Acordei com uma baita dor de cabeça, abri os olhos e me vi em cima de um sofá, tentei me levantar, mas senti uma grande dor. Memórias da noite anterior voltaram na minha cabeça, o depósito, o covil de “A” com fotos suas e de muitas outras pessoas, depois da perseguição de “A” e durante a perseguição eu me lembro de um flash vermelho e mais nada.

Olhei ao redor, eu ainda estava no depósito, Hermione andava de um lado para o outro nervosamente, Jace batia com o punho numa mesa próxima, Sadie e Finnick estavam sentados juntos, Percy não estava em lugar nenhum. Finnick foi o primeiro a me notar, ele sorriu.

– Ei! – Ele falou.

– Ei – Respondi meio hesitante, então me virei para Jace – Então, o que aconteceu? Pegaram “A”?

– Não, ele escapou – Jace bufou.

– Mas vocês viram quem ele ou ela é?

Hermione parou e sentou no sofá ao meu lado – Sim, mas eu não me lembro, ninguém se lembra, ele usou um feitiço de esquecimento, ninguém se lembra de nada dele, o rosto, a voz, nada, nem sabemos se é ele ou ela.

Dei um olhar de soslaio para Sadie, ela bufou. Hermione estava muito nervosa, seu pé batia nervosamente. Bom, pelo menos agora se sabe que o “A” pode usar magia, isso explicaria muita coisa.

– E o covil? Acharam alguma pista?

Sadie balançou a cabeça – Quando nós acordamos tudo tinha sumido, o lugar está vazio.

– E o Percy?

Como se ele estivesse esperando uma deixa, ele chegou – Hum, gente, eu estava dando uma olhada lá fora, e eu achei... uma mensagem, é melhor vocês darem uma olhada.

Ele se apressou para sair e nós o seguimos. Do lado de fora, o dia já havia clareado, deveria ser nove horas ou mais, numa hora como essa o movimento já deveria estar bem grande, mas ao invés disso estava tudo estranhamente deserto. Olhei para frente do depósito, estava tudo parecendo igual, mas agora havia uma mensagem escrita em tinta vermelha nas grandes portas duplas.

“Boa tentativa! Mas se quiserem me pegar, vão ter que ralar muito, mas eu não me preocupo. Vocês NUNCA vão me pegar. Até mais, otários. –A”

– Nossa! – Finnick falou – Humilde esse cara.

– Vamos dar o fora daqui – Percy falou – a gente tem que voltar.

Então começamos nosso caminho de volta ao hotel, durante o caminho, fiquei pensando em “A”, ele ou ela deveria ser um bruxo, mas por que estaria nos perseguindo, por que estaria enviando mensagens, por que se esconder de nós, atrás da máscara de “A”, algo nisso me incomodava muito, eu sentia que “A”, só pelo fato de estar se escondendo, poderia ser uma ameaça maior que Cronos ou até mesmo Pain.

Já havia se passado duas horas, havia esquecido como esse galpão era longe do hotel, meus pés estavam cansados. Percebi que Finnick se aproximava de mim, meu coração disparou (o que acontecia toda vez que ele chegava perto), ele me olhou com aqueles olhos verdes incríveis, ele ainda usava sua regata da noite anterior, ele parecia querer falar algo, mas o olhar dele captou algo, sua expressão mudou.

– O que é aquilo? – Ele perguntou. Olhei na direção em que ele estava olhando. Era uma daquelas casas da classe alta de dois andares e com um muro em volta. Havia uma fila de pessoas nas portas da residência e um segurança que permitia a entrada. Havia um cartaz na frente que dizia: “A Fantástica Festa de Fim do Mundo de Magnus Bane”.

Puxei Jace pela camisa e o forcei à olhar para a residência – Jace, olha ali!

Ele olhou, os outros também olharam – Magnus? O que ele está fazendo aqui?

– E quem faria uma festa para o fim do mundo – Percy fez uma careta.

– Você o conhece Jace?

Jace assentiu – Sim ele é um bruxo, ele é namorado do meu irmão.

– Namorado? – A expressão de Percy se tornou cautelosa.

– Sim, você tem algum problema com isso Jackson? – Jace falou franzindo uma sobrancelha.

Percy abaixou o olhar.

– Bom, acho que devíamos ir lá – Eu digo – Não vai fazer mal dar uma visita e acho que ele pode até nos ajudar, não é Jace?

Ele assentiu. Então seguimos até a festa (depois de Hermione dar um chute “sem querer” nas partes de Jace), passamos pelo segurança que permitiu nossa entrada, o lugar estava cheio de adolescentes. Quem faria uma festa de manhã? Claro, Magnus Bane.

Havia uma piscina que estava praticamente lotada, pessoas iam e viam com bebidas, no canto havia uma mesa com vários tipos de comida que pareciam normais. Não muito longe dali, havia um homem vestido com calças pretas e um blazer, ele usava maquiagem e tinha umas feições de gato.

