The One - Fic Interativa escrita por MareaWho


Capítulo 2
Sobre rosas, tortas e amor à primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora, amores da minha vida. Estou em semana de provas (com grandes chances de recuperação, perdoem a autora burra T-T) e to morrendo de estudar. Na semana que vem só vou postar depois da quinta, que é quando as provas acabam. Cada capítulo vão ser apresentadas quatro selecionadas, nesse já foram quatro. Eu basicamente sorteei as que apareceram e na semana que vem vou fazer o mesmo. Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/498296/chapter/2

Jackson entrou no salão, observando as selecionadas. Haviam chegado há dois dias, e o príncipe ainda não havia tido uma oportunidade para conhecê-las melhor. Eram todas lindas, jovens e sorridentes, mas como seriam suas personalidades?

Ele não queria para si uma Rainha que fosse arrogante e não se importasse com a população. Jackson queria uma rainha que fosse como sua mãe, uma mulher que, além de linda, era inteligente e justa. Jack sorriu ao se lembrar da história que sua mãe havia lhe contado poucas semanas atrás, sobre como uma garota chamada Celeste quase havia vencido a seleção. Ele não queria uma Celeste. O futuro Rei queria uma America.

–--

– Senhorita Natalya, o príncipe deseja falar com a senhora – falou uma criada.

De repente, todas as cabeças do salão a encaravam. Algumas selecionadas a olhavam com inveja, algumas apenas lhe analisavam com curiosidade. “O que há de tão especial nela para o príncipe querer falar com ela primeiro”, pensavam. Bem, aparentemente não havia de diferente, eram todas lindas e Jackson ainda não as conhecia. Mas ele precisava começar de algum lugar, e apenas decidiu que seria com ela.

Ela andou decidida até o príncipe, não tropeçou nem hesitou. Ela sabia como fazer aquilo, como impressionar as pessoas enquanto andava. Era uma modelo, afinal de contas.

– Vossa alteza – disse, fazendo uma reverência.

– Senhorita... – ele precisou olhar o broche pregado na roupa dela para se lembrar do nome da garota. Natalya Grace Chevalier, casta dois – Natalya.

– Aceita caminhar comigo? – ele ofereceu o braço para ela, como qualquer cavalheiro faria. Ela passou o braço envolta do dele, se sentindo um pouco constrangida por estar tão perto assim dele. Jackson era lindo e educado, quase como um príncipe de contos de fadas.

Dirigiram-se para um grande jardim externo, com diversas flores, árvores e um lago relativamente grande com uma fonte no meio. Era tudo muito bonito, mas Nat era uma dois. Estava acostumada com coisas bonitas e não seria impressionada tão facilmente.

– Então... – ele olhou para os próprios pés, envergonhado – Me desculpe, isso é muito embaraçoso. Sou péssimo com essas coisas.

Ela riu, uma risada musical e que o fez sorrir.

– Não tem problema, Vossa Alteza.

– Ah, chega de Vossa Alteza por hoje! Estamos sozinhos, por favor, me chame de Jackson.

Ela olhou para ele, pensando se deveria aceitar a sugestão.

– Só se Vossa Alteza parar de me chamar de senhorita – Natalya sorriu novamente para ele. Tinha um sorriso brilhante e educado, o sorriso de uma rainha.

– É justo.

Jackson a conduziu até um local aonde havia uma toalha refinada e uma cesta igualmente bela, à margem do lago.

– Um piquenique? – ela disse, enquanto se sentavam e ele retirava as coisas de dentro da cesta. Uma torta, pratos, talheres. Uma jarra de suco de uva e taças. Um buquê de rosas vermelhas.

– Não gosta de piqueniques? – ele estava confuso, sua mãe havia lhe dito para fazer um piquenique. Todas as garotas deveriam gostar de um piquenique romântico à beira do lago.

– É claro que gosto. Só não me parece muito... Real?

Ele se sentou e serviu um pedaço de torta para ela.

– O lado bom de ser filho de uma cinco é que você não fica preso no que é adequado ou não à realeza. – Jackson pegou o buquê e ofereceu para Natalya, que o pegou delicadamente – gostou?

