As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 31
Capítulo 31 – Reunião Familiar. (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina! Vim deixar um capítulo para vocês!!! Esse é bem light, mas espero que gostem, afinal, todas as histórias tem momentos de descontração xD Ah, quero deixar um grande agradecimento a Rafaelle Cupolillo que não apenas comentou pela primeira vez no último capítulo, como também me agraciou com uma linda recomendação *___* Obrigada de coração, mesmo, linda!! :3
Que sirva de lição para os fantasminhas ai ;) kkkk
Ah, se encontrarem algum erro de português me avisem por favor, não deu tempo de revisar... =/



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     Tsukiyo, ajudada por Sesshoumaru, colocou-se de pé, permanecendo escorada na lateral da parede e em Sesshoumaru. Depois das palavras do youkai ela sentia-se leve, como se ao menos parte da culpa a deixasse. Nunca se perdoaria pelo que fez, mas aos poucos o sentimento diminuiria. O sorriso que há muito não demonstrava contemplava o rosto de Tsukiyo e por alguns instantes ela esqueceu-se dos problemas.

Ali, nos braços de Sesshoumaru, contemplando a manhã, o mundo parecia bom.

            – Ah, Sesshoumaru, quem era aquele que estava conversando? – perguntou cheia de curiosidade. A voz ainda fraca pelo esforço.

            Sesshoumaru olhou-a por um instante ponderando o que responder. Quando o youkai abriu a boca para falar, foi interrompido.

            – Aaah! Você não deveria estar de pé! Assim suas feridas vão abrir!

            Tsukiyo se virou e percebeu uma jovem que a olhava com aflição. Parecia ter a mesma idade de Wendy, e parecia igualmente delicada. Tinha cabelos negros e duas orelhas de cão na cabeça. Uma hanyou?, deduziu Tsukiyo. A garota usava um quimono rosa com longas mangas que chegavam a tampar suas mãos. Os olhos eram âmbar, assim como o garoto que conversava antes com Sesshoumaru. Aliás, os dois tinham as mesmas orelhas também.

            A pequena se aproximou e segurou a mão de Tsukiyo.

            – Tio Sesshoumaru, me ajude a colocá-la na cama novamente.

            Tio?! Boquiaberta, Tsukiyo olhou espantada para Sesshoumaru. O youkai tinha os olhos cerrados e as sobrancelhas franzidas. Estava visivelmente irritado e desconfortável. Tsukiyo bem que tentou, mas não pôde conter uma risada. A imagem era cômica, nunca imaginou que alguém o chamaria assim, muito menos da maneira espontânea que a pequena o fez.

            Nervoso com sua reação, Sesshoumaru pegou Tsukiyo nos braços de forma nada delicada, fazendo-a soltar um gemido de dor. Ai! Bem... acho que dessa vez mereci. Apesar do pensamento, o sorriso não desapareceu do rosto de Tsukiyo, que logo se viu deitada no futon novamente.

A pequena sentou-se à sua esquerda e Sesshoumaru à sua direita.

            – Com esses ferimentos não deveria ser capaz nem de permanecer acordada. – falou cruzando os braços. – Deu o maior trabalho cuidar de você, sabia? Francamente, poderia ser menos imprudente.

            Tsukiyo olhou para Sesshoumaru que havia dito a mesma coisa alguns minutos atrás. O youkai a olhava presunçoso, o típico jeito de “eu te avisei”. Tsukiyo fechou a cara pra ele. Mas não deixaria passar tão facilmente.

            – Não se vanglorie, “tio” Sesshoumaru.

Agora foi a vez do youkai ficar de cara fechada para ela, e ela sorrir.

            A pequena notou as provocações de Tsukiyo para com Sesshoumaru e vice-versa. Ela sorriu com a cena e pôs-se a se apresentar.

            – Meu nome é Zakuro. E, depois de ver como lida com ele, – apontou para Sesshoumaru. – só posso dizer que é um prazer conhecê-la.

            Tsukiyo sorriu também e cumprimentou-a. Gostei dela, pensou.

            – Meu nome é Tsukiyo, o prazer é meu.

            Ouviu-se passos vindos do interior da casa.

            – Oh, vejo que já acordou. – disse uma mulher, entrando no cômodo.

