Cama de Rosas escrita por Paula Freitas


Capítulo 22
Juntos por acidente!




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David e Rachel seguiam de carro pela estrada como dois jovens apaixonados e sem rumo. Ela não sentia a mesma paixão que ele, mas sentia uma alegria que não podia conter. Era como se sua vida e seu futuro dependessem dele. E David estava disposto a ser seu parceiro, amigo, namorado e o que mais ela quisesse.

Para onde você quer ir?

– Não sei! Me leva para onde você quiser, David! Eu estou em suas mãos!

David, feliz, foi seguindo para a saída da cidade. Após algum tempo, Rachel notou que David estava ficando estranho. Ele esfregava as mãos no rosto e parecia muito cansado.

O que você tem, David?!

– Nada... Eu apenas... Acho que não devia ter bebido... Estou meio tonto!

– David, não é melhor você parar de dirigir?!

– Não... Não! Eu estou bem!

Mas, Rachel não acreditou que David estava bem. Ela ficou observando-o e ele parecia estar com muito sono.

David... Tem certeza que está bem?! Você está diferente!

– Eu... Eu...

David fechou os olhos como se tivesse desmaiado e soltou a direção.

DAVID!

Rachel segurou a direção na tentativa de controlar o carro, gritando e chamando por David. Ele recobrou os sentidos, tomando um susto ao notar a situação. Ele segurou a direção, pisou no freio, o carro derrapou. Pareceu que o perigo tinha passado, mas na mesma hora eles viram uma luz na estrada em sua direção. Era um caminhão. O carro não pegava. Rachel chorava e David, nervoso, errava na hora de ligar o carro novamente. Rachel segurou na barriga, dizendo:

Não pode acabar assim!

David não parava de tentar, e, de repente, conseguiu ligar. Ele pisou no acelerador com força tirando o carro do meio da estrada. Mas, ele não via bem para onde ia.

Cuidado, David!

O grito de Rachel foi tudo que ele conseguiu ouvir antes de bater numa árvore na beira da estrada. O carro escorregou pela encosta de terra, descendo para uma parte mais baixa. O caminhão passou, mas o motorista não viu o carro lá embaixo.

David! David... Acorda!

Sussurrava Rachel, preocupada com o estado de David. Chorando muito, ela soltou o cinto de segurança e saiu do carro. Deu a volta e abriu a porta do lado de David. Ele quase caiu no chão, ele não estava usando o cinto de segurança e estava bem mais machucado que ela. Ela o abraçou forte, chorando e dizendo:

David, fala comigo... Por favor, não morre!

David, com a voz fraca, um tanto sem fôlego, disse:

Pelo visto... Você precisa mesmo de mim!

Rachel o abraçou mais, e o beijou, quando ouviu essa resposta.

Você está bem mesmo?!

– Ficarei... Ficarei bem melhor se você não sair do meu lado!

David levantou-se com dificuldade e foi para o banco de trás. Sua voz estava enrolada como se ele tivesse bebido muito, mas ele não havia bebido mais que dois copos de cerveja. Rachel não entendia porque ele estava assim nem porque ele havia passado mal.

O que aconteceu com você David! Pareceu que você tinha desmaiado!

Se recostando no banco de trás, David respondeu um tanto atordoado:

Não sei! Não me sinto bem... Mas... Sabe o que me faria bem?! ... Você!

Rachel sentou no banco de trás junto com ele e o beijou e o abraçou.

Obrigada David!

– Por quê?!

– Por ser como é! Você é demais!

– E você ainda não viu nada!

David a beijou e continuaram se beijando. Deitaram-se no banco de trás do carro, e continuaram se beijando. Rachel percebeu que, apesar do acidente, esta era a ocasião perfeita para ela ficar com ele.

Ela sussurrou em seu ouvido:

Quero que me chame de Rosie!

Ele começou a falar baixinho enquanto a beijava:

Rosie... Rosie... Rosie...

De repente, ele parou de falar, foi fechando os olhos devagar e adormeceu. Rachel começou a chamá-lo, mas ele não respondia, estava dormindo profundamente.

