Enfeitiçadas escrita por The Reaper


Capítulo 4
Aberto, Porém Fechado


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo!
Boa Leitura!!



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–Minha nossa Leslie! – gritou Alina –como você fez isso?

Leslie não conseguia parar de olhar o livro. A menina estava tão surpresa quanto suas amigas. Como se fosse um livro comum o enorme grimório se abrira para ela revelando seus ocultos segredos.

Passada a surpresa inicial, Ravena puxou o livro da mão da amiga com o cenho franzido.

–Mas o que? – disse ela passando as páginas sem entender nada – esta em branco!

Alina se aproximou da loira constatando a mesma coisa.

–Isso não é possível! Não pode estar em branco.

Leslie não entendia o que as amigas estavam dizendo. O livro não estava em branco, mas sim repleto de inscrições, desenhos. Como era possível que elas não pudessem ver?

–Do que vocês estão falando? – indagou Leslie.

–Do que estamos falando? – disse Alina confusa com a pergunta – você não vê o livro está em branco! Não tem nada nele.

Para enfatizar, a ruiva balançou o livro na frente da amiga.

–Não, não é verdade – disse Leslie – olha só os símbolos os rituais. Não é possível que vocês não estejam enxergando.

Ravena e Alina trocaram olhares atônitos.

–Você está vendo mesmo alguma coisa? – insistiu a loira

–Sim – foi a resposta – não só alguma coisa, tudo.

–Porque nós não podemos – disse Alina.

–Só pode ser um encantamento – afirmou Ravena – um poderoso que permite que apenas alguns poucos os leiam.

–É o grimório dos Holmes – argumentou Alina – porque a Leslie teria acesso permitido ao grimório de outra família?

–Isso não faz nenhum sentido – falou Leslie.

–Bom, talvez o livro só se revele aos puros de coração – disse Ravena dando de ombros.

–Isso sim, faria sentido – concordou Alina rindo.

–E agora? – indagou Leslie – o que vamos fazer?

Alina encarou a amiga.

–O que você vai fazer Less. Você é a única de nós que pode ler o livro. Você vai ficar com o grimório.

–O que?! – gritou Leslie perplexa – não, não você enlouqueceu? E se descobrem?

Alina suspirou.

–Ninguém vai descobrir nada criatura. Além do mais se o livro se revelou para você e isso só prova que não tem nada de errado em você ficar com ele.

–Que linha de raciocínio interessante – brincou Ravena.

–Uma linha de raciocínio de alguém com a mente bem torta – rebateu Leslie – não vai dar eu não tenho onde esconder isso. Minha avó é como um cão perdigueiro, vai acabar encontrando.

–Anda Leslie – insistiu Ravena – você não quer saber o que esse livro tem? O que ele pode oferecer?

A morena olhou para o livro indecisa. Era tentador, isso com certeza. Mas por outro lado ela sentia que se decidisse ficar com o grimório sua vida nunca mais seria a mesma.

–Eu vou ficar com ele por alguns dias – decidiu Leslie para a alegria das outras duas – alguns dias entendeu? Depois vamos devolvê-lo.

–Tudo o que você disser amiga – disse Alina com um sorriso.

Leslie revirou os olhos. Ela sabia que nunca ganharia uma guerra com Alina Ross. Tudo era como ela queria. A morena apenas fingia ganhar algumas batalhas.

–Sem querer atrapalhar o momento feliz – interrompeu Ravena – mas ainda temos o problema das provas. O que faremos?

Dessa vez foi Leslie quem respondeu.

–Eu vou procurar algo no livro. Se eu não achar nada que ajude vamos ter que fazer a moda antiga.

–Por mim tudo bem – disse Ravena – é melhor nós irmos. Demoramos demais.

–Boa sorte Less – disse Alina se despedindo.

Leslie observou as suas amigas irem embora num misto de preocupação e alegria. Segurando o livro com força próximo ao peito ela correu para casa sentindo a leve brisa noturna no seu rosto.

***********************

Alina caminhava pensativa. As ruas frias e úmidas da cidade não incomodavam a menina acostumada com o clima hostil da cidade. Alina nascera e crescera ali, assim como seus pais e os pais deles servindo ao coven e mantendo a tradição. A família Ross era uma das famílias mais importantes da cidade, perdendo apenas para os Daywood e para família do líder, os arrogantes Lavesque.

