Como Ser Criado Por Um Maroto [SENDO REPOSTADA] escrita por MFR


Capítulo 40
Dia zero


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI! Eu sei, cara. Demorei para caramba, mas vocês sabem que quando eu fico com bloqueio... Eu fico com bloqueio e não sai nada, né?
Então, é isso. Tem o motivo do meu bloqueio lá embaixo, então leiam se se interessarem (∗• ω • )
Agora, eu gostaria de falar do BÔNUS QUE EU FIZ, UHUUUL! Cara, eu me apaixonei demais por essa one, ficou per-fei-ta. Vocês TÊM que ler!
"Tá, sua louca. Como podemos lê-lo?"
Bom, há duas formas: PARTICIPANDO DO GRUPO DO FACEBOOK, PQ ELE ESTÁ LÁ! E a outra forma é seguindo o endereço abaixo, pq eu postei no Nyah ^///^
É de Harry Potter, é sobre um Harry criado por Sirius, é a mesma personalidade do nosso cegueta aqui, mas não é como um dos bônus de Como Ser Criado Por Um Maroto... por ora. Sabe, mas é perfeito! E FOFO/ROMÂNTICO! Pra ca-ram-ba! ...tem outra coisa, que eu como super fã do gênero adoro, mas que vocês deviam... Yeah.
Endereço: https://fanfiction.com.br/historia/633853/Taeyang/

Notícias da vez:
EU VOU ME MUDAR DE NOVO! Alguém do Tocantins aí? Porque eu estou chegando, galera! — Leitores, me deem apoio de novo? Mudanças mexem com a minha cabeça e me dão bloqueios! Você foram tão bons para mim da última vez s2 s2 s2
Mesmo com um super bloqueio eu consegui escrever duas Ones, as duas são sobre Harry Potter (+ ou -) e quero que todos leiam. Acho que vão gostar, a primeira é a mesma das notas iniciais, romance/yaoi/fofura, (https://fanfiction.com.br/historia/633853/Taeyang/) a segunda é um presente para o meu melhor, amizade/pop-witch/...amizade de novo (https://fanfiction.com.br/historia/634727/Mailship/)
VOLTEI PARA AS FICS DESTIEL! Sim, eu estou ainda mais viciada que antes!!! ...é provavelmente por isso que eu escrevi Taeyang.

♦♦♦

Sobre o próximo capítulo:
Alecrim, alecrim dourado / Que nasceu no campo /Sem ser semeado...
Eu provavelmente vou demorar um pouco para postar o próximo capítulo, mas é porque chegamos numa parte bem importante e eu preciso pensar em muita coisa antes de começar a escrever.
Galera, eu acho que consegui concluir um terço da fanfic! (◍•ᴗ•◍)
Emoção...

♦♦♦

VOU LANÇAR UMA CAMPANHA, PRESTEM ATENÇÃO

Desde que eu parei de fazer os bônus, eu NÃO RECEBI NENHUMA RECOMENDACAO! Isso. Magoa. Pra. Porra. E com a exclusão de contas abandonadas eu perdi muitos números, tbm!
Então vamos lá: RECOMENDEM, FAVORITEM E COMENTEM!
Gente, eu sei que muitos só mexem pelo celular. Não dá para favoritar ou recomendar pela versão mobile do site, mas dá bem para comentar. E dá também para mudar o site para versão clássica (a usada em computadores) e favoritar.
[Está bem no final do site, cliquem em "Versão Clássica" procurem minha fic de novo (não voltem, se não volta para o mobile)]
É rapidinho, no lado do capítulo tem as opções Favoritar Fanfic e só leva dois ou três cliques, vocês não tem que escrever nada.
E recomendem! São só 100 letras que me matam de amor T♥T

♦♦♦

Pergunta:
Na one/bônus com o Taeyang tem alguns SPOILERs escondidos, nos avisos dele e nos daqui, de cscpum, tem a opção "tortura" selecionada. Então, levando em conta tudo isso, mais tudo o que apareceu na fic até agora, e suas próprias teorias e esperanças... O que esperam que vai acontecer nos próximos capítulos?




