Odd's in your favour escrita por MyG


Capítulo 11
O Preço


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, voltei! Espero que gostem! Está cada vez mais perto de revermos o Cato *-* Boa Leitura!



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Quando finalmente consigo falar sobre o ataque, Coin não parece desesperada. Na verdade, ela parece mais calma que nunca, dando ordens para nos tirar daqui e falando sobre posicionar os radares. Saímos da sala de comando, as sirenes soam mais altas aqui, Boggs guia eu, Finnick e Katniss ate chegarmos a um fluxo de pessoas que se encaminham apenas para baixo.

Ninguém grita ou tenta empurrar, todos caminham ordenadamente para baixo, em perfeita sintonia. Isso nunca aconteceria em outros locais, no mínimo as pessoas surtariam, eu mesma surtaria, já estou surtando.

Quanto mais descemos, menos do som estridente da sirene é ouvida. Ao chegar em uma enorme caverna, Boggs nos indica um scanner, que serve para contabilizar cada pessoa, para garantir que ninguém se desencaminhou.

A caverna é gigante. Nela existem beliches de dormir talhadas na direita, banheiros, cozinha, posto de primeiros socorros... Sem duvidas esse lugar foi totalmente planejado para casos de ataque, um ataque bem prolongado, o que faz apenas o meu panico crescer.

Boggs fala para irmos a área que corresponde a nossos quartos.

Vou até meu compartimento, na área demarcada pela letra C.

O espaço é composto por um quadrado de doze-por-doze pés de piso de pedra delimitada por linhas pintadas. Presos na parede estão dois beliches (no meu caso um ficará vazio), e um espaço de um cubo ao nível do solo para o armazenamento. Em um pedaço de papel branco, revestido de plástico transparente, lê-se PROTOCOLO DO ABRIGO.

1. Certifique-se de todos os membros de seu compartimento foram contabilizados.

Bom, eu sou a única de meu compartimento, então confere.

2. Vá para a Estação de Abastecimento e garanta um pacote para cada membro do seu compartimento. Prepare sua sala de Convivência. Retorne o(s) pacote(s).

Eu ando ate o local do abastecimento e pego apenas um pacote para mim. Volto até meu espaço e vejo o que tem dentro do pacote: um colchão fino, roupa de cama, dois conjuntos de roupa cinza, uma escova de dentes, um pente e uma lanterna.

3. Aguarde novas instruções.

Eu arrumo meu colchão, e deito-me nele. Não tenho mais nada a fazer se não esperar.

Em pouco tempo o local fica cheio.

O tempo passa e eu fico impaciente. Muitas pessoas me observam com curiosidade e eu tento me manter o mais calma possível.

Finalmente a voz de Coin irrompe nos alto falantes nos dando parabéns pela evacuação exemplar e dizendo que isso não era um treinamento, afinal, os vitoriosos Peeta e Cato tinham feito uma referencia a um possível ataque ao distrito.

Não consigo contabilizar quantos centésimos de segundos se passam ate a primeira bomba explodir. Em um reflexo, eu olho para cima, esperando ver tudo desabar, mas o abrigo apenas da uma leve estremecida. Me manter calma agora se torna mais difícil. Eu me agarro a roupa de cama com todas as minhas forças, as pessoas me devoram com o olhar e então as luzes se apagam.

Eu não sei se agradeço pelas luzes terem apagado para poder deixar transparecer o pânico que estou sentindo nesse momento em meu rosto, ou se a amaldiçoo pois na escuridão total, meu pânico consegue aumentar ainda mais.

Lembro de uma vez ter entrado na Noz do distrito dois. Eu me senti claustrofóbica e muito mal, não consegui ficar mais que vinte minutos lá sem praticamente surtar. Enobaria me tirou de lá aos gritos e prantos, lembro que ficaram um bom tempo rindo de minha cara no centro de treinamento. Depois disso, ela e Brutus ficaram preocupados em me deixar ir aos jogos, pois lá poderia ter algo que deixasse minha claustrofobia a mostra e isso me deixaria vulnerável.