–Está perdida ruivinha? – disse uma voz

Alina fez uma careta ao ouvir a voz de Sophie. Sem dúvida não havia pessoa no mundo que a garota detestasse mais. Ela se virou e viu o carro rosa estacionado.

–Não, eu estou ótima – respondeu Alina – e você porque não vai se perder em um outro lugar? Quem sabe, com um pouco de sorte você acaba sendo devorada sei lá, por um urso.

Sophie riu divertida e suas amigas Alisson, Sam e Faith , irmã mais nova de Sophie a acompanharam num coro pateticamente ensaiado.

–Bom, torça para que isso aconteça Ross, porque é a única maneira de você se tornar visível nessa cidade – disse Sophie com um sorriso zombeteiro nos lábios – eu não culpo você por se sentir ofuscada.

–A única coisa ofuscando a minha visão é esse seu carro brega Lavaca – rebateu Alina se afastando.

A riso de Faith ainda pode ser ouvido pela jovem da mesma forma que a voz irritada de Sophie.

–Faith, o que acha que está fazendo?

Faith deu de ombros.

–Ué, foi engraçado.

Enquanto Alina se distanciava uma Sophie muito irritada a observava de longe.

–Você ainda me paga, nojentinha.

***************************

Ravena chegou em casa rapidamente. Estava muito intrigada com o fato de não ter conseguido ler o grimório enquanto uma bruxa mais fraca conseguira. Não que tivesse se sentido mal por isso mas era realmente algo muito estranho e merecia ser investigado com muito cuidado.

Caminhou até o escritório de seu pai decidida a pegar sutilmente algumas informações que ele pudesse deixar escapar.

Timothy Daywood era um renomado advogado e um poderoso bruxo, respeitado em toda a cidade. Graças a ele a família Daywood ganhara bem mais reconhecimento chegando a ser comparada em poder, liderança e astúcia aos grandes Lavesque. Apesar disso, Timothy não tinha grande apreço pelas artes e importava se apenas em criar a sua única filha Ravena de maneira correta para que ela pudesse ser uma advogada competente e uma pessoa honesta para herdar o seu legado.

Ravena abriu a porta com cuidado. Seu pai estava debruçado sobre a mesa repleta de papéis, os cabelos loiros já um pouco acinzentados caídos de forma bagunçado sobre seu rosto pálido.

–Pai? – chamou a moça.

Como quem levara um susto Timothy ergue-se num salto, derrubando papéis por toda a parte.

–Ravena – disse ele esfregando os olhos – que susto!

–Desculpe – disse Ravena abaixando-se para ajudá-lo a pegar os papéis – eu queria fazer uma pergunta.

–Hum – disse ele pegando seus óculos e pondo no rosto – pois faça.

–Quando eu vou poder ver o grimório da nossa família?

–Você já me perguntou isso lembra? - disse ele sentando-se – eu respondi que quando você for iniciada poderá ter acesso ao livro.

–Como assim acesso? – insistiu a menina.

Timothy franziu o cenho como se não tivesse entendido a pergunta.

–Como?

–O que você quer dizer com “acesso” – indagou a loira.

–Bom, quero dizer que eu irei retirá-lo de onde está guardado e dá-lo a você – respondeu ele confuso.

–E se uma outra pessoa pegá-lo? Alguém que não seja da nossa família? O que acontece?

–Isso seria um crime horrível sem dúvida. Um roubo, além de uma perda enorme para nós. Os secretos feitiços de uma família são coisas muito importantes para manter o legado e se um outro os lesse deixaria de ser nosso.

–Entendo – disse Ravena.

–Porque está perguntando isso? – falou Timothy.

–É que eu fiquei preocupada sabe. Um dia eu terei a responsabilidade de cuidar do nosso grimório.

Timothy sorriu.

–Não se preocupe com isso. Eu sei que você irá cuidar muito bem de tudo.

Ravena sorriu.

–Obrigada pai.

E quando deixou o escritório e foi para o seu quarto a menina estava mais intrigada que nunca. Mas aquela não era a hora de se preocupar com aquelas coisas, estava na hora de descansar e aguardar o amanhã na esperança de que Leslie tivesse boas notícias.


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Notas finais do capítulo

Esse novo dia será cheio de descobertas com certeza...
Gostaram?



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