O Segredo dos Mortos - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 6
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

MEU DEUS... 3 MESES?! É SÉRIO ISSO??
Gente, nem eu sei como posso ter sumido por tanto tempo. Juro!! Ou sei... As chances de pegar rec existiam, então eu estudei... Fora os vestibulares que eu prestei... VAI MEDICINA! (ou não, mas vou lutar contra todos os meus princípios de jornalista e tentar virar médica)
Mas então... Será que vocês me perdoam?? POOOOOOOR FAVOR!!!
Para me redimir... Adivinha quem aparece no capítulo? Sim... Derek! Alguém feliz aí? Alguém já largou as armas para não serem tentados a matar a autora aqui? Alguém?
Bom... Vamos ao capítulo! *fugindo para não ser assassinada*
Boa leitura!



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Irlanda do Norte, Província do Ulster.

Dias Atuais.

Derek.

Ele mal sabia por onde começar.

Derek analisava um mapa da Irlanda do Norte, sentado em uma cafeteria próxima ao centro da província, tentando decidir qual dos lugares poderia dar o que ele queria. Nunca antes havia ido ao país, já que nunca se interessara por nada de lá. Até há pouco tempo, não havia nada na Irlanda que oferecesse a ele algo que lhe fosse importante. Agora, amaldiçoava-se pela sua falta de interesse no lugar e em sua cultura, pois precisava saber tudo.

Morrigan, a deusa tríplice que precisava matar, era da cultura celta. Os celtas ocuparam durante um longo tempo o oeste da Europa, mas a Irlanda do Norte despertou mais seu instinto. Depois que pesquisou, Derek descobriu que o Ciclo que o interessava – uma das subdivisões da crença celta – era o de Ulster, principalmente.

Porém, nada que pesquisara até agora respondia suas perguntas. Aliás, só precisava saber a resposta de uma. “Como eu mato aquela vadia?”

Frustrado, balançou a cabeça negativamente e fez uma expressão exasperada para o céu. Se havia um Deus lá presente, bem que Ele poderia ajudar-lhe agora. Não era nada religioso – nunca se questionara sobre o que acreditava ou não -, mas rezava para que tudo acabasse o mais rápido possível. E que tudo acabasse bem.

Ele sabia a que se dava seu terrível mau-humor. Há quanto tempo estava sem ver Lauren? Semanas? Meses? O tempo já não podia mais ser contado em um calendário; parecia muito mais uma eternidade. Ah, mas quantas vezes não estava a ponto de chamá-la por um sonho? Quantas vezes não teve que ralhar consigo mesmo para que não fizesse tal coisa? Derek se conhecia. Se a olhasse uma vez, se falasse com ela, se a tocasse, iria querer muito mais. Iria querer fazer tudo aquilo pessoalmente. E não podia se distrair agora.

Tudo o que ele queria era descobrir sua resposta e voltar para casa. Queria poder acabar com Morrigan e com toda a ameaça que ela fazia sobre a sua amada. Queria Lauren sem o risco de perdê-la novamente. E isso dependia de uma única resposta. De uma única maldita resposta.

Mas não podia sair perguntando a qualquer pessoa na rua. Ficaria taxado de louco. “Oi, você é um druida? Será que pode me ensinar como matar uma deusa?!”

Os druidas. Ele tinha que encontrá-los, e essa era a dificuldade inicial. Depois, seria conseguir arrancar alguma coisa deles. Eram um povo disperso, perseguido por religiosos cristãos, e muito cautelosos. Além de muito misteriosos. Se ao menos eles tivessem escrito algo do que sabiam, poderia achar mais coisas que o levassem a desvendar o mistério.

Pelo menos, ainda tinha esperanças em encontrar a chave que abriria as portas do Inferno. Ainda não estava desanimado e nem pensava na hipótese dela não existir. Porque, se de fato não houvesse nada que pudesse mandar Morrigan para o Mundo dos Mortos, ou para qualquer outro lugar, não existiria um mundo para Lauren. Ou para ele.

Um suspiro foi exalado próximo a ele, o que o distraiu dos seus pensamentos. Olhou em volta e viu um grupo de adolescentes quase babando na mesa ao lado. Será que não conheciam sutileza? Adolescentes atiradas nunca foram o seu tipo por serem muito irritantes. Agora, lhe eram ainda menos atraentes. Derek só queria uma garota, que estava na Inglaterra, prestes a ser morta.

Antes que xingasse em voz alta e demonstrasse sua raiva em público, tirou uma nota de sua carteira e a jogou em cima da mesa, deixando rapidamente o estabelecimento. O mapa do país continuava em suas mãos, e quando viu uma lixeira, não hesitou em deixá-lo lá.