– São lindas, obrigada. Rosas vermelhas... Muito bonitas, mas eu sempre preferi as azuis.

Ele deu um sorriso tímido, como se estivesse se desculpando por não saber.

– Rosas azuis realmente combinam com você.

Nat não sabia se ele estava a elogiando ou criticando, e não estava muito interessada em saber. Talvez ele fosse explicar depois.

– Suponho que sim. Nossos gostos refletem nossa personalidade, afinal de contas.

– Rosas azuis são belas, refinadas e difíceis de agradar. Do que mais você gosta? Preciso saber, para não correr o risco de lhe trazer mais presentes inúteis.

– Gosto de cavalgar. Música clássica e sorvete de limão. Gosto de moda e de aprender línguas. E você?

– Gosto de meninas sinceras como você, que tem coragem de me dizer que não gostaram das minhas rosas – o príncipe sorriu vitorioso.

– Eu gostei das flores!

Jackson piscou para ela e se levantou, indo até a beira do lago. A garota não hesitou em lhe seguir.

– Posso lhe perguntar o quê está fazendo? – Natalya falou.

– Já está perguntando, não é? – ele se abaixou e pegou uma pedra lisa e mais ou menos achatada no chão – sabe fazer uma pedra quicar na água?

­– Nunca tentei – ela admitiu.

Ele se abaixou um pouco e jogou a pedra, que quicou duas vezes.

– Venha cá, eu te ensino.

Ela corou um pouco quando ele colocou uma mão em sua cintura e passou a outra para o outro lado de seu corpo, quase como se estivesse lhe abraçando por trás. Jackson pegou sua mão e a conduziu, fazendo com que ela jogasse a pedra no lago de forma mais ou menos correta.

A pedra afundou.

– Você é um péssimo professor! – ela riu, aquela risada doce e melodiosa que ele havia ouvido mais cedo.

– Você que é uma péssima aluna – de repente, ele se lembrou do que o Rei Maxon havia lhe dito. Deveria perguntar para cada uma das garotas, no momento que julgasse adequado, o que faria se fosse rainha. Jackson não sabia se o momento adequado era agora, mas não custava tentar.

Notando que o príncipe havia ficado sério de repente, Natalya parou de rir.

– Está tudo bem?

– O que? Ah, sim. Só por curiosidade, o que faria como seu primeiro ato como Rainha?

Ela hesitou um pouco antes de responder. Já sabia que essa pergunta seria feita e tinha uma resposta formulada em sua cabeça, mas não sabia se essa resposta era adequada. Talvez criticar o modo como os Schreave governavam Illéa não fosse uma boa idéia.

– Eu tentaria mudar a política externa de Illéa. Nosso país não tem muitos aliados fortes e não é considerado uma grande potência, isso poderia facilmente mudar se modernizássemos as industrias e a educação.

Ele olhou para ela longamente. Era uma resposta complexa e inusitada, uma coisa que ele nunca havia pensado em fazer.

– E você sabe dessas coisas como...?

– Meu pai é embaixador. Apesar deu quase não o ver, ainda assim aprendi uma coisa ou outra.

Jackson estendeu o braço para ela, e ambos caminharam de volta para o castelo em silêncio.

Se fosse um teste, Natalya não tinha muita certeza de que havia passado.

–--

Era irônico que ela tivesse sido uma das primeiras a ser chamada para ter um encontro com o príncipe, já que provavelmente Rosalinda era a única que não estava nem um pouco interessada nele.

– Você gosta de cavalgar? – Jackson disse, para quebrar o gelo.

– Gosto muito, apesar de não ter tido muitas oportunidade para fazer isso em minha vida. Sou uma seis, apesar de tudo.

Ele olhou para ela intrigado para a loura. Jackson não conseguia dizer se ela estava mandando uma indireta para ele, ou se estava apenas sendo sincera.

– Bem, agora você é uma três.

O silêncio voltou a se instalar. Era um silêncio estranho, o silêncio mais barulhento que ambos já tinham escutado.

