Sun Goes Down escrita por Jojo Almeida


Capítulo 5
Katie, 20:27


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá povo!
Quem está curtindo a beleza da vida na copa? Quem já comprou sua fantasia de araucária? Quem já conseguiu uma figurinha estrangeira? Hahahahah!
A vida é linda quando se mora em uma das cidades anfitriãs.
Enfim, aí vaí o capítulo. Ficou maior do que eu esperava.



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No banheiro feminino, eu e Silena entramos no mesmo cubículo. Mi também se espreme para dentro. “É tipo o cone do silêncio?” ela pergunta depois que eu tranco a porta.

“Mais pra cubículo da verdade.” Silena explica.

Silena e eu nos conhecemos assim, alguns meses após começo de nosso primeiro semestre na faculdade. Era uma festa de calourada em uma das fraternidades do campus, e eu estava prestes a fechar a porta quando ela se esgueirou para dentro, cobriu minha boca e exigiu “Shhh!”.

Nós escutamos enquanto Heather Davidson e Clarisse LaRue entravam no banheiro chamando por Silena. “Ela não está aqui.” Heather disse quando ninguém respondeu. “Vamos olhar no primeiro andar de novo.”

“Difíceis, essas duas.” Silena disse depois que elas saíram. “Estão me seguindo já tem quase vinte minutos.”

“Acho que elas exageram demais.” Eu comentei com uma careta. “Com toda essa coisa dos trotes. Soube que Clarisse fez uma garota chorar semana passada.”

“Clarisse não é tão ruim assim.” Si ponderou. “Já Heather... Ela é cruel. Absolutamente cruel.”

“Se você diz.”

Silena sorriu.

"Eu sabia que não queria ser amiga de Heather bem antes dela sequer abrir a boca. É que eu sou psíquica.” Ela disse, ao notar que eu encarava a porta nervosamente. “Pisíquica. Não psicopata. Silena Beauregard.”

“Katie Gardner.” Eu disse.

Ela olha para mim de um jeito estranho hoje, no cubículo na verdade. “Por que você mentiria?”

“Eu não menti.”

“Nós estávamos lá falando com Travis e você não disse nada sobre ele ser o cara-do-nariz-quebrado. Isso é mentir, certo?” Silena olha para Miranda em busca de apoio.

“É ocultar a verdade.” Miranda parafraseia.

“Tanto faz. Por que você ocultaria a verdade?”

“Você é psíquica. Eu assumi que você sabia.” Eu digo.

“Nem vem, Gardner.” Si revira os olhos.

“Eu me senti uma idiota. Além disso, eu sabia que se te contasse você me empurraria para Travis. Sendo que eu não gosto nem um pouco do Stoll. E qualquer argumento que envolva o destino é inválido.”

“Mas ele é lindo. E ele é amigo de Polux.” Miranda se intromete. “Kay, quando nós estávamos na rua e o braço de Polux encostou no meu, eu senti energia estática lá em baixo.”

Eu não consigo deixar de rir. “Então saia com ele. Você pode me ligar e contar tudo amanhã.”

“Eu quero te contar agora. Além disso, ele é completamente imprevisível. Não sei nem dizer se ele está afim de mim! Quem sabe com Connor e Travis por perto...”

“Isso é bem estranho, Mi.” Eu digo.

“Na verdade...” Silena diz. “Acho que você está bem precisando levar um choques lá em baixo.”

“Arhh” eu resmungo, cruzando os braços, na defensiva. “Isso não é hora de falar sobre a minha vida sexual, por favor obrigada.”

“A sua falta de vida sexual, melhor dizendo.” Silena corrige. “Fala sério, Katie. Qual foi a última vez que você saiu?”

“Não importa. Eu quero alguém como o Hitch.” Não alguém como ele. “ Eu quero o Hitch”

“Alguém que as chances de você conhecer beiram o zero.” Silena diz.

“Acho que Connor conhece ele.” Miranda diz. “Travis também.”