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Na ficção quando alguém cresce órfão com ninguém além de um guardião, o personagem em geral é revoltado ou deprimido, é quebrado e falta algo nele.

A morte dos meus pais não prejudicou meu caráter ou meu psicológico de forma algum. Não apenas porque sempre tive tudo o que precisava e a maioria dos meus desejos eram cumpridos, mas porque Sirius foi um pai maravilhoso. Ele atendia minhas necessidades, cumpria as responsabilidades dos pais, mimava e protegia; passou tudo o que acreditava sobre honra, coragem e respeito para mim e sempre me deu toda a liberdade de expressão. Ele também dava limites, e mesmo que minha educação esteja longe de ser considerada rígida, eu também nunca tive vontade de exceder qualquer uma das suas imposições.

Isso no Brasil, onde minha vida era perfeita.

Eu conseguia interagir com trouxas muito bem, eu tinha meu pai e a tia Bina. Na minha concepção eu iria para a Balbina e viveria feliz no Brasil como um bruxo normal. Porém Sirius tinha seus planos e minha opinião não os mudaria. Quando ele praticamente me obrigou a vir para Hogwarts, eu de início não gostei da ideia de largar minha casa.

"Nossa casa é onde estivermos, filhote" foi o que Sirius rebateu. Belas palavras, papai...

Viemos para Inglaterra e Sirius se mostrou correto. Logo eu gostava da Mansão, gostava de Hogwarts, fiz amizades e... Caramba, estaria tudo perfeito nisso tudo se não fosse pela saudade que eu tinha de Sirius.

Infelizmente meu professor de Defesa Contra As Artes Das Trevas tentou roubar a pedra filosofal naquele ano. E eu como um ótimo garoto impedi, e nisso arrisquei meu pescoço e dos meus melhores amigos.

Deu tudo certo e nas férias de verão eu já tinha uma experiência para meu futuro trabalho como auror, Sirius parecia orgulhoso, a Grifinória tinha vencido o campeonato das casa, eu tive uma ótima festa de aniversário, conheci Gina e tio Remus, ganhei uma oportunidade gigantesca para o meu futuro... E um elfo apareceu e disse que alguém estava tramando contra mim, Hogwarts parecia mais fria naquele ano. E os alunos nem pestanejaram antes de me culpar por algo que na verdade era contra mim. Mione ficou pretrificada, Gina possuída, Rony quase foi comido por uma família de aranhas, encarei o fantasma de um jovem Voldemort e venci um basilisco milenar com uma espada.

Se tudo isso fosse um livro, eu o amaria. Tendo acontecido realmente, parecia algo ridículo que merecia ser enterrado num pântano e esquecido.

E Sirius ficou tão decepcionado comigo me pondo em perigo, que se não fosse por Gina e os petrificados, provavelmente eu estaria arrependido de ter entrado naquela câmara.

Terceiro ano, e é, antes mesmo do terceiro ano eu já sabia que o ano seria ruim. O homem que eu criei ódio e desprezo a vida inteira já não pagava pelos seus erros e uma das mais lunáticas seguidoras de Voldemort estava atrás de mim e ela não estava para brincadeira.

Quer uma prova? Três mortos foram encontrados perto de Londres dois dias depois do natal. "Ue"? Os três eram trouxas e tinham raios nas testas e óculos redondos esculpidos em cortes nos seus rostos. Os nomes deles eram Harry Dick, James Adier e Louis Potter, e os três morreram só por terem meus nomes. Suas famílias não foram encontradas.

Então, talvez, se eu permanecesse no Brasil, longe de tudo isso, ninguém correria riscos desnecessários, ninguém se machucaria. As famílias desses trouxas teriam um fim de ano feliz; Sirius não se preocuparia tanto comigo; Hermione e Rony teriam outros amigos que não os levavam para o meio da Floresta Negra ou para um professor pronto para nos matar; Gina teria seu primeiro beijo com alguém menos problemático; e tio Remus continuaria sua vida sem se envolver com mentirosos.

Ninguém correria riscos desnecessários, ninguém se machucaria. E com certeza ninguém seria sequestrado por Bellatrix Lestrange.



