Meu chefinho Lenny escrita por NP, Oribu san


Capítulo 5
Capítulo 5: Até que a morte nos una.


Notas iniciais do capítulo

desculpem demora ou falta de qualidade em algum lugar, termino agradecendo e fazendo uma promeça.. CO-AUTORIA NUNCA MAIS!!!! huhuhhu bye bye sugar honey



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/498656/chapter/5

Borigin finalmente apresentava-se a mim como uma gigante larva-demônio da altura de um prédio e que começara a nos atacar com os tentáculos gosmentos que saiam da sua boca e que quebravam o chão quando nele batiam tentando nos esmagar.

Korinmaru esquivava-se com a beleza de quem patina no ar, mas apesar de ser um Deus da noite não se mostrava dotado de muitos poderes uma vez que seus golpes de flechas corrompidas explodiam na casca do monstro e ainda assim mal provocavam arranhões. Ao contrario de Glem.

Uma vez temporariamente liberto de suas correntes ele voava ao redor da criatura cravando-lhe suas garras e as arrastando pelo corpo roliço, arrancando muito da carapaça e dos tentáculos que insistiam em derruba-lo do ar.

Eu por outro lado, inútil naquela situação, apenas podia fugir dos mesmos tentáculos que me perseguiam por todo parque destruindo tudo que ficasse em seu caminho. Ao que parecia o cheiro da minha alma também era atrativo à Borigin e ele a queria a todo custo.

Por vezes escapava deles por pouco, escorregando por debaixo das tendas e dos brinquedos que em seguida eram destruídos pela larva. Ela sequer precisava sair do lugar ou parar de lutar contra os dois seres para me perseguir daquele jeito.

(...)

– Ai...

Queixava-se pouco longe dali alguém que sentia uma aparente angustia no coração agarrando o peito sob a roupa como se pudesse segura-lo nas mãos.

– Lenny-san, o senhor está bem?

– Estou Senhora Kin, mas obrigado por perguntar. Há tempos que ninguém faz essa pergunta.

Uma grande interrogação se fez na senhora regando à noite as camélias próximas de onde Lenny morava o vendo sorrir como sempre, mas sem o espirito de sempre.

– Escute, Lenny-san... Porque não se declara de uma vez?

– O quê?

– É claro que está assim por causa de um amor mal correspondido. – “Também já sofri muito na sua idade.” Pensou ela repousando o rosto idoso em uma das mãos com luva de jardineira.

– Está assim tão na cara?

– Claro que sim, mas ela deve ser uma boa moça pra ter conquistado o senhor assim. Qual é o problema então?

– Outra pessoa. Ele gosta de outra pessoa Senhora Kin. – Foi só o que disse antes de entrar a deixando suspirar com as plantas.

– Ah que pena. Coitado, um moço tão bom. – “Se eu tivesse uns 30 anos a menos. Ai, ai.”– Ele disse... Ele?

No quarto, caindo na cama Lenny permanecia inconsciente dos perigos que se iniciaram após sua partida, por mais que seu coração insistisse em alerta-lo com inúmeros apertos brotando recordações de momentos em que trabalhamos juntos tentando lembrar se alguma vez já havia ouvido o nome que eu lhe gritara.

– Ahr, que dor. Glem... Que nome mais ridículo de se ter... Eu.. Odeio esse nome.

No parque ainda em batalha um espiro fez Glem atrapalhar-se e mais uma vez um tentáculo do monstro o derrubava do voo.

– Que merda é essa?

– Deve ter alguém falando mal de você. – Sorriu Korinmaru o ajudando a levantar.

– Me larga, não preciso de ajuda. E porque está tão feliz? Não percebe o que está acontecendo aqui? Borigin pode matar todos os humanos dessa cidade se sair daqui e nós dois nem estamos vivos, se ele nos matar, nós não vamos pra lugar nenhum, apenas vamos deixar de existir.

– Eu sei... – Entristecia segurando o manto. – Sei disso, mas é que...

Por estar distraído em tristes pensamentos, Korinmaru quase é esmagado quando um tentáculo vem em sua direção, mas Glem em um reflexo se joga o tirando do perigo e como consequência caindo sobre ele e de automático a pele fantasmagórica na parte debaixo desse constrangimento fica avermelhada.

– É que fico feliz de estar com você, não importa que a situação seja difícil ou que eu possa deixar de existir... Só que estar com você já...

– Já vale a pena. – Completou Glem, olhando na direção onde estava minha ruivosidade. – Levante, tem que me ajudar a matar essa coisa.

– Prender.

– Matar. Não adianta prender se as almas que ele pegou ainda estão escondidas por ai.

– Do que isso importa? Você nunca se importou.

– Prometi pra uma mãe que ia trazer o filho dela de volta.