            Ela estava usando vestimentas de mikos, tinha os cabelos longos pretos e um terno sorriso. Atrás dela vinha um hanyou, com cabelos brancos e olhos âmbar. Devido à semelhança, Tsukiyo não teve dúvidas. Tratava-se do meio-irmão de Sesshoumaru: Inuyasha. Ela devia estar na casa dele.

Mas se Sesshoumaru não se dava bem com ele, por que a havia trazido aqui?

            – Meu nome é Kagome e este é meu marido, Inuyasha. – falou a mulher apontando o hanyou. – Está se sentindo melhor?

            – Sim, graças a vocês. Obrigada. – Tsukiyo inclinou levemente a cabeça em gratidão

            – Ah, não nos agradeça. Se Sesshoumaru demorasse alguns minutos a mais não haveria nada que pudéssemos fazer.

            Tsukiyo corou por um instante e olhou de soslaio para Sesshoumaru. O youkai mantinha os olhos fechados e aparência indiferente. Ao que parecia, mesmo entre a família ele não se sentia confortável quando o assunto voltava-se para ele.

            – Aiai... – suspirou Zakuro. – Nunca vem nos visitar, e quando vem traz uma humana nos braços a beira da morte. Sabe, tio Sesshoumaru, a maioria dos parentes traz presentes. Como quimonos novos, até armas se preferir...

            Sesshoumaru a fuzilou com o olhar e ela o encarou com a mesma intensidade. Tsukiyo podia jurar que vira faíscas de raivas saltando entre eles. Foi então que Tsukiyo percebeu: a menina a chamou de humana. Imediatamente Tsukiyo levou as mãos à cabeça. Suas orelhas haviam desaparecido. Ela estava em sua forma humana...

            Percebendo a preocupação da jovem, Kagome disse:

            – Ah, não se preocupe. Logo que recuperar suas energias voltará ao normal.

            Tsukiyo não escondeu a surpresa. Seus olhos se arregalaram e ela imediatamente olhou para Sesshoumaru. Teria ele revelado seu segredo? O youkai abriu os olhos e a encarou profundamente. Naquela troca de olhares Tsukiyo o questionava se havia contado algo e o youkai perguntava o quanto ela confiava nele para guardar aquele segredo.

            – Oh, desculpe-me. Não sabia que era um segredo. – confessou a miko percebendo a reação dos dois.

            – Não, Sesshoumaru sabe. – falou Tsukiyo relutante. – É só que... como sabe?

            – Para mim não é muito difícil, estou em constante contato com sangue como o seu. – falou Kagome. – Não sei se percebeu, mas meus filhos são bem parecidos com você: têm sangue youkai, humano e de miko.

            Tsukiyo se recriminou pela estupidez. Inuyasha era hanyou e havia tido filhos com uma miko. Apesar da porcentagem de sangue ser diferente, eles eram iguais. Tal pensamento fez Tsukiyo se alegrar. Algo em seu peito se iluminou.

            Não estava mais sozinha.

            – E não se preocupe, seu segredo estará seguro conosco. – assegurou-lhe Kagome.

            Zakuro que olhava incrédula para a mãe, voltou-se para Tsukiyo e abriu-lhe um sorriso sincero, despido de qualquer emoção que não a mais pura alegria. A menina sentia o mesmo que ela. Estava igualmente feliz de encontrar alguém igual. Para seres como elas era muito difícil se ver encaixado em algum grupo, até mais difícil que hanyous. Eram de tudo um pouco, sem, contudo, pertencerem a nada. Era terrível o sentimento de não pertencer a lugar algum.

Ninguém poderia compreender essa sensação a não ser outros iguais.

            – Ah, estou tão feliz! Nunca pensei que encontraria alguém como eu e Sora. – revelou Zakuro sem deixar o sorriso desaparecer.

            Tsukiyo só pôde sorrir-lhe de volta, assentindo com a cabeça. Antes que pudesse reagir, Zakuro avançou e envolveu-a com os braços. Tsukiyo logo correspondeu, sentindo as lágrimas da menina molharem seu ombro. Lágrimas de felicidade e alívio, que Tsukiyo acolheu sem pestanejar, fechando os olhos para aproveitar aquele pequeno gesto que possuía um significado muito maior para as duas.