Eu estou procurando por Hitch há anos. Boatos sobre ele aparecem a torto e a direita pela faculdade. Ele está morto, ele está do outro lado do oceano, ele está estudando belas artes. Até onde sei, nada disso é verdade. “Você quer dizer que Connor conhece alguém que conhece alguém que talvez conheça ele.”

“Não, ele realmente conhece ele. Ele fala sobre isso o tempo todo. ‘Eu fui em tal lugar com Hitch e ele fez tal coisa.’ Parece que eles realmente saem com ele. Conn pensa que isso faz com que ele seja legal por associação social.” Miranda pensa a respeito. “Se bem que realmente faz com que ele seja um pouco mais legal.

Eu seguro Mi pelos ombros, sentindo o que até poderia ser o começo de uma energia estática dentro de mim. “Eu vou hoje a noite, com o Stoll e tudo. Mas com uma condição: procurar por Hitch. Nós podemos ir a lugares onde Connor acha que ele estaria. Mi ganha uma noite de ação com Polux. Eu ganho uma noite de romance com Hitch, e completo minha lista.”

“Soa como um livro que minha tia Glenda leria.” Miranda responde com uma careta.

“Eu estou nessa.” Si se volutaria, sorrindo.

“Tudo bem.” Miranda resmunga. “Nós vamos caçar seu homem. Completar sua lista. Que seja.”

“Certo.” Eu suspiro aliviada. “Condição número dois:-”

“Ah, chega de condições. Isso não é um contrato.”

“Dá pra escutar?” Eu reviro os olhos. “Nós vamos ter que ficar aqui no Meio Sangue um pouco. Uma hora, no máximo. Quíron está pirando, e Robb não conseguiu chegar a tempo.”

“Hoje? Mas é a sua última noite em São Francisco!” Silena resmunga. “Você não devia trabalhar.”

“É só durante uma hora.” Eu garanto, tirando meu casaco e estendendo para que uma delas segurasse. Então, tiro minha bata branca.

"Nossa, Katie. Você está uma tripa.” Miranda comenta com uma expressão estranha, pegando meu casaco e minha bata.

Eu sorrio, incerta se é ou não um elogio, e visto a camisa preta com pequeno logo do centauro, meu uniforme. “Eu não consegui dizer não.” Acrescento, ao notar o olhar de Silena.

“Tá, tá. Nós podemos nos divertir aqui mesmo, certo?” Miranda encoraja. “Parece que metade do campus resolveu dar uma passada, de todo jeito.”

“Eu posso falar com Connor. Ver o que ele realmente sabe sobre Hitch.” Silena oferece, resignada.

“Ótimo.” Eu digo e tento abrir a porta. Nada acontece. “Okay, isso é estranho.”

“Será que é um presságio?” Si pergunta.

Miranda tira sua bota e a usa para forçar a fechadura do cubículo. “Não é um presságio.” Slam. “Hoje.” Slam. “Vai ser ótimo.” Slam. “Você tem um sentimento, certo?” Slam. Ela veste a bota de novo e olha para gente. “Okay, não está funcionando. Nós vamos ter que escalar.”

Eu quero perguntar o que isso quer dizer, mas ela já está em cima do vaso sanitário erguendo seu corpo para fora do cubículo. Nós ouvimos seus pés baterem no chão do lado de fora. Silena sorri. “Vai dar tudo certo.” Garante. “Confie em mim. Eu sou psíquica.”

Eu saio do banheiro e a primeira coisa que vejo é Travis. Tudo bem, era um desejo tanto quanto irrealista, mas eu estava torcendo para que ele simplesmente deixasse de existir enquanto estávamos no banheiro. Sinto meu estomago se revirar quando ele olha em minha direção, mas é apenas a queda ao sair do cubículo. A queda e a expectativa de conhecer Hitch.

Eu não olho para ele quando me sento ao seu lado. Eu não estou aqui para conversar Stoll. “Kay e Mi querem conhecer Hitch.” Silena diz, curta e grossa no assunto.

“Quem?” Polux pergunta.

"Um grafiteiro.” Ela diz a ele.

“Ele picha por toda a cidade.”

“Grafitta.” Travis corrige, inexpressivo. “É diferente.”

“Tanto faz.” Miranda responde. “Nós queremos encontrar ele.”

