Minha primeira reação: " Mas como? Filhos de Ares são tão resistentes assim? Como que um menino de aparente a minha idade é jogado a mais de 300 metros para o alto e para um lugar que nem sequer enxergava conseguia sobreviver ou ter a capacidade de se mover em tão pouco tempo? Minha nova vida de semideus é assustadora. "

Marty havia chegado quase totalmente banhado em sangue. O sangue pode ter vindo da queda de vários metros, mas... Como ele conseguiu as espadas? Isso não importa. O importante é que naquele momento, meu número de pessoas para derrotar aumentou de 1 oponente para 3 oponentes. Se pelo menos eu conseguisse convencer Marty a me ajudar...

— Que engraçado... — Marty começou. — Vocês não tem a mínima ideia de onde estão pisando. — Ele começou a correr na direção de Uia com as duas espadas em sua frente.

Com a mão direita, Marty levou a ponta de sua espada à um lugar específico perto do pé esquerdo grande de Uia. Tudo que estava em sua volta em no mínimo dois metros recebeu uma pequena explosão.

Uia urrou de dor e sua perna esquerda levou um leve desequilíbrio fazendo ele ficar de joelhos na frente de Marty. Após o urro, Marty decidiu começar um ataque de vários arranhões na perna de Uia, fazendo-o não poder mais se levantar.

Pão voltou a si e entendeu que deveria ajudar seu subordinado a lutar, então comecei a disparar flechas contra as costas de Pão, mas não surtia efeito. Quando finalmente chegou ao amigo, deu um taPÃO na lateral de Marty subitamente, fazendo-o largar uma de suas espadas e voando alguns metros para um lado com a outra na mão.

A espada que caíra da mão de Marty caiu perto de mim e eu aproveitei para pegá-la caso precisasse usar. Quando virei meus olhos para ver a luta novamente, vi Marty se levantando devagar e até um pouco tonto do golpe.

— Prepara-se para a encrenca! — Pão disse para Marty. Logo após, Pão esticou a mão e levou Marty ao ar pelo pescoço.

Marty instantaneamente largou a única espada em sua mão e direcionou as duas mãos para a gigante mão do ciclope para tentar afrouxá-la. Nesse momento eu senti que era a hora de eu mostrar a minha simpatia.

Tive a ideia de subir até o ombro do cicloPão. Comecei a escalar as suas costas, apoiando as minhas mãos e pés nas flechas que atirara anteriormente e que ainda estavam presas às suas costas.

Quando cheguei ao seu ombro, me virei para o ouvido de Pão e enfiei profundamente a espada em punho em seu interior. A sua orelha começou a jorrar sangue e Pão teve um momento de dor cruciante que o fez deixar Marty cair no chão.

Logo após cair no chão, Marty levou suas mãos ao seu pescoço, tossindo fortemente para conseguir respirar de modo melhor.

Pão levou sua mão esquerda na direção da minha barriga para me derrubar de seu ombro direito, mas ao me desviar do golpe, ele acertou seu próprio ombro e pescoço com força.

Após ver a marca vermelha em seu pescoço, decidi caçoar um pouco.

— Ei, Grandão! — Gritei bem alto no seu ouvido para piorar mais ainda. — O que é isso no seu pescoço? Um chuPÃO?! — Comecei a rir enquanto subia no ninho de seu cabelo.

Lá de cima, vi Marty se recuperando e rindo da piada enquanto pegava sua espada de novo.

— Ei, Ciclope! — Chamou Marty. — Quer virar PÃOqueca?

Também ri de sua piada.

— Nem vai dar, cara. — Tento imitar a voz de Pão enquanto mexia em seu cabelo. — Meu cabelo tem gosto ruim. É cresPÃO!

Pão estava sem entender nada e com a mão direita na orelha para amenizar a dor enquanto Marty se preparava para jogar a sua espada com muita força.

— Sinta a dor do meu " arPÃO " ! — Exclamou Marty quando jogou a espada na direção da testa de Pão. Infelizmente, a espada fez uma curva e foi em outra direção, mas consegui pegá-la no ar antes de ela ir para longe. — Ih, essa passou de rasPÃO...

— Como você pode errar isso? — Perguntei para Marty, jogando a espada de volta pra ele sem a intenção de ferir. — Com essa mira, até o Pão é massa e você não.

Pão solta mais um urro e começa a correr em direção à uma árvore para bater de cabeça.

— Ai, que PÃOdeleiro. — Xinguei Pão antes de pular para a copa da árvore.

Com o meu salto, fiz Pão ficar tonto ao bater de cabeça na árvore. Marty e eu aproveitamos essa chance e pulamos na direção do ciclope para acabar de vez com ele.

Marty chegou em sua barriga e fincou a espada bem no seu centro. Já eu, enfiei a espada na testa do ciclope. Os dois ataques super fortes fizeram com que o ciclope virasse pó.

Fico de joelhos no chão após a vitória.

— Que temPÃO que levou... — Resmungo para Marty.

Marty dá uma risadinha antes de falar algo.

— Sabe... — Ele pensa um pouco. — Você não é o assassino da minha irmã, é muito fraco para tal feito. Alguém que precisa da minha ajuda para derrotar um ciclope não conseguiria matar a Sophie.

Olhei para o menino, confuso, ainda sem saber do que ele estava falando.

— Bem... Já que agora você confia em mim... — Estendo a mão para Marty. — Amigos?

Ele aperta minha mão com força. A força de filhos de Ares é algo inexplicável.

— Amigos. — Ele dá um pequeno sorriso, mas logo sua expressão desaparece. — Uia.

Me levanto e fico novamente em pé.

— Verdade. — Confirmo. — Tenho que perguntar algo para ele.

Vou com Marty até onde o ciclope havia desmaiado. Sua camisa estava cheia de sangue, mas não tanto quanto a de Marty. As duas estavam rasgadas em partes perto do ombro. Assim que Marty viu Uia deitado no chão, ele cutucou-o na barriga de maneira forte para que acordasse.

A primeira expressão de Uia foi de dor.

— Uia, uia, uia, só mais 5 minutinhos... — Resmungou.

Marty o chutou na barriga.

— Ahn... ? — Uia abriu os olhos e quando nos viu os arregalou. — UIA! O que vocês querem?

— Nós... — Comecei. Olhei para Marty em busca de afirmação. Ele confirmou com a cabeça. — Queremos saber como podemos sair dessa ilha.

— Uia, eles querem saber onde podem arranjar algo para sair dessa ilha... Descubram sozin... — Uia falhou em terminar a frase pois Marty estava apontando a espada para seu rosto. — Procurem algo na gaiola. — E então desmaiou.