– Ali está ele – Jace apontou – Não imaginava que ele estivesse se divertindo.

Seguimos Jace até Magnus, havia um jovem servindo ele com Champanhe.

– Magnus – Jace falou! Os olhos do bruxo se voltaram para ele e brilharam.

– Meu caro Jace, já não era sem tempo, eu estava esperando vocês ´há algum tempo – ele falou.

– Estava? – Hermione piscou confusa.

– Sim, todos vocês – Ele abriu as mãos em um gesto de saudação – Bom, meu nome é Magnus Bane.

– Você é um bruxo? – Hermione perguntou.

Magnus assentiu – Mas não um como você, Senhorita Granger.

– Então, por que você estava nos procurando – Eu digo. Os olhos de Magnus pousaram em mim. Ele começou a me avaliar de cima abaixo, o que me incomodou muito.

– Então você é Samantha Jenner, é mais bonita do que eu imaginava, bem diferente de seu irmão também – Ele falou.

Eu engasguei – Você conhece meu irmão?

Magnus deu um olhar desconfortável – Eu ouvir falar.

Ele não parecia querer responder mais perguntas – Bom, o motivo de eu estar aqui é para entregar algo a vocês, um mapa – Ele tirou do blazer um papeis daqueles bem velhos, e estendeu, era um mapa-múndi bem velho – Eu o chamo de “O Misterioso Mapa de Magnus Bane”.

– E o que ele faz? – Percy perguntou.

– Fale, o nome de uma pessoa e o mapa irá lhe dar localização, mas atenção, o mapa só funciona uma vez por dia – Ele escondeu o mapa no blazer – Mas para vocês receberem terão que fazer uma... brincadeira.

– Que tipo de brincadeira? – Perguntou Jace.

– Verdade ou Desafio, acredito que todos aqui já jogaram, não é?

Hermione balançou a cabeça – Nunca joguei.

Jace revirou os olhos – Claro que não.

– Verdade ou Desafio é um jogo onde basicamente uma pessoa pode te desafiar, ou pode fazer uma pergunta, depende do que você vai escolher... – Eu tento explicar, mas Hermione me para.

– Eu falei que nunca joguei, não que eu não conhecia – Ela me deu um olhar cortante.

– E aí? Vamos Jogar? – Magnus perguntou animado.

Olhei para os outros ao redor, Jace e os outros parecem ter gostado da ideia. Mas Hermione e Sadie pareciam cautelosas. Magnus mandou chamar um garçom próximo. E ele serviu algumas bebidas, Sadie protestou que era muito nova para beber, mas Magnus falou que não teria problema, tomei meu primeiro copo de uma bebida amarga, minha cabeça logo rodou.

– Então, vamos começar? – Magnus perguntou e nós assentimos – Ok, eu começo – Ele girou uma garrafa que estava no meio e que parou em Percy – Percy Jackson, Verdade ou Desafio?

Percy levantou o copo cheio de bebida – Hum... Verdade.

Magnus sorriu maliciosamente – Então, é verdade que você beijou Nico di Ângelo?

Percy engasgou – É, bom, na verdade não, ele que me beijou.

– Muito bom, sua vez – Magnus disse. Meus instintos começaram a apitar em alarme, havia algo errado, mas minha mente estava nebulosa por causa da bebida.

Percy girou a garrafa que apontou na direção de Hermione, ele sorriu – Verdade ou Desafio?

– Verdade – Ela falou bufando.

Percy se inclinou – Você ficaria comigo?

Hermione gargalhou – Não, nunca.

– Imaginei – ele falou rindo – Sua vez – Ele deu a garrafa para Hermione, ele girou a garrafa que apontou para Jace, ela sorriu,

– Verdade ou Desafio?

Ele cruzou os braços – Desafio.

– Te desafio em escolher uma menina e dar um beijo – Hermione disse. Jace sorriu se inclinou e beijou Hermione, dois segundos depois eles se separaram e Hermione deu um murro em Jace.

– Se você me beijar outra vez, você vai receber mais que um murro – Hermione ameaçou Jace que levantou os braços em sinal de rendição, então ele girou a garrafa que parou em Finnick.

– Verdade ou Desafio?

Finnick sorriu – Desafio.

Jace sorriu divertido – Te desafio há ficar sete minutos no paraíso com a Samantha.

– O quê? – Eu grito – E quem te deu autorização para isso?

– Oh, por favor, é só uma brincadeira, você não precisa fazer nada que não queira – Jace falou.

Magnus se serviu de uma dose de uísque – Tem um quarto lá em cima, segunda porta à esquerda.

– Vai logo, Samantha – Jace falou.

Olhei suplicante para Percy, mas ele sorriu apenas. Bufei e relutante me levantei, Finnick se levantou também e andamos em direção à casa, o lugar já não estava tão lotado. O cheiro de álcool estava forte, havia alguns jovens na sala jogando algum jogo de PlayStation 3, ele vibravam e gritavam. Subi as escadas para o segundo andar.

