Fogo escrita por Evajolie


Capítulo 5
Capítulo 5 – Planos e bebedeira




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– Eu não vou te ajudar com isso. – esbravejou William, com os olhos arregalados. – É suicídio cara.

– Não é não. – retrucou Vinni. – E você vai me ajudar sim!

– Mano... – o falso nerd passou as mãos pelos espessos cabelos negros, bagunçando-os. – Isso é cruel até mesmo para você, e olha que você já jogou uma calcinha suja na branquela. – comentou em voz baixa.

A popularidade do Albers subiu... Ou melhor pulou alguns degraus depois daquela história. E surpreendentemente, as garotas de outras faculdades e universidades mostraram bastante interesse no marrento. Além do mais, ele começou a receber ainda mais a atenção dos calouros e veteranos de algumas fraternidades. Mas ele não nutria o mesmo interesse por coisas do tipo; considerava coisa de gente idiota, e dispensou todos os convites para participar de uma possível seita.

– Cruel é você ficar cinco horas esperando a porra de um reboque. – rebateu, indignado. – Ou fazer uma prova e ser sabotado por uma desgraçada de cabelos loiros! Por culpa daquela estúpida eu reprovei.

– Claro. – William sorriu com ironia. – Foi culpa da Manuela você ter reprovado. – e bebeu mais um gole da coca cola, observando atentamente Vinicius. – Mas então – rapidamente mudou de assunto. – Eu não vou te ajudar. Sou novo demais pra morrer.

O Albers arqueou a sobrancelha. Que tipo de amigo era aquele?

– Te pago cem reais.

– Duzentos.

– Trezentos e vinte. – ofereceu Vinni.

William sorriu com presunção.

– Certo. Eu te ajudo. – o outro comemorou ferozmente. O falso nerd riu. – Mas – acrescentou em tom de aviso. – As coisas tem que ser do meu jeito.

E puseram-se a conversar sem parar, planejando cautelosamente todas as fases daquele plano tão genioso. Por fim, acabaram procurando na internet alguns modelos e algumas frases interessantes. Depois se dirigiram até a biblioteca: a coisa tinha que ser muito bem bolada para não despertar a desconfiança em Manuela.

Passaram a tarde inteira tramando, estudando algumas coisas e discutindo outras. Por volta das oito e meia da noite, ambos foram para a residência da família de William. A casa dele era longe o bastante dos Albers e Lohmann e até mesmo daquela amiguinha fresca de Manuela. Ou seja, estavam completamente seguros para abordarem o assunto de maneira despreocupada.

– Ela vai te matar. – Will disse, entre risadas.

– Não se eu matá-la antes. – Vinni sorriu com desdém. – Agora vamos ver se ela é coca ou fanta.

Embora muitas pessoas usassem essa expressão para descrever os heterossexuais e os homossexuais, a dupla de encrenqueiros usava para descrever as meninas sensíveis e românticas, e as ogras como Manuela.

Ao som de Charlie Brown Jr, eles realizaram o plano mais sórdido da historia. Quer dizer, deram inicio a ele, pois só iriam realizá-lo no dia dos namorados.

Logo após uma noite inteira de planos mirabolantes e perversos, Vinni voltou para sua casa com a cabeça nas nuvens. Talvez ele estivesse indo demais com aquilo, mas que a loirinha merecia...Ah sim, ela merecia. Fechou as cortinas de seu quarto e tomou o cuidado de trancar a porta e a janela. Então retornou para sua cama e tirou de debaixo do colchão o diário lilás. Não tivera tempo de ler devidamente aquele “livro sagrado” como havia carinhosamente apelidado-o.

Abriu o tal caderno, e pusera-se a estudar seu conteúdo com algumas caras e bocas. Aquela garota realmente louca: havia jogado um gato na irmã, perseguido uma galinha e atirado pedra em um ninho de passarinhos. Vinicius não pôde deixar de rir. Em meio ao relato dos acontecimentos, ela colocava uns palavrões bem perturbadores e fortes. Foi lendo página por página, até parar em uma bastante intrigante.

(...)

13/05/2006.

