Potterlock - A Câmara Secreta escrita por Hamiko-san


Capítulo 9
Aragogue




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Foi uma fuga noturna que exigiu muito da furtividade de Sherlock e John. Naquela noite, os corredores do castelo estavam cheios. Professores, monitores e fantasmas faziam patrulha. Filch quase se esbarrou nos garotos e foi muita sorte Lockhart estar ocupado demais admirando o próprio reflexo para perceber que a porta para os arredores do castelo se abria sozinha.

Os rapazes sentiram alívio ao descerem pelo jardim sob o céu claro e estrelado indicando o começo do verão. Sem perder tempo, correram até a cabana de Hagrid e despiram a capa da invisibilidade antes de baterem.

Porém, a recepção não foi nada agradável. O guarda caças escancarou a porta já apontando uma besta para os visitantes enquanto Canino latia alto.

— Hagrid!  — John instintivamente ergueu os braços, em sinal de rendição — Somos nós!

— Meninos? O que fazem aqui?

— Viemos visitá-lo! Pra que a besta?

— É pro caso de… Gente indesejada aparecer. Vamos, entrem, entrem! — Ele praticamente puxou os dois para dentro e bateu a porta — Como chegaram até aqui? Os professores estão patrulhando!

— Usamos isso. – Sherlock mostrou a capa da invisibilidade.

Hagrid quase caiu para trás:

— Mas como...? Arg! N-não importa. Vocês querem chá? — Ele se apressou em colocar água pra ferver.

Sherlock e John se olharam como se compartilhassem o mesmo pensamento.

— Está com medo de alguma coisa, Hagrid? — O loiro arriscou perguntar.

— Não! Não há nada de temível aqui ou na Floresta Proibida! A única coisa a ser temida está rondando Hogwarts! Lá dentro, não aqui fora!

Mais alguém bateu na porta e Hagrid deixou a chaleira com água cair no chão.

— Essa não...

“Hagrid.” era a voz séria de Dumbledore.

“Hagrid, abra!” Outra voz, desconhecida para John.

— Escondam-se, rápido! — O guarda-caças indicou um canto perto da mesa, e Sherlock puxou John para se cobrirem com a capa da invisibilidade.

O guarda caças abriu a porta e encontrou Dumbledore acompanhado de um bruxo baixo, gordo, com vestes pomposas e cabelos grisalhos. Hagrid suava. Deixou-se cair em uma cadeira e olhou de Dumbledore para o outro homem sem saber o que dizer.

— Cornelius Fudge. — Sussurrou Sherlock no ouvido de John – Ministro da Magia.

— Hagrid, o problema é muito sério. — Fudge falava inquieto, gesticulando demasiadamente  — Tive que vir. Dois ataques! Dois! E em alunos nascidos trouxas! As coisas foram longe demais. O Ministério teve que agir.

— Eu nunca… — Hagrid estava desnorteado — Vocês sabem que eu nunca… Professor Dumbledore, por favor.

— Hagrid é de minha inteira confiança, Cornélio. — Dizia o diretor convicto — E não há provas de que ele está por trás desses ataques.

— Não precisamos de provas! A ficha dele depõe contra ele! – O Ministro da Magia insistiu – As pessoas estão comentando, Alvo, e elas esperam que eu faça alguma coisa! Por isso decidi levar Hagrid até alguém provar que não foi ele.

— Me levar? — Hagrid estava aflito — Não pra Azkaban! Por favor, pra Azkaban não!

— É só por algum tempo, Hagrid, por precaução. Se outra pessoa for apanhada, você será solto com as nossas desculpas.

— Mas eu não tive nada a ver com os ataques!

Ouviu-se o barulho de grama sendo pisada e logo depois mais uma pessoa entrou na cabana. Um bruxo beirando os cinquenta anos, com ar de intelectual, rosto com barba rala e olhos cinzentos, inquietos e penetrantes, brilhando por trás dos óculos de aros dourados.

— Milverton? – O tom da voz de Fudge vacilou.

— Cornélio… – Falava Milverton com a voz macia – Que bom que todos estão aqui. Se já tivesse ido embora teríamos que voltar para dar a decisão do conselho ao atual diretor.

— Do que está falando?

O tal Milverton estendeu um pergaminho para o ministro. Cornélio Fudge o pegou abruptamente e leu o conteúdo em menos de cinco segundos.

— Afastar Alvo Dumbledore!? — O ministro finalizou, tomando um susto — Como é possível?

John arregalou os olhos e só não falou nada porque Sherlock tapou a boca dele, como se tivesse lido sua mente.

