As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 34
Capítulo 34 – De Volta ao Shiro. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina! Primeiramente quero dizer que fiquei muito feliz com as respostas à minhas proposta de capítulos duplos. Garanto que logo mais teremos mais capítulos duplos como os que fiz =) Infelizmente essa semana o capítulo é apenas um, mas justifico pelo fato que estava preocupada com a questão de passar ou não na faculdade, mas tive um ótima notícia: fui aprovada para meu curso!!! É isso aí, povo, PASSEI!!!! rsrsrsr
Não sei se será possível fazer capítulos duplos para semana que vem, mas vou tentar. Basta eu não ter um bloqueio de criatividade como tive essa semana =/
Quero agradecer a todas que comentaram nos capítulos passados: Michi Swan; Laura; Aly; Sharon Apple; Nessa Tasartir, Rafaelle Cupolillo e Jady S2, que comentou pelas primeiras vezes na fic xD Bem-vinda, linda!!!
Bem, sem mais delongas, vou deixar o capítulo de hoje. Está meio light, mas acho que depois do último é preciso dar uma relaxada, não?



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O sol apareceu e Tsukiyo acordou, ou melhor, ainda estava acordada. Não conseguiu pregar os olhos noite passada. Os sentimentos que a perturbavam estavam perdendo a intensidade pouco a pouco, mas ainda estavam lá.

Assim que a manhã despontou, Tsukiyo caminhou até um lago e tentou se lavar. Esfregava as mãos com fervor e mesmo depois de tirar o sangue, não conseguiu parar. Pareciam sujas e era o tipo de sujeira que a água não conseguia limpar.

Distraída, não percebeu a aproximação de Sesshoumaru atrás de si.

— Pare com isso. – apesar das palavras, seu tom não era de comando.

Tsukiyo parou de esfregas as mãos. Sabia que era um gesto inútil, mas depois de começar não havia conseguido parar. Ainda se sentia suja. A jovem olhou para Sesshoumaru. Tinha o rosto impassível, nem mesmo os olhos indicavam sentimentos. Tsukiyo imaginava o que se passava na cabeça do youkai. Qual a imagem que ele formara dela depois daquilo? Não estaria errado se me visse como um monstro. Provavelmente não deseja mais minha companhia... A ideia de deixá-lo a entristeceu e aliviou ao mesmo tempo. Por um lado, não estaria mais com ele e provavelmente nunca mais o veria, mas por outro, não poderia feri-lo de novo.

O youkai se aproximou e sentou-se à beira do lago, ao lado dela. Tsukiyo se surpreendeu com a atitude, mas nada disse. Quem quebrou o silêncio foi o youkai.

— Como está se sentindo?

Tsukiyo não conseguiu conter uma risada abafada e sem humor.

— Como a pior pessoa do mundo. – ela olhou novamente para as mãos. – É só que...

Não adiantava, não havia palavras que descrevessem o que sentia ou pensava.

            – Aquela não era você. – falou convicto o youkai.

            – Não, era sim. E isso é o pior de tudo, querendo ou não, aquilo é uma parte de mim. A pior parte de mim. – disse puxando os joelhos para o peito e os envolvendo com os braços. Seus olhos olhavam para seu próprio reflexo no lago. – Eu vi tudo. Não conseguia controlar meu corpo, mas via claramente tudo que fazia. Vi cada morte, cada vítima. Se você não tivesse me parado, não sei o que aconteceria... Sou mesmo um monstro.

            – A culpa não foi sua. – o tom entre o ríspido e a própria culpa.

            – Mas eu já disse que...

            – Se não conseguia controlar as próprias ações, não pode ser considerada culpada. – cortou Sesshoumaru. – Agora pare de lamentações. Temos que apertar o passo para chegar logo.

            Sesshoumaru se levantou e começou a caminhar. Perplexa, Tsukiyo não sabia o que dizer. O que isso significava?

            – V-você ainda quer que eu o acompanhe? Mesmo depois de tudo o que fiz?!

            O youkai parou um instante e respondeu ainda de costas para ela.

            – O verdadeiro monstro é aquele que mata e não se importa. É aquele assassino que não dá valor à vida e mata simplesmente porque gosta da sensação. – uma leve pausa. – Você viajaria com alguém assim?

            – Eu... – refletiu, tomando como base sua própria situação. – Sesshoumaru, por que pergunta isso?

            – Porque já faz dias que você viaja com um. E se não teve problema com isso, deveria parar de se lamentar de uma vez.  – ele fez uma pausa e continuou. – Enquanto se arrepender e sentir culpa pelo que fez, você não é um monstro. Apensa siga em frente e busque compensar seus pecados.