— Eu pensei em ir visitar Sirius, ver como ele está, mas ele rejeitou a ideia.

— Por que ele fez isso? — pergunto enquanto folheava um dos seus livros ilustrados.

— Porque ele me quer aqui servindo de cão de guarda para você. — Tio Remus responde.

Ele não parecia incomodado, mas mesmo assim lhe mando um sorriso constrangido. Sorriso esse que ele não vê, pois continua com os olhos na sua partilheiras de livros.

— Desculpe por isso. — peço.

Ele faz um barulho de indiferença e se vira na minha direção caminhando até sua mesa, onde eu ocupava a cadeira.

— Mas e você, não devia estar se divertindo? As aulas recomeçam depois de amanhã.

— Já fiz tudo o que podia. Não tem quase ninguém no castelo para pregar peças ou para conversar e a neve já derreteu quase completamente. Rony e Hermione estão aqui, o que melhora a situação em duzentos por cento, mas não é mesma coisa de ter todo mundo. — explico tentando não soar magoado para meu tio e me concentrar um pouco nas imagens do livro. Tinha um desenho de uma esfinge ali mais maquiada que uma atriz de cinema de sessenta anos...

— Eu sei que queria estar com Sirius, Harry, mas tente ver pelo lado dele. — meu tio pede não se deixando enganar. — Almofadinhas está desesperado com a possibilidade da prima dele, a mesma que cresceu e passou a infância inteira com ele, machuque a pessoa que ele mais ama no mundo.

— Eu. — completo olhando para o nada e mesmo assim captando quando ele assente.

— Não se preocupe tanto com seu pai, mini-Pontas. Logo tudo isso vai acabar e eu tenho certeza que todos nós vamos fazer uma grande viagem cheia de...

Sorrio, e completo outra vez:

— Bebidas e mulheres de biquíni.

Tio Remus ri abertamente.

— Nós bem que conhecemos ele, não?

Meu sorriso se mantém, mas não consegue passar disso. A imagem do meu sempre tão imponente e atraente padrinho, cheia de olheiras e cabelo bagunçado, ainda me impedia de ficar em completo bom humor.

E Harry Potter de mal-humor raramente servia para algo além de implicar com a Doninha.

— Tio. — chamo, o lobisomem estava do outro lado da sua sala de novo, mas se vira para mim. — Tem alguma chance do senhor me levar para Hogsmeade?

Ele me manda um olhar pensativo por um momento, então uma careta.

— Nenhuma, sinto muito. — nega e se volta para seus livros outra vez.

— Ah, qual é? Não é como se eu fosse estar desprotegido, você vai estar lá! Não estou pedindo para entrar num ninho de dragões, só quero ir tomar um chocolate quente na Ninfa Enferrujada!...

— Como você conhece esse lugar? — ele pergunta me encarando.

Opa. Seguro uma careta e respondo o mais naturalmente possível:

— Nicolas da Corvinal falou dele quando soube que eu não podia visitar o vilarejo.

Tio Remus franze a sobrancelhas e dá um passo em minha direção.

— Nicolas é um repetente cinco anos mais velho que você que só pensa em namorar e é o capitão do time de quadribol. Por que você e ele seriam amigos?

— Não somos amigos, somos conhecidos. — corrijo. — E estou profundamente ofendido com sua sugestão de que não sou bom o bastante para ser amigo de um aluno mais velho. Se você quer saber, eu sou o aluno mais popular de Hogwarts desde o dia em que entrei nessa escola.

— O mais popular, é? — ele questiona com zombaria.

— Tio, tio, tio... — vocifero — Eu sou talentoso, milionário, atleta e famoso. Se minha vida fosse um livro, seria um colegial clichê. — afirmo imitando o sorriso convencido de Sirius.

— Tudo bem, Harry. Acredito em você. — Ergo os braços em vitória.

— Potter e Black, caubói. — me vanglorio.

— É, parece que pegou a modéstia dos seus pais também.

— Modéstia é para os fracos. — rebato pegando minha mochila de cima da mesa e me levantando. — Agora eu vou tentar pegar alguma comida e ver se meu melhor amigo não roubou minha vassoura nova... Wow espera! Sabe, já que não quer me levar para Hogsmeade, bem que podia me vigiar enquanto eu estreio a Firebolt, né?