— Parece que o conselho decidiu por unanimidade que o diretor deve responder pelo estado em que deixou a escola, e por ter deixado o principal suspeito transitando por aí. – Milverton prosseguiu.

— Você chantageou todos eles por acaso? – Hagrid se levantou furiosamente – Ninguém em sã consciência tomaria essa decisão! Se Dumbledore sair do colégio, será uma morte por dia!

— Não se preocupe, Hagrid. – Dumbledore disse com dignidade – Só terei realmente deixado a escola quando ninguém mais aqui for leal a mim. Além disso Hogwarts sempre ajudará aqueles que a ela recorrerem.

— Palavras admiráveis. – Milverton sorriu superficialmente – Agora acho melhor virem conosco. Não queremos chamar dementadores, certo?

Hagrid se deu por vencido e pegou seu grande casaco com pelos de toupeira. Antes de sair com os outros, falou alto e em bom som:

— Se... Se alguém quiser descobrir alguma coisa, é só seguir as aranhas. Elas indicariam o caminho certo. É só o que digo.

Fudge o olhou confuso.

— E alguém precisa alimentar o Canino. – Hagrid finalizou antes de irem embora.

Depois que a porta se fechou, Canino começou a uivar alto. Sherlock retirou a capa da invisibilidade, mas nem ele nem John saíram do lugar. Era como se a mente dos garotos precisassem de um tempo, um bom tempo, para assimilarem a notícia. E muitos copos de água.

— Estamos ferrados... – O grifinório balbuciou – Hagrid tem razão...  Com Dumbledore fora será uma morte por dia. Como puderam fazer isso?

— Charles Augustus Milverton. — O corvino parecia distante. — Meus pais dizem que ele é o maior chantagista do mundo mágico.

— E ele chantageou todo mundo pra afastar Dumbledore no momento em que a escola mais precisa dele? Como ninguém faz nada?

Sherlock virou-se para John:

— Você ouviu o que Hagrid disse. Temos que seguir as aranhas.

— Claro! Vamos seguir as aranhas e encontrar o monstro que quer matar filhos de trouxas como eu!

— Eu não acho que vamos atrás do monstro. Ele disse pra seguir as aranhas. O monstro da Câmara Secreta é uma cobra, lembra?

— Que seja! As aranhas vão nos levar até a coisa que ele escondeu! Por que fazer isso então?

Sherlock colocou as mãos sobre os ombros do amigo tão inesperadamente que o Watson ficou sem jeito. 

— Porque aí acabaremos com as nossas dúvidas, John. Você mesmo disse que essa escola não estará segura sem Dumbledore. Alguém precisa fazer algo.

John baixou a cabeça e soltou um muxoxo até que finalmente se deu por vencido:

— Ok. Venceu. Ele disse “sigam as aranhas”. Tá vendo alguma aranha aqui?

— Não, mas Hagrid deu a pista sem querer. Ele mencionou a Floresta Proibida. A criatura que ele escondia pode estar lá.

John pareceu ainda mais infeliz com a ideia:

— Ta. Floresta Proibida. Claro.

— Levaremos o Canino por segurança.

— Acho mais fácil termos que proteger o cachorro também.

Sherlock deixou a capa da invisibilidade dobrada em cima da mesa de Hagrid e os dois saíram pelos fundos da cabana, com Canino a sua frente, para entrarem na floresta. A ponta de cada varinha emanava um ponto de luz.

Canino passeava tristemente pela floresta, cheirando as raízes e fazendo suas necessidades em algumas delas. Caminharam por uns cinco minutos na mata cada vez mais densa até Sherlock apontar a varinha luminosa para um canto esquerdo e ver duas aranhas solitárias que fugiam da luz.

— Estão por aqui.

— Então vamos mais a fundo. — Sugeriu John — Elas devem se concentrar lá.

— Certo. Segure a minha mão.

Os dois permaneceram de mãos dadas e adentraram cada vez mais na vegetação, seguindo o fluxo de aranhas que ficava cada vez mais intenso. John apontava a varinha para cima e para os lados, encontrando aranhas pelo tronco de árvores e descendo pelos galhos.

Mais alguns minutos andando e o lugar ficava cada vez mais escuro. Tudo fora do pequeno círculo de luz que emanava das varinhas era um breu completo. Andaram em silêncio por mais de meia hora, tentando ouvir algo que não fosse o barulho de galhos e folhas sendo pisados.

De repente algo úmido roçou o rosto de Sherlock, que levou um susto tão grande que quase caiu em cima de John. Só então percebeu que era Canino cheirando-o.