Seus instintos sempre estiveram certos antes. Bastava ficar mais atento no que sentia e seguir seus pés. Afinal, de certo modo, ele não era um humano comum. Podia ser considerado até algo sobrenatural, porque, caramba, quando que alguém filho da morte era normal?!

As sombras sempre o protegeram. Então, mais uma vez deveria buscá-las.

***

Algum lugar da Inglaterra.

Dias Atuais.

Lauren.

Não podia acreditar no que estava acontecendo.

Com tudo pelo que estava passando ultimamente, eu estava bem feliz de nunca mais ter tido que salvar ou condenar alguém. Desde o último incidente, meses antes, isso nunca mais havia acontecido. Porém, para sobrecarregar ainda mais minha mente, minha alma conectou-se a outra, desesperada por ajuda.

Não foi como das últimas vezes, onde a pessoa que eu encontrava já estava morta ou predestinada a ser. Dessa vez, eu me encontrei em um hospital, ainda dentro do meu país. Pude reconhecer o sotaque britânico nas vozes dos médicos e das pessoas com as quais eles conversavam.

Para mim parecia ser um caso muito sério. Parecia que toda a junta médica estava lá, avaliando e explicando para os familiares o que estava ocorrendo. Uma mulher chorava nos braços do seu marido, buscando consolo.

Franzi a testa e tentei achar algum corpo na sala. Não havia ninguém. Ninguém morto, quero dizer.

Suspirei, sabendo que teria que achar logo a alma. Não conseguiria voltar a dormir até que meu papel estivesse cumprido ali, o que era um saco. Por que aquelas situações sempre me eram enviadas nos piores momentos possíveis?! Resignada, sai do lugar, andando pelos corredores à procura de alguém meio cintilante.

O que não me ajudou em nada. Achei vários naquele estado, o que me provocou um gemido. Ah, vamos lá! Uma pessoa já era bem complicada de se lidar, quanto mais dezenas. Não imaginava nem o esgotamento mental que aquilo me causaria.

Fechei meus olhos e reprimi um gemido de frustração. Não demoraria nada até que aqueles... Fantasmas, ou almas, ou sei lá o que, me vissem e me enchessem para eu acabar com o sofrimento deles. Claro que eu não gostava que ninguém sofresse, mas...

Então eu dei um passo. E depois outro. Alguma coisa dentro de mim parecia saber o caminho, e eu abri meus olhos, confusa. Aquilo nunca tinha acontecido antes. Eu sempre demorava a conseguir achar quem eu deveria “ajudar”. Dessa vez, meu corpo controlava minha mente.

A porta do quarto estava aberta, e agradeci por isso. Eu não podia tocar nada que fosse material, mas podia atravessá-los. Nada agradável. Um dia, durante uma dessas... Viagens, tentei atravessar uma parede. Meu estômago se revirou, e se eu pudesse vomitar, teria feito exatamente isso.

Entrei no leito e vi um corpo ligado a aparelhos. Era um menino de aproximadamente doze anos que estava deitado na cama. Se aquele monte de fios não estivesse conectado ao braço dele, ninguém nunca diria que ele não estava apenas dormindo. Ninguém além de mim, porque ninguém conseguia ver almas por aí. Não pessoas normais, pelo menos.

Comecei a fitar ao redor, tentando encontrar a alma do garotinho por aí – e temendo por isso: como estaria sua aparência, afinal? Meu coração, se isso sequer era possível, ficou ainda mais acelerado quando não achei nada. Dei várias voltas pelo quarto, chegando a olhar até debaixo da cama. Não havia nada. Simplesmente nada.

Franzi meu cenho. Isso nunca ocorrera antes. Sempre que eu era... Ahn... Requisitada para “salvar” alguém, a alma desta pessoa estava perto do seu corpo. Nunca importava seu desejo final, ir ou ficar, eles sempre ficavam próximos de si.

— Ei... – sussurrei, sentindo-me ridícula com a situação. – Hm... Você está aí? Querido?

Querido? Eu era o quê? A mãe dele? Bufei para mim mesma. Era... Essa sensação estranha que estava se apoderando de mim. Odiava não saber o que acontecia.

Esperei alguns instantes, esperando e rezando para que alguém me respondesse. Novamente, apenas eu me encontrava naquele leito. Eu e um corpo em coma, cuja alma tinha se perdido por aí. Espere... Almas não se perdiam, não é?