David! Acorda David! Ai... O que aconteceu com você?! Será que está muito machucado?!

Vendo que ele não acordaria, Rachel tirou a camisa dele. Não tinha nenhum ferimento, só alguns hematomas e arranhões por causa da batida. Ela olhou para ele, como estava vulnerável, ela teve uma ideia. Passou a mão em seu peito, o beijou novamente, o beijou várias vezes espalhando seu batom pelo seu rosto, pelo seu corpo. Ela também tirou sua própria blusa e deitou-se sobre ele. Então, ela lhe deu um último beijo, na bochecha, dizendo:

Desculpa David! Aconteça o que acontecer... Eu preciso de você, agora... E sempre!

_

O sol já saía. O dia estava amanhecendo. David respirou fundo e esticou os braços como fazia todas as manhãs, mas, havia algo errado. Naquela manhã, ele não acordou em sua cama. Quando esticou os braços, estes bateram no vidro das janelas do seu carro. Ele abriu os olhos, sem entender o que estava acontecendo, mas ele olhou para o carro e logo se lembrou do acidente. O que ele não estava entendendo mesmo era porque Rachel estava deitada sobre ele. Ele não se lembrava de muitas coisas do dia anterior, mas se lembrava de quase tudo até a hora que saiu do bar; do que houve depois, ele só tinha alguns flashes de memória. Quando ele a olhou, se recordou de algo:

“Porque tenho a impressão de que a estava chamando de Rosie?”

Perguntava-se. Começou, então, a chamá-la, falando baixinho:

Rosie! Rosie... Acorda!

Ela acordou. Quando o viu acordado Rachel teve uma reação inesperada. Ela pulou em cima dele, abraçando-o, contente, dizendo:

David, você acordou! Você está bem!

– Hã... Estou! Estou bem! Mas... O que aconteceu aqui?!

Rachel largou seu pescoço e ficou calada olhando para o outro lado. David notou as marcas de batom em seu corpo, mas não se lembrava de ter tirado a camisa. Foi então que ele parou para olhar para Rachel e viu que ela escondia o corpo com as mãos, a sua blusa estava jogada no piso do carro junto da camisa dele.

Então, ele percebeu tudo.

“Não acredito que eu finalmente consegui o que queria e... Não lembro como foi!”

Pensava consigo mesmo. Então, perguntou:

Rachel... O que aconteceu entre nós dois?!

Ela começou a respirar mais rápido, seu coração bateu mais forte, ela não sabia se dizia a verdade ou se continuava com seus planos e mentia para ele. Ela havia começado um jogo e agora tinha que acabar.

Sem olhar nos olhos dele, Rachel perguntou:

Você não se lembra de nada?

– Hã... Sim! Bem, de algumas coisas, sim! Mas, de outras não!

– C-Como assim?! Do que você lembra exatamente?!

– Minha memória está um pouco confusa! Eu só me lembro de te ver cantar naquele bar, depois...

– Depois, o quê?!

– Depois saímos, decididos que íamos ficar juntos... Estávamos no carro... E depois... depois...

– Depois, o quê, David?!

– Depois... Não sei! Tivemos um acidente?! Só me lembro de uma luz vindo em nossa direção... Me lembro também de ter te beijado! Mas... Não lembro de mais nada! Só de acordar agora e estar aqui, desse jeito... Rachel, o que houve entre nós?!

Ela o olhou nos olhos. Viu que ele estava aflito por não lembrar tudo que acontecera na noite passada. Ele também olhava para o carro sem entender como havia parado naquela árvore. Então, Rachel desviou o olhar e disse:

Nada, David! Não houve nada! Vamos tentar sair daqui!

Eles vestiram suas roupas e saíram do carro. David continuava aflito, sem entender bem a situação. O carro estava com a frente toda amassada.

Como é que sofremos um acidente desse e eu não lembro como foi?!

Falava David aflito, pensando em um jeito de tirar o carro daquele lugar. Rachel tentava confortá-lo, afinal, também não sabia por que David havia passado mal à noite.

Calma David! Nós vamos conseguir sair daqui!

