Savin Me escrita por NatyBaby


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

YOOO!

Opa, aqui estou trazendo pra vocês mas uma fic de BTOOOM! (aiveiocomoeuamoessaporra)

Sim, a mas uma historia yaoi, mas não rola nada de mais, então mesmo que não goste, acho que vale a pena ler.

O principal aqui e o Kosuke e a historia se passa depois de Btoom!Fiz um pequeno enredo antes de realmente começar a historia para que pudessem entender tudo o que aconteceu.

Espero que gostem, sem mais demoras, ai esta a fanfic.



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Em uma segunda tentativa de fugir da ilha de Btooom!, o jogo assassino.Os confinados se aliaram a novos parceiros e dessa vez tiveram sucesso. Infelizmente isso gerou muitas perdas. Ironicamente apenas 4 dos confinados na ilha conseguiram sobreviver,o que seria supostamente o numero de ganhadores permitidos por esse"jogo". A policia foi comunicada e finalmente podemos nos ver livres dos organizadores desse jogo tão horrível.As investigações ainda estão abertas,afinal ainda queremos saber o motivo para tanta crueldade. Mais acredito que isso seja um Game over.

Game over?Não me faça rir.

- Kosuke Kira? - a mulher tinha uma voz suave e imediatamente chamou minha atenção. - Venha. - ela apontou para a sua sala.

Me levantei sendo acompanhado pelo policial, que mantinha uma de suas mãos presas a minha com uma algema.

Savin' Me

Eu não estava brincando quando pensei no quanto aquilo doeria.

Mas tudo bem, a dor é relativa, não é mesmo? Por isso, talvez não doa tanto daqui a mais alguns anos. Não mais. Porem, a cada dia da minha vida nesses últimos 3 anos, me dediquei completamente a pensar em você.

Sakamoto.Eu não pude te esquecer.

Tudo isso porque você simplesmente não me disse um adeus, tudo isso porque suas ultimas palavras para mim foram palavras de amargura e ódio.

Você é a vitima Sakamoto. Eu sei.

Mas eu não sou completamente o culpado, embora você não acredite nisso. Sakamoto, não fui eu. Não fui eu que tirei a vida de Himiko.

Foi ela. Ela se sacrificou por mim. Ela me salvou.

Mas como eu poderia pedir que acreditasse em mim depois de todos esses longos anos?Depois do meu passado demente.

Sakamoto, você foi o único que conseguiu tocar meu coração. E é provavelmente, o único que pode me salvar de tudo isso.

Os portões da prisão não se abrirão para mim

Com essas mãos e joelhos eu estou rastejando

Oh, eu alcanço você

- Garoto, ainda esta deitado ai?Levante!

Agora falta pouco tempo para que eu saia dessa prisão. Eu cresci. Parece difícil de imaginar, eu sei, mas agora estou com 17 anos. Não mudei muito, infelizmente, de alguma forma eu queria me livrar dos traços da pessoa que eu era antes.

Sakamoto, você iria rir ao ver que sou apenas um baixinho com cara de criança ainda hoje? Ou será que simplesmente acharia isso mais adequado?

Eu nunca vou saber.

- Desculpe.

Me levantei da cama que aprendi a achar confortável, me aproximando das grades daquela prisão. O funcionário a minha frente me olhava com ódio, repulsa. Quase como meu pai costumava me olhar.

Mas ele não é como meu pai. Ele tem motivos para me olhar assim.

Afinal, eu ainda sou Kosuke Kira, o garoto que assinou e estuprou três mulheres a sangue frio, o garoto que morava nas ruas fugindo de sua única família e roubava o para sobreviver. Aquele garoto viciado em BTOOM! , que acabou indo para aquela ilha e cometeu ainda mais crimes sem pensar nas conseqüências.

Eu ainda sou esse garoto.

Eu ainda sou insano.

Enquanto essa insanidade estiver comigo, não vou sair desse lugar, não poderei provar que mudei, continuaria recebendo olhares de ódio, nojo e desprezo.

Eu continuarei a ouvir o eco das suas palavras. De sua raiva.

Sakamoto, apenas me responda: Porque eu deveria sair daqui?

