Divergentes - A Luta escrita por Everlak


Capítulo 19
Monster became true


Notas iniciais do capítulo

Hey!!! Como vocês estão??
Eu quero pedir desculpas por estar demorando e ainda não ter respondido vossos comentários mas meu tempo anda muito corrido. Prometo que responderei a tudo logo que possa.
Quero também agradecer a Amandaallacerda que me fez a esta história uma recomendação lindaaaa e me fez sentir culpada por não postar. Agradeçam a ela pelo capitulo ter chegado :D
Quem será a próxima a seguir os passos destas queridas leitoras que têm vindo a fazer recomendações lindas?
A próxima a recomendar terá uma surpresa que revelarei após a recomendação heheheh
Enjoy!



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LEIAM AS NOTAS INICIAIS!!!!!!

A escuridão estava demais hoje. Não, o problema não era a escuridão. O problema era o que se podia esconder por entre a escuridão. Trovões relampeavam lá fora, cortando o céu preto. Eu odiava noites assim. Eu acho que o som me fazia lembrar na noite que mataram meu pai. O som da trovoada assemelhava-se perigosamente de um tiro. Eu pensei em ligar meu notebook para me distrair, mas a eletricidade podia clamar pelos raios e literalmente queimar os fusíveis. Meu pai sempre me dizia que aparelhos eletrónicos são proibidos durante uma tempestade na nossa casa. E eu confiei nele. Quando a luz iluminou novamente meu quarto, anunciando mais um som estrondoso, eu saltei para fora da cama e sai do quarto. Caminhei pelo corredor e bati numa das portas. Como não recebi qualquer resposta, entreabri a porta. Tobias me olhou surpreso e pousou seu notebook ao seu lado. Eu saltei para o seu lado na cama e debrucei-me por cima dele para desligar o PC.

– Wow, calma Tris. Não precisa se atirar para cima de mim com tanta pressa – Ele gracejou.

– Seu louco – Bati em seu peito me dando conta que estava mesmo em cima dele. Me recompus, alisando minha camisola – Você não sabe que não deve ter aparelhos eletrónicos ligados em noites assim?

– Agora sei. – Responde ele dando charme para cima de mim. – Vai dizer-me porque está aqui?

– Porque vou dormir no seu sofá – Respondo dando de ombros.

– Medo de trovoadas?

– Se estivesse no meu lugar, também teria medo – Mostro a língua para ele.

– Não seja ridícula, não vai dormir nesse sofá desconfortável. – Ele segura meu braço enquanto tento levantar. – Podes dormir aqui ao meu lado. Sem gracinhas, eu juro.

– Tudo bem… - Digo vencida. – Sem gracinhas.

Eu salto por cima dele para me aconchegar do outro lado. Eu fico por cima dos cobertores, então Tobias, com um suspiro, se levanta e pega uma manta para mim. Eu agradeço e me viro de costas para ele. Quando um trovão se faz presente novamente, eu me encolho sobre mim mesma e Tobias dá uma risada.

– Quieto Eaton! Ou eu juro que você se irá arrepender! – Para provar meu ponto faço o lápis que está em cima da sua secretária voar e cravar na porta.

Espio por cima do ombro para olhar Tobias e ele está uma expressão atrapalhada e assustada.

– Que bom que percebeu – Eu digo e ele se deita quietinho a meu lado.

Não demoro muito a adormecer. O cheiro gostoso de Tobias me tranquiliza o suficiente para eu me despreocupar da tempestade. Quando amanhece eu solto um resmungo. Eu estava confortável demais para me levantar. Muito menos para treinar! Um segundo depois de eu perceber que Tobias tem um braço repousado por cima do meu corpo, ele dá uma respirada funda, aconchegando-se mais para perto. Ele estava dormindo. Mas isso não me impediu de achar fofo. Era quase como se ele não me quisesse deixar ir. Bem, minha vontade de sair dali também não era muita. Com cuidado para não me mexer demais e acabar acordando-o, eu recolho meus pés para cima, enquanto esgravateio os lençóis debaixo de mim para baixo, o suficiente para me cobrir com eles. Tobias com certeza tem o sono profundo, já que não despertou durante meu processo de aquecer meu corpo com o dele. Porque eu dormi por cima dos lençóis mesmo? Ah claro, eu tinha receio que algo acontece entre nós e eu não tivesse forças suficientes para travar a situação. Pelo menos ele foi um cavalheiro e aceitou tudo isso. Eu também podia estar a colocar a carroça à frente dos bois e ele não ter essas intenções. Mas sempre ouvi como os homens têm necessidades e por muito que tentem, não as conseguem controlar. Ninguém me pode criticar por jogar pelo seguro. Mas agora, neste exato momento, não vi mal nenhum estar debaixo dos mesmos lençóis que ele. Tobias estava dormindo.

