Capítulo 9 – You and I:

Tobias:

Os raios de Sol que se infiltravam pela janela, criavam o efeito de luzes no cabelo dela.

Sua concentração em cortar os tomates para o molho do macarrão, não se abalava por nada. A abracei por trás e depositei um beijo em seu pescoço.

_Quer ajuda, princesa?

Tris riu e virou o rosto. Minha boca estava perto de seus lábios corados e atraentes.

_Você ajudaria se ficasse fora da cozinha. Minha atenção aos alimentos vai por água a baixo quando você está por perto.

Sorri mas não soltei sua cintura. Aproximei mais nossos corpos e apertei ela contra mim.

_Ah que pena, eu queria ajudar. – Sussurrei em seu ouvido. Sua pele se arrepiou. Desci minha boca para o seu pescoço. Tris colocou a mão no meu pescoço, me puxando para si mas sem se virar.

_Olha pra mim. – Pedi com a voz rouca de desejo.

Ela se virou mantendo nossa conexão corporal. Tris colocou as mãos no meu peito e encarou meus olhos.

Uma de suas pernas envolve minha coxa. Passo o dedo em seu lábio inferior e ela inclina a cabeça pra trás.

_Estou perdendo o controle. – Declaro para o motivo da minha insanidade.

_Então perca o que resta logo. – Responde ela com os olhos em tom escuro pelo desejo.

Começamos a nos beijar urgentemente. Nos prensamos contra uma parede. Fui descendo meus beijos até sua coxa e parei ali. Ela mordeu o lábio inferior me desafiando. Mordisquei levemente sua pele e ela gemeu.

Ela me puxou de novo para cima, distribuindo beijos em meu pescoço enquanto eu apertava sua cintura contra o meu corpo.

A campainha tocou.

_Hmm. – Tris gemeu em reclamação, com os lábios prensados nos meus.

_Quem sabe se ignorarmos... – Sugeri com a voz entrecortada por nosso contato.

_Quem quer que seja é inconveniente. – Disse Tris numa voz firme me beijando.

Novamente o som irritante e fino soou em nossos ouvidos.

Tris bufou e ajeitou seu cabelo.

Passei a mão no meu só para ter certeza de que estava recomposto. Suspirei e atendi a porta.

_Olá Tobias.

Fiquei incrédulo com a presença dela ali.

_O que?

...

Tris:

Eu estava extremamente irritada. Que hora para aparecer! Fui para a porta e uma pontada no peito me fez arfar. Tobias estava abraçando uma garota. Uma garota. Ele não tinha medo de morrer? Tudo bem, Tris. Quem sabe ela não é uma irmã que resolveu voltar da viagem de intercâmbio na Europa?

Pigarreei. E encarei Tobias com meu melhor olhar de caçadora de recompensas. Ele se soltou da menina com cabelos pretos. Oh, finalmente!

_Hum...Tris esta é Nita, minha prima de Atlanta. Nita, esta é Tris, minha namorada.

A garota era alta, magra e bonita. Parecia uma modelo da Victoria's Secret.

_Olá. – Ela tinha uma voz suave mas seu sorriso de falsa fofa não me ludibriava.

_Oi, tudo bem? Que engraçado, Tobias nunca me falou de você. – Meu namorado me encarou com uma careta.

_Ah, eu moro em Atlanta desde os 10 anos de idade. Mas esse garoto anda te dando muitos problemas? – Perguntou ela sorrindo. Não gostei dela. Ponto final.

_Não, Tobias sabe que tem muita sorte de me ter. Ele não fica de gracinhas com piranhas, entende? – Tudo bem, eu exagerei. Meu tom foi pretensioso mas eu queria tirar o sorriso do rosto daquela menina. A essa hora as sobrancelhas de Tobias estavam franzidas tornando sua expressão um pouco confusa, um pouco irritada e um pouco divertida. Olhei bem para os seus olhos transmitindo uma mensagem.