Bem,estou aterrorizado com essas quatro paredes

Essas barras de metal não podem prender minha alma aqui dentro

Tudo que preciso e de você aqui

Eu não tenho nada. Minha família esta morta (embora isso me deixe aliviado), nunca tive amigos, não tenho casa, ninguém me adotaria e a pessoa que eu amo me odeia do fundo de sua alma.

Aqui, ao menos, tenho comida, trabalho e cuidados (embora de má vontade). Aqui, eu não vou ferir mais ninguém e ninguém vai poder me ferir.

Eu estou bem, não é?

Venha, por favor, estou chamando

- GAROTO, O QUE DIABOS ESTA FAZENDO?

Ah, isso é apenas um dos cozinheiros brigando comigo, acabei de ter mais um surto, e agora meu precioso café da manha estava completamente esparramado pelo chão, algo esta pingando dos meus olhos e meu corpo esta tremendo.

Eu estou gritando Sakamoto. Gritando e chutando algo.

Eu não queria estar fazendo isso.

Felizmente o policial me levou novamente ate minha cela.

- Pivete maldito. Aproveite o resto do dia para pensar.

- Não! Por favor eu não...Não quero pensar!

Mas já e tarde, ele já se foi e eu já estou novamente perdido em pensamentos. De uma forma ou de outra todos eles acabam exatamente onde começaram.

E, oh, eu grito por você

Apresse-se, eu estou caindo...

Caindo...

Em você.

Sakamoto. Por favor, me salve.

Diga pra mim, Diga pra mim

E eu deixarei essa vida para trás

Diga se vale a pena me salvar

Não repita que me odeia, ou que já não me agüenta mais, que eu a matei,que sou um traidor. Não me chame de louco, não diga que vai me internar, não me prenda, me bata ou se irrite de novo comigo. Só me salve.

Ainda existe um eu que pode ser salvo não é?

Vale a pena para você me salvar?

Não.

Provavelmente não.

[...]

Mas um dia se passou, e agora já se foram quatro anos desde a ultima vez que eu te vi.As coisas novamente não mudaram. Aqui, dentro dessa prisão, tudo continua exatamente igual.

Isso é detestável.

Sakamoto eu preciso de mudanças. Como vou poder mudar se tudo ao meu redor continua exatamente igual?

Já estou enlouquecendo ainda mais. Não sinto fome, cede, dor , tristeza, alegria ou alguma coisa. Nada mais me incomoda ou me irrita e ate mesmo os olhares de desprezo estão passando despercebidos por mim.

Sakamoto.Eu acho que estou morrendo.

Os portões do paraíso não se abrirá para mim

Com essas asas quebradas eu estou caindo

E tudo o que eu vejo é você

Logo ninguém mais poderá me salvar.

- Garoto.

A voz não havia mudado, mas o policial estava cada vez mais cansado. Sempre as mesma palavras, a mesma cena, o mesmo olhar.Não é só a mim que aquilo irritava.

- Sim?

Minha pergunta era fraca e simplesmente não havia tom. Surpresa, duvida, loucura? Isso tudo havia se tornado nada pra mim. Eu nem mesmo me lembrava como usar isso em uma frase. Expressões? Por favor, pode me repetir o significado disso?

- Junte suas coisas. Hoje é o dia.

É o dia.

O dia de que, exatamente?

O dia em que seria jogado para fora de minha cela diretamente para o mundo que me odeia? O dia em que seria mandado para um lar de onde não sairia ate completar a maior idade e depois viveria procurando um emprego que me aceitasse? O dia em que as coisas voltariam a mudar a minha volta e me mostraram o quanto eu estou parado?

É, eu tinha me esquecido, mas hoje é o dia.

O dia em que eu deixaria de pensar em você.

De uma vez por todas.

[...]

Eu odeio admitir isso, mas eu não te esqueci.

Talvez porque agora a solidão seja ainda mais forte.

Sakamoto, eu estou novamente nos becos de Tókio. Eu tentei, juro que tentei, me adaptar a minha nova vida, mas não é tão fácil quando parece quando você nunca teve uma vida normal, principalmente se as crianças do lar onde você mora acabam descobrindo que você é um assassino e começam a tornar sua vida um inferno.

Sakamoto. Eu não posso suportar mais aqueles olhares.

Esses muros da cidade não tem amor nenhum por mim

Estou na beirada 18º da historia

E, oh, eu grito por você.

Não quando eles são lançados para a pessoa que sou hoje. Eu mudei. Eu mudei de verdade. Eu juro. Me salve,me salve desses olhares...