            Todo o ambiente adquiriu uma aura pura, mesmo os presentes, que não eram capazes de compreender o quanto aquilo significava para as duas – com exceção Inuyasha – sorriam abertamente ou, no caso de Sesshoumaru, internamente.

Era o tipo de momento que fazia a vida valer a pena apenas para presenciá-lo.

            Zakuro se afastou calmamente, enquanto Tsukiyo limpava delicadamente as lágrimas que escorriam da menor. Uma pontada no abdômen a fez dobrar-se sobre si mesma. Um pouco de sangue manchou as bandagens que a cobriam. Imediatamente ela sentiu a mãos de Sesshoumaru em seu ombro e a aproximação da miko.

            – Não deve se esforçar tanto. – falou a miko enquanto utilizava seus poderes para saturar a ferida.

            – Eu disse que não deveria ter ficado de pé! – falou Zakuro meio preocupada.

            – De pé?! – exclamou Inuyasha. – Não exagere, viu? Kagome e Zakuro trabalharam duro para te salvar.

            – Desculpe-me. – respondeu baixo, constrangida.

            – Tsc. Francamente... – exclamou o hanyou.

            Tsukiyo começou a se constranger quando o silencia caiu sobre o local e percebeu a atenção de todos sobre si. Felizmente, bastou mais alguns minutos para Kagome salvar-lhe da vergonha.

             – Pronto! – falou, limpando o suor da testa com o antebraço. – Agora, vamos trocar as bandagens.

            Kagome e Zakuro começaram a retirar as bandagens que cobriam o abdômen, mantendo apenas as que cobriam os seios. Assim que retiraram completamente as bandagens de baixo a jovem percebeu a extensão dos seus ferimentos. Um corte profundo a rasgava sua pele das costelas esquerdas até o quadril direito. Sentia uma queimação nas costas, bem no centro, por onde a ponta da foice devia ter atravessado. A maior parte estava coberto por um tecido granuloso seco, mas da região central escorriam linhas de sangue, onde o ferimento abrira. Assim que o cheiro de sangue chegou a Tsukiyo, sua visão começou a ficar turva. Inconscientemente, ela agarrou a manga de Sesshoumaru e o puxou para mais perto. O youkai rapidamente compreendeu que havia algo errado e se permitiu aproximar.

Inuyasha também percebera que algo estava errado e assim que as novas bandagens foram colocadas, falou:

            – Kagome, Zakuro, vamos. Ela tem que descansar e nós temos as tarefas diárias para fazer.

            Kagome concordou com o marido e levantou-se, carregando as bandagens sujas consigo.

            – Qualquer coisa é só chamar. Se a dor persistir nos avise. – informou Kagome. – Vamos, Zakuro.

            A jovem tinha certa relutância em sair do lado dela. Não queria se afastar agora que descobrira que tinha mais alguém como ela e o irmão.

Compreendendo a situação, Kagome segurou levemente os ombros da filha.

            – Não se preocupe, querida. Ela não irá a lugar algum. – a fala continha o típico tom maternal de uma mãe que consola o filho. – Mesmo se quisesse, nessas condições não conseguiria.

            Seu mundo parava de rodar lentamente e Tsukiyo conseguiu assentir com a cabeça para tranquilizar a menina. Logo, estavam apenas ela e Sesshoumaru no aposento. Tsukiyo respirava fundo, buscando acalmar-se.

            – O que foi? – perguntou o youkai com um tom imperceptível de preocupação.

            – Eu... o sangue... ah droga! – ela começava a se acalmar, mas tinha dificuldade em explicar. Para sua sorte, Sesshoumaru, perspicaz como sempre, logo compreendeu.

            – Nada vai acontecer. – falou firme.

            Tsukiyo olhou par ele. Estaria confortando-a? Sua face era a mesma de sempre, mas agora Tsukiyo era capaz de enxergar através dela. Havia um pouco de preocupação e uma segurança digna de nota. Ele tentava demonstrar que não permitiria que nada acontecesse a ela. Tsukiyo agradecia, mas acreditava fielmente que, nesse caso, não era ela que precisava ser protegida.

