Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 7
Capítulo 6: A dor insana moldada por linhas da alma


Notas iniciais do capítulo

Yo! I'm back! Essa capítulo tá bem morno na vdd, mas vou postar outro hoje mesmo, ou amanhã, então... neh... espero que gostem :D



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Finn

Não sabia como descrever ao certo o momento. Meu corpo todo doía. Não sentia meu braço direito. Pensamentos atropelavam-se violentamente em minha cabeça, tentando organizar-se. Meus olhos encaravam os de Phoebe, e eu podia ver o brilho neles, não o de paixão, como costumava ser, mas de seriedade

– Princesa? - Perguntei inutilmente, com minha voz vacilante, que deixaria a menção mais parecida com um apelo

– Rainha - Consertou ela, ainda ajoelhada. Possuía um curto sorriso, e apenas ele era necessário para amenizar um pouco minhas dores. Por que ela estava ali? Por que estava de joelhos? Por que eu fiz ela ficar de joelhos? Muitas perguntas, porém poucas respostas - Você está bem?

– Nunca estive melhor - Respondi da boca pra fora. Estava horrível, e sentia um ligeiro cheiro de queimado

– Não minta! Nem que seja de brincadeira Finn! - A preocupação dela me deixava feliz, porém eu podia enxergar claramente que não era uma hesitante, sem nenhum outro tipo de intenção. Me lembrei da promessa que havia feito a ela veio à mim

– Foi mal... hehe, sabe, usar um machado mágico meio que, mexeu com minha mente... desculpe

Ela me analisava de ponta a ponta, assim como Jake fizera, e assim como Jujuba fizera, vendo minha aparência, observando o que mudei; porém ruborizei. Era normal com meu irmão e com Bonnie, mas com ela... eu em sentia estranho, como se faltasse algo em mim

– Mudou... bastante... - Disse ela, me deixando sem ter o que responder

– Vou levar isso como... sei lá... o que isso deveria ser? - Perguntei, e me constrangi, me perguntando o porque de a ter feito

– Leve isso na boa, é que você tá bem diferente. Ei, Canela, vem cá! - Gritou

Tentei me acalmar. Ela já não era minha namorada, apenas uma amiga, a rainha do reino de fogo; porém, tentar buscar os fatos de agora, apenas pioraram meu humor. Tentei esquecer tudo por certo tempo, dar um tempo para minha cabeça. Canela já vinha em nossa direção, e diferente de antes, ele vinha normalmente, se portando como um guerreiro de verdade

– Rainha, Finn - Disse ele, e estranhei ainda mais ver ele formal deste jeito

– Não precisa de toda essa cordialidade cara - Respondi rapidamente - A não ser que a rainha exija...

– Não, eu também falo para ele não ser tão formal, afinal, somos todos amigos aqui - Phoebe estava animada, e com um gesto com os ombros, canela descansou sua postura, revelando que ele realmente era um servo real

– A quanto tempo Finn

– É, faz bastante tempo mesmo... eu acho

– Se acha? - Perguntou Phoebe

– É... é uma historia complicada, agora não é hora pra contar ela - Respondi

– Pois é, acho melhor agora é explicar como não ta sentindo isso aí - Mencionou ele, apontando para meu braço

Estiquei-o, e quase entrei em pânico. Ele estava completamente queimado, quase carbonizado, e senti novamente o cheiro de antes

– É, eu não tava sentindo - E assim que disse, uma dor excruciante, passou a um curto fio de levar minha consciência embora, porém, para meu azar, ela não o fez, me deixando caído no chão, tremendo e arquejando em agonia

A voz de ambos não podia ser ouvida, a dor era maior que qualquer coisa. Minha respiração ofegante fazia com que meus ombros tremessem, minha mente se focava apenas em meu braço, e meu olhos, mesmo arregalados, não podiam ver nada se não um borrão.Cada segundo parecia minuto, e cada minuto parecia hora enquanto a dor durava... porém meu punho parecia se cortar naquele momento, deixando o momento ainda mais temoroso e doloroso

(...)

