Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 15
Capítulo 14: Olhos negros


Notas iniciais do capítulo

Yo! Mais um cap, e desta vez, um menor, para ''compensar'' o anterior, que foi grande demais... apesar de que, o feedback de vocês ter mostrado que não foi uma coisa ruim. Enfim, foi mal se ele for pequeno demais, mas grandes dias estão por vir na vida do coitado do Finn



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Finn

Abria meus olhos lentamente. Como uma criança recém-nascida, a luz vinda da janela afetava minha visão, iluminando demais e deixando tal em contraste com tudo. Da luz que vinha em mim, podia-se ver o pó do cômodo, flutuando por aí. Senti-me confortável naquela posição, de pernas cruzadas, apoiando minhas mãos em meus joelhos. O sol esquentava minha pele, que havia passado por um súbito clima gélido, mesmo que mais espiritual do que físico, e eu podia sentir meus cabelos já secos, e em nenhum lugar de meu corpo havia uma sequer gota de suor. Era bom estar ali. Quando tempo eu fiquei no vazio? Senti como se houvesse acordado das horas de sono que havia perdido treinando meu físico

Mas alguma coisa estava diferente

Meus olhos já deveriam se acostumar com o brilho da luz, mas eles não o faziam. Ele continuou ofuscante, apenas parou de ferir meu olhar. Eu ainda estava de frente para o altar. Ergui minha coluna, ajeitando minha posição

– Finn?

A voz de Jake veio de algum lugar atrás de mim. Porém quando virei-me para olha-lo, sua reação foi recuar alguns passos

– Ah Mordomo maldito, tu mandou o Finn e me devolveu um demônio é? – Berrou meu irmão

Minha audição estava sensível, ao ponto do som ter sido acentuado demais para mim

– Jake? Sou eu cara – Retruquei

– Cê não me engana não monstro maldito!

Forcei os músculos de minhas pernas, me levantando vagarosamente

– Fica onde você tá!

Ignorei o aviso dele, me virando e andando lentamente em direção a ele, com os joelhos um tanto dobrados, com as mãos a frente do corpo

– Sou eu cara. Não tá me reconhecendo?

Ele ficou quieto por um momento, me permitindo aproximar a passos mais velozes

Quando cheguei a alguns centímetros dele, encarei seus olhos diretamente

– Sou eu mesmo, viu?

Ele continuou estático, porém algo estava estranho. Olhei para baixo, e vi que sua perna esquerda estava descendo a escada, se esticando

– Car...

Antes que eu pudesse terminar, água voou em meu rosto, fria. Meus cabelos ficaram colados em minha testa, e água escorreu por meu pescoço. O silêncio continuou por alguns segundos

– Finn, é você mesmo!

Fiz uma careta, confuso acima de tudo

– Óbvio que sou eu, o que você achava?

– Como assim cara? Como eu vou saber que é você de verdade com esses olhos aí?

A começo, estranhei a resposta de meu irmão, mas minha mente associou os poucos fatores, e logo me preocupei. Algo em meus olhos... essa claridade... não poderia me dar o luxo de achar que tudo ficaria normal logo depois de sair de um ritual daqueles. Repousei minha mão sobre o ombro de Jake, o movendo para o lado, em um único salto, desci a escada, e andei até o banheiro

Parei. Encarando meu reflexo no espelho, me perguntando o que acontecia

Minha íris, em vez de azul clara, estava negra, e minha pupila estava em forma de fenda, assim como os olhos de Marceline... porém, a única coisa que me fazia diferenciar as duas partes, era o brilho dourado intenso em volta da pupila... esta porém, estava dilatada, não sendo totalmente animalesca a começo...

– Mas que...

Meu irmão chegou ao meu lado. Quase não o pude perceber. Eu não estava nervoso, por incrível que pareça, estava ansioso. Um sorriso brotou no canto de meu rosto

– Finn?

– Ei Jake, vem comigo

Puxei-o pelo braço, ignorando seus protestos e o guiando seu caminho até o final da casa da árvore. Meus olhos estarem daquele jeito, não importava muito para mim, eu apenas sabia de uma coisa: eles me dariam algo. Seja o que fosse, eles me dariam algum tipo de poder, eu sentia isso, e minha estima crescia quanto a tal palpite. Nunca fui de me importar muito com minha aparência, pelo menos não a mínimos detalhes, e se isso fosse melhorar minha situação, não haveria nenhum problema em mantê-los daquele jeito

Assim que abri a porta para o lado de fora, a luz veio à minha visão, e me atordoou a tal nível que quase me cegou; fechei meus olhos e levei minha mão a tais, virando minha cabeça para o lado por puro instinto. A dor de cabeça me veio implacável... maldita luz! Eu gemia e quase me ajoelhara, por conta do branco que estava minha consciência. Uma súbita raiva tomava conta de mim

– Cara, cê tá legal?

