Meu chefinho Lenny escrita por NP, Oribu san


Capítulo 1
Capítulo 1:No frio do inverno. No calor da noite.


Notas iniciais do capítulo

Absurdamente fácil de ler e divertida por causa das confusões entre o uke e o shinigami acorrentado a ele. Sejam muito bem vindas e bem vindos a doceria que é... MEU CHEFINHO LENNY.



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Inverno. Para mim a estação mais esperada do ano. O céu muda de cor ao nascer, as flores azulam antes do congelar e o clima puro e frio galopa o ar entre nós. Porém, se eu soubesse que no inverno tudo mudaria tão rápido, não o teria esperado tanto assim.

O dia se ergueu e com ele eu, Paul, ergui as portas da Sweet Love, uma doceria de valor nacional. Praticamente em cada cidade do país haviam duas ou três lojas da Sweet Love, grandes e bonitas como esta. Com suas mesinhas brancas e delicadas tanto dentro quanto fora da loja, é o tipo de lugar onde as pessoas gostam de estar, e eu de trabalhar.As pessoas são gentis, desde as garçonetes, até os cozinheiros, mas quase não falo com eles. Tanto por ser um tímido incorrigível, quanto por ser uma especie de faz tudo. Jogo o lixo fora, entrego encomendas e tudo mais o que me pedirem pra fazer.

Mas se tem algo que tento fugir é de que me peçam, é para servir as mesas. Fico desconcertado e tremulo naquele avental cor de rosa que me põe vermelho quando as clientes me chamam de "fofo" e aí meu rosto ardente contrasta com meu cabelo ruivo e eu esqueço o pedido.
Quando isso acontece, a primeira a ficar sabendo, além das garçonetes, é a supervisora Malta, que apesar de trabalhar numa loja de doces é um ser muito amargo e assustador.

– Como assim esqueceu três pedidos hoje?! É tão simples, é só anotar!!

– De... Desculpe, por favor. Não vai acontecer de novo. É que... eu ficou nervoso.–"Nervosa está ela" Pensei.

– Nervosa estou eu!!

"Não disse."

Nessas horas, só o que me salva é o meu bondoso chefinho Lenny. Que além de alto e bonito, é a pessoa mais gentil que já conheci. Mesmo que eu nunca tenha tido coragem de dizer-lhe isso pessoalmente.

Geralmente é ele que me recebe pela manhã com um sorriso de bom dia e me ajuda a escapar quando Malta está me torturando como agora, mas por hoje meu anjo da guarda de cabelos longos e escuros não havia dado nem sinal de vida ainda. "ainda".

– Paul, Leninho tá te chamando na sala dele.– Diz uma das garçonetes devidamente trajada em rosa e branco, cores da loja, abrindo a porta por onde escapo e escutamos os gritos da supervisora.

– Senhor Lenny pra você sua abusada!! Onde está o respeito dessas garotas?!!

Se depender de Lenny, debaixo da ponte, pois ele as deixa chama-lo do que quiser e apenas lhes retribui com um sorriso e as vezes um afagar de cabeça que as derrete. Acho afinal que não sou o único que descobriu sua beleza gentil.

– Pois não, senhor.– Desliso os dedos e o canto do rosto na porta de sua sala.

– Paul! Pode entrar.– Como esperado, há um sorriso em sua face por trás da messa loteada de papeis que mais pareciam serem contas. Muitas delas.

– Algum... Algum problema?

– Não, não se preocupe com esses papeis. Você poderia arrumar o almoxarifado? Está bagunçado e com teias de aranha.

– S... Sim.– Respondi de cabeça baixa, porque se os outros me davam vergonha, quase não conseguia ficar na mesma sala que ele e sua bela aparência, sem tremer.

– Obrigado, é a única coisa que precisa fazer hoje... Assim não precisa atender mais nenhuma mesa, está bem?

Levei um choque. "Ele sabia que havia acontecido de novo? Mas como?"