O lugar estava escuro, se não fosse pela luz esverdeada emanada pelo ser que estava lá. Ele estava quieto, olhando para o horizonte de um lugar de aparência morta, dominado pela escuridão e trevas, porém seus olhos viam além, algo mais ao longe, longe do lugar que estava, e se entretia com isso. Descançando seu queixo sobre a mão, um sorria saia aos poucos conforme a situação esquentava

''Isso daí não é teu não garoto, mas acho que conta né?''

Conforme ele via tudo acontecer, percebia cada coisa que podia ter sido feita, mas não foi, cada movimento realizado pelo ser que controlava o garoto, que fora impedido devido ao corpo ainda limitado do jovem. Analisava cada erro, e pensava em que poderia fazer para se focar nesse erro. Muito mais era possível retirar do machado, mas querer não é poder, e o garoto não conseguiria nem se tentasse

Repentinamente, o ser sentiu uma presença, carregada de maldade e ódio, destrutiva e pura, indo em alta velocidade à lugar nenhum.

''Opa!"

Se levantando rapidamente, ele se pos a correr, indo o mais rápido que podia. Em meio a penumbra, parecia um feixe de luz que irrompia o lugar, e aos poucos, as trevas do lugar começavam a penetrar na luz pura de seu corpo humanóide, que aos poucos ganhava forma. Escuridão envolveu seu corpo, se tornando um sobretudo, e um gorro da mesma cor dele apareceu, e seus olhos passaram a brilhar em dourado, e logo, ao longe no horizonte, podia se ver uma luz. O lugar passava a se iluminar, a escuridão passou a dar lugar a árvores altas, que cobriam o céu e impediam que a luz penetrasse completamente na floresta.

Ele sentia a energia do ser, sentia suas passadas rápidas e pesadas, conseguia localizar exatamente onde ele estava, sentia exatamente onde deveria cortar, sentia a linha passando por sua própria mão, e assim que chegou o momento, a puxou. Um som foi ouvido, um urro de dor e de algo se chocando contra o chão diversas vezes

Passando a caminhar, ele observava calmamente o ser que sentiu, caído: um brutamontes feito de energia maciça. Suas orelhas pontudas de coelho se moviam velozmente para todas as direções, e as garras de suas mãos até se enterravam no solo conforme ele as movia freneticamente. Se colocando entre o ser e o fim da floresta, ele encarou-o e riu. A perna direita inteira do brutamontes havia sido arrancada e desaparecera, e uma energia instável tomava várias formas tentando substituir o membro. Em um movimento repentino, o ser pulou sobre ele, com suas garras prontas para cortar, porém puxando o nada com sua mão direita, o ser foi fatiado em vários pedaços disformes de energia, e logo desapareceu, sem nenhum deles ter encostado na luz

''Lixo, não se ira não?''
Agora, linhas podiam ser vistas em sua mão, e com um puxão nelas, em questão de milisegundos, a energia sumiu, e nenhum vestígio do coelho brutamontes restava

Enquanto vagava de volta para onde estava, algo diferente aconteceu com o ser. Levantando seu punho direito, um símbolo que estava em sua mão começou a brilhar em um tom negro, e chamas negras começaram a saír de lá

''Tch, já vou, não precisa me puxar à força"

As chamas que bruxuleavam, foram aos poucos se intensificando, até possuírem um poder que puxava as próprias trevas do lugar para dentro dela, e o ser também

''Oh, pera aí.....''

Logo, o corpo inteiro dele fora sugado para dentro da marca, deixando o lugar, antes iluminado por seu brilho, completamente penumbral.