Eles estão acabando comigo.

Venha, por favor, estou chamando

- O que um garotinho faz em um lugar como esse?

A pergunta me atingiu como um tiro. O que eu estava fazendo ali exatamente? Eu não sabia. Era apenas o melhor lugar que achei para me esconder da neve e das pessoas. Era apenas um bom lugar para pensar.

E tudo que eu preciso de você

Pensar em você. Embora você não saiba disso.

- Não vai me responder?

A voz parecia irritada, e eu não o culpava. Mas eu não queria responder. Eu queria me encolher e sumir de tudo, de todos.

- Garoto!

Meus cabelos foram puxados, fazendo meu corpo acompanhar o movimento.

Sakamoto.Eu entrei em pânico. Completamente em pânico.

Eu me lembrei de dias em que havia me forçado a esquecer, de dias que talvez muito contribuíram para o lixo que hoje sou.

Ele estava me tocando. Sakamoto.

Apresse-se, estou caindo

Caindo, caindo...

Me tocando em lugares que não gosto de ser tocado, em lugares que fazem minha bochecha ficar quente e meu corpo protestar de dor, mas ele não para Sakamoto.Ele continua tocando ali por mas que eu implore que não, ate sangrar e doer ainda mais.

Até eu perder a consciência.

Exatamente como eu costumava fazer com minhas vítimas, exatamente como meu pai ...porque?Porque...?

[...]

Abrir os olhos e estar em uma cama de verdade era algo agradável, eu acho, ao menos depois de ter acabado inconsciente em meio a neve. Mas eu não conseguia me sentir bem,ou confortável ali.

É desesperador estar preso em um lugar que não conhecemos Sakamoto...

Talvez você se lembre dessa sensação.

Mostre-me como é

A porta se abriu e eu tentei me levantar, novamente sendo parado pelas algemas que estavam presas ao meu pulso.

- Você já acordou? - a voz parecia surpresa -É melhor ficar quieto.

- E-eu...não fiz nada....porque estou preso?

Isso foi tudo que eu pude pronunciar naquele momento, meu corpo ainda doía a parecia gelado, pela primeira vez eu reparei no quarto. Branco, simples, sem muitas decorações, porem bem diferente do de um hospital. Quase mais aconchegante.

Quem era aquele homem?

- Não fez nada?

Ele riu baixo, como se fosse um tipo de piada, e então se virou para mim, em suas mãos havia uma bandeja com alguns alimentos.

Sua voz era baixa e amarga, como se já tivesse passado por muita coisa na vida, os olhos eram castanhos e vagos, a pele branca e mal cuidada, como se não vissem sola tempos, havia uma barba curta e rala e os cabelos eram castanhos, médios e repicado, embora também não parecessem exatamente tratados ou cuidados.

Exatamente como você Sakamoto. Tudo exatamente igual.

Ser o ultimo a ficar de pé

- Saka...Sakamo..to?

Eu surtei por um momento. E pela segunda vez entrei em pânico depois desses longos anos. Eu gritei, tentei novamente me soltar e já não podia enxergar nada através da camada de lagrimas.

E ensine- me a diferença do errado e do certo

- Kosuke!PARA COM ISSO, EU TENHO VISINHOS, QUE DROGA!

Suas mãos tocaram meus ombros, tentando me fazer voltar a mim e aos poucos eu pude me controlar.

Sakamoto, eu estava com saudades.

Ele suspirou, mas aliviado ao ver que eu estava novamente quieto e então se afastou, parecendo me observar. Um meio sorriso se formou em seus lábios, embora ele não parecesse exatamente feliz ou contente, na verdade, me parecia mais debochado.

- Você não mudou nada. – riu, sem graça alguma. – Quantos anos você tem?15?

Eu queriarir. De todas as coisas que ele podia me falar, aquela era a mais sem logica. Ele havia me encontrado 4anos depois de tudo aquilo, na neve nu e sangrando e a única coisa que ele me diz e :“Você não mudou nada.”

Sakamoto. Você é um idiota.

- 18...- eu disse erguendo uma das sobrancelhas para ele, mas logo abaixando os olhos, observando o forro branco da cama onde estava. – Porque me prendeu...?Ou...me trouce pra cá?