— Como assim?

— Bom, eu não posso sair do castelo sem um professor, e você é um professor, então que tal me levar até o campo de quadribol e ficar sentado no frio enquanto eu experimento o mais veloz vassoura do mundo? Eu até deixo você voar nela um pouco, se quiser.

Tio Remus me encara com uma cara indecifrável e então irrompe com:

— Almofadinhas ensinou alguma coisa sobre humildade para você, Harry? — ele pergunta.

— Sim, claro que sim, mas estou entediado demais para usar isso. — explico. — Por favor, tio, me leva. — Peço com a melhor cara de piedade que conseguia.

— Não, sem essa cara de Sirius que caiu da mudança. — Ele acena com a mão. — Eu te levo, mas pare com essa cara.

— Eba! — celebro. — Três da tarde, nenhum segundo depois, na saída para o campo, obrigado por isso, te amo tio, tchau! — digo e saio correndo de sua sala.

Quando paro para fechar a porta, me ligo no que disse e vejo o rosto feliz de Remus Lupin.

Fico feliz comigo mesmo por um momento, mas dura pouco pois logo lembro que estou enganando ele. E porque ao entrar na cozinha do castelo minutos depois dou de cara com outro professor, um infinitamente menos agradável.

— Ah, universo, por que comigo? — resmungo.

— Potter. — "cumprimenta" quando me percebe.

— Sna- Professo Snape. — respondo me enrolando no tratamento. Ele arqueia uma sobrancelha, provavelmente pesando se eu merecia a diminuição dos pontos da Grifinória... ou o gosto do meu cérebro. — Então... também perdeu o café da manhã? — pergunto puxando assunto.

— Não é da sua conta, Potter. — rebate o bruxo me dando as costas.

— É, tá na cara que o senhor não bebeu seu sangue matinal. — murmuro encarando o chão e beliscando meu nariz.

Snape não escuta e logo recebe uma bandeja coberta; dois segundos depois eu tenho que desviar o rosto de sua capa esvoaçante...

Bufo. Filho da...

— Senhor Potter?

— Ah, oi? — respondo me virando para um elfo.

— Tomei a iniciativa de fazer os sanduíches que o senhor e seus amigos gostam, mas se preferir terei o prazer de fazer qualquer outra coisa.

— Não, os sanduíches estão ótimos. — garanto pegando o saco de suas mãos. — Muito obrigada. — agradeço e me despeço com uma continência inversa.

Dou as costas para o elfo e saio rapidamente.

Já na torre da Grifinória, me aproximo da entrada do dormitório feminino gritando por Mione até que ela responda, e subo para meu quarto. Rony ainda dormia encolhido nas cobertas então balanço sua perna por sobre as cobertas até receber um resmungo de volta.

— Vamos, bonitão, você vai querer por uma calça antes de Hermione chegar aqui num minuto.

Rony grunhe e levanta de cuecas até seu malão. Vou para o meu e procuro minha touca, minha capa, o Mapa do Maroto e outro agasalho.

— Estou com fome. — Hermione chega. Palmas para Rony que já tinha vestido uma calça e um casaco.

— Os sanduíches estão no saco. — respondo ainda mexendo no meu malão. — Tem aquele com pepino que você gosta. — digo e de costas ouço o barulho do saco de papel sendo remexido.

— O que está procurando? — Rony pergunta.

— Meus óculos. — respondo na hora que os acho.

— Anh, estão no seu rosto, companheiro.

Reviro os olhos. Visto a touca e troco de óculos.

— Esses óculos, sua besta. — digo e Rony me manda um olhar feio antes de pegar um sanduíche. Sigo até eles pegando um para mim. — Bom?

— Sempre está. — Hermione responde com um sorriso, sorrio de volta.

— Sabe, ãh, ouvi dizer que a cerveja amanteigada do Três Vassouras é maravilhosa. — começo.

— Sim, é. — Rony concorda, mas com a cabeça no bacon de seu lanche.