            De qualquer forma, ela sentia-se segura por hora. A sensação havia passado, deixando apenas o cansaço no lugar. Devagar, Tsukiyo deitou-se no futon, apoiando a mão no abdômen para tentar diminuir a dor. Estava exausta. Quando sentiu o sono chegar, fechou os olhos.

            Sentiu a mão de Sesshoumaru sair de seu ombro. O youkai levantava-se e ia em direção à saída. A ideia de se ver sozinha depois do que acabara de acontecer a deixou transtornada.

            –Sesshoumaru... V-você poderia ficar? – perguntou hesitante.

            O Dai-youkai a encarou por alguns instantes. Então voltou e sentou-se ao seu lado, cruzando os braços.

            – Francamente... – suspirou. – Parece uma criança.

            Apesar das palavras de repreensão, seu tom não era agressivo. Tsukiyo sorriu para si mesma. Bem a sua cara falar isso. Ela não se importou. O que realmente a importava era que ele estava ali do lado dela.

E naquele momento, isso bastava...

...

            Quando acordou, Tsukiyo levou alguns instantes para relembrar onde estava, mas logo viu Sesshoumaru recostado na parede ao seu lado. Ela relaxou.

            – Ah, Tsukiyo, você acordou. – exclamou Kagome que passava pelo cômodo carregando um cesto de roupas. Ela colocou o cesto no chão e se aproximou. – Vim ver como estava. Sente-se bem?

            – Estou bem melhor, obrigada. – agradeceu Tsukiyo

            – Isso é ótimo. E realmente você parece melhor.  – a miko sorriu e apontou para o topo da cabeça.

            Confusa, Tsukiyo levou as mãos à própria cabeça e encontrou suas orelhas de gato. Voltei ao normal. Ela sorriu e a miko logo se levantou

— Preciso terminar de lavar isto aqui. – indicou o cesto de roupas que acabara de pegar novamente. – Logo, precisarei refazer seus curativos e avaliar novamente seu ferimento, Tsukiyo.

 Quando Kagome estava prestes a passar pela porta, virou-se para o Dai-youkai ainda sentado próximo a parede.

            – Sesshoumaru, Sora acabou de chegar. Está esperando por você lá fora. – informou.

            Sesshoumaru abriu os olhos e colocou-se de pé, caminhando de volta à saída. Ele desapareceu pela porta e Tsukiyo ponderou quem o esperava e para que. No instante seguinte, Sesshoumaru voltou ao cômodo acompanhado pelo jovem que ela viu mais cedo.

            O rapaz tinha a face tranquila que de alguma forma lembrava a de indiferença de Sesshoumaru. Trazia nos braços algo embrulhado em um pano simples. Assim que entrou, fez uma pequena mesura para Tsukiyo que estranhou a ação. Nunca alguém a havia cumprimentado com tamanho respeito.

            – Meu nome é Sora, prazer em conhecê-la. – falou polido.

            – Ah... m-meu nome é Tsukiyo. – falou ela desconcertada. – Prazer em conhecê-lo.

            Tsukiyo encontrou o olhar de Sesshoumaru e percebeu que ele estava se divertindo com seu desconforto. Imediatamente ela fechou a cara para ele. Se ali não estivesse o educado jovem, ela teria se permitido mostrar a língua para o youkai. Imaginou que tal ação infantil não seria bem vista pelo rapaz, então se limitou a fuzilar Sesshoumaru com o olhar. O Lorde pareceu entreter-se mais.

            O rapaz, que nada percebeu da troca de olhares de Tsukiyo com Sesshoumaru, virou-se para o Dai-youkai.

            – Lorde Sesshoumaru, eu...

            – Soooooraaaaaaa!!!

            O jovem foi interrompido por Zakuro que chegou correndo e pulou em cima dele num abraço descontraído. O jovem corou e tentou afastar a menina. Tsukiyo só conseguiu se divertir com a cena e notou que Sesshoumaru, apesar de não parecer, fazia o mesmo.

Tsukiyo percebeu que assim como Sesshoumaru fazia, o menino dispensava contato físico.

            – Ei, Zakuro! Me larga! – finalmente a jovem o largou.