Ele pareceu pensar sobre minhas palavras e logo deu de ombros.

- Estava fazendo compras, então eu ouvi um grito. – ele parece angustiado, como se algo naquilo o incomodasse. – Eu pensei que era o grito dela...- seus olhos se fecharam e seus lábios se tornaram uma linha rígida.

Sakamoto. Você ainda a ama?

Apertei minhas mãos contra o forro da cama e me encolhi, por um momento me lembrando das ultimas palavras dele antes que eu fosse para a prisão.

Porque essas palavras continuam ecoando?

- Quando eu cheguei o cara foi embora...- agora havia um tom de raiva presente. – Eu tentei alcança-lo mas não consegui...então eu voltei pra ver quem era...Era você. Acabei me lembrando do que me contou na ilha.., não era tudo mentira, no final.

Meu rosto pareceu esquentar e eu senti vergonha. Será que era isso que minhas vitimas sentiam?

Pelo menos eu não deixava elas viverem com essa vergonha.

- É...- falei em tom baixo, minhas mãos se soltando lentamente do forro. – Não era mentira.

Ele acenou positivamente com a cabeça, e pegou uma das chaves, a levando ate minha algemas, podendo as abrir facilmente, logo deixando a bandeja sobre o meu colo.

- Coma. – ele disse, seu tom soando como uma ordem, que eu cumpri sem demora, talvez por costume, talvez por estar com fome. – Nós vimos todos os vídeos da ilha...- ele suspirou baixo, como se fosse doloroso continuar. – Todos, ate estouramos as câmeras...

E eu te mostrarei o que posso ser

Voltei meu olhos a ele, com certa curiosidade. Com “nos”, elequerdizer os sobrevivente.

E “nós” não fomos muitos. Já haviam poucos sobreviventes após a primeira tentativa de sair de lá, na segunda (a qual eu estava) foi o massacre final. Se me lembro bem apenas Sakamoto, eu , Oda e “O Tio” havíamos saído com vida de lá.

No final, apenas 4. Era irônico, Sakamoto. Você tambem acha isso?

- Você não matou Himiko. -ele parecia contrariado em dizer essas palavras, como se elas estivessem erradas. – Ela se matou,te salvando...me desculpe.

Sakamoto, porque esta fazendo isso?Você não precisa dizer essas palavras.

Diga pra mim, diga pra mim

E eu deixarei essa vida para traz

Diga- me se vale a pena me salvar

-Desculpe...?..- sorri levemente, estava realmente feliz com aquelas palavras, porem meu coração doía, como se eu soubesse que não soavam certas. – E os outros...como estão?

- Oda viajou para fora do pais, parece que ele esta trabalhando em algum lugar nos EUA...- ele começou. – Eu me tornei policial...- ele pareceu esperar uma reação minha, mas não houve, então ele apenas continuou. – O Sr,me esqueci do nome dele... Bem, ele pensou em adotar você.

Meus olhos se arregalaram e eu voltei os olhos surpresos a Sakamoto.

- Mas ele acabou ficando um pouco loucode mais...então não deram sua guarda a ele. Então ele se mudou para o interior, uma área rural.

- Ele...quis me adotar?-pergunto inquieto. – De verdade?

- Sim. – disse.

E então entramos em um silencio constrangedor. Eu apenas comendo em quanto eleapenas me olhava.

- O que esta fazendo na rua? Você não deveria estar em um abrigo...

- Não. Eles não me querem por lá. – ri. – As crianças estavam me ameaçando...Elas descobriram que eu sou um assassino...

Apresse-se, estou caindo

Sakamoto arregalou os olhos em minha direção e então os voltou ao chão, bagunçando os próprios cabelos.

- Se eu pudesse...eu ficaria com você...mas eles não vão me dar sua guarda...

Ficaria mesmo? De verdade Sakamoto?

É tudo que eu preciso de você

Concordei com a cabeça.

- É...eu sei...- ri baixo. – Sakamoto...eu não quero ficar com você, eu estou com medo...de acabar...te matando também.

Ele me encarou, parecendo bastante serio, e seus lábios voltaram a se fechar em uma linha reta, embora seus olhos tivessem ganhado uma pontada de sentimento.

- Eu...sou louco Sakamoto. Eles estão certos, não vou mudar.

Venha, por favor, eu estou caindo

Essa é a verdade Sakamoto. A verdade que eu estava tentando esquecer.