— Unh, ótimo. — murmuro. — Estamos saindo quando terminarem.

— Para onde? — Rony pergunta de boca cheia.

— Estamos indo obter um pouco de cerveja amanteigada para mim. Tenho que provar isso antes das férias terminarem. — Os dois me olham confusos, balanço a cabeça seguindo o movimento dos meus próprios olhos. — Isso mesmo, Hogsmeade. Vamos lá! — afirmo com animação encenada e dando um saquinho no ar. Não tendo resultado, além de Hermione estar procurando o que falar e Rony só esperando a discussão, suspiro enquanto gesticulo para Hermione. — Ok, tá com você.

— Harry! — Hermione guincha.

Maneio a cabeça e me sento na cama trocando de sapato.

— Hermione, não vai acontecer nada.

— Você não tem como saber!

— Eu tenho um plano... Que esta em prática até. — afirmo erguendo a sobrancelha em desafio. — Sabe, eu marquei com meu tio as três da tarde, o que nos dá uma hora para ir, uma para voltar e uma e meia lá, isso se sairmos daqui em até... — confiro o relógio — vinte e três minutos. Vamos experimentar a firebolt, é óbvio que eu não iria me atrasar, então se eu me atrasar meu tio já vai saber que tem algo errado.

— Isso é um plano?! Isso é ridículo até para você!

— Não era necessário questionar minha inteligência, sabe.

— O tempo de o seu tio perceber que algo está errado é o bastante para uma bruxa poderosa como Bellatrix Lestrange acabar com a sua raça!

— Eu vou... — interrompo voltando para o meu plano. — estar com a capa de invisibilidade a maior parte do tempo, assim como de óculos diferentes e a touca tampando minha cicatriz. Hogsmeade está segura graças aos dementadores de qualquer forma e a última aparição da Lestrange foi a mais de mil quilômetros daqui.

— O que não é grande coisa para qualquer um que saiba aparatar! — rebate — Harry, não há motivo para se pôr em perigo!

— Hermione, as férias estão acabando, ninguém merece ficar preso no castelo o tempo todo! — digo. Puxo o ar e continuo. — Eu só quero seu apoio e que você e Rony venham se divertir comigo lá. Então Hermione... só... venha comigo, esta bem?

Hermione ainda estava no mesmo lugar de antes, seus olhos encaravam os meus diretamente, sem demonstrar fraqueza, mas seus ombros estavam encolhidos.

— Mas e se algo acontecer, Harry? — ela pergunta.

— Se for de acontecer... Eu sinto muito pelo quanto isso soará egoísta, mas eu não poderia pensar em duas pessoas melhores do que vocês para me ajudarem. Só que é claro que eu nunca deixaria alguém machucá-los. — garanto. Gesticulo com a mão dando um sorriso sem graça e continuo. — Quero dizer, eu sei que sou o mais novo-

— E o mais baixo, e o mais magrelo. — Rony completa.

Ergo o dedo para rebater, mas mudo de ideia e aperto a mão erguida em punho.

— Isso também. — concordo a contra gosto. — O-o-o que-e- O que importa é que eu vou protegê-los. Eu nunca nem cogitaria a ideia de deixar alguém machucá-los! Não enquanto eu tiver dois braços... Ou enquanto eu tiver uma mão, ou mesmo se eu tiver só a língua... Não, não, não. Definitivamente não enquanto eu estiver vivo. — Olho para os dois. Durante meu discurso sentimental não prestei atenção em suas reações e me surpreendo em ver Hermione com a mandíbula apertada e olhos molhados e Rony nem tinha continuado a comer e me olhava... emocionado. Prossigo. — Ah, Hermione, vam-

— Pare antes que chore. — Hermione interrompe.

De braços cruzados, nariz empinado e com um tipo de bico teimoso nos lábios, ela volta a falar.



— Isso é estúpido. — Hermione resmunga de novo depois de escorregar numa pedra. — E eu estou ficando cansada de andar.

— Vamos, Mione, eu quero ver cento e dez por cento nessas pernas!

— Cale-se, Harry. — diz e se segura numa das paredes do túnel. — Ah, por favor, por que é tão necessário para você ir para Hogsmeade?