— Tá tudo bem? – John tentava passar alguma segurança, mas sua voz trêmula e estranhamente aguda o denunciava. Mesmo com o lumus mal conseguia ver os traços faciais de Sherlock.

— Acho que sim...

De repente dois barulhos indesejáveis fizeram o coração dos garotos disparar. Canino latia muito alto e um apito agudíssimo e fraco soava do bolso da calça de John. 

— M-meu bisbilhoscópio! — O loiro pegou um pião de vidro do bolso e colocou na palma da mão. Agora além de apitar, ele girava e piscava luzes.

Canino latia cada vez mais insistente e a primeira reação de Sherlock foi erguer a varinha para o alto. Ao ver uma coisa grande e monstruosa descendo por um fio de teia, percebeu que próprias pernas tremeram. Antes que pudesse pensar numa fuga, sentiu uma coisa comprida e peluda agarrá-lo pela cintura e erguê-lo do chão, deixando-o de cabeça para baixo. Gritou por impulso e logo percebeu que o mesmo aconteceu com John e com Canino, que começava a uivar.

Em poucos segundos, os três estavam sendo arrebatados para o meio das árvores escuras.

— John!

O amigo não respondia. Sherlock olhou melhor para a criatura que o segurava e viu que ela andava sobre seis pernas imensamente compridas e peludas enquanto as duas dianteiras agarravam-no com firmeza sob um par de quelíceras pretas e reluzentes.

A escuridão foi diminuindo a medida que os monstros chegavam ao seu destino. Sherlock esticou o pescoço para o lado e percebeu que tinham chegado à borda de uma vasta depressão, que fora desmatada de modo que as estrelas iluminavam claramente uma cena digna de um filme de terror dos anos 90.

Aranhas, aranhinhas, aranhonas. Aranhas do tamanho de cavalos, com oito olhos, oito pernas, pretas, peludas, gigantescas.

Seria fascinante se a situação não fosse tão desfavorável.

Os monstros soltaram os bruxos e Canino, e os três se espatifaram nas folhagens secas, ásperas. John mal se colocou de pé e foi tentar ajudar Sherlock, que ainda estava caído, sem conseguir reunir forças pra se levantar. Canino não uivava mais, encolhia-se em silêncio onde caíra.

— ARAGOGUE! — Gritava uma das aranhas batendo com as pinças.

Como se a situação não pudesse piorar, do meio da teia enevoada em forma de cúpula, surgiu uma aranha do tamanho de um filhote de elefante. John estava tão aterrorizado que acabou caindo sobre os joelhos. Apertava os ombros do jovem Holmes, mas sentia que a qualquer momento ia desmaiar ali mesmo.

— Que é? – Aragogue batia rapidamente as pinças.

— Humanos.

— Hagrid?

— Somos amigos de Hagrid! – John gritou num impulso. Seu rosto estava lívido de tanto terror. – E-Ele está com problemas e nos mandou até aqui!

De repente várias aranhas bateram as pinças.

— Hagrid está com problemas? – Aragogue tinha um ar de preocupação – Por que?

— Algumas pessoas acham que Hagrid fez… Uma coisa terrível com os alunos. Levaram ele para Azkaban.

— Isso foi há anos! Acharam que ele abriu a Câmara Secreta! Por que resolveram tocar nessa história?

— Então você não veio da Câmara Secreta, certo? – Sherlock perguntou, e só então John notou que o amigo também estava apavorado.

— Claro que não! – Aragogue batia as pinças zangado e prosseguia com voz áspera. – Eu não nasci no castelo. Um viajante me deu de presente para Hagrid quando eu ainda estava no ovo. Hagrid era só um garoto, mas cuidou de mim, me escondeu num armário do castelo e me alimentou com restos da mesa. Quando descobriram a garota morta no banheiro, eu fui responsabilizado e ele me protegeu. Tenho vivido aqui na floresta desde então, onde Hagrid ainda me visita. Ele até me arranjou uma esposa, Mosague, e você está vendo como a nossa família cresceu. Tudo graças a bondade de Hagrid.

Por um breve segundo, John intimamente pensou que Hagrid mereceu estar na prisão. Sua alma era uma mistura de pânico e muita raiva agora.

— Então você nunca atacou ninguém? – A voz de Sherlock falhava.

— Nunca. Por causa de Hagrid, eu nunca fiz mal a um ser humano e não conheço parte alguma do castelo a não ser o armário em que cresci. A nossa espécie gosta do escuro e do silêncio.

— E você sabe quem matou a garota? Porque essa coisa voltou ao castelo.