Eu sou um psicopata. Eu mato por prazer, por diversão, para me esquecer dos meus problemas. Eu gosto disso...eu.. preciso disso, eu preciso me sentir vivo.

Enquanto eu estiver vivo, as pessoas ao meu redor correr perigo.

Eu sou insano. Sakamoto. Insano.

E, oh, eu grito por você

- Eu sei. – ele disse, por um momento erguendo as mãos, bagunçando meus cabelos. – Você ainda deveria estar preso.

- Eu paguei pelo que fiz...na medida do possível. Parece que eles consideraram meu “estado mental”, depois de sair da ilha...Não havia motivo para ainda me deixarem preso.

- Se voltar a matar pessoas voltará pra cadeia.

- Eu sei.

Mostre-me como é

Ser o ultimo a ficar de pé

- Eu preciso cuidar disso. Afinal, eu sou um policial.

Não me surpreenda.Por favor Sakamoto. Eu não gosto de surpresas.

-É...parece que sim.

Nós encaramos novamente em um silencio profundo, e então eu ergui uma de minhas mão, a levando ao rosto dele. Ele não recuou, apenas encarando minha mão enquanto eu acariciava sua bochecha desajeitadamente.

Eu não sei direito como fazer um carinho, desculpe.

Recuei a mão, observando seus olhos.

Eu ainda quero vencer você Sakamoto. Mas isso soa impossível.

E ensine-me a diferença do errado e do certo

E eu te mostrarei o que posso ser

- Eu te amo.

Sakamoto, por favor, eu acho que estou completamente louco. Porque exatamente eu estou admitindo isso? Ou porque eu estou me sentindo tão bem com isso? É ridículo Sakamoto. Eu não sou o tipo de pessoa que deveria se sentir assim.

Seus olhos mostravam surpresa, quase incompreensão, como se as palavras soassem como uma espécie de mentira ou um tipo de catástrofe mundial.

Eu não esperava nada diferente Sakamoto.

- Você...me ama?-ele perguntou incerto.

Concordei com a cabeça, me encolhendo contra a cama, tirando a bandeja do meu colo, a colocando ao meu lado, na estante que havia ali.

-Mas...eu sou um homem Kosuke...porque?

Abaixei meu olhos, as palavras ecoando em minha mente enquanto sentia as feridas em meu corpo arderem. É verdade, ele é um homem. E eu não tenho boas lembranças em “ficar” com homens , eu sempre preferi mulheres, mais fácil de controlar, de conter, elas não conseguiam me machucar.

Já estava novamente perdido meus pensamentos, coisa que havia pegado o habito de fazer após tanto tempo sozinho, quando senti seus braços me rodeando, eu quis gritar mas se quer tive tempo antes de me lembrar que era ele que estava fazendo isso.

Me deixei relaxar em seus braços, enquanto ele me apertava levemente contra si, pela primeira vez eu não sentia nojo ou entrava em desespero. Pela primeira vez eu pude simplesmente ficar ali, aproveitando do cheiro de Sakamoto.

Do seu cheiro,Sakamoto.

[...]

Um novo surto. Sakamoto, por quanto tempo você vai poder suporta-los? Você já parece estar louco comigo. Mas eu não posso, não consigo. Eu realmente não sei de onde esses surtos vem. Talvez de lembranças, eu começo a me lembrar e então me desespero, quero fugir novamente de tudo aquilo. Infelizmente quem sofre são as pessoas e as coisas ao meu redor.

Quando prato você teve que comprar, ou quantas vezes precisou arrumar coisas, limpar machucados ou me prender com algemas ate que eu já estivesse mas calmo. Quantos vizinhos já vieram ver de “estava tudo bem” ou já reclamaram por isso.

Diga para mim, diga por mim

E eu deixarei essa vida para trás

Diga se vale a pena me salvar

Ate mesmo você esta louco ,as vezes, a noite, você acorda desesperado, você continua repetindo insistentemente o nome dela “Himiko,Himiko...”. Sakamoto, eu realmente não me importo, você deixou claro que ainda a ama, deixou claro que so cuidaria de mim por enquanto.

- Kosuke! – a porta foi aberta desesperadamente e logo pude sentir os braços de Sakamoto me rodearem.