Você sabia que viver comigo seria uma montanha-russa de emoções, agora aguente.

Ele manteve seu olhar no meu e deu um sorriso de canto de boca. Sua mensagem visual era clara.

Eu te amo, não precisa ter ciúmes dela.

Sorri mas voltei meu olhar para Nita.

_Tobias nem te convidou pra entrar, que indelicadeza. Bem, já que ele supostamente é o anfitrião mal-educado vou substituí-lo. Entre, por favor. – Disse dando espaço pra ela passar.

Assim que Nita passou por mim, Tobias entrou novamente.

_Boa garota. – Ele sussurrou, distribuindo um beijo em meu ouvido.

Graças a Deus, a sala de estar tinha acesso a cozinha. Uma enorme abertura, sem porta, separava os dois cômodos. O que me dava uma visão geral do sofá, onde eles estavam.

Escutei Tobias falando sobre meu pânico na semana passada quando encontrei um rato no porão da minha casa. Nita riu. Não achei graça e me senti meio ofendida por Tobias contar algo tão íntimo.

Continuei cortando as coisas e terminei de preparar o jantar.

Não estava com vontade de conversar com Tobias enquanto ele ficava rindo e fazendo piadinhas para Nita. Meu estômago estava se revirando. Provavelmente pela cena. Afastei minha cadeira e tropecei nos degraus da escada. Cheguei ao banheiro bem a tempo.

Peguei meus cabelos enquanto vomitava. Senti a mão de Tobias em meu ombro. Quando senti que não havia nada no meu estômago para voltar, me levantei e lavei minha boca. Tobias apertou a descarga e fechou a tampa do vaso sanitário, me encarando preocupado.

Mantive meus braços apoiados na pia.

_Está tudo bem, eu posso estar com virose.

_Virose? Você tem uma saúde de ferro, Tris! Eu vou te levar pro hospital.

_Não quero, pode voltar para a conversa interessante com a sua prima.

Tobias se levantou e me encarou.

_Tris, é estúpido ter ciúmes dela.

_Estúpido? Talvez você não veja o que eu vejo, Tobias. Mas ela dá em cima de você, descaradamente!

_Não, eu não vejo. Tris, você está cega pelo ciúmes! Assim como estava quando me via com Chris...

O som estava ficando abafado. Pontos negros surgiram na minha visão. Eu me apoiei na pia. Tobias havia parado de falar.

_Tris eu...

Minhas pernas se amoleceram e minha visão ficou turva. Senti os braços de Tobias me segurarem e as trevas dominaram tudo.

...

Bipes de aparelhos. Algo no meu dedo. Dificuldade para me mover. Abri os olhos. Encarei o teto azul claro e fiquei inquieta. Este, definitivamente, não era meu quarto.

Tentei me sentar mas mãos fortes me seguraram.

_Não se esforce. – Me disse a voz que eu mais queria ouvir no momento.

_Tobias...onde estou? – Perguntei já sabendo a resposta. Aparelhos controlavam meus batimentos cardíacos.

_No hospital, você desmaiou nos meus braços.

O médico chegou e eu me sentei, com a ajuda de Tobias.

_Tenho ótimas notícias pra vocês. – Anunciou um senhor de idade, vestido com um jaleco branco. Um estetoscópio estava pendurado em seu pescoço.

Tobias pegou na minha mão e eu sorri pra ele.

_Vou ter alta? – Sugeri brincando, mas o médico balançou a cabeça negativamente.

Eu e Tobias nos encaramos.

_Fale logo doutor, por favor. – Insisti ansiosa.

Não era hora para pânico. Ele disse que era uma coisa boa mas se ele não me daria alta...a voz do médico experiente me despertou dos meus devaneios.

_Uma pessoinha está a caminho. Dentro de 9 meses, vocês vão ter um bebê.

Eu estava grávida.

Okay, agora sim era hora para pânico.