Sabe aquela vontadezinha de nunca mais ter aula que a gente sente no fim do ano? Então, eu senti até o último dia das férias. Não teria mais tanto tempo pra me dedicar ao violão, e nem poderia jogar minhas tardes fora sentada na rua conversando com os meus amigos ou andando de skate. Skate agora não seria mais uma diversão, seria um meio de transporte. A mochila não estaria cheia de roupas pra viajar, estaria cheia de livros pesados que os professores nem usam. Eu teria que me preocupar em nunca repetir uma camiseta e controlar o me cabelo louco que nem sempre colabora (maldito frizz).
Não pense que eu não gosto de estudar, pelo contrário. O problema é ir à escola mesmo. Também não digo que sou a protagonista perfeita para um drama adolescente. Ao contrário do que se passa na maioria das histórias, eu tenho sim, um grupo de amigos. E me orgulho muito deles. Eles não são os mais bonitos ou os mais legais. Eles simplesmente gostam de mim e eu gosto deles. Simples assim, sem interesse, sem pais ricos, sem roupas de marca.
Em geral não me consideram feia, e nem bonita, eu sou normal. Não tenho um bilhão de defeitos que os autores de hoje em dia usam para as garotas se identificarem. Aliás, eu tenho um gênio meio forte que às vezes me atrapalha. Eu canto no chuveiro, converso com o meu cachorro, danço sozinha no meu quarto porque se o fizesse em público já estaria em um hospício. Guardo as danças bonitinhas pra ficar bem na fita nas festas (e nem são tão bonitinhas assim).
Como eu sou fisicamente? Bom. Acho que o tamanho da minha bochecha ou a minha altura não importam muito. O que for importante eu conto pra vocês. E sem mais reflexões (talvez algumas), vamos ao primeiro dia de aula.