Glassheart escrita por Miss Desaster


Capítulo 1
Vulcão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Elena espreguiçou depois de tirar um cochilo ao sol. A maresia trazia uma certa paz que nunca soube explicar, como se estivesse conectada ao mar ou algo mítico desse jeito.

O barco havia parado para o almoço e depois seguiriam o passeio até o fim da tarde. Nunca imaginou que tiraria férias daquele lugar pavoroso que chamavam de trabalho. Parecia bom demais para ser real ou que ela merecesse descanso, sombra, sol, praia e água fresca.

13:27h.

Esse horário estaria descendo do terceiro andar, com uma enxaqueca depois de ligar para cinquenta clientes pela manhã e lhes cobrar documentos pendentes para finalização de algum contrato. De uma forma abrangente eu era assistente, mas meu trabalho era apenas cuidar das pendências da área financeira. Digamos que eram suficientes para meus netos terem trabalho.

Ser estagiário significava ser jogada em um canto escuro de alguma sala para ficar à toa ou ser atolada com trabalho para três pessoas. Fui agraciada com a segunda opção.

- Trabalhando muito? – Falei assim que Bonnie atendeu o celular. Não poderia perder a oportunidade de provocar minhas amigas que estavam cumprindo devidamente seus horários.

- Eu não vou aguentar o Alaric por um mês. Aquele homem é um tirano. – Ela resmungou do outro lado da linha. – Como consegue?

- Trabalho para a Mulher Maravilha.

- Aonde está agora?

- Hoje cedo comprei um passeio de barco para algumas ilhas da cidade. Acabei o almoço, cochilei e agora vamos descer em alguma das ilhas para mergulhar. – O vento ganhava mais força e tive de segurar o chapéu na minha cabeça.

- Chata sua vida. Quando volta?

- Nunca? – Respondi olhando para a barreira de corais na ponta da ilha que estávamos parando. – Sério, não sei ainda. Tenho alguns compromissos.

- Ok, me ligue.

--

Tirei o dia seguinte para caminhar pela cidade, conhecer alguns pontos turísticos, comprar presentes e observar as pessoas.

Gostava de ver as atitudes das pessoas em suas rotinas comuns, escrever algum post interessante para postar em meu site, fotografar, ouvir músicas e comer no restaurante indicado pelo dono hostel que se hospedou.

No fim do dia seus pés estavam inchados, vermelhos e doloridos.

- Gostou da cidade? – Perguntou o dono do lugar quando passei pela recepção. Não conseguia lembrar o nome.

- Incrível. Tudo que eu esperava.

- Conseguiu achar a praia?

- Acho que não sou muito confiável para sair sem conhecer. Amanhã eu devo fazer uma trilha de jipe e conheço as cachoeiras, já é um começo. – Havia passado na operadora de passeio local e escolhido um passeio. Começaria às 7 da manhã.

Isso lhe causava pesadelos.

- Sempre estou por aqui, posso te levar para conhecer algumas. – Sorriu e não parecia realmente interessado em arrastá-la para areia ou algo assim. Apenas gentil, mas isso era o bastante para desconfiar.

- Não sei quando tenho que ir embora. – Puxou as bolsas que escorregavam do braço. – Vou indo.

- Aposto que seu namorado está ansioso para você voltar.

Elena abriu o maior sorriso que possuía no estoque, era divertido que as pessoas concluíssem que tinha um namorado. Talvez por não a conhecerem bem, se descobrissem que era totalmente desequilibrada, jamais fariam esse tipo de suposição.

- Com certeza está.

--

Ansiosa pra te ver na festa sábado.

A mensagem apareceu com o nome de Caroline apareceu na tela de seu celular uma semana depois do início das suas férias. Caroline era uma garota com quem havia estudado no colégio, no qual elas nunca trocaram mais do que 20 palavras. Loira, líder de torcida, namorava um idiota que a tratava pior do que um cachorro. Nunca foram amigas, Bonnie era amiga de Caroline e por acaso se esbarraram nas festas no fim do ano anterior.

Desde então Caroline havia mandado mensagens, ligado e sendo gentil. Ela não via problema nisso, mas se perguntava o motivo de alguém parecer tão interessada em ser sua amiga.

Estou viajando, não sei se volto até sábado.

Cinco minutos depois.

Exijo que você venha. Vai ser divertido, é aniversário do meu irmão.

Estava de férias e talvez uma festa não machucaria ninguém.

Ok. Eu vou chegar no sábado. Passo em casa e depois te encontro.

Quando estiver chegando é só me avisar. Vou te encontrar. Beijo (:

--

- Não conheço seu irmão, ele não deve gostar de intrusos na festa. – Falava com Caroline ao telefone assim que colocou os pés em casa.

- Você é mulher, já está bom. E ele deve estar muito bêbado para notar alguém.

- Bonnie também vai?

- Toda família dela. – Sentiu um certo ressentimento na voz dela. – Vai vestir o que?

- Short e camiseta. É o suficiente.

- Te vejo mais tarde.