— Diversão. — respondo. — Somos amigos, você devia me apoiar.

— Eu estou apoiando, mas eu tenho quatorze anos e já corri mais riscos que a maioria dos aurores recém-formados.

— E eu tenho treze e corri mais perigo ainda, qual o seu ponto?

— Eu tenho dois pontos. — Rony interrompe. — Ponto um: já que está aqui pare de reclamar, Hermione. Ponto dois: já que estamos todos aqui, no frio e no escuro, vamos somente parar de brigar e nos divertir.

Eu e Hermione trocamos um olhar e assentimos concordando.

— Sabe, eu quero marshmallows. Então acho que vou comprar umaa três caixas, para eu comer até enjoar. — puxo assunto para melhorar o clima, funciona. Doces sempre funcionam.

Finalmente depois de quase uma hora os degraus aparecem e logo chegamos ao alçapão para dentro da Dedos de Mel. Hermione respira fundo de forma resignada e abre ela mesma o alçapão. Nós seguimos a garota e quando Rony, atrás de mim, coloca seus dois pés dentro do depósito um estalo alto é ouvido, como um alarme. Franzo as sobrancelhas enquanto Mione e Rony trocam um olhar.

Esquadrinho o lugar, ele estava diferente. O chão de madeira velha e de aparência macia estava vazio, com apenas algumas caixas de papelão abertas e rasgadas. O vazio possibilitava que eu reparasse que não havia nada além de uma longa e estreita janela e uma "porta" (entre aspas, porque não havia a porta em si, e sim a abertura para uma) para um tipo de banheiro com uma pia velha e imunda. A longa escada raquítica ainda estava no lugar, ligando o porão a frente da loja. Talvez fosse o susto, mas ela parecia maior do que da ultima vez que a vi.

Estranhando dou um passo à frente, me pondo entre Mione e a escada.

— Voltem pelo alçapão agora! — instruo quando a porta faz barulho, já puxando a varinha.

Antes que chegássemos até ele, porém, a porta se abre.

— Expullso. — foi ouvido. E é como se uma explosão atrás da porta do alçapão acontecesse, fazendo ele se fechar e nossos corpos serem empurrados. Foi forte, era com certeza o expullso com a maior pressão que eu já vira... e foi Sirius que me ensinou esse feitiço.

Gemo me colocando de joelhos e procurando minha varinha, ela estava abandonada no chão debaixo da escada, fora de alcance. Hermione ainda estava no chão gemendo com dor por ter batido a testa com força no chão, e Rony apoiava a menina se inclinando sobre ela com uma mão em seu ombro.

Olho para cima, para a escada. Sra. Flume, a dona da doceria, estava na porta, tão gorda como da primeira vez, mas seu olhar era de longe muito diferente. E sua varinha apontava diretamente para mim.

Rony atrás de mim é o primeiro a reagir, talvez ofendido que a mulher que ele tinha gastado a maioria do dinheiro que possuía havia nos atacado.

— Senhora Flume?

A bruxa manda um olhar me desafiando a corrigir meu amigo. Minha respiração se atropela e eu tremo porque eu sabia o quão errado Rony estava. Naquele dia... O olhar que eu tinha achado familiar, a reação estranha, o porão vazio...

— Ela não é a senhora Flume. — constato.

Bellatrix Lestrange, no corpo da doceira, sorri.

— Não mesmo, Harry. Mas me agrada que você tenha entendido logo. — Sua voz era quase carinhosa, quase orgulhosa.

Engulo em seco. Estava acontecendo, estava mesmo...

— É, é, de nada. — Não foi a melhor resposta, mas era tudo o que eu podia com meu medo. — Olá, Bella. — cumprimento.

— Oi, Harry. — ela responde sorrindo.

Com o medo que sentia me mantenho em silêncio por um momento. Sem saber o que fazer, pergunto a primeira coisa que aparece na minha cabeça:

— Onde está a senhora Flume?

Ela dá de ombros em desinteresse e começa a descer a escada lentamente. Não parecia preocupada, e nem devia estar mesmo, que eu a atacasse, mas a forma firme que segurava sua varinha denunciava que ela estava na verdade pronta para explodir minha cabeça.