– Você tem família? – Jackson já estava ficando irritado com aquele joguinho.

– De certa forma podemos considerar que sim – Rosalinda não revelaria nada para ele, não naquele momento.

– Como assim? – ele pressionou.

– Eu não os conheço, mas suponho que estejam por aí em algum lugar.

Silêncio novamente. Caminharam até embaixo de uma árvore, onde se sentaram. Era engraçada a forma com que o príncipe agia como um plebeu, alguém da casta quatro ou cinco. Isso deixava Rosalinda intrigada. Ela estava esperando um mauricinho pomposo e arrogante, não um cavalheiro inteligente e com um senso de humor razoavelmente agradável.

– Você tem um sotaque engraçado. De que província você veio?

– Noruécia.

– É sulista, uhn?

– O que você quer dizer com isso – perguntou ela, um pouco defensiva.

– Apenas que você nasceu no sul.

Rosalinda teria de tomar mais cuidado daqui para frente. Um passo em falso e tudo estaria arruinado.

Foram até os cavalos, e Jackson lhe mostrou os cavalos que poderia escolher.

– Essa é a minha, se chama Nyx – disse, apontando para uma égua negra e forte. Era linda, mas parecia perigosa para alguém com pouca experiência com cavalos.

– E aquele? – Rosalinda apontou para um cavalo menor, marrom. Ele era manso e dócil, e a garota foi fazer carinho nele.

– Ah, este é o Pippin. Quer montar nele?

– Quero! Ele é lindo.

Jackson a ajudou a subir em cima do cavalo e a ensinou os comandos básicos, depois subiu no seu próprio e cavalgaram por algum tempo. Pararam ao lado de um coreto*. O príncipe desceu do cavalo e, como o bom cavalheiro que era, foi ajudar Rosa a descer.

A garota, certa de que conseguiria descer sozinha, começou a passar a perna para o outro lado do cavalo. Quando apoiou o pé no estribo, se desequilibrou, caindo em cima de Jackson.

Seus rostos ficaram a centímetros de distância.

–--

A garota com quem ele ia se encontrar agora era a mais diferente de todas. Bem, pelo menos na aparência. Seus cabelos coloridos destoavam do ambiente formal do palácio, e ele tinha certeza que a ouviu falar palavrão pelo menos duas vezes.

– Senhorita Sarah, gosta de música?

– Pode me chamar de Sarah. Eu gosto de respirar? – ele riu com a ironia dela. Sarah era enérgica e animada, não gostava de ficar sem fazer nada por muito tempo. Quando ele ofereceu o braço a ela para poderem caminhar juntos ela aceitou, mas logo se soltou para poder caminhar livre.

– Ha ha. Muito engraçado – apesar de tudo, ele riu – o que você fazia na sua província?

– Era produtora musical, como meus pais. Mas sempre gostei mais de arquitetura! Por falar nisso, o palácio é uma das construções mais belas que eu já vi!

A animação dela o deixava feliz, era bom conversar com alguém tão sorridente e animada que não tinha medo de ser ela mesma.

– Porque pintou seu cabelo assim? É bonito, mas diferente.

– Pintei exatamente por isso. É bonito, e eu gosto. Nenhuma razão especial. Não sou uma rebelde sem causa nem nada do tipo.

Eles se sentaram em um banco, onde Jackson sabia que Maxon e America haviam se encontrado pela primeira vez. Naquela noite fatídica que definiu toda a relação deles.

– Você acredita em amor a primeira vista? – perguntou ele, curioso. O príncipe gostaria de saber se seus pais haviam se apaixonado imediatamente. Além disso, perguntar sobre o amor era uma boa forma de conhecer as pessoas.

– Por quê? Já se apaixonou por mim? – A morena sorriu, aquele sorriso de moleca que vivia aparecendo em seu rosto – acho que não. Quer dizer, pode existir atração física, mas amor... Para amar alguém você tem que conhecer a pessoa, tem que saber como ela age, quais são seus pensamentos... Do contrário, você está se apaixonando por uma ilusão.