            Sesshoumaru voltou a andar, deixando uma Tsukiyo perplexa atrás dele. Como pudera esquecer-se do passado dele? Sesshoumaru não era conhecido como youkai coração de gelo atoa. Mas Tsukiyo não conseguia vê-lo como um monstro. Será que ele também não a via como um? Ela não sabia se o que ele dissera era para ela ou para si mesmo, mas sabia que ele estava certo. Ficar remoendo não muda o que fiz. O melhor que posso fazer é superar. Tem alguém que precisa de mim e não descansarei até salvá-lo.

            Com o espírito em pouco mais renovado, Tsukiyo se levantou e correu para alcançar Sesshoumaru. Sem olhar para o youkai, ela falou baixo, quase como um sussurro:

            – Obrigada.

            Sesshoumaru nada disse, sua face se mantinha impassível. Ele suspirou levemente e disse com o tom ríspido e sério que utilizava normalmente.

            – Assim que chegarmos ao shiro, resolverei o que preciso e logo continuaremos a jornada. Portanto, aconselho que descanse lá o máximo possível, porque depois faremos uma viagem direta, sem paradas para descanso.

            – C-continuar a j-jornada?! – Tsukiyo era pura surpresa. – M-mas eu pensei que... Para onde?!

            A jovem se atrapalhara completamente com as palavras, tamanha incredulidade.

            – Para lhe forjar uma nova espada. – respondeu o youkai, o humor inalterado. – Acredito que eu tenho uma dívida a pagar e acredito que essa seja a melhor forma.

            – Dívida?! Achei que estivéssemos quites. – contrariou. – Você não é obrigado a fazer isso, Sesshoumaru. Não me deve nada...

            – Não a meu ver. – retrucou ele. – Pelo que me lembro, você quebrou sua espada ao me... salvar. – a confissão saía com dificuldade. – Para compensar, vou mandar fazer uma nova espada.

            – Mas eu também fui salva por você, mais de uma vez. Então não acho que me deve al...

            – Minha vida vale mais que a sua. – cortou grosso. – Posso salvá-la várias vezes e ainda não pagarei a dívida. Essa é a diferença na importância de nossa existência.

            Tsukiyo sentiu o sangue ferver de raiva, mas ao olhar atentamente para o youkai, relembrou-se de como tudo começou. Ela sorriu discretamente e entrou no jogo dele.

            – Ao que parece, sua arrogância engoliu sua modéstia. Você nunca muda, continua o mesmo convencido de sempre.

            – Eu posso ser convencido, ao contrário de fracos como você.

            – Como é então, Lorde Eu Sou O Melhor, ser salvo pela fraca aqui?

            Tsukiyo riu maliciosa e Sesshoumaru apertou o passo para se adiantar, como sempre fazia quando ela vencia uma discussão. Você nunca muda, Sesshoumaru... Obrigada por continuar o mesmo.

...

            Assim como Sesshoumaru previra no dia anterior, mesmo com a parada da noite e os acontecimentos imprevistos, eles chegaram ao shiro pouco antes do meio-dia. Tsukiyo admirava os portões do local. Eram enormes, pintados em vermelho com detalhes entalhados na madeira. Dois guardas estavam parados em frente, com equipamento completo e uma lança cada.

            Assim que se aproximaram, eles fizeram uma rebuscada mesura a Sesshoumaru. Quase derrubaram as lanças no processo e Tsukiyo se perguntou se era entusiasmo ou medo.

            – Lorde Sesshoumaru, s-seja bem-vindo de volta. – falou um deles com a voz vacilante.

            Tsukiyo percebeu que os guardas lançaram um olhar medroso, quase curioso, em sua direção. Pensou que fossem perguntar algo, mas Sesshoumaru já estava se adiantando e eles correram para abrir o portão para a passagem dos recém-chegados.

Assim que as grandes portas se abriram, Tsukiyo se viu encantada com a quantidade de servos que havia no local. Tudo parecia dinâmico, com pessoas correndo de um lado a outro carregando os mais demasiados tipos de objetos, desde toalhas e roupas sujas até armas das mais varias. Eram tempos de guerra, afinal. Tsukiyo se pegou imaginando a rotina do lugar. Seria sempre assim? Ela nunca estivera num castelo, bem... nunca estivera como convidada, pois se recordava de uma ou duas vezes que invadiu locais assim com os amigos.

A última vez que o fizera era algo que não desejava lembrar...

            À medida que avançavam, a jovem notou diversos olhares em cima de si, a maioria desconfiada ou intrigada. Repentinamente sentiu-se desconfortável e estranha no lugar. O que a chamou de volta a realidade foi Sesshoumaru que falou baixo para que apenas ela escutasse.

