Bella chegou em casa e encontrou os pais namorando no sofá. A cena foi o suficiente para fazê-la acordar por completo.

—Argh. Gente, por favor.

—Oi filha. - Renée se colocou de pé e arrumou a roupa que estava toda amassada e foi até a filha. – Já chegou? Estava morrendo de saudades.

—Eu vi. – murmurou com ironia. – Oi pai.

—Querida como foi a viagem? Não a ouvimos chegar.

O carro de Bella, uma picape Chevrolet vermelha modelo 1953, fazia um barulho enorme, assim que ela dobrava a esquina todos já sabiam que ela estava chegando.

—É que vim com o Cullen. Meu carro pifou.

—Poderia ter me ligado. – Charlie se levantou e foi até a filha.

—Não quis incomodar. Agora vou subir e deixá-los à vontade.

—Está cedo ainda filha. Vou preparar algo para comer.

—Não precisa mãe. Estou tão cansada que tudo o que quero é um bom banho e dormir.

—As crianças acabaram com você? – balançou a cabeça em afirmação. – Vai se acostumando daqui a pouco vai ter os seus.

—Isso vai demorar e muito mãe. – bocejou e pegou a bolsa que estava no chão. – Boa noite.

—Boa noite filha. – Renée esperou a filha subir as escadas e se virou para o marido. – Onde estávamos?

—Mãe, eu ainda posso ouvir. – Bella gritou antes de bater à porta com força e caiu exausta na cama. Pegou o celular e resolveu mandar uma mensagem para o vizinho.

B: Valeu pela carona. – a resposta veio rápido.

E: Disponha. Mas não se acostume

B: Não reclame, eu vim tão quieta hoje.

E: Vc nem se mexeu. Tive q conferir se estava respirando.

B: Oh q bonitinho, estava preocupado comigo?

E: Vai sonhando. Estava nem aí pra você

B: Sei...

Passaram-se alguns minutos e nenhum dos dois mandou nenhuma mensagem. Até que Bella tomou uma decisão.

B: Vou sair de casa. – Edward engoliu em seco e se levantou da cama.

E: Olha se for por algo que tenha feito...

B: Não é por sua causa. Hoje peguei meus pais no sofá namorando. Cansei dessas coisas, sinto como se estivesse invadindo a privacidade deles.

E: Entendo, às vezes sinto o mesmo. E meus pais vivem jogando indiretas. Está pensando em que?

B: Tem uma casa no final da rua, parece ser boa. Tem espaço pro Jake.

Assim que mandou a mensagem se lembrou que não tinha visto o cachorro.

B: Esqueci-me do Jacob, vou leva-lo para passear.

E: Vou junto. – respondeu rápido e desceu as escadas correndo.

Bella colocou uma roupa mais confortável e desceu a procura do cachorro. Passou rápido pelo corredor, não queria ver ou ouvir os pais. Abriu a porta do quintal e lá estava Jacob dormindo com as patas para cima.

—Ei dorminhoco. – ele acordou num salto e se jogou sobre a dona. – Também estava com saudades. O que acha de um passeio? – ele latiu e começou a rodopiar. – Então vamos. – pegou a coleira e encontrou com Edward na porta. Jake rosnou para ele.

—Ei garoto, calma. Amigo, nada de rosnar.

—Então agora sou amigo? Grande evolução.

—Para que veio Cullen? – começaram a caminhar e como a rua estava deserta, Bella soltou a coleira. Jacob foi trotando na frente dos dois.

— Só queria sair um pouco. Pegar um ar puro. – Andaram em silêncio até que chegaram em frente à casa do final da rua.

—É uma casa bonita, mas vai precisar de uma boa reforma. Faz anos que está abandonada.

—Acho que o dono morreu há uns três anos. Vou procurar pelo responsável e comprá-la.

—Decidida hein.

—Vai fazer o mesmo?

—Não, estou bem com meus pais.

—Pensei que também estivesse incomodado.

—E estou, mas me mudar seria um incomodo maior ainda.

—Você é tão idiota. – o empurrou, mas ele foi rápido e a segurou a puxando para junto dele. Estavam abraçados no meio da calçada.

—E você é tão chata. Senti sua falta. – confidenciou colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

—Eu também. – se inclinou para ele e quando os rostos deles estavam a apenas alguns centímetros de distância, Jacob pulou neles desfazendo a bolha em que estavam. – Jake. – Bella brigou com ele, mas ele a olhava com uma expressão estranha, como se perguntasse o que ela pensava que estava fazendo.

—Acho que é hora de voltar. – murmurou constrangido. Voltaram em silêncio e nem se despediram. Cada um entrou para sua casa sem olhar para trás.

[...]

—Invasão Cullen? – Bella encontrou todos na cozinha tomando café. – Oi tia, tio.

—Oi querida, como foi a viagem?

—Ótima. – deu um beijo nos tios. – Mãe por que não me acordou? – já tinha passado das 10.

—Pensei em te chamar, mas estava dormindo tão bonitinha que resolvi deixar pra lá.

—Aposto que estava dormindo de boca aberta e fazendo uns barulhos engraçados.

—Estava mesmo. Como sabe disso Edward? – todos olharam para ele.

—Só estava brincando, como ia saber como ela dorme? Vocês têm cada ideia. – desconversou se enrolando nas palavras. – O que importa é que enquanto a Bela Adormecida estava roncando, fomos até a escola ver aquela lata velha.

—Não fale assim do meu carro. Trouxeram ele?

—Não filha. Seu carro já era. Sinto muito.

—Como vou fazer agora?

—Edward pode te dar carona. Não é filho? – Esme o cutucou.

—Podemos ir até Portland comprar um novo.

—Obrigado pai, mas não vou ter dinheiro para um novo. Estava pensando em comprar a casa do final da rua.

—Vai nos abandonar bebê? Se for pelo que houve ontem...

—Não mãe. É só que... Acho que está na hora de ter o meu canto e nem vou ir para longe.

—Mesmo assim, não quero que se mude.

—Renée deixa a menina. Se for isso que quer, vou te ajudar filha.

—E você filho? – Carlisle cutucou o filho.

—Vou bem pai. – respondeu comendo mais um bolo.

—Podia seguir o exemplo da Bella.

—Não, valeu, estou bem assim.

—Garoto preguiçoso. Já que os dois estão aqui, vou dar a notícia de uma vez. No próximo final de semana vamos viajar.

—Os quatro?

—Sim querida. Será que você pode cuidar de tudo e não deixar o Edward destruir a nossa casa?

—Mãe, foi só uma vez e tinha 15 anos.

—Sua festinha nos custou muito caro. Não quero correr o risco novamente.

—Pode deixar tia Esme vou ficar de olho nele.

— Agora vou ter que aturar essa chata na minha cola? – perguntou em desânimo.

—Se comportasse melhor não precisaria de uma babá. – todos começaram a rir o fazendo ficar envergonhado. – Estava apenas brincando filho, mas Bella, por favor, fique de olho na casa.

—Não precisa se preocupar com nada. – garantiu para tranquilidade dos tios.

—Espero que divirtam bastante nessa viagem.

—E espero que vocês não causem nenhuma tragédia na nossa ausência.

Edward e Bella se encaram, eles tentariam, mas não poderiam prometer nada. Ultimamente toda vez que ficavam sozinhos acabavam grudados um no outro.