Decidido então a dar o meu melhor.Peguei minhas coisas no armário dos funcionários e a chave do almoxarifado na cozinha porque ele ficava abaixo da loja próximo do porão.A princípio, gostei pois não teria de ficar perto de ninguém e poderia estar sozinho com os pensamentos e a melodia dos violinos em meus fones, esquecendo do mundo além das paredes de seu som, como se uma orquestra inteira estivesse ali acompanhando a faxina.

Terminado de arrumar o caos de caixas e poeira, minhas roupas estavam todas folgadas, a gravata com o nome da loja quase totalmente solta, ao contrario do cabelo que tive de prender para trás já que me atrapalhavam a visão e a limpeza por se sujarem a todo momento que me abaixava ou levantava uma caixa.
Agora que estava tudo limpo e eu sujo, encarei o relógio me gritando pelo ponteiros,"você passou da hora de ir embora". Saindo pela porta coberto de fuligem, com minha mochila sobre um dos ombros, trombei em algo grande e quase caí.

– Oh! Paul?–Era meu chefe com intenção de quem pensava. "O que ainda está fazendo aqui?"–Nossa você limpou tudo hoje? Pensei que ficaria um pouco pra amanhã.–"Assim não teria de ir às mesas."–Mas você é muito eficiente. Obrigado pelo ótimo trabalho.

– Obrigado.–Respondi tímido como sempre a sua reverencia, evitando fitar seus olhos, que estavam mais despejados sobre mim do que pensei, por ele dizer.

– Acho que devia prende-lo mais vezes. Você fica muito mais bonito quando mostra os olhos.

– O quê?

– Seu cabelo.–Me apontou apertando os olhos ao sorrir com aquela cara simpática que eu tanto evito ver.

Ao me dar conta do que falava, embaralhei-me de tal força nervosa que deixei a mochila cair com o celular libertando a musica dos violinos.

– Onde está meu celular?–Baixei procurando entre as muitas coisas caídas.

– Este aqui?

Ele estendendo o aparelho e o sorriso, é o que me recordo daquele momento. Música, escuro, olhares e meu medo que veio logo atona.

– Tenho... Tenho que ir.

Peguei o celular e parti em disparada.Correndo em direção a minha casa, arfava o ar congelado, pisando nas posas, estilhaçando água. Só parando no parque porque meu coração parecia que ia se explodir. O banco que sempre uso pra pensar serviu de esteio à calma, aliviando-me um "ufa" quando me joguei o sentar nele, olhando pra cima, para o céu, para as estrelas.

Não sei se foi o nervosismo ou um ataque cardíaco, mas elas giraram sua imagem sobre mimem carrossel e eu dormi.

Quando fui acordando, percebi que havia alguém sentado ao eu lado. Roupas comuns, mas não podia ver seu rosto por ainda estar despertando de visão embaçada. Como a visão vinha devagar, concentrei-me no sentido do tato, e esse sentido me disse que estava mais do que deitado ao lado dessa pessoa, estava com a cabeça disposta em seu colo.

O susto que tomei me atirou para trás e pro chão, vendo misturado a luz do poste próximo ao banco, apenas o sorrir da pessoa estranha, como o gato de Alice, via apenas o seu sorrir. Porém não era loucura disposta nele e sim gentileza, o que mesmo meio cego, afirmava ser meu chefe.

– É você, Lenny?

– Sim, Paul, sou eu.–Voltava o sorriso a aparecer e aos poucos o via melhor o rosto.–Meu carro quebrou, então decidi vir a pé pra casa.

– "Isso quer dizer que ele mora por aqui?"

Tentei falar algo mais de três palavras, mas minha voz infantil não saia e a vergonha consumia. Então como que me lendo novamente Lenny continuou.

– Vi você aqui e achei que não era seguro que ficasse sozinho á noite. E também que depois do trabalho de hoje, merecia um protetor e um colo pro cansaço.–"Ainda é muito pequeno pra trabalhar tanto."