Finn

Não sabia muito bem o que havia acontecido quando a marca começou a reagir, apenas que a dor se intesificou e ao mesmo tempo, me deixou mais sensível a essa dor, porém passou rapidamente, deixando com que a única coisa dolorosa na situação fosse a visão de meu braço carbonizado. Canela ajudou-me a levantar, e com todos à volta nos olhando, tanto com confusão e medo, quanto com curiosidade e animação; não sabia nem o que fazer em uma situação como aquela, que começou com a simples missão de pegar um machado, que acabou por me fazer passar por tudo aquilo. Mas não importava na hora, apenas queria aproveitar cada segundo de minha vida sem aquela dor, que provavelmente nunca esquecerei. Apesar de rainha, por Canela ser o único a estar conosco, me perguntei diversas vezes o por que de estarem sozinhos indo pegar o machado

– É uma missão secreta, não quero que corram boatos no reino de chamas que nem eu possa controlar. Além disso, assim que recebi a informação desse machado por canelinha, e estudei mais na biblioteca real, pensei que seria a única capaz de levantar o machado, por ser a legítima rainha de fogo. Mas não foi... e sim você, e isso ainda me deixa mais pensativa sobre o por quê deu não conseguir levanta-lo - Respondeu ela quando perguntei diretamente

– Porque você não é digna... - Brinquei, porém essa ''brincadeira'', vinha de algum lugar, e não do nada, talvez de meu subconsciente, mas só talvez

Assim, andamos até a casa da árvore, onde Jake nos recebeu com preocupação ao ver meu braço, e assim que entramos, começamos a colocar os curativos. De conversas em conversas, entramos no assunto das defesas do reino de fogo, e em como o poder de Phoebe havia crescido e em como o Canela havia se tornado um ótimo guerreiro, o que me fez ver que, se tivessem lutado a sério, teriam me espancado facilmente, mas de alguma forma, não me decepcionei com minha fraqueza como faria antes. E durante conversas sobre políticas de reinos, me lembrei do reino dos vampiros, e de Marceline... ainda não havia falado com ela! Como não fiz!? Assim que terminasse os curativos, iria vê-la... não poderia perder nem mais um dia.

Ao final, o membro carbonizado estava todo enfaixado, e por não poder ver a marca, ficava até um pouco contente, pois cada vez que eu dava uma ''espiada'', ela me dava calafrios. Nos despedindo de ambos, me peguei sentindo a vontade de não deixar princesa de fogo ir, porém conti essa vontade... ela não era mais minha, havia jogado essa chance fora.

Assim que subi para meu quarto, novas roupas estavam estendidas em minha cama. Jake as havia comprado para mim assim como disse durante a conversa. Uma blusa de mangas longas azul com gola, calças de azul escuro, botas militares e um gorro branco com orelhas de urso. Elas couberam bem, e eram confortáveis para qualquer situação em que eu estivesse. Amarrei a bainha de uma de minhas espadas em minha cintura, e me peguei colocando o anel e o tecido em meu braço esquerdo. Fora um movimento automático, como se já estivesse acostumado a isso; peguei uma adaga que estava no canto do quarto, e cortei o tecido, deixando-o cobrir apenas meu pulso, em vez de meu antebraço inteiro, como era antes.

Olhando pela janela, ainda era tarde, perto das quatro horas mais-ou-menos... e o dia se provara morno, com algumas poucas nuvens e sem um sol poderoso, como eu pensei que seria. Desci as escadas, e vi Jake me esperando em frente a porta, vestido com um cachecol e com um óculos de lentes largas no topo de sua cabeça

– Onde vamos? - Perguntou ele

– Ao reino doce. Tenho que mostrar à Jujuba o resultado da missão. Depois, a gente vai na casa da Marcy, ainda não vi ela - Respondi - E se der tempo, ainda podemos convidar ela pra ir num bar

– Beleza então, mas sem perigo, teus ferimentos não vão fechar tão cedo, se mexer demais, vai dar merda

– Tá bom cara - Disse com um sorriso - Bora?

...

Enquanto caminhávamos em direção ao reino, conversávamos sobre as marcas de minha mão e do anel, e sobre Jake ter lido um pouco disso em uns livros que conseguimos em aventuras passadas; acabamos por descobrir que não era nada que fosse me causar algum dano, mas sim um selo, que contia um poder dentro de mim, mas não sabíamos se era um poder arcano ou profano, nem se afetaria eu corpo, mente ou alguma parte sobrenatural... até dizer que é um selo,era apenas uma hipótese