Eu não gosto de escrever em diário, francamente, tem coisa mais estúpida do que isso? Duvido! De qualquer maneira minha terapeuta achou que, fosse melhor pra mim e para todos a minha volta se eu descrevesse meus dias... Vamos lá.

Hoje o Albers me irritou. Não que ele não me irrite todos os malditos dias, mas hoje ele conseguiu se superar. O idiota virou um copão de milshake em mim! E porra, era minha roupa nova. O.K eu to pouco me fudendo pras minhas roupas, mas qual é! Eu tinha um encontro.As vezes eu penso que na vida passada eu vaiei a cruz e, por esse motivo, Jesus resolveu me castigar me fazendo ser vizinha desse pedaço de merda.

Agora tenho que ir, sabe como é, jantar em família. O porco do Pablo está vindo pra cá. Argh.

Ele esboçou um largo sorriso nos lábios.

Folheou mais algumas páginas.

(...)

18/08/2008

Pablo é bonito pra caralho e divertido. Confesso que me arrependo de ter colocado ratos dentro da calça dele e de ter empurrado ele da rampa, mas, bem... Passado é passado. Hoje nós fazemos um ano e seis dias de namoro e, eu to muito feliz. Tipo muito mesmo. Ontem a noite eu perdi minha virgindade com ele. Foi inesquecível. Juro. Ele não colocou pétalas nem nada... Foi em uma cabana, num dia chuvoso e tempestuoso. Foi a primeira vez dele também!

Estou nas nuvens. Ele é tudo o que eu sempre quis em um cara...

Enjoado o suficiente para vomitar sangue, Vinicius foi passando as paginas nervosamente. O sorriso que tinha nos lábios murchou após essa confissão tão...tão... Não tinha palavras para descrever aquilo. Mas obrigou a si próprio a continuar revistando aquele caderno. Podia ter algo profundo a seu respeito, pensou com expectativas.

20/08/2008.

Pablo é um completo imbecil. Mas, ainda sim, eu gosto muito dele. Com toda a certeza estou apaixonada...

Vinni fechou o diário com força. Dali em diante ela só falava nesse tal de Pablo. Ele se recusava a dar continuidade aquela leitura tão entediante. Resolveu, enfim, devolver o diário para sua dona. Já estava mais do que na hora e de qualquer forma, ele já conseguiu o que tanto queria.

–--X---

Depois do drama envolvendo tequilas, vodkas e uma Alicia deprimida, Manuela decidiu que estava mais do que na hora de voltar para casa. Embora obviamente ela preferisse ficar trancada naquele porão do que ouvir um sermão bíblico sobre casamentos e comprometimento com sabe-se lá o que.

Ir para a casa da Alicia estava fora de cogitação; a patricinha estava se sentindo culpada pelos sentimentos e Manuela não sabia o que iria fazer dali em diante. Temia que Vinni a fizesse sofrer. Assim que chegou em casa, a primeira coisa que ela fez foi se jogar no sofá. Estava com a cabeça doendo.

– Ai está você! – Maria surgiu em sua frente,grunhiu, aparentemente aborrecida. Manuela soltou um gemido dengoso e cobriu o rosto com a almofada. – Nós precisamos conversar, criatura!

– Não precisamos não. – respondeu a loira mais velha, completamente sonolenta.

– Precisamos sim. – insistiu Maria, tirando a almofada do rosto da irmã.

Manuela obrigou as pálpebras manterem-se abertas. Estava caindo de tão bêbada e a ultima coisa que desejava no momento, era um confronto dramático com a irmã mais nova. Suspirou fundo, acabando por bocejar.

– Certo. – ela assentiu com a cabeça. – O que foi que aconteceu? – arqueou a sobrancelha, um tanto confusa.

Maria bufou, fitando-a com os olhos em chamas. Quanta cara de pau! Não era possível que a loira fosse assim tão cínica.

– Onde é que está o meu diário, Manuela Luiza Lohmann?!

Ok, por aquela Manu não estava esperando.

– Que diário sua maluca?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gente, eu adoro escrever Fogo e postar! Mas, é desanimador postar dois capítulos e não receber nenhum comentáriozinho que seja :v então, só postarei o próximo se tiver pelo menos um ou dois comentários! Beijos!



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