era reconfortante, precisava admitir. Manteve seus olhos fixos no loiro por um momento e não pode parar de pensar em como ele o lembrava uma garota. Não apenas a aparência bem cuidada de lisas e sedosas madeixas dourada, mas também seu modo animado de agir e a forma como buscava reconfortá-lo no momento. Embora pensar tal coisa fosse um tanto constrangedor quando via seu braço ser abraçado pelo loiro. Aomine não conseguiu evitar o rubor em sua face, esperando que a falta de luminosidade fosse o bastante para Kise não perceber.

Mas este pareceu não se preocupar, uma vez que puxou o moreno para seu lado enquanto apontava para a casa que agora estava à sua frente.

– Ah, chegamos!

Apenas quando entrou na casa simples, mas bastante confortável, que Aomine sentiu todo o cansaço cair sobre si. Havia sido um dia difícil, realmente, e parecia que a última vez que pudera descansar – no quarto de visitas do castelo enquanto conversava com Kuroko – fora há dias atrás.

Kise andou pela casa ligando as luzes e dizendo que arrumaria o quarto em que ele ficaria. O moreno assentiu, mas não sabia se realmente havia ouvido bem em razão do sono que sentia. Quando recebeu a confirmação que o quarto estava pronto, Aomine simplesmente se jogou na cama arrumada enquanto arrancava o terno que usava, dizendo que não precisaria de uma roupa emprestada. E dormiu no mesmo momento.


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Notas finais do capítulo

Como não deixar esses macho tão gay google pesquisar. De acordo com um comentário do meu beta "isso virou dmmd agora ou o que". Eu não me arrependo de nada. Então falei pra vocês segurarem os sentimentos akakuro por hora porque eu sumi com eles nesse capítulo mas no próximo começo a atacar com uns fluffy e desenvolvimento amoroso deles. E ainda vai ter outro capítulo aokise no futuro e !! midotaka !! que eu consegui escrever em um capítulo separado para o bem de vocês uwu
Vou tentar não me enrolar na próxima atualização porque o próximo capítulo já tá betado e eu só preciso fazer umas revisões.
Até o próximo capítulo então não se esqueçam de falar comigo, sou toda ouvidos ♥