Corri para fora do quarto, querendo me certificar que o menino não estava vagando por aí. E então... O nada. Onde antes estava cheio de almas cintilantes, não havia mais nada. Não só almas, como também pessoas em seus estados físicos. Eu estava sozinha.

Voltei para junto do corpo do garoto, tremendo. Não sei bem o porquê, mas comecei a entrar em pânico.

— Ok... Estamos brincando de esconde-esconde? – eu dei uma risadinha que soou nervosa aos meus ouvidos. – Porque, se estivermos, você poderia ter me avisado antes...

Não basta alguém ver fantasmas, ela tem que sair a procura deles também.

— Hm... Pode, por favor, me responder? – agora eu choramingava. Ótimo.

— Acho que este garoto teve morte cerebral há horas. Acho que ele já seguiu sozinho a luz, ou seja lá qual for o clichê que vocês usem. – uma voz grave disse atrás de mim. Estaquei em meu lugar. O que diabos...?

Respirei fundo, não querendo me virar. Sabia que encontraria um rosto completamente novo, não mais os olhos azuis familiares, com os quais agora eu tinha pesadelos quase todas as noites. Como ele seria pessoalmente? Seria como o demônio que eu imaginava que era? Congelei.

— O que está fazendo aqui? – perguntei. Por sorte a minha voz não denunciava nada que eu estava sentindo naquele momento. – Como conseguiu se... Hm... Interferir no meu... Trabalho?

Para que ser assalariada se você pode trabalhar com Mandamos os Fantasmas para a Luz - 24h Aberto?

Uau. Por que eu ainda tinha humor, mesmo nesse momento? Para evitar que você pule nesse espectro e o estrangule!

— Death. – foi o que ele respondeu.

Ah, mas é claro... Que outro momento seria mais oportuno que este para o encontro que ela iria marcar? Perfeito! Até porque eu nem estava nervosa por não encontrar a alma do garoto deitado diante de mim! Esperava, sinceramente, que Death não quisesse que eu fosse educada com esse cara.

— Sabe, se ela pode te encontrar tão facilmente, deveria encontrar Morrigan também. Não sei porque ela está me fazendo passar por isso. – comentei.

— Você é mesmo boba, hein? Até parece que Death é pária para Morrigan! Ela sabe se esconder muito bem, posso te garantir. – ele riu, me dando calafrios. – Mas deixe de ser uma menina insolente e se vire para mim.

Não poderia fazer isso. Não queria adicionar outro rosto aos meus pesadelos. Muito menos o rosto dele.

— Lauren, se você quer algo de mim... Também vai ter que cooperar.

— Mais? – ri. – Pelo amor de Deus! Eu quero encontrar Morrigan e matá-la. Não é o que você também quer? A morte dela? Que maior cooperação você deseja? Temos o mesmo objetivo!

— É claro que sim... Mas isso não quer dizer que eu não possa torturá-la enquanto nos ajudamos. Então, por que não começa se virando para mim? Estou com saudades do seu rostinho, querida.

Bastardo. Maldito. Filho de uma...

Antes que minha linha de xingamentos fosse completada, senti uma mão em meu cotovelo, forçando-me a me mover. Não consegui lutar contra a sua força, e acabei ficando defronte a ele. Quando meus olhos encontraram seu rosto pensei que nunca havia visto alguém tão... Destruído.

Olhos negros se concentravam nos meus. Mas não grudei-me a eles, a sua frieza. Concentrei-me na enorme cicatriz que cruzava o lado esquerdo de seu rosto. Quer dizer, em uma das cicatrizes. Diversas marcas se sobrepunham umas as outras. Arfei e tentei me soltar do seu aperto, querendo fugir.

— Pensei que você não jugasse pelas aparências, Laury. Será que estava enganado? – o sorriso deixava seu rosto ainda mais horripilante.

Oh, meu Deus... Quantos cortes – provavelmente cortes de espada – aquele homem não havia levado? Quantas vezes ele já não tinha sangrado e sentido dor? Senti vontade de vomitar.

— As mulheres costumavam ser loucas por cicatrizes! – ele suspirou. – Morrigan certamente era.

Engoli em seco. Como não deveria ser o restante do corpo dele?

— Viu, Lauren? Primeiro fato que você descobriu sobre Morrigan por minha causa. Ela gosta de machucados. De dor.

Assenti, ainda não podendo falar. Isso não era nenhum segredo. Morrigan amava a destruição, e eu sabia disso desde aquela noite na clareira. Enquanto eu sofria, senti que ela aproveitava a minha dor.