Assim que chegamos, Bonniebel esperava no Hall do castelo. Ao ver meu braço, ela exigiu saber da situação, e até cheguei a enrubescer com sua preocupação; porém, ao terminar a explicação, Jujuba se tornou pensativa. Ao me encaminhar para o laboratório,Jake discutiu com a princesa sobre as linhas negras desenhadas em minha mão direita; se ela sabia de algo, preferiu esconder, o que aparentemente preocupou meu irmão. Após alguns exames com as máquinas, ela se aproximou da maca em que eu estava

– É, isso é bem surpreendente - Disse ela - Está na linha Neo Cortexal Mental, olha só Finn

Me sentei e observei na tela uma imagem, de várias linhas brancas que se cruzavam em um fundo negro

– Assim era você antes deu te mandar pra missão, todas as linhas brancas são as normais, sem nenhum problema nem nada - Continuou - E assim é você agora
Ele mexeu algo no painel que estava em sua mão, e na imagem que via, junto as linhas brancas, se juntaram algumas linhas vermelhas. Elas porém, eram instáveis, e se mexiam e remexiam uma vez ou outra, sem encostar nas brancas

– Tá... Então cê tá me dizendo que, o machado entrou na minha cabeça por vontade própria? - Perguntei

– Não, estou dizendo que você absorveu o machado para dentro de suas linhas NCM, ou seja... ele ta na sua cabeça - Respondeu ela

– Se ele tá na cabeça do Finn, como a gente tira de lá? - Peguntou Jake

– Não dá pra tirar, tá nas linhas NCM, é praticamente impossível até mesmo pra mim fazer algo assim. Mas dá pra fazer o Finn usa-lo, e isso que me impressiona mais, é como se o machado agora fizesse parte dele, então se fizermos uns testes, ele provavelmente vai poder lutar com o machado - Bonnibel fez um gesto para segui-la, e assim fizemos

Durante o caminho, chegamos a uma bifurcação, e quando a princesa passou por um dos caminhos, parei e encarei o outro. Percebendo minha parada, ela se virou

– Que foi Finn? - Perguntou

– Estamos indo fazer os testes para ver se eu consigo usar o machado né?

– Sim... - Respondeu ela

– Não posso agora, foi mal, tenho que ir - E assim que disse, comecei a ''andar rápido'' em direção ao outro caminho, com Jake me acompanhando

– Ei Finn!Volta aqui! Onde você ta indo?! - Gritou ela

– To indo ver a Marceline, agente vê isso amanhã beleza? - Respondi em mesmo tom

– É o que?! Finn, isso é muito irresponsável, algo pode acontecer ou...

– Tá legal, mas a gente vê isso amanha! - Disse interrompendo-a

Os gritos dela por meu nome foram se afastando aos poucos, até eu não conseguir mais ouvi-la. Se fui rude demais, pelo menos me rendeu umas boas risadas. Eu e meu irmão já corríamos, e eu sabia exatamente para onde. Assim que abri as portas do cômoda, a primeira coisa que vi foi o por do sol por uma janela, mais nada, e um sorriso já se abriu em meu rosto, fazendo com que os obstáculos por qual passei para chegar até ela parecessem nada. Chegando a janela, destravei-a e a abri

– Que que você quer fazer abrindo isso Finn... -Perguntou meu irmão

– Vai dar espaço suficiente - Disse para mim mesmo

A janela devia ter uns cinco metros de altura, e largura suficiente para um brutamontes gigante passar. Um jovem e um cão não seriam nada demais

– Jake, vamo pular! - Respondi

– Cê é louco! E tuas feridas?

– Vira um asa delta!

– Pera aí, não é uma boa ideia!

Sabendo que ele não cooperaria, o segurei debaixo dos braços, corri em direção à janela aberta e saltei, o jogando pra cima e me segurando em seus pés. Não podia pensar em nada, senão em fazer isso novamente, e adrenalina do momento me veio do nada enquanto caíamos, com o vento sobre minhas vestes e cabelo


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam? Eu separei esse cap porque, se fosse para colocar ele inteiro, daria mais de 4.000 words, e não quero isso, porque fica até cansativo de ler, então postarei a parte dois o mais cedo possível blz? (se bobiar, hoje mesmo a posto)



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