— Não sei.

— Não? — pergunto, meus olhos encaravam o chão.

— Bom, eu falei para Peter se livrar do corpo, não sei onde ele a enfiou.

Limpo a garganta para tentar não demonstrar meu medo. Algo estoura na minha mente e tudo o que eu quero fazer é fugir. Porém não é por medo... ou não exatamente medo. É instinto.

— Como você fugiu? — pergunto com a voz tremendo.

— Ah, foi até fácil. — ela afirma. — Imagino que saiba que Peter é um animago. Em Azkaban são tomadas certas providências para aprisionar animagos, celas especiais para aqueles que conseguem se transformar sem varinha, só que Peter não possuía essa habilidade, e ninguém que viu o quanto aquela ameba era ridícula diria que ele ia conseguir se aperfeiçoar em Azkaban. Os guardas não diriam, com certeza. Mas ele conseguiu, demorou, mas, ah, conseguiu. Ele fugia da sua cela e se escondia o mais longe possível dos dementadores sempre que podia, mas o idiota não conseguia sair da ilha, então foi atrás de mim. Ele me roubou uma varinha dos aurores, e com ela eu consegui fugir furtivamente e nadar até a costa com um pouco de magia. Sim, foi fácil. Se Peter não fosse tão fraco... É quase surreal ele ter conseguido se transformar sem varinha, até acho que doze anos foram pouco. — ela explica.

— E a senhora Flume? — Rony pergunta.

A bruxa no meio da escada revira os olhos, mas responde:

— Eu precisava chegar perto de Hogwarts, para formar um plano para pega-lo.

— Mas por que ela?

— Ah, é um bom disfarce; a velhinha dos doces e tudo mais. E o marido dela está servindo como um ótimo fantoche, se passando por mim e fazendo algazarra por aí, tirando os olhos dos aurores daqui. — Bellatrix responde e conclui — Ele está sob Imperius e usando polissuco, claro.

Terminando, ela se cala por um momento. Imagino que ela devia estar me olhando e isso me impede de erguer o rosto.

— Peter era um Maroto, ela sabia as passagens para dentro de Hogwarts. Por que esperar até que eu saísse? — pergunto.

— A mente daquela praga deixou de funcionar a muitos anos, Harry. Sua animagia é praticamente tudo o sobrou nela. E o instinto de fuga, claro. O odiar é no mínimo uma perda de tempo.

Fecho as mãos em punho quando elas começam a tremer e as aperto em meu colo.

— Onde ele está? — pergunto.

— Eu o mandei ficar longe até que eu o chamasse. Sabia que você não ia me dar atenção se ele estivesse aqui. — responde e depois constata — Você o odeia... que sentimento feio, Harry.

— Ele traiu meus pais! — grunho.

— Bom, você e seus pais mataram meu mestre e eu não te odeio!

Surpreso com a informação, ergo o rosto e pergunto:

— O quê?

A bruxa, com o rosto de outra, enruga as sobrancelhas mostrando uma emoção que eu só podia descrever como zelo.

— Ah, Harry... Eu não te odeio, pequeno. — ela murmura aproximando-se de mim e se abaixando quase até o meu nível; sua mão pousa em minha bochecha e seus dedos começam a afagar meu rosto. Por um momento somente nos encaramos, ela parecia decorar cada parte do meu rosto, do queixo até meus óculos, e então seus olhos chegam à minha testa. Ela tira minha touca e segue o desenho da minha cicatriz, sua mão desce calmamente até que sua mão chega ao meu pescoço, onde ela aperta firmemente, sem esganar. Seus olhos perdem todo o toque falso de gentileza, sendo substituído por algo que faz um arrepio se espalhar pela minha coluna. — O que eu sinto por você, Potter, é milhares de vezes superior a ódio.

Sua voz era baixa, trêmula, mais grave e tão carregada de ódio que... Não, não havia a menor chance de eu ficar na sua presença e permanecer inteiro.

