Nossa história nos leva para uma cidade interiorana do Brasil. Como normalmente, no sudeste, estava chovendo. Yann estava dentro de casa vendo a chuva escorrer na janela:
- Que saco... – Reclama virando e deitando no sofá. – Só porque eu ia jogar basquete hoje com a galera. Bem, não vai ter nada para fazer.
Ele olha para os lados procurando alguém, sorri e pensa “Vou fazer algo legal.” Yann se levanta e segue direto para o porão:
- Papai nunca me deixa entrar aqui. Vou fuçar.
O porão era envelhecido, e muito, o pó subia às narinas fazendo-o tossir. Em meio de muitos livros, somente um lhe chamou a atenção. Yann o pega e assopra, fazendo o pó voar, se misturando com o resto da poeira. O livro era rústico, em sua capa havia um leão imponente, que dava arrepios ao garoto:
- Que livro interessante. O que será que conta?
Yann tenta abrir. Sem sucesso. Tenta mais uma vez e não acontece nada:
- Mas que droga. Ele coloca o livro na escrivaninha e pega um grampo. Tenta uma, duas, três vezes. Nada. Suspira. De repente, o livro brilha e uma chave aparece, ela segue para o cadeado que prendia o livro. Com uma girada, CLIC ele abre. Um vento forte passa pela casa toda, aparentemente havia cartas dentro do livro. Agora não mais. – Que diabos?!
Uma luz mais forte ainda reflete no livro, como um passe de mágica, um urso amarelo aparece:
- AHHHHH UM DEMÔNIO EM FORMA DE URSO DE PELÚCIA! – ele grita e sai correndo.
- Espere! – grita o ursinho – Não vá!
Yann já estava longe.
Passou um tempo, Yann saiu de trás do sofá e desce lentamente de volta ao porão “Isso Yann, desobedeça a seu pai! Desça na porcaria do porão e abra o portal do inferno dos ursinhos de pelúcia”
O urso estava sentado, do lado do livro com a mão na cabeça:
- Por que eu dormi?! Que inútil que eu sou...
Yann se aproximava devagar. Com mais medo dele do que quando assistiu “o Exorcismo de Emilly Rose” sozinho em casa. “Será que ele vai me amaldiçoar por ter aberto o portal? E se ele me transformar num porco de pelúcia? Não gosto de porcos, sou corinthiano. Ai meu Deus, se eu sobreviver a isso eu volto à igreja.”
- Senhor urso?
- Hmm? – O bixo de pelúcia vira e grita – URSO É A MÃE! EU SOU UM LEÃO!
Yann cai de joelhos
- Me perdoa! Não me transforme em porco, fale com seu superior e peça perdão! Eu vou fechar as portas do inferno, só preciso chamar os winchesters!
O LEÃO de pelúcia se acalma, suspira e fala:
- Bem, como é seu nome? Eu sou Kerberus.
Yann olha com certo medo:
- Meu nome é Yann Albuquerque. Prazer Kerberus. O que eu fiz? Chamei a Dercy de volta?
- Calma, não é tão ruim assim o que você fez. - Kero olha com um olhar matador – você trouxe de volta o Clodovil.
O garoto cai no grito e fala:
- NÃÃÃÃO! Como posso ter feito isso?! AAAHHHHH.
Kero gargalha:
- Calma, ainda não é isso, só estava mexendo com você. Ao abrir o livro, você libertou cartas poderosas, chamada cartas Clow.
Yann se levanta:
- Claro, aí vou ser o mestre das cartas e ter o direito a salvar o vô do Yu-gi.
Ele Começa a sair e Kero grita:
- Volta aqui seu pirralho irônico ou te transformo mesmo num porco.
Logo ele corre para do lado da escrivaninha, igualzinho estava antes:
- Oi meu querido, fale.
- Há muito tempo atrás, havia um feiticeiro chamado Clow Reed, ele estava entediado e criou essas cartas que eu lhe falei.
- E a criatividade dele era dez hein... cartas Clow...criadas pelo mago CLOW.
Kero começa a folhear um livro de magias:
- Tá! Tá! Parei! Continue.
- Existe uma regra, para quem abre o livro.
- Ser um Shinigami?
- Isso é em outro mangá.
- Ah, certo.
- Continuando, antes que eu te mate. A regra é a seguinte: “Se o lacre for aberto, ao mundo virá a desgraça”.
Silêncio:
- Não entendi.
- SE VOCÊ NÃO LACRAR AS CARTAS DE NOVO, A TERRA VAI SER DESTRUÍDA!
Yann grita:
- AI MEU DEUS! ENTÃO VAMOS LOGO!
- Certo – fala Kero. Ele fecha os olhos e recita um mantra – Oh chave do lacre, aqui tem alguém disposto a aceitar essa missão é um garoto e seu nome é Yann. Chave ofereça seus poderes a esse jovem. LIBERTE-SE.
A chave, que antes era pequena, se transforma em um báculo preto e branco, com uma lua em cima. Yann estava maravilhado:
- Yann! Domine o Báculo!
Yann olha assustado e segura o báculo. Um vento forte sopra e Kero grita:
- Aí está, o novo card captor. Yann! Sua jornada começa agora.
Yann olha para ele e para o bastão. Para ele e para o bastão. Para ele e para o bastão:
- E agora?
- Agora você...
Um vento forte faz a casa estremecer:
- O que é isso?
- É a carta Vento. Normalmente ela é muito calma, mas não aparenta mais ser Ela!
- O que eu faço?!
- Chame-a pelo nome e fale a seguinte “Chave que guarda o poder das trevas, mostre seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os ao valente Yann que aceitou essa missão! Liberte-se”
Silêncio:
- Blá, que brega.
- FAÇA! – gritou Kero.
- Tá, tá. – Yann fecha os olhos - Chave que guarda o poder das trevas, mostre seus verdadeiros...
- FALE ALTO!
- CHAVE QUE GUARDA O PODER DAS TREVAS, MOSTRE SEUS VERDADEIROS PODERES SOBRE NÓS E OFEREÇA-OS AO VALENTE YANN QUE ACEITOU ESSA MISSÃO! LIBERTE-SE.
Yann percebe que algo brilha entre os ventos. Um furacão aparece e começa a tentar fazer com que os dois sejam tragados:
- Não tem como chegar perto dela!
- Continue tentando!
Ao olhar para os olhos da mulher, ele vê que está chorando.“Chorando? Por que?” pensa “Preciso saber o que é.” A mulher segurava uma parte de uma folha. “Será?”
- Kerberus! Existe alguma carta com folha de árvore? – pergunta.
- Sim! A carta bosque. A carta vento e a bosque são amigas!
- Então já sei! A carta vento quer sua amiga de volta! Algo aconteceu com ela!
- Não fale isso pra mim! Fale com ela!
Yann vira-se para a carta e grita:
- Vento! Não se preocupe, se você entrar no nosso time, iremos achar a carta bosque! Agora, por favor.... pare com o vento!
A carta vento sorri e para, se transforma numa carta e segue para as mãos de Yann:
- Parabéns garoto – fala Kerberus. – Você pegou sua primeira carta.
Ele sorri e salta:
- AEEEE. Mas... falta sabermos onde a outra carta está.
- Então vamos procurá-la.
Os dois sobem e uma silhueta de uma garota aparece do nada no porão, atrás deles:
- Hehehehe – ela ri, em mãos a carta Bosque.