Odd's in your favour escrita por MyG


Capítulo 4
"Os Tordos"


Notas iniciais do capítulo

Não vou nem me desculpar pela demora. Mas vou sim trazer mudanças e noticias boas... Ja estou com mais ou menos 10 capitulos ja prontos alem desse :D Estou com tempo para escrever e fazer voces felizes, então é certo que semanalmente nos veremos e a fic sera atualizada regularmente agora
Boa Leitura.



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Minha pulsação acelera, engulo seco varias vezes e não acredito no que meus olhos veem. Ela, ali, intacta.

Não esta morta.

Não esta assassinada.

Minha mãe, em carne e osso, na minha frente.

– Clove. – Ela diz e todos param.

Não sei explicar se os demais presentes no local estão em choque por me ver, ou por nós duas estarmos no mesmo local, ou ainda por saberem (ainda que vagamente) de meu relacionamento com ela.

– Mamãe. – Digo ficando rígida em sua frente. A postura de um soldado eu diria. – Achei que estava morta.

– Achei que você ficaria mais feliz em me ver. – Ela retruca.

– Nossa... Isso seria tão obvio! Ficar feliz em ver quem me abandonou para a morte anos atrás? Seria muito normal não?

– Eu não estava bem! Seu pai tinha morrido e eu estava em choque! – Ela fala com uma voz agoniada começando a caminhar em minha direção.

– Me poupe disso também, mamãe. - Falo com certo nojo na voz e viro as costas, não me preocupo em ficar ali muito mais tempo, aquele sentimento de nada que eu tinha em relação a minha mãe, se transformou em um ódio repentino e eu alego que soa doentio, porém, eu preferia realmente que ela estivesse morta.

Caminho de volta até a sala de comando, mas passo reto, em direção ao meu dormitório.

É sufocante ficar aqui, porém, é o lugar menos óbvio para eles procurar, em vista de que todas as outras vezes estive em qualquer lugar, menos aqui.

Deito-me na cama, e sinto o aperto da solidão me invadir.

Será que a essa altura das coisas, seria muito pedir pelas palavras reconfortantes de Ethan? Pelos braços de Cato? Pelas piadas idiotas de Brutus? Eu creio que sim.

Lembro das noites, nas duas arenas.

Em ambas eu me sentia tão segura, apesar de estar onde estava.

Eu tenho sentimentos confusos em relação a Cato e Ethan. Eu realmente não sei distinguir o que sinto por ambos.

Seria gratidão? Culpa? Eu não sei.

E agora aqui sozinha outra pergunta me ronda: Por que mentiram sobre a morte de minha mãe?

Com o passar das horas concluí que eu estava (estou) muito abalada com tudo. Os mais próximos compreendem minha “relação” ou a falta dela com minha mãe, e visto as atuais condições, realmente não seria a atitude mais esperta da parte deles.

Durante as horas seguintes, Katniss aparece aqui me chamando para o almoço.

Eu não fui. Não estava com fome.

Mais tarde ainda apareceu me mostrando nosso “traje” (uma roupa especial feita por seu estilista quando ainda estava vivo), desenhada especialmente para nós duas, os tordos.

Eu fingi estar animada, projetei um pequeno sorriso em meu rosto, mas Katniss não é exatamente o tipo bobo e claro que percebeu que eu não estava bem, mas não se pronunciou sobre o assunto.

Ela falou também sobre o choque que foi encontrar sua equipe de preparação, seminus, sujos e maltratados em uma sela aqui no subsolo do distrito 13.

Contou como foi caçar novamente... Eu fico feliz por Katniss ter algo para fazer, apenas não consigo expressar isso.

Depois que ela saiu, dormi o resto do tempo que me sobrou, e as 18:00 horas, Enobaria veio me chamar.

Ela disse que uma assembleia foi anunciada no almoço ainda, e todos devem estar presentes.

Chego ao enorme “Coletivo”, uma sala gigantesca que suporta facilmente as milhares de pessoas que chegam.

Fico em um canto, imóvel, não acho Katniss no meio da multidão e me sinto mais deslocada do que nunca.

Coin começa seu discurso, falando que aceitamos ser seus tordos, mas que em troca pedimos perdão aos demais vitoriosos vivos.

Isso é o que Katniss deve ter falado depois que eu sai da sala de comando. Garota esperta.

O que se prossegue é Coin falando sobre algo que duvido muito que Katniss saiba, em resumo... Se eu ou Katniss pisar fora da linha da causa rebelde, todos morrem.

Engulo em seco e respiro fundo.

Como sinto falta do distrito dois.

Lá eu era uma peça dos jogos, uma peça determinante, audaciosa, voraz.

Eu tinha a escolha, eu queria aquilo.

Queria treinar, queria ir para os jogos, queria matar e queria vencer a qualquer custo.

Foi algo que escolhi.

Ser o tordo também foi uma escolha única, eu sei.

Mas se eu não aceitasse o que aconteceria? Eu seria acorrentada como a equipe de preparação de Katniss? Talvez virasse um soldado... Ou ainda seria morta.

Todas as opções me parecem bem ruins.

Como tordo, ao menos conseguirei proteger Cato, Ethan e Brutus.

Eu apenas preciso seguir as regras.

Eu treinei anos sobre um controle rígido. Isso não é realmente uma novidade para mim. Mas, depois de tudo que já passei nas duas arenas, isso parece mais complicado para mim agora.

Caminho novamente para meu dormitório e o encontro como o deixei...

Um pedaço de buraco frio, sem vida, que exala solidão.

Desde quando me tornei isso que sou? Desde quando um buraco frio me deixa solitária? Eu vivi um pedaço de minha infância e adolescência em uma casa sozinha.

Deve ser uma das consequências de ir duas vezes para a arena.

Você nunca estava sozinha.

Sempre tinha sua equipe, ou Ethan, ou Cato, ou Brutus...

– Clove? – Ergo a cabeça e Enobaria adentra o cômodo. – Estou preocupada.

Nossa... Enobaria sempre tão direta.

– Por quê?

– Por quê? – Ela repete e estreita os olhos. – Olhe só para você. Olhe onde você esta e o que esta passando. Você nem consegue ficar em uma reunião completa sem ao menos surtar.

– Eu estou bem. – Nossa essa foi a pior coisa que eu poderia falar. Não engano nem a mim mesma imagina a Enobaria?

– Mentira Clove, pelo amor de deus você não acha que eu iria realmente acreditar nisso não é? – Ela faz uma pausa. – Soube que se encontrou com sua mãe.

– Não quero falar sobre isso.

– Queria te explicar o porquê de não termos contado a você que ela estava viva.

– Não me importa. Ela não foi exatamente uma mãe para mim e você sabe disso melhor do que ninguém Enobaria.

– Mesmo assim Clove...

– Chega. – Vocífero agora com mais raiva. – Tem mais alguma coisa para me falar que não inclua o assunto mãe?

– Amanha você e a Katniss começaram a se preparar para as câmeras.

– Ok. Mais algo?

– Não.

– Então eu quero ficar sozinha.

– Como quiser. – Enobaria murmura e então começa a sair, já na porta ela para e olha para mim, me encarrando, - E Clove, não se esqueça de quem você é.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei... A Clove parece meio desumana com a mãe dela, mas vamos combinar que a mae dela não é nenhuma santa.
Eu quero dedicar esse capitulo em especial para a Paula Muniz... Serio ela é muito diva! Ela leu as duas primeiras temporadas em questão de horas, e comentou praticamente todos os capitulos! Eu acho que nao me sentia tão feliz em dias... Muito obrigada Paula :D
Vejo voces nos reviews.