Dei uma olhada pelo canto do olho para Finnick, o álcool definitivamente subiu em minha cabeça, queria agarrar ele ali mesmo. Algo no fundo da minha consciência gritava que havia algo muito errado. Achamos o quarto que Magnus havia falado, havia uma grande cama de casal, um armário e outras coisas que meu cérebro não estava processando muito bem.

– E aí, o que vamos fazer? – Eu pergunto para Finnick.

Ele encosta-se à porta – Se você não quiser fazer nada, quer dizer, você não precisa fazer nada.

Por alguns segundos nós ficamos apenas nos olhando, eu comecei a me aproximar aos poucos uma sensação estranha passou por todo meu corpo, me fazendo ficar minha pele arrepiada, me aproximei dele até ele estar à menos de um centímetro do meu corpo. Finnick era bem mais alto que eu, conseguia sentir a respiração dele em minha cabeça. Ele se inclinou e me beijou.

Primeiro foi um beijo calmo e um pouco relutante da minha parte, Finnick pousou uma de suas mãos em minhas costas e a outra sobre meu pescoço me puxando mais para perto dele, como se ele quisesse que nossos corpos se fundissem, eu cedi à ele e o beijei mais forte, quase de um jeito selvagem.

Eu pendurei minha perna em sua cintura e sua mão passou das minhas costas até minha coxa. Ele desceu seus beijos até meu pescoço, ele beijava e dava pequenas mordidas que me provocavam arrepios e pequenos gemidos.

Coloquei minhas mãos por debaixo de sua camisa e comecei a tirar, até passar sobre sua cabeça. Ele começou a tirar minha camisa também, suas mãos passando pelas minhas costas, a cada toque dele minha pele esquentava. Ele terminou de retirar minha blusa, ele me levantou e me levou até a cama.

Ele se deitou sobre mim e acariciou minhas coxas, sua mão ainda sobre minhas costas, ele deslizou a mão dele até o feixe do meu sutiã, então parou, ele me olhou, seus olhos verdes-claros estavam brilhando.

– Você é virgem, não é? – Ele perguntou.

– Sim – Eu sussurrei.

– Você tem certeza que quer? – Ele perguntou – Não é algo que você pode voltar atrás.

– É o que eu mais quero.

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Nos meus sonhos eu havia sonhado com uma cidade em ruínas, depois ele mudava para uma garota caindo do alto de um prédio enquanto ela gritava, então o sonho mudou para um figura encapuzada apontando uma arma para alguém que eu não consegui reconhecer e depois eu via minha mãe em uma forca.

Acordei, minha cabeça doía, eu estava enrolada em lençóis, Finnick me abraçava, percebi que ele e eu estávamos despidos, sentir meu rosto ficar vermelho, então tudo que aconteceu no dia anterior voltou a minha mente, o covil de “A”, a festa de Magnus Bane, tudo. Então novamente soaram alarmes na minha cabeça. Sacudi Finnick para ele acordar, seus olhos lentamente se abriram e ele soltou um bocejo, ele se levantou e deu um pequeno beijo em meus lábios.

– Acorda, logo – Me levantei e comecei a me vestir, ele demorou alguns segundo e também começou a se vestir, ele sorriu para mim.

– Como você consegue ser tão bonita mesmo quando acorda? – Ele perguntou e eu revirei os olhos.

– Vamos logo, precisamos descer.

Depois de vestidos, eu e Finnick descemos as escadas, lá embaixo tudo estava estranhamente calmo, vazio e limpo. Nenhum talher fora do lugar, nenhuma cortina com vômito, nenhum sinal de festa, lá fora estava do mesmo jeito. Não parecia que havia tido uma festa, os alarmes voltaram a tocar na minha cabeça. Foi quando vi Sadie correndo até nós.

– O que aconteceu? Por quanto tempo passamos dormindo? – Finnick perguntou.

– Vocês passaram o dia dormindo – ela percebeu meu olhar de desaprovação – Ninguém quis acordar vocês, na verdade, ninguém quis entrar no quarto de vocês.

Senti meu rosto corar – Mas então, onde está Magnus?

O rosto de Sadie se tornou fechado – Era uma armadilha, aquele não era Magnus.

Ela estendeu um papel para mim, havia uma mensagem escrita lá em tinta vermelha:

“Foi muito bom jogar com vocês, e melhor ainda enganar vocês com a poção polissuco. Vocês realmente acharam que eu era Magnus, por favor, sejam mais espertos. Espero que vocês aproveitem meu presente, o mapa realmente funciona. –A”

– Droga, como nós fomos enganados... – Minhas palavras foram cortadas, um brilho dourado irrompeu no céu, depois uma bola de fogo desceu do céu, e depois um barulho de explosão e gritos, senti meu corpo se levantar e ser jogado.

Então tudo ficou escuro.