Achei super fofa a forma como sua boca revirava num biquinho enquanto dormia. Sua respiração era alta e pesada e seu peito subia e baixava freneticamente. Deixei o constrangimento de lado e enrolei minhas pernas nas dele, procurando uma fonte de calor. Ele levantou ligeiramente a cabeça e me assustei. Mas ele a tombou de novo, aconchegando-se na almofada. Passei minha mão pelo seu cabelo curto. Um flash passou pela minha cabeça, quase doendo. Eu podia ver Tobias e eu, juntos. Ele me segurava nos braços enquanto me olhava com devoção e carinho. Minhas bochechas coradas e tentando desviar o olhar. Pisquei os meus olhos. Eu me dei conta que eu podia ver um futuro com ele. Isto não foi nenhum poder de adivinhação ou algo do género. Não. Era mais um sonho, uma fantasia. E enquanto o via a dormir, eu podia confessar que seria uma realidade muito boa. Eu gostei tanto da ideia que meu coração deu um salto e começou a bombear depressa.

Eu devia saber já que emoções intensas tinham consequências desastrosas em mim. Mas esse é meu problema, eu não penso. Por isso que quando vi a cadeira de Tobias voar contra a janela, eu não consegui fazer nada para reverter a situação. Eu fechei os olhos antes do ensurdecedor som do impacto e dos vidros caindo por todo o lado. Tobias se sentou ereto a meu lado. Seus olhos arregalados intercalavam entre mim e a janela aos bocados.

– Foi sem intenção – Me desculpo. Eu fico à espera de um sermão ou algo parecido mas ele se desdobra em gargalhadas me deixando confusa.

– Tris, o que raio você estava sonhando ou fazendo para causar algo do género? – Tobias pergunta ainda entre risadas. Ele sabia que esses meus “ataques” surgiam quando eu estava tendo emoções fortes. Não importava serem, raiva, dor… Apenas não conseguia controlar ainda.

Eu não respondi, encarei a janela, como desculpa para não olhar em seus olhos. Eu senti ele mexer seus pés por entre os meus e minha respiração extinguiu-se. Eu queria esconder-me num buraco.

– Tris – Ele me chamou num sussurro. Senti-o abraçar-me por trás e beijar-me os cabelos. – Não precisa ficar constrangida. Você não fez nada de errado. Só gostava que você tivesse entrado logo de início na porra dos lençóis. Pelo menos, você não teria passado frio.

– Você não entende? – Eu fiquei mais vermelha ainda, feliz que ele não conseguia ter uma boa visão do meu rosto. – Eu não estava com frio…

– Meu anjo, eu vou repetir: não tem problema. – Ele me beija atrás da orelha. – O único problema é a desculpa que arranjarei para Caleb em relação à janela.

– Eu assumo a responsabilidade por isso. – Digo, finalmente tomando coragem para o olhar.

– Nem pensar. Caleb, irá desconfiar de o porque de você estar no meu quarto às seis da manhã e trancá-la numa torre. – Ele graceja enquanto aperta minha cintura e me puxa de encontro às almofadas. – Eu assumo isso e você me compensa depois. Como soa esse plano.

– Extremamente gostoso – Eu provoco. Tobias me lança um olhar profundo e debruça-se sobre mim para me beijar os lábios.

Por burrice nossa, esquecemos completamente que o estrondo da janela devia ter deixado todo mundo alerta e vindo para cá para ver o que teria acontecido. Por essa razão nós estávamos alheios em nosso beijo quando a porta se abriu num rompante.