— Nossa querida é atraída pelo caos. Quanto mais houver, mais rápido ela aparecerá. Naquela noite eu havia sido responsável por muitas mortes. Muito sangue para ela.

Naquela noite? Ah, sim... A noite de não sei quantos mil anos atrás. Quando ele a viu pela primeira vez.

— O que está me dizendo? Que eu teria que matar milhares de pessoas para conseguir chamá-la? – finalmente encontrei minha voz novamente. – Porque você sabe que eu não farei isso.

— Não, você não fará. Mas há outros modos, minha cara. Só tem que escolher um deles.

— Quais? – questionei. – Diga-me, então, porque eu não conheço nenhum modo.

— Acho que será mais divertido se você descobrir por si mesma.

Eu queria berrar!

— Será que já não basta de coisas que eu tenho que “descobrir por mim mesma”? Minha lista só aumenta, juro! Não consigo descobrir nenhum item dela! Por quê? PORQUE NINGUÉM ME AJUDA! – ah, a liberação do grito!

— Você não precisa de ajuda. Não acha que já está na hora de começar a se virar sozinha? Será que sua mãe morreu cedo demais?

— Nunca mais fale da minha mãe! – meu rosto corou com a raiva. – Ela ter morrido é tudo culpa...

— Do seu amorzinho? – ele encostou-se na cama do garoto. – Aliás, como Derek vai? Está sonhando muito com ele?

Ele sabia. Do meu sonho. Ele sabia.

— O que quer dizer com isso? – voltei ao meu tom de voz normal. – Do que você sabe sobre ele? O que sabe sobre os meus sonhos?

— Assunto delicado, eu suponho? – riu. – Nada, Lauren. Eu não sei de nada... Por enquanto. Mas não acho que você está tendo doces sonhos, pela sua reação. Quer me contar o que está se passando por esta sua cabecinha?

Eu sabia que ele estava mentindo. Pelo modo como ele falou, ele tinha conhecimento de alguma coisa que eu não sabia. Bom, claro, isso não era nenhuma surpresa. Quando é que eu sabia de algo que eles não?

— Não se meta. – avisei. – Entre Derek e eu. Não ouse fazer algo conosco.

— O que eu poderia fazer, lindinha? – ele franziu o nariz com o apelido. – Tudo bem, esqueça essa palavra. Você não é meu tipo.

— Você também não é o meu. Mas me escute quando eu digo para não se meter com Derek. Você morreria.

Veneno escorria da minha boca. Eu estava furiosa!

— Quem me mataria, Lauren? Você? – bufou.

— Ele. Derek te mataria. – ou causaria um ferimento grave...

— Ah, é mesmo? Não sei quanto a isso... Não é bem possível que ele morra antes de mim? Ou talvez, ache que você é apenas uma atrapalhada e queira você morta também. Não podemos desconsiderar essa opção, não é? Afinal, ele já tentou lhe matar. Já matou seus pais. Ele é capaz de qualquer coisa.

Balancei a cabeça. Não mais. Ele não seria capaz de me matar agora. Seria?

— Pense bem. Você acha mesmo que ele mudou? Ninguém muda, Laury. Não da água para o vinho. Eu sei que você sabe disso. Não é tão estúpida quanto tenta aparecer.

— Vou confiar nele. – sussurrei.

— Por isso mandou-o cair fora? – ele riu abertamente. – Ah, sim, eu soube disso.

— Por que não voltamos ao motivo da sua tão agradável visita? – falei, ácida. – Para que era mesmo... Ah... Morrigan. Conte-me algo sobre ela. Como destruí-la. Conte-me.

— Eu achava que já estávamos falando sobre ela. – ele balançou sua cabeça. – É uma pena que você não aprende, Lauren.

— Estávamos falando sobre Derek. – rosnei. – Não quero falar dele. Quero falar sobre ela.

Quero falar sobre ela para que possa finalmente encontrá-lo. Para que possa falar com ele e beijá-lo. Para que ele seja meu novamente. Meu coração se apertou e meus olhos ficaram marejados. Meu Derek. Sentia saudades dele.

— Lauren, Lauren... O que eu contei a você sobre ela hoje?

— Que ela gosta de dor. . Não é exatamente uma notícia nova. Conte-me algo que eu não sei!

— E o que foi que Derek já lhe causou?

Parei. Aonde ele queria chegar?

— Não foi dor? Ele não tumultuou sua vida? Não a tornou um caos?

Então seria Derek a chave dessa vez? Seria ele que deveria chamá-la? Mas como? Matando mais pessoas? Não... Não aceitaria aquilo. Não aconteceria. Não com ele. Derek não era um assassino de verdade. Não era. Nem seria.