            – Evite qualquer conversa com os servos. Nunca se sabe quais realmente são confiáveis e acredito que não queira que outros saibam de sua condição. – Tsukiyo engoliu um seco, relembrando outros que descobriram sobre seu exótico tipo sanguíneo. Não foram experiências das mais alegres. – Para quaisquer perguntas, você é uma hanyou que ficou responsável por espionar o inimigo para mim e acabou me encontrando no caminho de minha jornada. Não pôde partir porque o clã do gelo exigiu suas informações para firmar o acordo.

            Tsukiyo apenas concordou, compreendendo a situação de Sesshoumaru. Até agora não teria problemas com isso, era quase uma verdade distorcida. Bem distorcida.

O youkai deu uma pausa para que ela absorvesse as informações e continuou.

            – Os únicos que saberão a verdade serão meus generais. – vendo a preocupação na face dela, ele completou. – Não se preocupe, nenhum deles lhe fará mal. Apenas os aborde em particular, não quero que mais ninguém saiba nada.

            – Certo. Mas quem são eles?

            Sesshoumaru abriu a boca para responder, mas foi interrompido por um grito choroso. Um pequeno youkai sapo veio correndo na direção dos dois, usava um traje simples marrom e carregava um cajado estranho com duas cabeças.

            – Sssesssshoumaru-ssaamaa!!!

            O pequeno vinha de braços abertos e saltou para abraçar as pernas de seu Lorde, mas foi parado no ar pelo pé de Sesshoumaru. Ele caiu, mas logo se recuperou, fazendo uma longa reverência ao seu mestre. Ainda era possível ver a marca do sapato de Sesshoumaru em seu rosto.

            – Sesshoumaru-sama! Estou tão feliz que voltou são e salvo. Não que eu duvidasse do senhor, eu... – o youkai sapo parou ao olhar para Tsukiyo, espantado. – Rin?! M-mas não pode... Como é possível?! Não espera... não é ela. – falou olhando para as orelhas na jovem.

             Tsukiyo se viu ligeiramente constrangida, não sabia o que dizer ou explicar, muito menos o quanto Sesshoumaru permitiria desse assunto ser revelado. Droga, me esqueci que isso poderia acontecer. Antes que pudesse inventar uma resposta, Sesshoumaru se adiantou.

            – Jaken, marque uma reunião com os generais. – ordenou.

            O pequeno sapo esqueceu-se de Tsukiyo por um momento e se voltou para seu mestre.

            – Sim, meu Lorde. Hiryu-sama chegou ontem e Tsubasa-sama esta manhã. Estamos esperando apenas Lady Arashi. – informou o servo. – Para quando deseja a reunião, Sesshoumaru-sama?

            – Imediatamente. Quando Arashi chegar, encaminhe-a direto para a sala. – terminando a ordem, Sesshoumaru voltou a andar e Tsukiyo pôs-se a segui-lo.

            – Sim, senhor, Sesshoumaru-sama! Imediatamente! – gritava o servo enquanto corria para cumprir com sua função.

            Tsukiyo sentiu pena do pequeno servo, o tal... Jaken? Isso, Jaken! Você trata todos assim, Sesshoumaru? Não é à toa que tem a fama que tem. Quando estava prestes a repreendê-lo, uma voz se adiantou.

            – Acho que você pega muito pesado com o Jaken, Sesshoumaru.

            Um youkai estava encostado na varando um pouco a frente. Tinha cabelos vermelhos e olhos da mesma intensidade rubra. Usava um quimono preto com detalhes em vermelho e dourado. Prendia os longos cabelos num rabo de cavalo improvisado, típico de samurais, deixando parte dos cabelos atrás preso e os da frente soltos.

Ele sorriu e Tsukiyo tinha que admitir: era um belo youkai.

            – Demorou bastante, hein, Sesshoumaru?

            Ele se aproximou ainda ostentando o sorriso e pôs uma das mãos no ombro de Sesshoumaru. Tsukiyo encolheu-se inconsciente, não sabendo qual seria a reação do youkai cão diante do gesto.

Sesshoumaru continuou da mesma forma, inabalável.

            – Tive alguns contratempos. – falou evasivo.

            – Bem, acredito que o clima gélido das montanhas combina bem com você. – provocou o ruivo.

            – Alguém tinha que ir, já que você não aguenta uma pequena nevasca. – retrucou Sesshoumaru com um brilho de desafio pulando no olhar. – Para quem se diz quente, seu fogo não suporta uma pequena escalada pelas montanhas.