Tentei me acalmar, pensar em algo. Imaginei escuridão, queria ela. Senti minha consciência esfriar aos poucos, e mesmo que hesitantemente, virei-me. A luz já não me atrapalhava mais, e eu poderia até comemorar tal fato se não tivesse trazido outro problema junto, estava escuro demais. Jake parecia uma mancha amarela brilhante, mais do que ele sempre era; o chão, a grama, as árvores ao fundo, o céu, estavam todos em um tom tão escuro, que meu corpo em cor azul-claro parecia brilhar, como se emanasse claridade

– Cara... espera um minuto aí

Ainda de olhos abertos, pensei em claridade. Não tanto quanto havia desejado escuridão antes, mas pouco o suficiente. Senti minha visão trabalhando, como uma lente, ajustando-se conforme meu desejo. As cores foram melhorando, e logo, estavam como sempre, apenas com tons um pouco mais escuro do que os originais. Assim estava melhor

– Que maneiro... – Respondi ao vento, sorrindo de canto. Talvez meu irmão estivesse se perguntando sobre a o que eu estaria me referindo, mas ele não entenderia. Era estranho pensar em ter um poder nos olhos, e que esse poder afetasse tanto minha visão em tempo real. Isso porque eu ainda não sabia se estes eram os limites – Jake, vai pra aquele canto ali

Andei alguns metros em meio à grama, a esquerda da porta da casa da árvore, e meu irmão a direita. Tinha que testar. Era apenas isso em que eu pensava, apesar de que, apenas isso tomaria minha atenção, então era melhor descobrir agora, do que me morder de curiosidade depois

– Vamos fazer uma luta. Rápida, sem golpes baixos, casual mesmo, beleza?

– E os teus olhos cara!?

– Então mano, é por isso que vamos fazer uma lutinha, pra ver o que mais eles fazem

Ele estranhou a começo, mas logo desistiu de pensar em algo, e fez como pedi. Estiquei meus braços e pernas, alongando-me

– Ei Jake, quanto tempo eu fiquei dormindo?

– Ah, sei lá cara... uns cinco minutos. Eu achei que ia ficar por algumas horas, mas nem rolou

Rocei minha cabeça. Estranho... tive a impressão de ficar bem mais tempo dentro do vazio. Encarei a marca em minha mão direita, e percebi na hora que a encararia por bem mais tempo do que pensei, principalmente depois de meu medo por percebê-la ter passado

Aproveitaria isso, e veria se o cão ainda lutava

– Bora lá! – Berrei, avançando

Cheguei próximo a ele, e desferi um chute giratório, indo da esquerda pra direita. O movimento não foi veloz o suficiente, e sua resposta foi abaixar. Cruzei meus braços para defender o punho dele, aumentado o suficiente pra acertar meu tronco todo, e fui jogado para longe

Caí de costas para o chão, mas logo me reposicionei, e o vi vindo para mim com um punho maior que o meu próprio tamanho. Porém, algo estranho acontecera, assim como em meu movimento anterior, eu via exatamente um caminho que eu poderia seguir para desviar do golpe.

Corri em sua direção, e em um rolamento desviei do murro, acertando seu estômago com um empurrão que o arremessou alguns metros acima, levantei-me em um salto, e chutei-o lateralmente. Porém, o impacto do chute foi guiado por Jake, esticando seu corpo, e devolvendo-o para mim. Assim como antes, arregalei os olhos, e vi o caminho a ser feito, desferindo um outro chute vertical, acertando seu corpo e o mandando para baixo

Antes de cair, meu irmão esticou seus pés ao chão, amortecendo a queda, e rachando tal. Caí levemente, realizando outro rolamento, e desferindo um soco em meio a seu rosto. Em um giro, ele desviou do golpe e chutou minhas pernas, me deixando de cabeça para baixo

Estiquei uma das mãos ao solo, e empurrei-o para me distanciar. Assim que me posicionei, Jake desferiu-me um ataque tão veloz, que foi quase invisível, e se não fosse pela habilidade concebida por meus olhos, não poderia ter caído em tempo suficiente para escapar. Voltei a mim, e vi seu murro vindo. Minhas pernas não estavam bem posicionadas para pegar impulso, apesar de meus olhos saberem o caminho exato para o desvio. Por puro instinto, olhei de canto para o lado, e falei

– Sôôm

Vi o mundo se tornar borrões, e logo eu podia ver o golpe ir pelo vento. Até meu irmão notar onde eu estava, meu chute horizontal já acertava seu pescoço e o mandava longe, quicando sobre o gramado

– AHÁ! – Provoquei-o

Assim que ele se levantou, ficou incessantemente olhando para os cantos. Procurando por mim? Resmungava da dor conforme punha-se sobre os joelhos, o que me fez questionar se o golpe não havia sido muito forte. Na realidade, dane-se isso, todos os ataques dele haviam sido fortes

– Ei cara, eu tô aqui! – Seu rosto virou-se em minha direção, e boquiaberto, ele se esticou até perto de mim

– Como tu fez isso mano? O que você fez, na real? – Perguntava

Encarei a tatuagem

Teria de descobrir muitas coisas sobre ela ainda, e me sentia tão interessado quanto o forasteiro parecia demonstrar estar naquele momento. Com isso, com certeza provaria meu valor para Phoebe, e...

Bati nos cantos de meu rosto

Não poderia descansar ainda. Só por ter aprendido dois poderes não queria dizer que já estava forte o suficiente. Eu apenas aprendi como escapar, mas não como atacar, então de nada serviria, principalmente para proteção. Teria que aprender. Ainda por cima, o ser avisou-me de que, quando eu entrasse, não haveria mais volta... seja o que significasse, eu teria de tomar certo cuidado a mais

Sorri. Apertei meu punho, fechando meus olhos, e sentindo o poder sair de mim aos poucos. Assim que os abri de novo, Jake abria um largo sorriso, e minha visão já estava completamente normal


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Notas finais do capítulo

Percebi que nunca havia postado uma foto da marca do Finn e-e Foi mal galera, eu recentemente aprendi a como fazer isso, então, acho que devo desculpas. E o que acharam? Legal? Sem graça? :p (qualquer dúvida, a marca fica nas costas da mão direita do Finn)



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