--

Caroline estava conversando com a família de Stefan, seu ex namorado simpático, educado e bom pra ela. Definitivamente não.

Bonnie foi buscar bebidas e acabou sendo interceptada por um dos amigos bêbados do aniversariante que ainda não tinha conhecido.

Alguns de seus antigos colegas de escola estavam misturados aos prováveis amigos do aniversariante. Todos que lhe interessavam para conversar, estavam ocupados demais bebendo ou atracados na boca de outra pessoa.

Teria de esperar até que Caroline e Bonnie voltassem e pudessem dançar as músicas que colocaram na playlist da festa.

Quando Hey Brother começou a tocar, seu corpo sentiu a necessidade de interagir com a música, sincronizar com a batida e fez alguns movimentos discretos. Havia um grupo de amigos parado alguns metros atrás dela. Não daria um show daqueles de graça.

Riu consigo mesma.

Quando o refrão foi cantado pela primeira vez alguém se aproximou por trás e a surpreendeu. O cara estava visivelmente alterado, dançando logo atrás dela e aquilo assustou mais do que deveria. Como alguém ousa atrapalhar sua música favorita?

Ignorou a pessoa desequilibrada que ousou a se aproximar mais e segurar sua cintura.

- Sai. – Rosnou em resposta. Odiava ser tratada dessa maneira. Como um produto na prateleira do mercado que qualquer pessoa poderia pegar e colocar em seu carrinho.

--

- Acredita que um maluco queria me agarrar para dançar? – Resmungou enquanto pegava um pouco de ponche. – Isso foi batizado.

- Quem foi? – Caroline já estava de volta e dançaram algumas músicas e subiram no palco para isso.

- Não conheço. – Deu uma boa olhada na festa, o que tornava a tarefa difícil com aquelas cem pessoas para distinguir. – Aquele de camisa verde, cigarro na boca e está rindo com as duas loiras.

Os dentes brancos de Caroline pareceram brilhar ou a luz colorida estava fazendo um reflexo bizarro. O maior sorriso.

- Aquele idiota é o aniversariante. Depois apresento vocês.

Seu rosto deveria estar derretendo. Ela não deveria ter falado que o irmão de Caroline era um idiota, mas o filtro do seu cérebro para a boca nunca funcionou muito bem.

- Se aqui tiver 75 idiotas, meu irmão é o maior. Não se preocupe. – A garota bagunçou seu cabelo e puxou para próxima música. – Vamos tirar fotos.

--

Seu celular estava abarrotado com uma infinidade de fotos que tirou com Caroline, Bonnie e alguns amigos que encontrou entre uma bebida ou outra.

- Estou indo embora. – A loira apareceu com o rosto avermelhado como alguém que comeu uma pimenta e não encontrou um copo de água para salvá-la.

- Pensei que quisesse passar mais tempo. Tá tudo bem?

- Vem comigo.

Segui Caroline pelo caminho de pedras até os portões de madeira que era a entrada principal do lugar.

- Dê o fora daqui antes que eu tenha o trabalho tirar você junto com o lixo da festa. – Ela rosnou para uma garota que deveria bater em seu ombro, cabelos escuros e olhos dançavam como se lançasse o desafio para Caroline cumprir a promessa.

- Seu irmão disse que não tinha problema em ficar.

- Por cima do meu cadáver. É uma festa para amigos e família, você é alguma coisa? Só uma qualquer.

- Car! – O garoto que tentou dançar comigo apareceu. – Dá um tempo só por hoje?

- Tempo? Como pode deixar que essa garota respire por aqui? – Caroline estava perdendo o controle e gritou em resposta.

- É meu aniversário, quero que todos se divirtam.

- Eu sou sua irmã.

A garota pareceu tomar coragem junto com as duas amigas que estavam em seu encalço.

- Feliz aniversário. – Ela disse para o irmão e por um instante provavelmente pensou em enforcá-lo.

O irmão de Caroline se aproximou e cheguei à conclusão de que não se pareciam fisicamente. Ele tinha os cabelos escuros e os olhos mais azuis que já tive a oportunidade de ver. Era desconcertante.

- Você pode acalmá-la? Não quero brigas hoje.

Só nessa hora percebi que estava com uma das mãos segurando o braço de Caroline e foi o que indicou que éramos amigas, já que não dei uma palavra durante toda discussão.

- Claro! – Murmurei em resposta.

- Obrigado. – Ele tocou meu ombro e logo em seguida alguém gritava.

- Damon, vamos apostar quem bebe mais tequila. O vencedor ganha aquele uísque importado.

Então soube que Damon era o maluco que tentou forçá-la a dançar com ele e irmão de Caroline.


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Notas finais do capítulo

Cada capítulo provavelmente terá o nome de uma música e dessa vez era Hurricane. Elas são aleatórias. O título da história é outra que estava escutando quando finalizei o capítulo, quem canta é a Leona Lewis. Alguém que vocês deveriam escutar. Apesar de tudo, não é uma songfic. Espero que tenham gostado e me deixem saber. Beijos e vejo vocês no próximo capítulo.



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