Já fazia mais de duas horas que ele havia sumido com Susan e Rose estava ficando ao mesmo tempo curiosa e preocupada com o sumiço dos dois.

Susan havia feito um ano a mais ou menos três meses e até agora não havia dito nenhuma palavra que fizesse sentido para o Doctor ou Rose e isso estava levando o Doctor a loucura, ele estava ansioso para ouvir ela dizer pela primeira vez a palavra pai, apesar de Rose lhe dizer várias vezes que quando chegar a hora ela vai falar.

Rose sai do quarto e foi procurar os dois e os encontrou na biblioteca. O Doctor estava sentado no sofá com Susan sentada em uma perna e na outra tinha um grande livro. Rose ficou só os observando por um momento.

Ele mostrava várias imagens para Susan no livro e lhe dizia os nomes dos objetos tentando fazer com que ela associa-se o nome ao objeto.

–Que tal esse gato hein? Gato, gatinho? Nada?

–E que tal papai? Diga papai? – ele a incentivava com um sorriso bobo no rosto, mas a menina não dizia nada apenas ria das caretas dele.

–Você se parece com a sua mãe? – disse Doctor um pouco frustrado com a sua tentativa falha de faze-la falar.

–Eu acho que ela se parece mais com o pai!

–Ah Rose, a quanto tempo está ai?

–Tempo suficiente para ver que você está tentando de novo fazer ela falar.

Rose se sentou no sofá e pegou Susan no colo.

–O papai está te torturando de novo...

–Rose eu só estava lendo alguns livros para ela.

–Doctor?

–Está bem eu estava tentando fazer ela falar, mas é que eu não aguento esperar foi tão emocionante ver ela dar os primeiros passos...

–Eu sei, mas tudo tem o seu tempo, na hora certa ela vai falar.

–Ok! – ele bufou, mas não desistiria tão fácil.

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Os dias se passaram eles decidiram ir para a Terra para fazer uma visita a seus amigos e a Jackie.

–Olá minha linda, como você cresceu! – dizia Jackie pegando a menina no colo. – Seus pais irresponsáveis não te trazem aqui mais – e dessa vez até Rose recebeu uns tapas de Jackie.

–Mãe! Nem faz tanto tempo assim.

Eles passaram a manhã inteira com Jackie, brincaram, comeram, se divertiram contando histórias para Susan, mas o Doctor ainda não havia esquecido o seu plano de fazer Susan falar.

Rose estava sentada na mesa da cozinha conversando com sua mãe e por um tempo se esqueceu de que o Doctor ainda estava com essa ideia fixa de fazer a menina falar, então era a oportunidade perfeita.

Ele pegou um álbum de fotos na estante de Jackie, era um álbum com fotos de Rose, Jackie, Susan e do Doctor, ele se sentou com a menina no tapete e começou a mostrar as fotos para ela e a incentiva-la a dizer o nome das pessoas que estavam nas fotos, principalmente o papai, que era a palavra que ele mais queria ouvir, mas foi mais uma vez um fracasso a sua tentativa.

Rose se deu conta do sumiço dos dois e de lá da cozinha ela gritou:

–Doctor, deixe-a em paz!

–Não estamos fazendo nada, só estamos brincando.

Tentativa número... Número... Ele já havia perdido as contas de quantas vezes havia tentado fazer Susan falar.

Depois da visita a Jackie, foi a vez de visitar seus amigos, eles se reuniram em Torchwood, pois lá poderiam falar de qualquer coisa.

–Olá família do tempo! – disse Jack com um grande sorriso. – E como vai a sobrinha preferida do tio Jack – ele dizia enquanto fazia cócegas em Susan que ria loucamente com as palhaçadas de Jack.

–Aposto que ela gosta mais da titia Martha, não é minha linda – Martha dizia isso com voz de bebê.

Susan era a atração principal dos encontros do casal com o trio de amigos, eles a adoravam e ela os adorava.

–Onde está Donna? – questionou Rose.

–Eu não sei – foi Martha quem respondeu - Ela disse que estava vindo com uma surpresa, mas já faz um tempo que ela ligou.

–O que será que ela está aprontando?!

–Vai saber!

Jack e o Doctor estavam brincando com Susan quando Rose e Martha se aproximaram deles.

–Jack, não deixe ele te levar nessa ideia de fazer a Susan falar.

–Nós só estamos conversando, Rose você está muito paranoica.

–Ultimamente você só pensa nisso.

–O que está acontecendo? – Martha perguntou tentando entender a pequena discussão.

–É que o Doctor não se aguenta de ansiedade para ouvir a Susan dizer suas primeiras palavras, ou melhor, para ouvir ela dizer papai.