– Tobias o que aconteceu? – Molly entra no quarto a correr, com expressão preocupada. Essa expressão se desvanece quando ela repara em mim. Na cama de Tobias. Seus olhos escurecem e Tobias se levanta da cama. Eu faço o mesmo, um pouco cautelosa, e visto meu roupão.

– Molly – Tobias tenta falar mas ela levanta a mão em sinal para que ele parasse.

– Você só pode estar de brincadeira! – Ela vocifera. – A princesa? É sério?

– Você não tem nada a ver com isso – Tobias cerra os punhos ao ouvir o tom desdenhoso da garota ao falar de mim.

– Claro que tenho! – Ela aponta sua unha perfeita com esmalte vermelho para ele – Eu odeio ver você com outras garotas! Mas com ela? Isso me mata!

– Eu achei que você tinha percebido que não há mais nada entre nós. – Ele diz cansado alisando as têmporas.

– Por causa dela! – Ela grita, me olhando. Ela dá alguns passos, se aproximando de mim e Tobias a intercede – Isso não fica assim princesa.

Ela sai do quarto feito um furacão e deixo o ar retomar aos meus pulmões. Tobias percebe minha palidez e acaricia meu queixo.

– Eu sinto muito por isso – Ele se desculpa.

– Que nada! – Eu desvalorizo. – Isso não foi nada visto que eu já fui atacada e mordida por ela. Duas vezes.

Ele olha para baixo, levantando a minha blusa o suficiente para tocar minha cicatriz feita por aquela maluca. Ele abana a cabeça consternado. Eu me sinto mal por ele. Fico em bicos de pés e passo meu polegar delicadamente por seu lábio.

– Ei – sussurro com um sorriso – Isso não é culpa sua, tudo bem?

Ele assente e me envolve num abraço apertado.

* * *

A semana passou rapidamente. A cobra da Molly nos dedurou a Caleb mas a sua calma e tranquilidade perante a situação me surpreendeu. Eu achava que ele daria uma de irmão super protetor mas ele foi bem descontraído face à minha relação com Tobias. Acho que a vivência entre eles é tal que Caleb confia em Tobias para ficar comigo. Entretanto, meu irmão anunciou que dessa vez, ele pagaria o estrago. Molly não gostou de saber que escapáramos impunes, mas bem, a opinião dela para mim não era nada.

Hoje era sábado e eu estava no colégio estudando uns livros que eles tinham na biblioteca. Estava um calor tremendo e eu parecia derreter naquele lugar mofado e sem ar condicionado.

–Hey Tris – Uriah cumprimenta batendo uma pilha de livros na mesa. Ele faz menção de se sentar – Você se importa?

– Não, claro que não – Eu sorrio.

– Pensei que como está saindo com Tobias, pudesse ser estranho – Ele confessa.

– Você já sabe – Eu suspiro.

– Bem, difícil manter segredos, vivendo todos na mesma casa – Ela esboça um pequeno sorriso.

– Olha, eu queria dizer a você pessoalmente… - Me desculpo. – Mas precisamos fazer isso ser desconfortável ou estranho. Você é meu amigo desde criança. E eu não planeio perder você. A não ser que você queira se afastar. Se for o caso, eu irei entender.

– Não, claro que não! – Ele nega. – Demorei muito tempo a reencontrar você para a perder de novo. Não vou a lado nenhum. Você me terá sempre como um amigo.

– Obrigada Uriah – Eu agradeço e ele aperta meu ombro delicadamente e se debruça em seus livros.

Uriah desistiu de estudar algum tempo depois e eu fiquei por mais algumas horas. Depois, acabei por desistir também. Juntei minhas coisas e saí da biblioteca. Enquanto percorria os corredores, passei pelas portas duplas que davam para o pavilhão de natação. Curiosa, eu confirmei se as portas estavam trancadas. Elas não estavam. Não havia mais ninguém na escola. Num momento de loucura, me empurrei para dentro. O ar lá dentro era ligeiramente mais fresco do que nos corredores, mas ainda assim quente. Pousei minha mochila nas bancadas e tirei minhas calças jeans e minha t-shirt, dobrando-as ao lado da mochila. Eu estava apenas de calcinha e sutiã, mas não havia ninguém ali para ver. Meti meu pé na água, medindo a temperatura. Estava amena e eu mergulhei.