Conhecer ele.” Eu acrescento, colocando meu casaco militar e minha bata em cima de minha bolsa.

“Nós podemos fazer isso.” Connor sorri. “É uma ótima ideia. Está na sua lista, não é Kay?”

“Não, é uma ideia idiota.” Travis discorda. “É a ideia mais idiota que eu já ouvi. Como nós sequer vamos saber onde procurar?”

“Achei que você conhecesse ele.” Silena franze o cenho.

“Não tão bem assim.”

“Hãn... Ele é seu amigo, certo Conn?” Miranda pergunta se virando para ele.

Èrhm.... Sim?” Connor responde como se tivesse acabado de sair de um transe, hesitante.

“É mesmo, Connor?” Travis lança um olhar azedo para o irmão.

“Você estava mentindo?” Miranda pergunta decepcionada.

“Não, não.” Connor se apressa em negar. “Eu vejo ele o tempo todo.”

“Então prova.” Mirada desafia. “Vamos onde ele costuma ir e, caso a gente encontre ele, você faz as apresentações."

“Nós podemos fazer isso.” Connor diz. “Certo, Polux?”

Eu estou segurando meu fôlego. Cruzando tudo que posso. Pulmões, rins, ventrículos, a coisa toda. Por favor, não esteja mentindo Conn. Qualquer idiota poderia dizer que tem alguma coisa errada com esses caras mas, por favor, que seja apenas a extrema babaquice de Travis Stoll.

Eu imagino como Hitch deve parecer: roupas sujas de tinta, um rosto que tem milhões de ideias passando debaixo. Eu imagino ele me tocando, e toda a energia estática correndo dos seus dedos diretamente para minha coluna vertebral. Por favor, por favor, por favor.

“Certo.” Polux diz devagar. “Sem problemas.”

“Agora eu preciso ir ao banheiro.” Travis diz. “Acho que você dois também precisam ir ao banheiro.”

“Caras não vão ao banheiro juntos. Isso tá errado.” Connor protesta.

“Essa não é a única coisa que está errada aqui.” Travis agarra Conn pela camisa. “Anda, mané.”

Eu acompanho os três com o olhar até a porta do banheiro masculino se fechar. “Você acha que Connor está falando a verdade?”

“Você quer que eu descubra?” Mi se olha no espelhinho redondo e então o passa para Silena. “Odeio minhas sardas.”

“Não vamos estragar o clima chamando eles de mentirosos.” Silena olha no espelhinho. “Minhas olheiras estão enormes.” Reclama.

“Eu não consigo dizer se você sequer tem olheiras, e eu adoro sardas.” Digo, pegando o espelhinho da mão dela.

“Eu não vou estragar o clima.” Miranda diz pensativa. “Eu tenho um jeito especial de fazer Connor cuspir informações.”

“Como?” Eu pergunto.

“Eu chuto ele bem nas-”

“Super especial.” Eu ironizo interrompendo-a. Devolvo o espelhinho, sem me dar o trabalho de checar meu reflexo.

"Efetivo, sim."

“Okay. Vamos mantar nosso pés no chão e não cedar a paranóia” Silena diz. “Rápido, vocês duas. Falem tudo o que sabem antes que eles voltem.”

“Okay. Travis é bem louco.” Miranda pondera. “Menos louco desde que ele foi expulso, mas eu diria que ele ainda faz algumas coisas bem loucas.”

“Defina loucura.” Si pede.

“Uma vez ele usou as camisas dos caras na sala para criar uma corda e sair pela janela do prédio quando o professor estava de costas. E isso foi no ensino médio. Mas, quer dizer, acho que todo mundo lembra daquela história das florzinh-”

“Arhhh” Eu interrompo. “Outro assunto, por favor.”

“Lembra quando ele e Connor invadiram a sala daquela professora de Econ no último dia de aula, com pistolas d’água?”

Nós rimos.

“A melhor empreitada Stoll, sem dúvida, foi quando eles roubaram o mascote da ULA.” Miranda diz.

“Vocês acham que ele já foi preso?” Silena pergunta curiosa e estranhamente excitada com a ideia.

