Olivia chegou exausta ao apartamento, a exatidão não era apenas física como mental, já se faziam 3 semanas e tinham sido 3 vitimas...3 crianças. E não era só isso que a atormentava... Sua vontade de se afastar de tudo e todos só aumentava.

–Ei, pensei que só chegaria mais tarde...

–Ei Bri...resolvi vim pra casa mais cedo, estou morta de cansaço.

Ele deu um selinho nela, enquanto tirava a parte de cima da roupa.

–Uma massagem?

–Não Bri...

Ele sentou-se e colocou a cabeça dela em seu colo.

–Tá tudo bem Liv?

–Sim...só um caso complicado.

–Percebi...não esta te fazendo bem esse caso.

–É difícil...são crianças...como alguém tem coragem de fazer mal a uma criança?

–Eu sei...não é fácil isso. Crianças não deveriam sofrer...mas não fique assim, eu sei que você fará justiça por todos eles...-ela fechou os olhos e inspirou o ar.

–Bri...eu vou pra cobertura...

–Certo.

Ela levantou do colo dele, pegou uma das chaves e saiu, sem falar mais nada, sem uma troca de olhar.

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A noite em Manhattan estava fechada, ventava e o céu estava negro, sem uma estrela. Os olhos do homem se igualava aquele céu, já não tinha mais aquele brilho, sua vida já não era a mesma, estava vazia...faltava peças...

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Estava frio, mas nada era tão mais frio que o coração daquela mulher, que olhava pro céu de Manhattan...seus olhos? Sem vida, sem brilho. Se ela também estava incompleta? Sim...perdeu o que mais lutou em toda vida, o que lhe foi negado e renegado. As lagrimas escorriam pelo rosto, maldito Novembro, que chega com toda bagagem que ela ignorou pelo resto do ano, o sorriso em seu rosto, era apenas mais uma mascara...

–Eu fiz nhoque..

.-Brian falou todo sorridente ao ver a mulher entrando no apartamento.

–Não estou com fome...boa noite.

Olivia passou mais rápido que qualquer outra coisa, seguiu pro quarto e se trancou no banheiro... Brian viu que algo estava errado ali...muito errado. Mas ela não lhe dava espaço... Olivia saiu do banho e se assustou ao ver Brian a fitando. Fingiu que nem o viu e começou a se vestir, mas antes que ela pudesse se deitar, ele a puxou pelo braço.

–Pare de fugir de mim...confia em mim.

–Eu confio.

ela falou sem entender o que o homem estava falando.

–Quer conversar?

Ela negou com a cabeça e ele a abraçou, algum tempo depois as lagrimas voltaram a escorrer. Ele afagou as costas dela e a abraçou mais apertado.

–Esta tudo bem...eu só preciso saber o que acontece...pra que eu possa te ajudar.

–Não Brian...ninguém pode me ajudar...por favor.para de perguntar.

–Desculpa...quando quiser me contar, estarei aqui.

–Quero dormir...

–Vou me deitar junto com você...

–Não precisa.

–Eu quero Olivia...

–Eu quero ficar sozinha. Ele nao desistiu e se deitou ao lado dela que logo ficou de costas pra ele.

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A criança tinha os olhos perdido, o coração despedaçado...e tudo isso com apenas dois aninhos. Seus pais? Nunca conheceu, sua vida era ficar sendo jogada de mão em mão, dormindo na rua, vendo as atrocidades do mundo...tão pequena e tão sofrida. Seu nome? Anne, dado por aqueles que já "cuidaram" dela, suas primeiras palavras? Inexistente.

–Anda. Ou você quer morrer de frio?-a pequena olhou pro homem, os olhinhos demonstrava o pavor que estava sentido.

–Vou-lhe deixar na casa de um amigo.-o pânico da menina? Foi imediato. Ela segurou a mão do homem e implorou pra que ele não fizesse aquilo.

–Eu não posso ficar com você...se a policia me pega, eu vou preso.

Os dois continuaram a andar pelas ruas escuras de Manhattan, quando uma atrocidade aconteceu...três homens vieram em cima de Juan, o deixando pra morrer na rua...a menina? Correu, se escondendo.