Olhando pasmo pra como ele podia dizer algo assim tão simplesmente, levantei do chão e pondo o cabelo por trás da orelha sorri vermelho como pouco já fiz na frente das pessoas. Mas Lenny era diferente o que agora me deixara calmo. Só repreendium pouco a mim pelo que vi no relógio do parque.

– Como está tarde! Você ficou cuidando de mim todo esse tempo?

– Sim, mas confesso que acabei dormindo um pouquinho também.–Riu coçando a cabeça.

– Obrigado... Tenho que ir, amanhã nós trabalhos.

– Então vamos.–Falou pegando a mochila de minhas mãos.–Onde você mora?

Pensei em dizer que estava dizendo que "eu" ia embora, mas percebi que com tomar a mochila de mim ele já estava dizendo que viria comigo. Então respondi.

– Na... Zona sul. O prédio J, da rua Ohayou.

– Sério?! Eu moro um prédio da frente. Não acredito que nunca te vi por lá.

Como mau conversávamos, jamais havia notado nele esse ar tão jovem. "É verdade, que não parece tão mais velho que eu." Como o olhava, ele olhou pra mim e eu desviei. Não sei se sorriu, tive vergonha demais pra descobrir. E assim seguimos até chegar as portas de onde me escondia do mundo. Meu lar.

– Gosta de sukiyaki*, Paul?

(Ensopado de carne e legumes*)

– Claro! Eu amo comer!

Tomamos uma reação de surpresa por meu entusiasmo e depois sua boca uma curvatura diferente e o olhar também por do nada esfregar minha cabeça.

– Olha só. O rapazinho tímido que não fala com ninguém é bem extrovertido.

Mais que uma colher de chá de vergonha, banhei-me nela tentando escapar de sua grande mão.

– Eh... Eh, tenho que ir.–Tento sair debaixo dela e subir, mas Lenny me segura o braço.

– Calma, eu não mordo. Foi só um pensamento alto.–Encarando daquele jeito, parecia que havia ganhado o dom doe congelar-nos no tempo. E então a pergunta.–Quer jantar comigo?

– Estou sujo... Vou... Fazer você parecer doido de estar com alguém como eu, todo imundo e com a roupa abarrotada.

E então sendo simpático mais uma vez diz.

– Não precisa ser agora, Paul. Também considerando a hora preciso ir embora. Pode ser amanhã, se você quiser.

– Sim... Claro.–"Ah droga, eu queria comer. Estou com fome."

– Vou ter de esperar pra comer sukiyaki amanhã. Bem, acho que vou para casa. Te vejo amanhã, certo?

Gesticulo um fraco sim com a cabeça e me despedindo subi pra casa o mais rápido que pude, batendo a porta atrás de mim e escorregando nela até o chão.

–"O que é que foi isso?"–Pensei e em seguida fui abordado por um sorriso bobo vendo pela janela a lua que me encarava.–Que mudança na minha vida. Falta mais alguma coisa?

Não deveria ter perguntado, pois a lua gosta de pregar peças. Mas... tinha de me enviar, logo a mais suja?

Ainda prestando minha atenção a ela, reparei ao longe de seu brilho, um potinho negro que surgia,vir voando devagar e ia aumentando de tamanho a medida que se aproximava da janela.

– Uma traça?

Quem dera fosse apenas uma. Do inseto que invadira minha casa, agora aparecia mais um, e outro, e outro, e outros mais,até surgir um verdadeiro batalhão de traças, negras como a própria noite de que vieram, foram se amontoando na sala, voando em círculos como um tufão que derrubava tudo com o vento de sua velocidade, inclusive eu mesmo.

– O que é isso meu Deus?!–Foi então que senti um pé me derrubar. O mesmo pé de unhas vermelhas que agora se dispunha sobre meu peito enquanto o seu dono me apontava uma foice.

– Olha lá quem você chama enquanto está na minha presença moleque.