Quando disse isso já nem olhava mais para a criança, mas quando bateu as asas indo ao meu auxilio perdia o sorriso de korinmaru voltando a dar tudo de si.

– Paul, porque ainda está aqui!? Já não mandei você ir embora?

– Não posso ir embora, e você e o seu amigo?

– E o quê que você acha que pode fazer?! – Disse Glem segurando firme o enorme tentáculo que se jogou sobre eles. – Tá vendo isso?! Você pode fazer isso?!

– Não eu...

– Então cai fora! Você é inútil pra mim, devia sair daqui agora e ir encontrar aquele cara. Ele sim gosta de você e você dele. – Concluiu cortando o tentáculo. – Agora cai fora daqui, porque eu juro Paul, eu juro que se você morrer, a primeira coisa que vou fazer é matar o aquele pedaço de carne burra, só pelo fato dele poder te tocar e não fazer isso! Fora!!!

Após o urro, Eu parti, sem saber que aquela seria a ultima vez que veria Glem em vida.

Em questão de minutos a doença avançada e sem cuidado, o esforço físico e o batimento desenfreado de um coração fraco, finalmente cobrariam o seu preço alto. Em alguns minutos, eu estaria ás portas da casa de Lenny, iria erguer o punho para bater na porta, abraça-lo e dizer que é ele quem eu amo.

Mas infelizmente como disse antes, o preço que tinha à pagar era alto e a morte é uma cobradora implacável, mesquinha e que não aceita ser passada pra trás mais de uma vez.

Mesmo com o punho erguido, não bati na porta. Antes de alcança-la meu coração falhou, eu sou jogado novamente na sensação de perder o chão e meu corpo sem vida cai nas camélias regadas fazendo delas a cama de flores para um pateta morto.

Como um rápido estalo, minha morte é noticiada a Glem como um susto que o faz estancar o próximo golpe a ser dado.

– Paul...

Um homem comum choraria, um homem comum perderia o chão, um homem comum se sentiria triste. O problema é que Glem não era um homem comum. Suas lágrimas eram acidas, ele não tocava o chão, e não estava triste, estava com ódio... Muito ódio.

– Você vai morrer bicho feio... Você vai morrer agora!!

Esbravejou sentindo seus dons regressarem na forma não de centenas, mas sim milhares de traças negras surgindo das sombras de qualquer coisa. Eram quase uma neve escura que não vinha apenas de cima.

Elas tanto atacavam Borigin cravando nele as mordidas sanguessugas que o façam chiar, quanto reviravam o que restara do parque como uma revoada feroz, capaz de entrar em qualquer lugar pelo tamanho dos insetos, até finalmente encontrar na casa dos espelhos o que procuravam a serviço de seu mestre.

– Ah, então é aqui que você estava escondendo elas seu nojento? – Glem ergue a mão deixando aparecer ali a enorme foice da qual já sentia falta do peso e do poder.

Com um único golpe da estupenda ele arranca o teto da tenda, restando apenas os espelhos ganhando a companhia de Korinmaru abrindo a mão diante de um deles.

– Posso?

– Fique a vontade. Tenho mais o que fazer.

Glem autoriza e então um a um os espelhos vão começam a ser destruídos pelo simples fechar das mãos de um Deus.

Cada espelho estilhaçado deixava escapar as almas que ali estavam presas e voltavam a ser gente desmaiada. Cada espelho estilhaçado deixava Borigin mais fraco e o seu grunhir mais alto o que apenas enfurecia Glem ainda mais.

– O que foi fera!? Isso dói!? Isso te fere!? Você não sabe nada sobre dor! Então me deixe-te ensinar!!

Segurou firme a foice nas mãos voando contra o monstro, cortando cada tentáculo que avançava contra ele até restar apenas um, sobre o qual Glem correu e então finalmente disferiu o golpe fatal, arrancando fora a cabeça de Borigin esguichando gosma ao cair.

– Sinta-se com sorte, monstro... Isso não dói nem a metade que amar alguém. Korinmaru!

– O que foi?

– Pode cuidar de tudo agora, ou um monstro morto ainda é demais pra você?

– Não eu... Tudo bem.

– Ótimo tenho outro lugar pra ir.

Por quase não lhe perguntou, mas ele já sabia bem aonde Glem iria uma vez que o viu se desarmar.

Não demorou e o shinigami me encontrou. Como estava morto, não teve dificuldade alguma em me por nos braços, invadindo o quarto de Lenny com um forte clarão branco em suas costas. Alguém lá em cima, no reino dos anjos queria falar com ele, mas ele não iria antes de fazer o que tinha de fazer.

– Ei, você. Acorde. – Chutava a beirada da cama repetidamente até acorda-lo.

– Ah... Quem... O que e você? E o que fez com ele!? Paul!!

– Cala a boca! – Gritou quando Lenny levantou tentando recuperar minha carcaça vazia. – Quem é você pra falar desse jeito!? Você que não estava com ele quando ele morreu.