– Mas, Rachel! Como foi que isso aconteceu?! Porque eu não lembro?!

– Eu não sei David! Ontem você estava bem... Vinha dirigindo normalmente quando começou a ficar meio sonolento aí você fechou os olhos, pensei que você tivesse desmaiado, eu segurei a direção, mas fiquei te chamando, então você acordou e foi quando apareceu aquela luz na nossa frente, acho que era um caminhão, um ônibus, sei lá... Sei que você conseguiu desviar, mas a gente bateu aqui na árvore e...

– E?!

– E... E...

– E... O quê?! A gente desmaiou?! Acordou?! O que aconteceu?! Ou... Você também não lembra?!

– Eh... É David! Eu não lembro!

– Mas, como pode?! Eu não bebi quase nada ontem, disso eu tenho certeza! Então, porque eu passei tão mal?! Só tem uma explicação!

– Qual?!

– Colocaram alguma coisa na minha bebida! Só pode ter sido isso!

– Mas, quem faria isso com você David?!

– Quem sabe?! Talvez aquele cara com quem eu conversei... Ele deve ter posto daquele pó no meu copo de cerveja quando eu não estava olhando!

– Talvez... Pode ter sido! Acho que o vi sair um pouco antes de você, quando você voltou para pagar a conta!

– É! Mas, não entendo uma coisa, Rachel! Se você não bebeu nada ontem à noite, não teria como você ter ingerido aquele sonífero! Então, porque você também não se lembra do que aconteceu?!

– Eu... Eu... Eu lembro!

– Você lembra?! Então...

Ela saiu do carro e ficou de pé do lado de fora. Ela parecia desconcertada, sem saber o que dizer ou fazer. David saiu também e disse:

Seja o que for que tenha acontecido, pode confiar em mim, afinal, essa noite você dormiu em meus braços!

Ele a abraçou e Rachel, calada, apenas pensava:

“O que você faria se soubesse que não houve nada entre nós essa noite?! Você não merece que eu minta para você, mas, ao mesmo tempo, eu preciso! Não tenho mais ninguém! Você tem que ficar comigo, David!”

Você tem que ficar comigo!

– O quê você disse, Rachel?!

– Hã?! Não... Nada! Só pensei alto!

– Eu ouvi... E quero ficar com você! Eu sempre estarei com você... Rosie!

Rachel o olhava, mas ficava confusa com suas palavras.

“Será que ele me ama?... Será que gosta tanto assim de mim?...” Eram as dúvidas que mais se passavam pela sua cabeça naquele momento.

_

David conseguiu dar um jeito de tirar o carro de lá com a ajuda de uns homens que iam passando pela estrada. Eram uns caipiras que iam para o interior e por sorte David os viu passar e eles aceitaram ajudar. Com o carro de volta a estrada, David e Rachel seguiram de volta para casa. Demoraram algumas horas para chegar, pois, o carro estava em péssimo estado. Durante todo o caminho, Rachel ficou calada, não falava quase nada com David. Ele, obviamente, notou o quanto ela estava estranha, mas tinha receio de perguntar alguma coisa. Se havia acontecido algo entre eles, como ele suspeitava, poderia significar o fim da amizade, o que ele não queria. Chegando em casa, David tomou coragem e perguntou mais uma vez:

Rachel, o que houve entre nós?!

– Você não lembra mesmo?!

– Desculpa... Não! Eu não consigo lembrar!

– É melhor assim, David! Esquece isso! Não houve nada!

– Não... Houve sim! Alguma coisa aconteceu naquele carro e eu quero saber! Você não vê Rosie, o quanto eu te quero?!

Rachel parou na porta de casa. De costas para ele, perguntou:

O quanto você me quer?

Chegando perto dela, virando-a, David disse:

Te quero mais do que você imagina!

Ele a beijou e ela sentia que ficar com ele poderia significar muito mais que uma vingança contra Adam, poderia significar sua felicidade. David era bom com ela, gostava dela, e, poderia ser a pessoa que ela sempre esperou: a pessoa que poderia fazê-la feliz e, talvez, amá-la verdadeiramente.


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Notas finais do capítulo

...Continua...



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