–Talvez ela esteja esperando para dizer algo mais especial como o nome do seu tio favorito, não é Susan? Não é isso que você quer dizer? Titio Jack?

–Não papai é a palavra mais importante, ela vai dizer papai.

–Talvez ela prefira a tia Martha.

–Oh eu não vou deixar vocês fazerem isso com ela, venha meu amor, a mamãe vai te salvar do papai e dos titios malvados.

Nesse momento Donna apareceu ofegante e ao mesmo tempo muito feliz.

–Nossa o que aconteceu Donna?

–Algo muito bom – disse o Doctor – porque você me parece muito feliz.

–Sim, algo muito bom!

–O que é? – todos perguntaram curiosos.

Donna mal podia se conter de felicidade, quando ela contou a notícia todos ficaram paralisados.

Quem imaginaria, era realmente incrível.

O Doctor nunca havia imaginado Donna Noble como mãe.

“É isso mesmo, eu sei que você provavelmente também nunca imaginou Donna Noble grávida”.

Depois do choque inicial, todos foram correndo abraçar a amiga, a primeira a lhe dar os parabéns foi Rose.

–Parabéns Donna, mais um Noble a caminho.

Todos a abraçaram e cumprimentaram Donna e Jack propôs que todos fossem comemorar, mas não poderiam ir para a Tardis, pois o marido de Donna não sabia sobre as viagens no tempo e espaço, então eles foram comemorar em uma sorveteria, quem mais adorou o lugar foi Susan, se lambujou toda de sorvete de banana, ela adorava esse sabor.

–Como alguém pode gostar de sorvete de banana? – disse Martha.

–É o melhor sabor de todos – explicou o Doctor que também devorava o sorvete de banana.

–Você é mesmo a filhinha do papai hein Susan – dizia Donna enquanto balançava o bracinho da menina.

–Isso aprenda com a Donna, papai, papai – dizia o Doctor.

–Doctor? – disse Rose para ele parar de insistir com essa história.

–O que foi Rose? – perguntou Donna.

–O Doctor insisti em tentar fazer Susan falar papai.

–Que tal se a primeira palavra dela fosse spaceman.

–Nem pense nisso Donna!

Depois de algumas horas de diversão e de Rose brigando com o Doctor para ele deixar Susan em paz eles começaram a se despedir.

–Vocês vão ser muito felizes – disse Rose a Donna.

–Agora você entrou para o time Shaun – disse Doctor.

–É o time dos... – Shaun ia dizendo, mas foi interrompido.

–Papai.

Essa palavra veio de uma pessoinha que fez o Doctor se emocionar muito, foi uma pequena palavra, mas foi o suficiente para fazer o Doctor vibrar.

–Ela falou! Ela falou! – ele ergueu a menina no ar e quase a jogou para cima –Ha! Ela falou!

Rose estava muito feliz com a alegria do Doctor, mas não podia deixa-lo ficar chacoalhando a menina.

–Doctor?

–Ela falou Rose, ela disse papai!

–Está bem, mas pare de chacoalhar ela.

–Só nesse momento ele parou e Rose a pegou no colo.

Ele estava tão feliz que ali mesmo na rua ignorando a presença de seus companheiros puxou Rose pela cintura e lhe deu um beijo de desentupidor de pia que quase derrubou Rose e Susan no chão e deixou seus amigos vermelhos.

–Wow! O que foi isso? – perguntou Rose se recompondo do beijo.

–Eu estou feliz! Muito feliz! Você não poderia me fazer mais feliz, você e Susan são as pessoas mais importantes na minha vida.

Rose nunca havia visto o Doctor tão feliz, nem mesmo quando Susan nasceu, ou quando ela deu seus primeiros passar ele ficou tão feliz, mas ela entendia isso, ouvir aquela pequena palavrinha era muito importante para ele, já fazia muito tempo que ele havia tido uma família.

Os seus companheiros apenas observavam a cena.

–Eu acho que a família vai aumentar – disse Martha.

–Acho que Susan vai ganhar um irmãozinho. – completou Jack.

Após se despedirem Doctor, Rose e Susan voltaram para a Tardis.

Rose colocou a menina para dormir, o dia havia sido muito agitado, e voltou para o seu quarto deitando-se junto do Doctor.

–Sabe Rose eu nunca estive tão feliz como hoje.

–Eu vi, todo mundo viu – ela disse rindo.

–Eu queria que momentos como esses pudessem se repetir.

–E podem, nós temos uma máquina do tempo.

–Nha! Mas não seria a mesma coisa.

–Então o que sugere, que tenhamos outro filho para repetir o momento.

–Não é uma má ideia – disse o Doctor erguendo uma sobrancelha.

Bem, depois dessa noite acho que Susan realmente vai ganhar um irmãozinho.