– Acho que o amor a primeira vista é bonito. Você se apaixona por alguém sem nem mesmo conhecê-la, e tem que aprender lentamente a aceitar suas qualidades e defeitos.

Sarah riu dele, como se ele não fosse o príncipe. Era fácil se esquecer disso quando Jackson tirava a máscara de príncipe frio e polido.

– Pare de rir!

– Ah, isso é uma ordem, Sr. Príncipe?

Ele olhou para ela irritado e bufou.

– Você é ridícula!

– Ah, sou é?

– Sim!

–--

Jackson já estava dormindo quando começou a ouvir um barulho no corredor. Eram como passos, como alguém que está tentando ser silencioso, mas só está fazendo mais barulho.

Curioso como era, resolveu sair do quarto para procurar a origem do barulho. Estava intrigado o porquê dos guardas não terem parado o invasor.

Colocou o robe* e saiu do quarto, seguindo os passos. Os guardas não o interromperam, já que era o príncipe e não devia explicações a nenhum deles. Os passos o levaram até a cozinha, o que era curioso. No palácio haviam várias coisas para roubar, e a cozinha não era o local onde as mais caras ficavam.

Jackson acendeu as luzes. Olhando para ele com uma cara assustada estava uma menina loura com cara de anjo e lindos olhos azuis.

– Eu... – começou ela.

– O que...? – ele estava curioso, confuso e com sono. O príncipe se lembrava do rosto dela entre as selecionadas, mas não sabia seu nome.

– Eu queria fazer uma torta – ela murmurou.

– Uma o que? – nada que aquela garota falava fazia sentido. Torta?!

– Torta. De maçã?

– Você está me perguntando? Como passou pelos guardas?

– Os guardas da minha porta estavam dormindo – ela falou, como se fosse a coisa mais normal do mundo – quer me ajudar?

Em um minuto ela já tinha colocado a farinha, os ovos, o açúcar e as maçãs em cima de uma bancada, e começava a procurar as outras coisas que precisaria.

– Senhorita...

– Arya.

Agora ele se lembrava: Arya, casta três. Seu sobrenome era alo parecido com Raygan. Talvez Reagan, ele não sabia.

– Bem, Arya, eu não acho que seja uma boa ideia.

– Porque não? Porque provavelmente você vai ter problemas por isso.

– Só se você contar para alguém. Agora, vai me ajudar ou não?

Ambos começaram a preparar a torta, embora Jackson mais atrapalhasse do que ajudasse.

– Mistura a massa!

– Sim, senhora – ele disse, rindo dela. Arya cozinhava muito bem, e provavelmente ficaria irritada se saísse errado.

– Você está fazendo errado! Minha massa! O que você fez com a minha massa?! – os olhos dela estavam desesperados.

– Calma, querida. É só uma torta. – ele começou a rir.

Arya nunca tinha feito uma torta que não ficasse perfeita. Suas tortas eram as melhores da província.

– Só uma torta? Seu... – e jogou um monte de farinha na cabeça dele.

– Quantos anos você tem? Isso não vai ficar assim! – ele falou, pegando um copo de leite e jogando na cabeça dela.

Ficaram nisso até o amanhecer, quando decidiram que seria melhor limpar tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Todo mundo tem que comentar em todos os capítulos, ok? Quanto menos você comentar (mais eu fico triste) mais chance sua personagem tem de ser eliminada. Me desculpem qualquer errinho de português, to realmente sem tempo pra revisar.

*robe = um tipo de roupão
*coreto = uma daquelas coisas que ficam nas praças, tipo umas casinhas, onde antigamente ficavam músicos e talz.

Natalya: http://us.cdn281.fansshare.com/photos/troianbellisario/troian-bellisario-1849800352.jpg
Rosalinda: http://wallpaperfast.com/wp-content/uploads/2013/07/dianna-agron-2013-wallpaper.jpg
Sarah: . http://cdn6.celebrityhairstylez.com/wp-content/gallery/kaya-scodelario/kaya-scodelario-hairstyles2.png (com mechas azuis e roxas)
Arya: http://www.polyvore.com/cgi/img-thing?.out=jpg&size=l&tid=22731644

Beijinhos!