            O youkai de cabelos vermelhos alargou o sorriso, apreciando o jogo de Sesshoumaru. Por um instante, Tsukiyo imaginou se ela fazia o mesmo com o Dai-youkai. Era estranho pensar que mais alguém desafiava Sesshoumaru dessa forma. Tsukiyo definiu que havia duas opções: ou eram grandes amigos ou grandes rivais.

Talvez um pouco dos dois...

De repente, o youkai a olhou surpreso, como se só tivesse notado sua presença agora. Em seguida, sua face se tornou séria e ele encarou Sesshoumaru. O youkai cão sustentou seu olhar e ambos travaram uma batalha silenciosa, que fez Tsukiyo desejar ler mentes para saber o que estavam discutindo.

            O ruivo desviou calmamente o olhar, como que deixando o assunto de lado por hora, e se voltou para Tsukiyo.

Ele se aproximou e cordialmente fez uma rápida e descontraída mesura.

            – É um prazer conhecê-la. Meu nome é Hiryu, sou líder do clã dos youkai dragões e um dos generais de Sesshoumaru.

            Ela relaxou um pouco ao saber que ele era uma das pessoas que não precisava mentir. De certa forma, a maneira descontraída dele a fez se sentir mais à vontade.

Ele não lhe lançava olhares incriminadores como os outros.

— Eu sou Tsukiyo, muito prazer.

Agora foi a vez dela fazer a mesura. O youkai voltou a sorrir:

— Seja bem-vinda. Espero que logo eu tenha o prazer de saber mais sobre você. – Tsukiyo não pôde deixar de notar o olhar que ele enviou a Sesshoumaru, que respondeu com a mesma intensidade. – Imagino que depois de passar um tempo na companhia desse aqui seria um alívio conversar com alguém que não seja rabugento. – brincou.

— Você nem imagina... – concordou ela entrando na brincadeira.

Sesshoumaru fuzilara ambos com o olhar e pôs-se a andar. Tsukiyo e Hiryu se entreolharam e reviravam os olhos diante da atitude previsível de Sesshoumaru. Já eram quase cúmplices em irritar Sesshoumaru.

Em seguida, ambos se adiantaram para alcançá-lo.

— Como estava a situação no sul, Hiryu? – questionou Sesshoumaru, fazendo Hiryu tornar-se sério.

— Para falar a verdade, estranha. Eles realmente recuaram e fizeram apenas pequenos ataques de abate, não partiram para nenhuma batalha direta. Exatamente como Suiryu previra.

— Já o contatou sobre isso?

— Não, ele está trancado naquele escritório desde que você saiu. Você sobrecarregou o coitado. Só sai para extrema urgência. Até recusou meu convite para aproveitar um bom saque noite passada. – falou Hiryu desanimado.

— Ao menos ele tem consciência de seus deveres. – respondeu Sesshoumaru sarcástico.

— Ele é muito sério, isso sim. – retrucou Hiryu. – Além do mais, eu ia esperar a próxima reunião para informar isso.

Tsukiyo escutava tudo com interesse, tentando encaixar os fatos e assimilar os nomes com o que sabia. Sesshoumaru parou um instante e olhou para Hiryu.

— Onde está Arashi? Não devia estar com ela?

Repentinamente Hiryu pareceu desconfortável. Com uma das mãos na nuca e outra fazendo gestos exagerados, ele respondeu:

— Ahn, veja bem... Eu, err, sabe como é: precisei voltar e...

— Você não a esperou para voltar, não foi? – concluiu Sesshoumaru de forma cética

— Err, eu não diria que não esperei, eu só...

— Ela vai matá-lo. Sabe disso, não sabe? – o Dai-youkai parecia entediado, mas tinha um brilho divertido no olhar.

— Ah, ela vai me perdoar. – falou o ruivo com um gesto de dispensa. – Ela não é do tipo que...

— HIRYU!!!

Tsukiyo só teve tempo de ver um pé atingir o ruivo com toda a força e arremessá-lo para longe. Se Sesshoumaru não tivesse puxado a jovem pelos ombros alguns centímetros para trás, Tsukiyo teria sido carregada junto. Hiryu tombou com as costas no chão segurando o estômago.

Uma mulher vestida com armadura completa estava de frente para ele, com ambas as mãos na cintura.

— Maldito! Como pôde sair de fininho e me deixa naquele acampamento de merda, seu idiota?! – a mulher tinha os olhos em chamas e o punho fechado apontando para o ruivo.

— Arashi! Que surpresa... Eu, err... foi uma emergência. – Hiryu olhou para Sesshoumaru buscando ajuda. – Não foi, Sesshoumaru? Diz para ela...