Apesar de ver claramente sua pele apagada, as orelhas pontiagudas como as unhas, asas negras e uma especie de espectro fluir ao redor dele, ainda assim tive de perguntar.

– Quem... Ou oque é você!

– Como os humanos de hoje são burros. Sempre perguntam a mesma coisa. Por acaso não sabe reconhecer um shinigami quando vê um?– Ainda me mantinha preso ao chão com seu pé.

– Shinigami! Isso... Isso quer dizer que...

– Isso aí, Juny, sua hora chegou.

– Não!– Lamentei.–Mas que coisa. Logo agora que... Espera, você me chamou de quê?

Antes que pudesse me dar conta, ele enfiou a mão de unhas como facas no meu peito e me arrancou do corpo, largando-o no chão como se uma casca ruiva e oca fosse.

– O que... O que é que você fez?! Estou transparente e tem outro de mim no chão!

– Isso é porque você agora é um espirito, Juny. Ande, me siga até o outro mundo.

– Meu nome não é Juny! Me chamo Paul! Juny é meu vizinho!

– Opa..!Da esquerda ou da direita?

– Esquerda.– Digo chorando sobre meu corpo sem vida, vendo aquele menino demônio atravessar a parede com sua arma e voltar minutos depois.

– Pronto, problema resolvido. Já mandei o Juny certo pro mundo dos espíritos.

– Como assim problema resolvido? Eu morri!–Ainda choro e lamento flutuando sobre mim.–Que tipo de shinigami erra de endereço?!–Enfureci. O que ele também logo fez.

–Fique você sabendo humano! Que está diante de Glem Especter, o shinigami das traças negras!–Ele perdia rapidamente a paciência e começa a empurrar minha alma até que tropeço nele e o mesmo me derruba sobre o outro de mim.–Agora cala a boca e volte pro seu corpo, idiota!

Vejo um clarão e em segundos estou de volta,respirando fundo como quem saiu de um afogamento.

– Pronto, tá vivo. Agora se der licença tenho mais o que fazer.–Glem abriu suas asas saindo pela janela,mas quando já estava a uma distância de metros, uma larga corrente até então invisível, aparece prendendo sua perna á minha.

– Que coisa é essa?– Pergunto.

– Droga!Comigo não! Comigo não!–O vejo rugir agarrando-se à sua foice que desaparecia aos poucos e ele ir pousando caidamente no para-peito como se mesmo alado estivesse perdendo a capacidade de voar.

– O que está acontecendo?– Pergunto novamente.

– Quando um shinigami colhe uma alma antes do tempo dela, ele perde os poderes da morte e fica preso a essa alma, pra impedir que ela morra antes do tempo de novo, até que o dia dela chegue. Isso quer dizer que... Ah droga!– Rugia novamente.– Quer dizer que estamos ligados até o dia que a sua vida acabe!!

– O quê?! Eu não quero isso!

– E você acha que eu quero ficar preso a um moleque chorão como você?!!–Se joga sobre mim, mas seu corpo atravessa o meu e ele embola pelo piso de madeira atravessando os móveis.–Merda!! Estou tão fraco que já nem consigo te bater!!

– "Me... Bater!!"–E... Como eu faço agora?! Não posso ir trabalhar com um mostro acorrentado a mim.

– Não se atreva a chorar de novo!!–Ele urra quando começo,e então silencio o quarto por me calar.–Ninguém pode me ver além de você e pessoas com dom especial pra isso. Sou praticamente um fantasma pras outras pessoas e a corrente só aparece se nós quisermos ou se eu estica-la tentando ir embora como você acaba de ver.– Dizia tudo com um irrelátivo bico.

Após um minuto de silêncio que seguiu no quarto, olhei para o demônio frustado a minha frente, ele me olhou de volta e então gritamos.



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Notas finais do capítulo

obrigado por ler ^^. comentem oq acharam.
Aqui é NP e Oribu-san agradecendo!! Arigatou gozaimasu. volte sempre n_n/



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