Pelo escuro escrita por Olavih


Capítulo 14
Coleções dos bons momentos


Notas iniciais do capítulo

Hoje é dia de que?? DE PELO ESCURO ÊÊÊÊHHHH KKKKK. Eu estou empolgada e vocês? Principalmente porque esse é o melhor capítulo da fic (minha opinião). Mas aproveitem. Como eu sempre digo, tempestades estão vindo. Dois beijos e boa leitura.



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—Pode nos dar licença Tobias? — perguntou Ethan delicadamente sem desviar seu olhar do meu. Senti Tobias soltando meu braço e então ele se foi, passando por nós sem olhar para trás.

—O que quer? — perguntei tentando soar indiferente. Chegara a hora de enfrenta-lo. Ethan pareceu desesperado ao responder.

—Eu quero entender. Quero saber o que aconteceu naquela noite que abalou tanto assim nossa amizade. — abri minha boca para falar, mas fui interrompida. — e não me diga que não foi nada, porque eu sei que tem alguma coisa. Então fala Evangeline: o que diabos aconteceu naquela noite? — fiquei em silêncio por alguns minutos. Quando falei minha voz era quase um sussurro.

—Depois do karaokê fomos ao lago. Você tirou menos pontos que eu e por isso eu o assisti tirando a roupa. Você entrou no lago e até nadou um pouco. Quando eu te ofereci a mão para te puxar para fora do lago, você me puxou para dentro. Nós brincamos um pouco na água e... — pensei em dizer. Eu ia dizer. Mas simplesmente não consegui. — e o policial chegou. Um guarda. Nós corremos dele e de seus cães e conseguimos fugir. Entramos no carro e isso era por volta de três da manhã. Eu me lembro de que estava tocando uma música muito boa... This is how we do, era essa. Eu puis metade do meu corpo para fora e cantei para o vento, completamente bêbada. Você nem sequer ligou. Então, eu entrei, nós rimos e eu dormi. Acho que você me pôs na cama. E só.

Ele ficou calado e aproveitei o seu silêncio para continuar:

—Fiquei chateada porque foi algo especial para mim. Nós nos divertimos tanto... — E nos beijamos, acrescentei em pensamento. — que não consigo entender porque você não se lembra. — ele pôs a mão no queixo, e então falou.

—Desculpe-me. Não é que não tenha sido especial, mas é que eu bebi de mais. Pelo que você me falou é óbvio que também foi especial para mim. — ele se aproximou, segurando minha mão e meu coração pulou de alegria. — Entenda algo Evangeline: você é minha melhor amiga. Todos os momentos passados contigo são mais que especiais. Parece clichê, mas você é muito especial para mim. Então não diga que eu esqueci de propósito, porque eu não achei a noite boa o suficiente. E não fique mais sem falar comigo assim, por que... — ele fez uma pausa, fechando os olhos. — eu vou ficar louco se você não voltar a falar comigo de novo.

Beijei sua mão e ele abriu os olhos. Encontramos nossos olhares e a cena do lago voltou a minha memória. E junto dela tantas outras cenas que poderíamos fazer um álbum e chama-lo de coleções dos bons momentos. Naquele momento eu vi que não queria ser só a melhor amiga de Ethan. Não queria mais que ele saísse com ninguém, que ele segurasse a cintura de mais nenhuma garota, que ele olhasse para nenhuma outra garota. Porque foi naquele momento que eu vi o quanto eu estava apaixonada por meu melhor amigo.

Eu poderia ter demonstrado aquela paixão com um beijo. Com palavras, olhares. Mas a única coisa que eu podia e queria fazer era ser tomada por seus braços amorosos e escutar a batida de seu coração, ritmada e tranquila, como se aquela fosse à música da minha vida. Então me joguei para seus braços e quase chorei de felicidade com a corrente de sentimentos que recebi ao ver que ele me apertava forte contra seu peito.

—Senti tanto sua falta. — ele sussurrou com o rosto na curva do meu pescoço. Abracei-o ainda mais forte.

—Eu também. Por favor, não vamos mais brigar.

—Não, nunca mais. — senti seu rosto se retraindo por causa de um sorriso. Sorri também. Era assim que estava acontecendo às coisas. Ele me abraçava, eu o abraçava mais forte. Ele sorria e meu sorriso mostrava todos os dentes. Era como se uma corda invisível nos ligasse, poderosa de mais para que pudesse ser cortada.

***

Uma semana depois. Ethan e eu nos relacionamos bem durante essa semana. Embora eu tivesse que escutar como foi seu encontro com a tal Jaqueline, a garota que havia visto com ele na noite em que fizemos as pazes, por resto estava tudo como era antes. Ele estava mais tranquilo, sempre sorrindo para mim como se o mundo voltasse a ser colorido apenas porque estávamos de boa novamente.

Eu estava deitada no sofá, aproveitando o tempo que tinha antes de ir para o trabalho. Escutando música enquanto olhava para o teto, sem nada para fazer. Então começou a tocar Amnesia – 5 seconds of Summer. Sem me aguentar levantei ficando de pé no sofá e comecei a cantar, como se os móveis fosse minha plateia. O refrão chegou.

Lembro-me do dia em que me disse que estava partindo

Lembro-me da maquiagem escorrendo pelo seu rosto

E os sonhos que você deixou para trás

Você não precisa deles

Como não precisa de cada desejo que já fizemos

Queria que eu pudesse acordar com amnésia

Esquecer as pequenas coisas estúpidas

Como a sensação de adormecer ao seu lado

E as memórias das quais eu nunca consigo escapar

Porque eu não estou nem um pouco bem

Cantava com emoção até que Ethan gritou me sacudindo.