Me agarro com mais força ao lençol, a voz de Coin volta, nos avisando de que as informações de Peeta e Cato estavam corretas, que estávamos devendo uma a eles e que a primeira explosão não foi nuclear, mas foi poderosa. Eles esperam que ocorram mais ataques e que cada um de nós deve ficar em nossa área, a não ser que sejamos avisados do contrario.

Eu me agarro aos cobertores. Eu sufoco meus gritos. Eu fecho meus olhos e os aperto. Eu me sinto mais sozinha que nunca neste lugar frio.

– Clove? – Olho para a luz fraca que vem da lanterna, Enobaria a segura, depois de checar onde eu estou ela a apaga e senta-se ao meu lado na beliche, me abraçando em seguida. Eu não consigo evitar o pânico crescente em mim, o tremor que libero já diz tudo. – Calma. Nada aqui vai cair. Estamos seguras.

– Como pode ter certeza?

– Quando cheguei aqui, me passaram todos os aspectos do alojamento. – Me afasto um pouco dela, porem, continuo segurando sua mão.

– Você não deveria estar aqui.

– E você acha mesmo que eu te deixaria sozinha depois de ter presenciado o seu pânico aquela vez na Noz do distrito dois? – É impossível não largar um sorrisinho nervoso.

– Você fez bem, eu já estava apavorada.

– Eu imaginava isso. – Nós duas paramos por um tempo, escutando a estática leve que saia dos auto falantes. Então me lembro de minha conversa com Coin, eu prometi que falaria com Enobaria, mas eu preciso achar um meio de chegar até o assunto.

– Será que no dois eles me viram no propo?

– Eu acho muito difícil que não.

– Eles devem me achar uma traidora.

– Eu não posso descordar. – Enobaria diz em um tom de pesar. Muito bem Clove, continue nessa linha de pensamento.

– Eu queria poder falar que não sou uma traidora! Eu vi o que a capital faz, eu queria poder falar que eles estão sendo enganados... Que a capital os usa como armas, que desde sempre fomos apenas isso.

– Por que você não grava um propo falando isso? – Enobaria sugere, e bingo! Agora ache as palavras certas e não estrague tudo Clove. A essa altura meu panico sumiu junto com a estática.

– Eles jamais parariam para me ouvir. Eles acham que eu sou a vencedora maluca, que se uniu no final dos jogos com o distrito mais pobre de Panem para não morrer. Eles não me veem como alguém digna de honra, de reconhecimento, eles não me veem como veem... Você! É claro!

– O que é claro Clove?

– Você tem que gravar o propo comigo!

– Clove, você sabe que eu faria tudo para te ajudar, mas isso está fora de cogitação.

– Enobaria por favor! Isso não seria uma ajuda, veja isso como um favor que você me cobraria mais tarde! Nosso povo precisa saber o que a capital fez comigo durante os jogos, eles precisam saber o que está acontecendo com Ethan, com Brutus... – Ao mencionar Brutus, eu sei que terei toda a sua atenção. – E eles vão te ouvir. Você não precisa falar muito, apenas apareça comigo, isso já vai nos fazer ter a atenção deles! Por favor, Enobaria! – Um silencio se espalha depois disso, eu sei que ela está pensando, e estou torcendo muito para ela aceitar isso. Além de ser bom para abrir os olhos do distrito dois, agregaria pontos com Coin, tanto para mim quanto para Katniss.

– Ok. Eu aceito gravar o propo. Mas isso é um favor que será cobrado! Não vou correr o risco de ser considerada uma traidora pelo dois de graça.

– E eu juro que irei cumprir seja lá o que for! Muito obrigado! Muito obrigado mesmo!

Eu abraço Enobaria novamente, me sentindo mais aliviada. Ela é sem duvidas a mãe que nunca tive, e nesse momento só tenho certeza de três coisas:

1. Nós iremos sobrevier.

2.Teremos a atenção do dois.

3. Eu vou fazer, não importa o que for para pagar esse favor para Enobaria. Nem que isso seja a ultima coisa que eu faça em vida. É apenas um preço a se pagar.


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Notas finais do capítulo

E ai? Aprovado? Dentro de tres ou quatro capitulos já teremos o Cato! Ansiosos?



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