Eu tentei novamente me soltar e arranha-lo para conseguir isso, eu via de relance que havia algumas pessoas na porta, eles usavam a mesma roupa que Sakamoto, e por isso, acreditei que fosse visitas.

- Calma. – ele sussurrou,acariciando meu cabelo, algo que eu notei que me confortava e acalmava, ou sera que era apenas por ser suas mãos Sakamoto?

- Ele esta bem? – perguntou um dos homens, entrando ali, parecendo observar a bagunça em volta.

- Está. Não é? – foi a vez de Sakamoto perguntar para mim e eu apenas concordei.

- Descul..

- Kosuke Kira? – perguntou o outro homem, finalmente entrando, me encarando por um enorme momento.

Eu o reconhecia. Eu via seu rosto todos os dias nos 4 anos em que estive na prisão.

-Policial. – eu disse, surpreso, e Sakamoto acompanhou minha expressão.

- Vocês se conhecem? – perguntou Sakamoto.

- Sim. Ele é Kosuke Kira, eu era responsável por ele no centro de menores. É o garoto de quem você esta cuidando? Ele fugiu de um orfanato a meses atrás. Um dos sobreviventes do caso BTOOOM!

-Do caso BTOOM? – perguntou o outro, olhando novamente para Sakamoto.

Sakamoto perdeu o ar. Eu notei isso porque sua respiração estava próxima ao meu rosto, e eu já deveria estar roxo por estar o segundando a tanto tempo.

- Eu sei. – disse ele após alguns segundos de silencio. – Eu o enfrentei em BTOOM!

Novamente o silencio pegou a todos ali. Os dois policiais nos olhando como se soubessem que aquilo era errado, antiquado.

Apresse-se, estou caindo.

Eu voltei a me desesperar, a ideia de ser afastado de Sakamoto me parecendo completamente revoltante. NÃO!Eu não iria me afastar dele,não iria voltar para o orfanato.Não!

Busquei com os dedos a arma dele, conseguindo a pegar rápido, mirando no primeiro e mais conhecido dos policiais e atirei sem pensar, em seguida no segundo, embora ele tenha revidado, a bala foi certeira.

Sakamoto agarrou minhas mãos, tentando se livrar da arma, então novamente sem conseguir pensar eu a ergui em sua direção, as lagrimas já banhando todo o meu rosto, meu corpo tremia.

- KIRA!LARGA ISSO,KOSUKE! – ele gritou, entendendo uma das mãos em minha direção. – SEU IDOTA, LARGA ISSO!! -ele se levantou repentinamente, aproximando-se rápido de mais, pegando minha mão , tentando me fazer soltar a arma.

Eu apenas disparei. Uma, duas, três vezes. Ate poder sentir o sangue dele molhando minha roupa. Acabei soltando uma risada, essa saindo estranha ate pra mim enquanto ele se desequilibrava, caindo.

Diga por mim, diga para mim

E eu deixarei essa vida para trás

Diga se vale a pena me salvar

- Eu ganhei...- disse em um sussurro, ainda rindo, meu corpo ainda parecendo em choque. - EU GANHEI SAKAMOTO,EU SOU O MELHOR, EU...- a risada parou por um segundo e mais algumas lagrimas deixaram meus olhos antes que eu voltasse a rir.

Sakamoto, eu estou sem controle. Completamente sem controle.

Pude ouvir um novo disparo e logo meu corpo bateu com força contra o seu no chão, meus olhos pesaram e eu pareci me engasgar com nada.

Meus olhos se voltaram aos seus, abertos e sem vida,pela ultima vez antes que tudo escurecesse e eu ouvisse novamente gritos que eu já não podia entender.

Sakamoto...Psicopatas são psicopata. Me desculpe..e...

Se ainda puder, por favor, me salve.


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Notas finais do capítulo

Savin' Me ,Nickelback : http://www.youtube.com/watch?v=dxy7Lv3H8ZM
Gostaram?
Sei que ficou meio confuso, afinal o Kira esta "conversando" com o Sakamoto em toda a historia, mas quando eles estão juntos tem uma pequena mudança na forma de narração.Isso foi proposital, okays?Eu quis deixar os sentimentos do Kosuke bem claros,ele esta confuso então tambem pensa de forma confusa, por isso há essa pequena mudança.
Comentários, duvidas e sugestões serão sempre bem vindas ^^



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