            – Onii-chan, você sabia que ela é como a gente? – disparou a menina ignorando a reação do rapaz.

            Onii-chan?!  Ah, eles são irmãos. Por isso a semelhança dele com Sesshoumaru! Ele é o tio desses meninos, afinal..., ponderou Tsukiyo. Em algum lugar na sua mente tentava associar a figura de um tio a Sesshoumaru, mas era inconcebível. Optou por imaginá-los apenas parentes e não deixou de notar a diferença do comportamento dos irmãos perante o Lorde. Enquanto a menina era um tanto descontraída, audaciosa para falar a verdade, o jovem era extremamente educado e respeitoso com Sesshoumaru.

            – Sério? – o rapaz voltou sua atenção à Tsukiyo que só conseguiu sorrir-lhe de volta.

            Ele se permitiu um ligeiro sorriso. Não foi tão espontâneo quanto Zakuro, mas igualmente sincero. Pode até parecer com Sesshoumaru, mas não de todo... só é mais reservado, observou Tsukiyo. Parece um menino muito gentil...

            – Sora, não tem algo para mostrar? – interrompeu Sesshoumaru que já estava ao lado de Tsukiyo novamente.

            O rapaz se endireitou imediatamente e sentou-se perto de Tsukiyo lhe estendendo o embrulho. Ela pegou e começou a desembrulhá-lo. O brilho de uma lâmina surgiu atrás do pano e assim que desenrolou por completo, ficou emocionada. Era a espada que seu pai lhe dera. Estava partida em três pedaços e chamuscada pela explosão, mas ainda era ela. Ainda carregava tudo aquilo que representava para Tsukiyo: sua coragem e esperança.

Vê-la quebrada partiu seu coração e trouxe grande preocupação.

            – Sinto muito, quando cheguei ao local a arma encontrava-se quebrada. Espero ter trago todas as partes. – falou Sora, cabisbaixo.

            – Você fez bem. – elogiou discreto Sesshoumaru.

Apesar do tom neutro do youkai, bastaram àquelas palavras para iluminar o semblante do rapaz.

            – Obrigada. – agradeceu Sora com uma leve mesura que Tsukiyo achou graça. É um menino doce e gentil. E guarda grande respeito por Sesshoumaru... ao contrário de um certo alguém, pensou, rindo consigo mesma ao ver Zakuro revirar os olhos para as atitudes do irmão.

            – Se quer saber, acho que está certíssima, Zakuro! – falou uma voz.

Inuyasha estava encostado na porta e olhava divertido para a cena. Ele cruzou os braços e continuou:

— Sora, não precisa fazer isso tudo. Tenha mais orgulho próprio.

            – Cale a boca, Inuyasha. – retrucou Sesshoumaru. – Ao menos alguém nessa família sabe o que é ter respeito.

            – Hmpf. – debochou o hanyou. – Só devemos demonstrar respeito a quem merece. Você não se encaixa nessa categoria.

            – Vejo que continua o mesmo idiota de sempre. – vociferou Sesshoumaru. – Se for mais fraco que alguém o mínimo que poderia fazer é mostrar respeito por essa pessoa.

            – Já que é assim, você que deveria estar mostrando respeito a mim. – retrucou Inuyasha.

            – Não se iluda, hanyou. — Sesshoumaru enfatizou o tom de desprezo na última palavra. – Nem se treinasse por mil anos conseguiria chegar aos meus pés.

            Os presentes apenas observavam a discussão dos dois. Inuyasha mostrava sinais de estar irritado, tinha a testa franzida e um sorriso presunçoso, enquanto Sesshoumaru se mantinha na mesma posição: sentado com os braços cruzados. Pelos seus olhos era possível ver a ira tomando conta.

            Tsukiyo observava aquilo, atônita. Nunca imaginou que alguém pudesse falar assim com Sesshoumaru... bem, ninguém além dela. Zakuro parecia ver tudo com um divertimento evidente, enquanto Sora olhava para a cena horrorizado, sem saber que partido tomar.

            – Quer tirar a prova?! – falou Inuyasha com o punho fechado em direção a Sesshoumaru.

            – Quando quiser, hanyou. — respondeu o Dai-youkai com os dentes cerrados. – Apenas não me culpe se matá-lo sem querer. Não estou acostumado com fracotes como você.

