GOD: O Jogo dos Sonhos - Diário de Letícia escrita por Lua Calixto


Capítulo 12
Dia 6 - Manhã




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Dia 6 / Manhã

Ana estava certa sobre o desafio, e agora eu sei o porque... Felizmente, todos acordamos (pelo menos os que ainda estão vivos). O desafio começou, e lá estava o campo que Ana falou. No céu estava o cronometro marcando três horas, e Ana estava do meu lado. Amanda estava mais na frente, correndo para abraçar Pedro (fico feliz por ele ter conseguido escapar do último desafio), e mais longe estava Lucas, sozinho. Eu logo estranhei que não estava vendo Manuela por lá, e ela realmente não estava no desafio, o que quer dizer que ela não escapou do último. Não sei ao certo o que sinto em relação a isso, pois nunca gostei dela, e aparentemente, ela estava ajudando Lucas. Mas não tenho certeza sobre isso...
Virei para Ana e disse para ela começar a falar, e ela hesitou um pouco, mas explicou. Ela disse que já sabia o que iria acontecer por que no primeiro dia do jogo, um amigo havia lhe contado todos os desafios que iriam acontecer. Eu perguntei a ela como ele sabia, e ela me disse que nem havia se preocupado com isso, mas que apenas aceitou o que ele disse. Então eu perguntei o que iria acontecer, e Ana disse que o próximo desafio seria outro teste de sobrevivência, onde todos os jogadores deveriam se proteger de criaturas que se alimentam de pesadelos... Achei isso muito estranho, mas não me surpreendo mais com os desafios. Então perguntei qual seria o desafio do oitavo dia, e ela disse que seria um tipo de corrida, sendo que uma pessoa não acordará. Perguntei então qual seria o desafio do dia nove, e Ana disse que eu não precisava me preocupar com isso. Eu não entendi muito bem o que ela quis dizer com aquilo...
Tudo estava parecendo muito tranquilo, até que Ana olhou para o céu, que mostrava que já haviam se passado quase dez minutos de jogo, e ela disse que devíamos correr. Eu perguntei para onde, e o chão começou a se rachar, assim como ela havia dito ontem. Ela segurou minha mão, e me puxou para longe das rachaduras. Então o chão começou a tremer e a se abrir, liberando um calor quase infernal, e eu quase caí no chão por conta do tremor, mas Ana me segurou, falando para eu ter cuidado. Eu pude ouvir os gritos de medo de Amanda, mas não conseguia vê-la, pois havia muita fumaça saindo do chão. Ana mandou prestar muita atenção em onde eu pisava, e começamos a andar para o centro do bloco de terra.
Eu estava começando a me acalmar, quando senti o chão tremendo novamente, fazendo uma rachadura entre mim e Ana, e ela me puxou para perto dela um segundo antes do lugar em que eu estava afundar na lava. O calor era tão forte que eu estava quase desmaiando, e o cheiro de enxofre não ajudava em nada, mas Ana não soltava a minha mão, e ficava o tempo todo me mandando tomar cuidado.
O chão estava rachando novamente ao nosso redor, parecendo que ia nos jogar na lava, mas Ana disse para ficarmos paradas, e eu obedeci. Percebi que ela sabia exatamente para onde estávamos indo, então resolvi que ia segui-la durante o jogo inteiro. Ela não largou minha mão nem por um segundo, e apertava ela como se estivesse com medo de alguma coisa. Eu me perguntava por que ela estaria com medo se tinha tanta certeza do que ia acontecer, mas acho que qualquer um ficaria com medo se estivesse pulando sobre rios de lava... Mas eu não estava, por mais que eu me sentisse mal e ficasse um pouco preocupada, sabia que Ana iria nos tirar daquele lugar, então segui todos os passos dela.
Após umas duas horas de jogo, o calor estava extremamente forte, e havia tanta fumaça que mal se podia enxergar o chão, apenas podia-se ver o brilho da lava. Eu fiquei muito tonta, então Ana disse que estávamos seguras ali, e sentamos no chão. Eu tentava respirar fundo, buscando ar fresco no meio da fumaça, mas eu só conseguia sentir o cheiro de enxofre que me fazia querer vomitar. Eu fechei os olhos, quase desmaiando, mas Ana me acordava, falando que tínhamos que continuar. Então levantamos, e continuamos pulando de bloco em bloco, cada vez mais cansadas, até que encontramos com Amanda e Pedro. Eles pareciam estar na mesma situação que nós, a Ana disse para eles nos seguirem. Passamos algum tempo apenas correndo por um bloco de terra gigante que ia se rachando atrás de nós.
Faltando dez minutos para o final do jogo, Ana mostrou um tipo de escada feita apenas de terra, e começamos a subir. Lá em cima, nos sentamos, e eu pude finalmente respirar direito, pois a fumaça estava toda abaixo de nós. Também estava menos quente lá em cima, o que foi um alívio. Eu me joguei no chão, e foi o único momento em que Ana soltou minha mão, dizendo que era só esperar acabar o tempo. Amanda e Pedro estavam deitados também, se beijando. Foi muito bom saber que o pesadelo havia acabado, mas no último minuto de jogo, Lucas apareceu, subindo a escada, dizendo que ainda não tinha acabado. Ele me puxou pelas minhas pernas, me arrastando para a escada, enquanto eu me debatia para me soltar, gritando. Ana, Pedro e Amanda tentaram fazer ele me soltar, e Pedro o empurrou da escada. A última coisa que eu vi antes de acordar foi ele caindo da escada. Eu realmente espero que ele tenha ficado lá, mas Ana me disse assim que acordamos que ele acordou também, pois ainda estava na escada quando o tempo acabou...
Amanda está chorando, provavelmente por que não vai mais encontrar Pedro no mundo real. Ana está escrevendo no diário dela, sentada no meu lado. Vou tomar café agora, e tomar um banho frio, esse desafio me deixou com muito calor...

Até mais tarde.


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