— Ele não é um...

— É sim. Pare de se enganar. Quanto mais rápido você lidar com isso, mais fácil será.

Não respondi. Que resposta eu lhe daria? Não poderia dizer nada, porque não sabia se estava compreendendo tudo o que ele estava falando. Porque era simplesmente impensável.

— Você conseguiria lidar com isso, Lauren? Com a corrupção? Muitas mulheres não conseguem. Mas acho que você se daria bem com ela. Até já se deitou com o assassino dos seus pais!

Corri para ele. Queria machucá-lo. Queria destruí-lo. Corri pensando que isso seria possível, que a raiva que eu sentia conseguiria maculá-lo. Porém, quando alcancei o lugar onde seu corpo deveria estar, tropecei com o nada.

Ele não estava mais ali. E eu estava acordada, em minha cama.

Respirei com dificuldade, enquanto tentava me acalmar. O escuro só estava piorando as coisas, então tateei até encontrar meu abajur, acendendo-o. Estava tudo bem agora. Ele não poderia me machucar aqui. Não poderia falar aquelas asneiras. Não aqui.

Para o inferno que não, Lauren! Quase que diariamente aparecem bilhetes embaixo do seu travesseiro! É claro que ele tem acesso a você!

— Brooke! – gritei de repente. – Brooke! Brooke!

Ouvi sons de patas correndo escada a cima e depois uma bola de pelos se depositou em cima de mim. Eu não aguentava mais o peso em meu coração, e assim, abracei-a.

— Brooke... Foi horrível. Não quero mais vê-lo. Não quero! – minha voz estava fina enquanto eu chorava em seu pelo macio. – Não posso! Ele vai nos destruir... Derek... Meu Deus, onde ele está?!

Sua língua áspera lambeu meu rosto, querendo enxugar minhas lágrimas. Agradeci Brooke mentalmente por isso. Não conseguia mais falar.

Derek não poderia ser a chave para a destruição de Morrigan, poderia? Não! Eu não permitiria. Não permitiria que ele se tornasse alguém que não era.

Mas será que ele realmente não é um assassino? Será que ele não está por aí, matando alguém, enquanto você o defende para os outros? Talvez as mãos dele estejam apertando o pescoço de alguma garota por aí... Death nunca designaria a alma dela para você. Death o protegeria. E você nunca saberia.

Balancei a minha cabeça. O que estava acontecendo comigo? Nunca tinha pensado em Derek como um assassino ou psicopata. Nem quando ele...

Matou seus pais?

Não! Não fora culpa dele. Não fora. Derek era minha alma gêmea. A pessoa destinada para mim. Ele era meu único amor.

Certo?

Mas é claro que aquilo estava certo. Eu poderia duvidar de qualquer coisa. Menos do que ele sentia. Porque fora eu que o afastara.

Ah, como eu queria vê-lo! Como eu queria me certificar que estivesse bem. Que estivesse são e salvo. Que estivesse em meus braços! E tinha um jeito... Eu só precisava me abrir e tentar encontrá-lo. Com certeza seria mais fácil de achá-lo que achar Morrigan. Porque eu era dele.

Apertei Brooke em meus braços e fechei os olhos, tentando achar nossa conexão. Tínhamos uma linha direta, que sempre nos levava um para o outro. Só precisava achar essa linha e segui-la, agarrá-la. Mas não consegui nada. Minha mente ficou em branco, assim como meu coração. Estava vazia. Sem Derek.

Ou nem tão vazia, porque...

Senti algo estranho dentro de mim. E aquela foi apenas a primeira vez.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Odiaram? Mais importante ainda... Consegui me redimir com o capítulo de mais de três mil palavras? Digam que sim!!!
Não, sério... Comentem o que vocês estão gostando, o que não estão gostando, suas expectativas, o que esperam que vá acontecer... Aceito críticas construtivas, sim? Comentem tuuuuuudo o que vocês quiserem... Vale até me xingar (mas sejam amorosos comigo, vai! *chora*)
Então, Apple Pies. Não vou demorar 3 meses de novo, ok? Prometo de mindinho. Já estou trabalhando no quinto capítulo e sinceramente? Espero que daqui para a frente, nessas minhas férias que já estão se esvaindo, eu consiga adiantar boa parte da fic. Ano que vem vou estar muito ocupada com os estudos... Porque afinal, eu quero Medicina... Ou é o que eu digo para a minha família.
Enfim, não vou me alongar aqui com os meus problemas existenciais. Vemo-nos nos reviews, né?
Beijinhos!!!



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