—Evangeline, assim não dá poxa. Não consigo estudar! — ele reclamou. Olhei para ele como uma criança olha quando quer convencer a mãe a comprar doce.

—Mas é 5SOS.

—Mas eu tenho que estudar.

—Mas é amnesia.

—Porém... — seja qual for o argumento que ele ia usar, se interrompeu e mudou o rumo: — é amnesia? — confirmei com um aceno. — por que não falou antes?

—Mas você não me ouviu cantar?

—Do jeito que você canta Evangeline, faz qualquer música parecer nega do suvaco cabeludo. — boquiaberta, o estapeei, mas depois ri.

—Muito bom amigo você é.

—Ah calada e abre um espaço no sofá porque eu vou dividir palco com você. — Ele subiu no sofá, pegou um fone meu e, quando voltamos à música para o início nós começamos a cantar.

Cantamos como se fosse um dueto, embora a música só fosse cantada por uma banda. Mesmo assim alternávamos nos cantores, sempre ficando junto no refrão. Quando a música acabou Ethan e eu sentei no sofá. Logo deitei em seu colo, olhando em seus olhos enquanto ele mexia nos meus cabelos. Finalmente havíamos voltado a ser como antes. Sem paixões, encontros ou ciúmes para nos atrapalhar. Só eu e ele no mundo.

Ou não tão sozinhos assim. Kyra chegou bem na hora, nos flagrando e rindo da cena.

—Que lindos! Dá até uma foto.

—Tem razão Ky. Somos lindos. — disse Ethan para minha surpresa. E vergonha.

—O que estavam fazendo?

—Escutando e cantando amnésia. — respondi. Kyra abriu os olhos maravilhados.

—Minha vez de escolher a música. — ela se aproximou, tirando o fone e escolhendo a música. Logo Shake it of — Taylor Swift foi colocada pra tocar. Levantamo-nos em um pulo e começamos a dançar, livremente. Ethan inventava cada passo mais engraçado que o outro. Ele pegou na mão de Kyra e eles ficaram dançando, como se tivessem ensaiado. Eu subi em cima do sofá, dançando e cantando como uma louca.

Foi um momento muito divertido. Nós nos sentíamos jovens e fortes, e os problemas nem sequer chegavam perto de nós. Não havia pensamentos negativos, e nem dificuldades. Brigas, intervenções, defeitos. Nada. Apenas nosso corpo manifestando a satisfação de dançar. Seguíamos em frente dançando aquela batida viciante, conforme a própria letra dizia. Coisas inevitáveis iriam acontecer. E daí? O que eu realmente quero hoje é dançar.

Quando a música acabou cada um jogou-se onde estava. Eu me deitei no chão rindo como uma louca.

—Minha vez. — anunciou Ethan. Ele mexeu o dedo para lá e para cá na tela do meu celular procurando alguma coisa. Então sorriu meio safado e apertou na música. R u mine — arctic monkeys começou a tocar. Kyra fingiu que o sofá era sua bateria e eu saquei minha guitarra imaginária. Ethan subiu no palco, vulgo sofá, e começou a cantar.

Balançávamo-nos no movimento da música, sentindo aquilo vibrar em nossos ouvidos e comandar as batidas de nossos corações. Porque esse é o efeito da música. Ela entra em nosso corpo e desperta algo em nós, algo escondido ou oculto. Suprimido às vezes. No caso dessa música despertava nossa agressividade. Kyra batia no sofá com alegria como se estivesse fazendo movimentos delicados, em vez de pancadas violentas. A voz de Ethan encaixava perfeitamente na música. E meus dedos tocavam com destreza minha guitarra invisível. Kyra e eu éramos as vozes de fundo. Quando estava mais para o fim, Ethan andou para perto de mim, oferecendo seu microfone para que eu cantasse. Quando a música acabou, joguei minha guitarra para o público igualmente inexistente.

Mesmo arfando peguei meu celular para procurar uma música. Mas não achei que pudesse escolher uma entre tantas, então coloquei no modo aleatório e apertei para a próxima música. Thinking out loud — Ed Sheeran apareceu no letreiro do meu celular. Logo levantei e agarrei Ethan para mim, dançando vagarosamente.

Ele pôs a mão em minha cintura, a outra estava segurando a minha mão no alto. Meu braço apoiava-se em seu ombro e nós começamos a dançar aquela viciante música. A letra invadia meus ouvidos acabando com a carência e adoçando minha alma. Meus lábios cantavam a letra sem som. Ethan me acompanhava, observando o modo como meus olhos brilhavam. Não vi Kyra. Nem sequer via como estávamos dançando. Apenas conseguia ver os olhos castanhos escuros de Ethan e o modo como seus lábios carnudos se moviam ao falar.

Imaginei as cenas descritas na música. Imaginei vivendo-as e sorri. Encostei a cabeça no ombro de Ethan, arrastando meus pés conforme os dele se arrastavam. A voz de Ed tornava o ar mais suave. Ao mesmo tempo em que eu estava zen eu senti inveja. Como seria ter um amor como aquele? Que você desejasse viver a vida toda ao lado daquela pessoa, e nunca sequer se cansasse? Como seria amar como ele amava na música? Talvez eu nunca soubesse. E aquele pensamento me entristeceu. Ethan pareceu sentir e sorriu para mim. E aquilo foi o suficiente para eu perceber que eu já amava como Ed amava. Eu amava Ethan do mesmo jeito que o eu lírico amava aquela mulher. E aquele pensamento me acalmou. Então fechei os olhos e deixei que a música me levasse.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? *-*, espero que sim haha'. Alguém aí gosta de The vamps? Porque eu estou apaixonada, na boa kk. Se não ouvirem ouçaaaa. Comenteeeeem e me animem please :3



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