            – Escuta aqui seu...

            – Inuyasha! Osuwari! – gritou Kagome surgindo do interior da casa.

            – Argh! – exclamou ele.

            Para surpresa de Tsukiyo o colar de contas que pendia no pescoço de Inuyasha puxou-o para o chão com tamanha força que ele caiu de cara. Kagome tinha os braços cruzados e batia constantemente o indicador no braço. Sua face demonstrava irritação.

Zakuro se pôs a rir e Sora sustentava um sorriso torto e inconformado. Tsukiyo mantinha-se chocada, sem reação para aquilo.

            – Kagome... porque fez isso?! – questionou Inuyasha.

            – Sério, Inuyasha, não amadureceu nada?! – reclamou Kagome.

            – Hunpf. Vejo que ainda não se livrou da coleira. – falou Sesshoumaru, o tom contendo óbvio desprezo e certo divertimento. – Típico de você, Inuyasha.

            – Sesshoumaru seu...

            – Inuyasha! – repreendeu novamente Kagome.

            O hanyou fez uma cara de medo perante a fúria da mulher e levantou as mãos em sinal de rendição e desculpas. Agora, mesmo Tsukiyo não conseguiu evitar algumas risadas. Era estranho, estava entre pessoas que mal conhecia, mas algo nelas a fazia se sentir bem.

Lembravam-na de seus pais e amigos. Quase se sentiu em casa ali.

— Sora, obrigada por trazer minha...ahn, o que sobrou da minha espada. – falou Tsukiyo triste. – Espero que não tenha dado muito trabalho.

Ele polidamente dispensou o agradecimento.

— O local foi fácil de achar na verdade. – sua expressão se fechou um pouco, quando ele franziu as sobrancelhas. Ele olhou para e jovem e para Sesshoumaru – Não sei o que aconteceu, mas o local estava completamente destruído. Diversas árvores estavam no chão e no centro uma enorme cratera foi aberta. Suas lâminas estavam espalhadas na cratera e... – ele hesitou – Havia uma enorme poça de sangue no centro.

Inconscientemente Tsukiyo levou às mãos ao abdômen. Um arrepio percorreu sua espinha.

— Digamos apenas que não foi a melhor batalha que participei. – tentou desviar o assunto. Ela não queria lembrar as circunstâncias que levaram à batalha e imaginou que o Lorde também não queria.

Felizmente, nenhum dos presentes pareceu querer insistir, em respeito a ela e logo mudaram o assunto.

            Tsukiyo passou o restante do dia conhecendo aquelas pessoas espontâneas e cheias de energia. Zakuro mal deixava os outros falarem, tamanho seu entusiasmo em conhecer Tsukiyo. Sora observava tudo tão quieto quanto Sesshoumaru, mas com a expressão mil vezes mais amigável. Kagome se divertia ao ver a alegria da filha. Inuyasha e Sesshoumaru se limitaram a observar, mas Tsukiyo percebia que toda vez que seus olhos se cruzavam faíscas de desafio pulavam entre eles.

De alguma forma, Tsukiyo sabia que eles nunca chegariam a dar cabo nas ameaças que faziam um ao outro e se divertia pela situação.

Viu-se grata ao perceber que foi capaz de esquecer completamente os problemas que passava, mesmo que por um instante. Internamente desejou poder ficar mais tempo ali.

Bem, mesmo que seja pouco, farei valer a pena...

Seu olhar cruzou o de Sesshoumaru e ela lhe transmitiu seu agradecimento, não apenas porque trazê-la ali salvara sua vida, mas porque sentia que ele a salvara da solidão que há muito a aterrorizava. O youkai pareceu aceitar aquele sentimento. Tsukiyo teve a impressão de ver algo nos olhos dele, talvez fosse apenas seu desejo, mas viu naqueles olhos âmbar penetrantes uma simples frase, que bastou para aquecer sua alma:

Você nunca estará sozinha...

Zakuro e Sora.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do momento descontração? E o que estão achando de Inuyasha e sua família? Por favor, comentem, galera! Nunca é tarde para começar (para aqueles que nunca o fizeram.) Sério, uma linha bastas... =)



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