Capítulo 2 – Festa:

Matthew arrumou meu cabelo de forma que ficou enrolado embaixo e liso em cima. Susan que entendia de maquiagem passou uma sombra preta e um batom vermelho em mim além de base, brilho e outras coisas. Marlene escolheu minha roupa e Christina ficou encarregada de decidir o sapato e os acessórios.

Dei uma girada com meu vestido colado e preto e com meu sapato prata com salto de uns 10 centímetros.

̶ Perfeita. – Anunciou Matthew.

̶ Diva. – Concordou Christina.

̶ Vai deixar ele louco. – Disse Susan.

̶ Queria ter um corpo desse. – Queixou-se Marlene.

̶ Ah Lene, você é linda. – Falei me abaixando e pegando em suas mãos.

̶ Mas olha você, indo se encontrar com um gato...

̶ Que eu vou fazer se apaixonar por mim e arrasar seu coração depois. Para provar que ele também é suscetível a dor.

Marlene pareceu sorrir um pouco.

̶ Não deixa ele te beijar apesar dele ser um pedaço de mal-caminho...

̶ Matthew. – Repreendeu Christina.

Cheguei na festa e fui pro bar. Fiquei uma meia-hora lá bebendo qualquer coisa até que Tobias chegou. Ele estava lindo, como sempre. Sua camisa pólo era preta, e ele vestia uma calça jeans e calçava um Vans azul marinho.

̶ Oi.

̶ Você tá linda.

̶ Eu acho que fui muito grosseira com você hoje de manhã. – Disse ignorando seu elogio.

̶ Então eu posso aceitar suas desculpas com uma condição.

̶ Qual?

̶ Se você dançar comigo.

̶ Vou ter que beber mais pra dançar com você.

̶ Pensei que...

̶ Não, não foi uma grosseria. É que eu não sei dançar.

Ele riu e eu ri junto, meio constrangida.

̶ Eu te ensino. – Ele disse numa voz rouca que me fez pirar. Acenei positivamente. Conversamos muito, por duas horas até que a festa começou a animar.

̶ Vem.

Ele me puxou pelo braço e dançamos juntos. Ele fazendo palhaçadas de vez em quando e eu rindo.

De repente começou uma música lenta e eu ia saindo da pista até que Tobias me segurou.

̶ Dança comigo essa?

̶ Já dancei com você.

̶ Só mais essa e vamos embora. – Ele fez uma carinha irresistível mas eu protestei.

̶ Mas eu nem sei dançar direito.

̶ É só ficar abraçada comigo balançando de um lado pro outro.

̶ Isso está parecendo pretexto pra você me agarrar. – Desconfiei sorrindo.

̶ Eu juro que não vou tentar nada. – Disse ele com aquele sorriso maroto. Meu coração deu um pulo.

̶ Tá.

Ele abraçou minha cintura e eu pendurei meus braços em seus ombros.

Coloquei minha cabeça em seu ombro direito.

̶ Sabe... – Ele sussurrou fazendo meu corpo se arrepiar. – Eu te assustei?

̶ Não, eu tava pensando em...deixa pra lá.

̶ Quando eu era pequeno, via meu pai dançando com a minha mãe sempre. E ele girava ela assim...

Ele me rodou e eu ri, quando eu voltei, estávamos muito perto.

̶ Ah, agora...eu tenho que ir. – Disse desconcertada pela proximidade dos nossos corpos.

̶ Eu te levo pra casa...

Coloquei a mão em seu peito no intuito de me afastar mas não mexi um milímetro.

̶ Não precisa.

̶ Eu insisto. – Ele encarou meus olhos e eu derreti. ‘’Tudo bem’’ queria ter sussurrado, mas nem deve ter saído por conta do meu nervosismo.

Ele me levou em casa e eu saí do carro apressada.

̶ Obrigada. – Disse pra ele quando subi as escadas da varanda.

̶ Tris eu... – Ele se aproximou de mim com a boca entreaberta e eu fiquei paralisada. Ele pegou no meu cabelo de forma delicada. Lembre-se Tris, você está numa operação. Você não pode se apaixonar por ele.

̶ Tchau. Adorei dançar com você. Obrigada pela carona. – Disse em voz baixa e fechei a porta não esperando para ver a face dele.

Tirei os saltos, o vestido e fui tomar um banho rápido.

Deitei na minha cama e peguei meu celular, que vibrou em cima da mesinha.

Como foi o encontro com o garotão?

Espero que não tenha feito nenhuma besteira, menininha.

– XOXO, M

Suspirei irritada. Coloquei meu celular na mesinha e dormi sem responder meu amigo.

Acordei cansada e resfriada. Ah, ótimo. Vou ver Tobias com o nariz escorrendo direto e...

Melhor parar agora. – Sussurrou minha consciência.

Mas ele é tão lindo. – Disse uma parte de mim que era louca por ele.

Eu tenho que ir pra escola. – Retrucou minha racionalidade.

Coloquei meu moletom, amarrei meu cabelo num coque frouxo e vesti minha calça jeans.

Cheguei na escola e logo fui recebida com abraço de urso e alguém me girando.

̶ Ai ai, me põe no chão por favor. – Infelizmente, com a gripe vem aquela famosa voz fanha. Então, tudo que tem ‘p’ acaba se tornando ‘b’.

Tobias ficou frente a frente comigo e riu. Fiz um beicinho.

̶ Não tem graça. Eu estou gripada.

Ele acariciou minha bochecha e sorriu.

̶ Vamos pra aula, minha ‘gribadinha’. – Eu sorri contrariada. Ele colocou o ombro sobre o meu e andamos até darmos de cara com Matthew, Susan, Christina e Marlene. Imediatamente fiquei tensa e meu sorriso desapareceu. Acho que Tobias percebeu porque ele olhou pra mim na hora.

̶ Oi gente. – Levantei um pouco minha mão para cumprimentá-los.

̶ Oi Tris. – Disse Matthew num tom duro.

̶ Bom, a gente se vê na aula, okay?

Balancei a cabeça positivamente, enquanto Tobias dava um beijo demorado em minha bochecha.

Depois que Tobias saiu, Matthew veio pra cima de mim junto com Christina.

̶ Você tá louca? Não é pra ficar amiguinha dele! É pra dar uma de difícil, fazer ele se apaixonar por você e arrasá-lo.

̶ Ai, Matthew. Eu tô com uma puta dor de cabeça, então se for pra gente discutir me liga daqui a duas semanas.

Saí pisando firme enquanto ouvia Christina resmungar.

̶ Esse foi um péssimo plano.

̶ Eu acho que quem vai ser a com o coração partido da história, será ela. – Concordou Matthew.

Eles estavam certos. Eu não podia ficar amiga de Tobias Eaton. E o pior era que a cada dia, eu me tornava irremediavelmente apaixonada por ele.