Eu encarara aranhas e cobras gigantes, o próprio Voldemort em versão amostra grátis, um professor babaca e até mesmo Sirius Black irritado. Bellatrix Lestrange ainda me fazia tremer, no entanto eu não ia desistir tão facilmente.

Seguro o braço que apertava meu pescoço, focando em seus olhos sem piscar. Acho que essa reação a surpreende, mas lhe agrada.

Empurro a mão que segurava meu pescoço para baixo, tirando seu equilíbrio, e tento alcançar a varinha que ela mantinha nas costas. Ela aperta meu pescoço e me empurra. Sem ar tento acertar o rosto dela, que afasta a cabeça me dando a chance de esticar uma das pernas e chutá-la. Não tinha a chance de pegar sua varinha então pulo em direção da minha, só que um momento antes de tocá-la algo enrola no meu pescoço e me puxa para trás. Bato a cabeça no chão com tanta força que não me movo por um momento, ouço sons, mas não defino o que eram.

Só abro os olhos quando minha barriga é comprimida e meu pescoço apertado outra vez. Bellatrix estava sobre mim, sorrindo sádica enquanto apontava sua varinha, a minha, a de Rony e Hermione para meus olhos.

Hermione chorava próxima. Quando tento olhar para ela vejo que Rony a abraçava enquanto mordia os lábios tentando se manter forte. Nos olhos dos dois era refletido o mesmo medo que eu sentia, e isso me machucava muito mais do que quando Bellatrix me fez bater a cabeça.

— Ah Harry, você não sabe o quanto fico feliz por ter resistido. Você é até bom de briga, pequeno, pena que é contra mim. — Ela tinha voltado ao tom menos psicopata e dá uma risada. — Bom, quase contra mim. Mas eu resolvo rapidinho.

Ela passa a apertar minha traqueia com o dedo me fazendo fechar os olhos pela dor e tossir, quando abro os olhos, pego ela afastando um frasco da boca e soltando um animado "Uuuuh". Seu rosto começa a mudar e o peso sobre eu diminuir com o efeito do antídoto para o polissuco. Logo sobre mim estava uma bruxa extremamente magra, porém com um quê de beleza escondido sobre o cabelo ralo e os olhos ferozes, o vestido antes rente ao corpo gordo agora caía sobre os ombros, mostrando mais do colo do que qualquer pessoa deveria ver. O que me assusta, porém, são seus olhos...

... simplesmente idênticos aos de Sirius.

Soluço num choro de raiva e horror, e a xingo com um fio de voz.

— Não seja mau, Harry. — Grito com os dentes apertados e ela aperta mais meu pescoço. — Se continuar desse jeito eu vou ter que te machucar.

— Largue-o! — Hermione grita.

— Eu mandei ficar quieta! — Bellatrix grita e levanta as varinhas para ela.

Estico a mão para seu pulso, dessa vez não tento pegar as varinhas, só penso em impedi-la de machucar Mione. Qualquer feitiço usado com tantas varinhas machucaria demais Hermione.

— Não. Mexa. Com. Ela! — grunho quase sem voz.

Bellatrix, com seu verdadeiro rosto, se mostra curiosa e surpresa. Ela tomba a cabeça para o lado e me mede, quieta. Após mais um momento, ela murmura:

— Seus amigos vão me cair bem, Harry.

Nego com a cabeça.

— Não, não eles. — peço. Meus olhos estavam molhados e meu pescoço dormente, temo por minha vida e mais pelas dos meus amigo, então não seguro minha próximas palavras. — Me mata, mas deixe meus amigos em paz.

— Oh, que clichê. — Bellatriz ridiculariza com um sorriso que logo some. — Só que, Harry, eu não vou te matar. — Ela aproxima o rosto e beija minha mão, movendo-a para sua bochecha. — ... por enquanto.

Eu choro com a minha mão no rosto dela.

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Notas finais do capítulo

Não estou conseguindo escrever quase nada aqui nessa caixa... Humpf, as coisas que estariam aqui, estão lá encima e só vou concluir com:
Comentem, me deixem vê-los. Participem do grupo. Leiam as minhas Ones. E desculpe pelo atraso outra vez e até mais (▰˘◡˘▰) BEIJ♥S