“Acho que não. Os amigos dele, por outro lado... Um tal de Bunker tem problemas com a polícia. Soube que Luke Castellan foi preso ano passado.”

Eu sinto um calafrio percorrer meu corpo. “Perfeito.” Comento baixinho.

"Ele costumava andar com aquela garota. Anabella qualquer coisa.”

“Arabella?” Si pergunta. “Aquela garota com os...?”

“Essa mesmo.” Mi diz. Eu olho para meu peito, e ela bate devagarzinho em meu ombro.

“Alguns caras também ligam para a personalidade.”

"Garotas como eu começaram esse rumor.” Eu olho para Si. “O que você sabe sobre Polux?”

“Não muito.” Ela encolhe os ombros. “Ele assinou um contrato semana passada. Uma peça, ou coisa do tipo. Acho que é um musical. Paga bem.”

“Alguma garota?”

“Bem, sim. Alguma garotas. Okay, muitas garotas. Um número bem grande de garotas. Muitas e muitas e muitas-”

“Okay, eu entendi.” Mi interrompe. “Eu vou ter que ser convincente.”

“Vocês sabem porque ele foi expulso?” Eu pergunto. “Travis, digo.”

Miranda encolhe os ombros. “O boato é que encontraram drogas no dormitório dele. Mas Connor disse que isso é merda.”

Eu sempre me perguntei por que ele saiu, se essa história das drogas era verdade mesmo. Hoje é a primeira vez que o vejo, desde que ele simplesmente parou de aparecer nas aulas do senhor Baynes.

Tenho que admitir que senti um pouco de saudade depois que ele se foi. As aulas de economia internacional específica não tinham lá muita graça, quando era só Baynes divagando durante uma hora e meia. Quer dizer, era quase relaxante poder brigar com Stoll uma ver por semana. Ótimo para aliviar o stress. Além do mais, não me sentia remotamente culpada. Ele sempre merecia.

“Você ‘tá com um cara estranha.” Si diz para mim. “O que você está pensando?”

“Nada” Eu digo.

“Isso é possível?” Silena pergunta. “Não ter absolutamente nada no seu cérebro? Porque as vezes eu perguntava Charles o que ele estava pensando, e ele dizia que nada. E eu só queria que, para variar, ele falasse que estava pensando sobre a paz mundial, ou salvar as baleias, ou coisa do tipo.”

“Mas você não é psíquica?” Miranda pondera. “Você não pode ouvir o que as pessoas pensam? Quer dizer... como que isso funciona?”

“Eu tenho um sentimento às vezes. Minha mãe é bem mais psíquica do que eu. Ela tem esse sexto sentido para o amor. Ela sempre sabe.”

Eu penso na pequena menção que Silena acaba de fazer a Charles, e não consigo decidir se é um ótimo sinal ou um péssimo sinal. Na verdade, quando falamos sobre Beckendorf, eu nunca consigo dizer se é bom para ela ou justo o contrário.

Foi uma das primeiras coisas que Silena me contou. Eu acho que ela não é muito boa em se abrir, mas deve ter alguma coisa comigo que fez ela cuspir a história toda logo de cara. Quem sabe ela teve um bom sentimento sobre mim, ou viu que nós seríamos amigas num futuro próximo. No fundo, acho que eu devo parecer confiável – pessoas vivem cuspindo segredos em mim. Sempre foi assim.

“O dever me chama.” Eu digo, me levantando. Solto meu cabelo, e amarro o meio-avental preto na cintura. “Não se divirtam demais sem mim. E lembrem de avisá-los que nós precisamos ficar por aqui uma hora.” aviso, me virando para ir em direção ao balcão.

Ainda consigo escuta-las durante os primeiros passos. “Sobre o que você acha que eles estão conversando lá dentro?”

“É só um palpite,” Si diz. “mas eu diria que sobre a gente.”


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Notas finais do capítulo

Mais charlena nos próximos capítulos.
Mais tratis nos próximos capitulos.
Percabeth ainda a caminho.
hahahaha! O que estão achando?
Beijinhos, e mandem reviews!



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