Eu estava bem ali na água. Ouvi meu celular tocar mas quando me debrucei na beira para sair, o toque cessou. Decidi que veria depois o remetente. Continuei na agua, nadando, apenas boiando… era bom ter um tempo só para mim finalmente. Sem poderes, sem namorados, sem dramas. Fechei os olhos, deixando a água me envolver. Aquela piscina era enorme e eu estava exausta de tantas voltas que dera a nado.

Sem aviso prévio, eu ouço um splash na água, como se algo ou alguém entrasse na água. Olho na direção do som e vejo apenas uma cauda escamosa. Meu corpo fica tenso, eu não me movo assustada. O animal emerge e eu vejo que é um crocodilo. Eu dou um grito esganiçado, mas não consigo mexer-me. O bicho dá um salto no ar e vejo ele mudar algumas características, até que eu vejo um novo animal. Se eu estava assustada, agora eu estava aterrorizada, o animal que bate na água não é mais um crocodilo, é um tubarão branco. Eu deixo meu estado de dormência para trás e bato freneticamente os pés e as mãos, desesperada por sair da piscina. O tubarão nada velozmente de boca aberta, mostrando as fileiras de dentes afiados. Eu choro de medo enquanto tento me salvar. Eu me impulsiono para a escada o mais depressa que posso mas o animal ainda apanha meu pé, me fazendo gritar tão alto que eu ouço meu próprio eco. Ele não consegue abocanhar meu membro porque retiro-o depressa da água mas não detive um enorme corte na base do pé. Eu senti como que se uma faca tivesse me perfurado. Eu coxeio para longe da piscina com dificuldade, manchando o chão de azulejo com sangue vermelho vivo. O cheiro de ferro e sangue junto ao do cloro me deixa zonza. Mas não posso parar. O tubarão toma a forma de um tigre que sai rapidamente da água, rosnando e vindo para mim. Eu tento correr para as portas duplas. Se eu pudesse lá chegar, podia fechar e trancar o animal lá dentro. Animal qual quê? Deixar Molly lá dentro. Se ela queria me assustar, ela foi bem sucedida. Mas ela não fazia menção de parar. Ela estava a um metro de mim e minha esperança de chegar nas portas, se desvaneceu. Eu fechei os olhos, chorando, e esperei que ela acabasse comigo.

Algo passou ao meu lado e eu achei que ela queria brincar um pouco mais comigo. Só me dei conta que mais alguém estava ali quanto ouvi ganir. Abri os olhos e vi o tigre no chão machucado com dificuldades para se levantar. Senti um vento soprar na minha frente e logo Tobias estava comigo, segurando meu rosto.

– Tris, tu estás bem? – Ele perguntou angustiado. Eu não conseguia falar ainda então apenas neguei balançando a cabeça.

O tigre retornou a rugir, agora com mais força e Tobias, me abraçou, protegendo meu corpo de lado.

– Você é louca Molly? – Ele rugiu também. – Você ultrapassou todos os limites! Caleb precisa saber disto.

Eu estava sem forças, quase a perder os sentidos e Tobias se apercebeu. Xingando, ele me pegou no colo e correu comigo para fora. Sua velocidade era tanta que eu não via nada à minha volta, me senti tonta e acabei mergulhando na escuridão.

LEIAM NOTAS FINAIS


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Notas finais do capítulo

U.U Quem quer espancar Molly coloque o braço no ar! Quem quer beijar Tobias dá uma rebolada! Quem quer abraçar Uriah say "YEAH" kkkkkk
Ok, esse foi meu momento loucura uashuashuahsuhasuhasuash
Gente, como eu amo vocês acho que vocês merecessem ser avisados. Próximos capítulos serão puxados, ou seja, pode ser que alguém me vá querer matar ou algo do genero, mas peço que tenham fé em mim :D
Beijos fofos amores!