– Morreu. – Finalmente reparava a falta de luz nos meus olhos e as asas de Glem na luz o fizeram perguntar. – Você é um anjo? É isso? Você e o anjo que veio tira-lo de mim.

– Já disse pra calar a boca! Não sou um maldito anjo, sou um servente da morte, mas apesar disso, não estou aqui para leva-lo. – Fez-se uma pausa, Glem queria desfrutar um pouco mais de poder me segurar antes de fazer o que tinha de ser feito. – Estou aqui para te pedir sua ajuda.

– E o que você quer? Peça o que quiser.

– Apenas uma coisa. Quero que nunca mais o abandone enquanto viver.

– O que disse? Pensei que ele estava mor...

– E está! Mas... Posso e vou trazer ele de volta.

– O que me pede não é um favor, é a coisa que mais quero no mundo. Lutarei com esse tal Glem se for preciso.

– Adoraria que tentasse, mas ele não me perdoaria. Não intendeu ainda idiota? “Eu” sou Glem e ainda assim não é por que ele chama mesmo agora.

Korinmaru se faz presente no quarto. Apesar disso é completamente ignorado por Lenny, mas não por pelo meu portador, então passando a carga aos braços de quem amo, corta a ponta de um dos dedos com a própria unha deixando pingar uma gota de seu sangue na boca que já beijou mais cedo, explicando ao meu chefe que exaltou pelo ato, o que ele devia fazer.

– O homem que mata um shinigami é amaldiçoado com a vida eterna, mas se o shinigami lhe dá seu sangue de bom grado a vida apenas é prolongada por muitos anos. Quando eu sair, quero que ponha a boca ali e sopre a vida de volta nele. – Foi apenas o que disse. Deu as costas e chamou. – Korinmaru.

– Senhor.

– Vamos.

– Sim, senhor.

Assim eles se foram desaparecendo no túnel de luz que findou, não dando tempo nem para posteriores agradecimentos de quem ficara. Por fim cumprindo o que lhe foi dito pra fazer, da melhor maneira que pôde.

No limbo, uma espécie de vaco onde as almas não julgadas flutuam imóveis, vi a imagem de Lenny estender a mão até mim com um de seus lindos sorrisos e foi com mais um deles que ele me recebeu de volta a vida quando abri os olhos e me deparei com seu cabelo preto se misturando ao meu ruivo.

– Quantas vezes vou ter que salvar a sua vida?

– Desde que seja você que eu veja quando acordar... Não me importo.

A timidez batia a porta, e continuaria batendo até se cansar, porque eu não abriria. Tinha de aproveitar o presente de voltar da morte pela segunda vez, dizendo o que tinha de dizer, fazendo o que tinha de fazer. Como por exemplo, não indo embora aquela noite.

Nos dias seguintes que acordei com a graça de seu rosto às vezes em sua casa e por mais vezes na minha, terminamos descobrindo que meus olhos não falhavam mais. Minha doença havia misteriosamente sumido.

A doceria gerenciada por Lenny fechou pelas altas contas o que fez dele meu ex-chefe e de mim um desempregado, mas tenho de dizer... Não poderia estar mais feliz com isso.

Se quer saber, nunca mais tornei a ver Glem, mas de vez em quando ainda sinto um calafrio e me lembro dele. Como na vez em que estávamos na praça.

(...)

– O vigiando de novo mestre Glem?

– Não é da sua conta. Até parece que você não está aqui pra me vigiar também.

– Estou. – Concordou Korinmaru com um sorriso no mesmo galho que ele. – Pensei que depois de ser promovido a Arch-shinimagi você ficaria satisfeito e não voltaria mais pra ver como ele é feliz sem você.

– Está tentando me provocar? Suma, já está irritando.

– Apenas me diga por que continua vindo se ele não pode te ver, nem ouvir.

– É simples. “Eu” posso vê-lo e ouvi-lo. Além disso... Alguns humanos tem um anjo da guarda, outros, cães de guarda, mas nenhum deles tem um shinigami da guarda, só este aqui, porque ele é o tipo de idiota que precisa de atenção extra.

– E enquanto ao outro mortal? Não te incomoda?

– Ele me instiga. Acredita que me desafiou pra uma luta? Mal posso esperar pra medir a minha força com a dele.

– Se te deixa feliz, porque não luta comigo, então?

– Você é fraco. E... Não conseguiria te machucar.

Sem perceber, entregava uma enorme satisfação a quem também estaria pronto a estar ali, para sempre ao seu lado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

só acabei porq contei com a ajuda do Sasori-senpai que criou a batalha final na sua cabeça perturbada e eu escrevi da melhor maneira possivel. obrigada por estar aqui no final seja vc quem for.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu chefinho Lenny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.