Tsukiyo estava impressionada. Então, essa é Arashi, de quem falaram mais cedo. Era linda... tinha cabelos loiros longos e um corpo bem delineado. Usava uma armadura dourada completa e a face era pura fúria. Mas ao contrário dela, Sesshoumaru não parecia surpreso.

— Arashi, acabe com isso logo. Temos uma reunião para tratar. – falou Sesshoumaru ignorando a súplica do amigo.

— Pode deixar, vai ser rapidinho. – falou a mulher estiando um chicote que tirou do cinto, olhando assassina para Hiryu.

— Sesshoumaru! Você tinha que... – começou o ruivo.

— Eu avisei. – disse Sesshoumaru virando de costas e acenando para o amigo, puxando Tsukiyo consigo.

Tsukiyo não olhou para trás, mas pelos sons e gritos, sentiu pena de Hiryu. Ao que parecia, Arashi não era do tipo que perdoava facilmente.

Percebendo sua preocupação, Sesshoumaru falou:

            – Não é a primeira vez que acontece e também não será a última. Era para ambos retornarem juntos hoje, mas ao que parece, Hiryu veio mais cedo sem avisar Arashi. E ela não gosta de ser deixada para trás.

            – Se está dizendo...

Assim que viraram a esquina, deram de cara com outro youkai. Tsukiyo já nem se surpreendeu ao saber que era mais um dos generais de Sesshoumaru.

            – Sesshoumaru, está de volta. – falou o youkai fazendo uma cordial mesura. – E quem seria esta bela dama?

            Tsukiyo corou por um instante. Era um belo youkai de olhos tão azuis quanto o céu de verão. Os cabelos longos brancos se destacavam com duas mexas marrons na frente. Usava um quimono marrom com detalhes amarelos e vermelhos. Antes que a jovem pudesse responder, Sesshoumaru se adiantou.

            – Tsubasa, esta é Tsukiyo. Explicarei tudo na reunião. – seu tom era sério e despreocupado ao mesmo tempo.

            – Que assim seja. – ele sorriu e os cumprimentou com um aceno. – Se me dão licença, preciso salvar o Hiryu de Arashi.

            Ele deu uma piscadela para os dois e saiu andando na direção dos outros dois generais. Tsukiyo ficou espantada com a naturalidade com que ele disse aquilo. Ao que parecia, essas brigas não eram muito raras, mas a jovem ficou se perguntando como o youkai conseguiria parar a fúria da loira.

Como se lesse sua mente, Sesshoumaru falou:

            –Tsubasa é capaz de fazer Arashi se acalmar, ele já está acostumado a parar as brigas entre os dois. – de soslaio, Tsukiyo pode ver o indício de um sorriso malicioso se formando no youkai. – Mas Hiryu deu sorte de ter uma reunião agora, senão nem mesmo Tsubasa iria se preocupar em separar a briga.

            – Todos seus generais são espontâneos assim? Parecem o contrário de você. Eles são tão transparentes...

            – Nem todos. – retrucou Sesshoumaru. – E não se deixe enganar muito, eles são mais do que aparentam ser. Nunca questione sua força ou seriedade nos momentos que importam.

            Com isso, Sesshoumaru abriu uma porta e Tsukiyo viu uma mesa longa dentro do cômodo com várias cadeiras em volta. Sentado na ponta contrário à entrada, estava um youkai vestido inteiramente de preto. Havia várias pilhas de papéis em cima da mesa.

No instante em que escutou a porta se abrir, o youkai levantou os olhos e Tsukiyo percebeu que eram verdes, quase azuis. Sério, não tem nenhum youkai feio por aqui?! Perguntou-se espantada com a beleza e elegância do youkai.

            – Bem-vindo de volta, Sesshoumaru. – falou com a voz neutra.

            O youkai olhou de Sesshoumaru para ela, mas a expressão permaneceu imutável. Esse é mais parecido com você, Sesshoumaru, concluiu ela, percebendo, pela postura e ações dele, que estava diante de um youkai racional como Sesshoumaru.

            – Vejo que está tendo bastante trabalho, Suiryu. – falou o Lorde.

            – Feliz agora que voltou e vai me livrar disso. – falou largando a pena e recostando-se na cadeira. Por um instante, ele trocou olhares com Sesshoumaru, da mesma forma que Hiryu havia feito mais cedo e assim como antes, Sesshoumaru logo desviou a atenção.

            – Coloque-me a par de tudo. – ordenou, enquanto sentava-se na cadeira oposta à do youkai. – Vamos começar a reunião.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deu para arrancar algumas risadas? kkk