O oposto da morte é o desejo.

— Blanche DuBois

Tennessee Williams, Um bonde chamado desejo.

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Prefácio

Dentro da Realidade, diversos mundos existem. Há o Mundo da Vida, ou o de Luz, onde todas as almas são geradas e inseridas em algo ou alguém. Ali, suas mentalidades eram formadas, assim como o futuro, o destino, imediato. Há a Realidade Mundana, onde a vida que fora criada, vivia. Era o mais simples e o mais complexo de todos os mundos. Simples, porque o destino de todos os mundanos já estava traçados, prontos para serem trilhados, com algumas exceções, as quais tentavam driblá-lo. Complexo, pois eram tantos seres e tantas coisas vivendo em conjunto, que formava uma rede de caos, onde algo sempre dependia de outro. Os seres humanos buscavam pelo livre arbítrio, pensavam detê-lo, quando na verdade, não havia nenhum. Eram marionetes; marionetes muito interessantes para o Primeiro Mundo e o Mundo Final.

Este, seria o Mundo Sombrio, ou o Mundo dos Mortos. O fim de todos os seres, de todas as coisas. Dentro dele havia mais subdivisões. Seriam como o Céu e o Inferno para os humanos, que só viam possibilidade naqueles dois espaços para a sua salvação ou danação, respectivamente. Os termos foram adotados internamente, no próprio Mundo. O Céu, consistia no lugar onde as almas boas ficariam, em um estado eterno de solidão e levitação. Lá, não tinham consciência, dormiam profundamente. Apenas os sonhos com lembranças eram permitidos. Já no Inferno, as almas más e errôneas queimavam, também pela eternidade. Não era um lugar onde perdão era concedido. Os seres, porém, residiam na loucura, revivendo cada ato que fizeram para parar em meio àquelas chamas escuras. Dormiam, mas não sonhavam bons sonhos. Tinham pesadelos.

De todos os Mundos Reais, o Mundo Sombrio era o mais temido por qualquer pessoa. Até as próprias almas que tinham criado esse mundo tinham medo dele. Os próprios mortos.

Porém, agora, eles despertavam.