Suas palavras foram abafadas por uma eclosão de cliques e o ruído de muitas pernas longas a se agitar com raiva. Grandes sombras escuras moveram-se a toda volta, aproximando-se dos recém chegados.

— A coisa que mora no castelo – disse Aragogue – é um criatura que nós, aranhas, tememos. Lembro-me muito bem como supliquei a Hagrid que me deixasse ir embora quando senti a fera rondando pela escola. Não falamos o nome daquilo! Jamais!

O barulho de pinças batendo umas nas outras se multiplicou, assemelhando-se aplausos. As aranhas começaram a se aproximar perigosamente da dupla, mostrando as quelíceras e movendo as patas dianteiras.

— Se tudo está esclarecido, vamos embora. – Sherlock se apoiou no ombro de John para se levantar e começou a recuar.

— Embora? – repetiu Aragogue lentamente.– Acho que não...

— Mas... Hagrid...

— Meus filhos e minhas filhas não fazem mal a Hagrid porque eu ordenei, mas não posso negar a eles carne fresca. Adeus, amigos de Hagrid.

Um amontoado de aranhas começou a querer pular em cima deles, e Sherlock fez a primeira coisa que veio à sua cabeça. Se colocou na frente de John e Canino e apontou a varinha para o amontoado de folhas a frente deles:

— Incendium!

Uma linha de fogo se espalhou rapidamente, assustando algumas aranhas. Os bruxos aproveitaram a chance para saírem correndo, seguidos por Canino, mas a maioria delas passaram a segui-los!

— Incendium! — Sherlock apontou para um arbusto no caminho deles.

— Esse é o seu plano!? — John corria esbaforido — Queimar a floresta?!

— Você tem um melhor? Incendium! — Tacou fogo em mais folhagens.

Mais e mais aranhas recuavam, outras acabavam sendo atingidas pelo fogo que se espalhava pela folhagem e se contorciam. Logo as sobreviventes ficaram para trás, talvez temendo que o bruxo incendiasse todo o território delas. Mesmo assim o grupo não parou de fugir. Subiram a encosta da depressão a toda velocidade e saíram de lá correndo a plenos pulmões pela floresta, seguindo um caminho no meio do breu que provavelmente conheciam. 

Canino uivava alto enquanto seguia os bruxos. Batiam-se em galhos, teias, folhas... E só depois de uns vinte minutos de corrida, quase em círculos, os garotos puderam ver novamente parte do céu.

Quando estavam a uma distância segura da Floresta Proibida, os bruxos largaram as varinhas e cambalearam sem forças, até se deixarem cair na grama.

Os dois arfavam.

— “Siga as aranhas” – O jovem Watson virou-se de peito pra cima, ainda recobrando o fôlego – Nunca vou perdoar o Hagrid! Ar... Ar... Nunca! Ar... Ar... Podíamos ter morrido!

Sherlock ainda tentava respirar decentemente.

— Ele deve ter pensado que Aragogue não nos faria mal. – John não sabia se reclamava ou ofegava — É esse o problema do Hagrid... Ar... Ar... Lembra do dragão norueguês? Ar... Ele sempre acha que os monstros não são maus por natureza.

Juntando forças, o corvino conseguiu, pelo menos, se sentar.

— Para que foi que ele nos mandou lá? – John continuava falando deitado no chão – O que foi que descobrimos?

— Que ele nunca abriu a Câmara Secreta porque a criatura que vive la não é uma acromântula.

— Uma o que?

— Acromântula. Eu li sobre elas no Livro Monstruoso dos Monstros. Odeiam claridade e, principalmente, fogo. Ainda bem que as folhas estavam secas. Arania exumai é um feitiço eficaz, mas não funcionaria contra todas elas.

John estava tão aturdido que nem conseguiu processar todas as palavras.

— Ta. Voltamos à estaca zero. – Grunhiu o grifinório derrotado.

— Não. Acabei de descobrir qual é a criatura que ataca os alunos.

— Que? 

— Basilisco. Uma cobra nascida de um ovo de galinha chocado por uma rã. É temida pelas aranhas e podem morrer com o canto do galo. Hagrid estava reclamando de galos mortos, lembra? A pessoa que abriu a câmara se livrou dos galos primeiro para que o canto deles não atrapalhassem seus planos.  O basilisco tem presas venenosas, mas também mata só com o olhar. Só que nenhum dos alunos olhou diretamente pra ele. Janine e a gata do Filch devem ter olhado ela pelo reflexo do espelho e da água. Já Saywer olhou para ele através da Dama Cinzenta. Um fantasma não pode morrer, então a Dama Cinzenta ficou daquele jeito.

Normalmente John ficaria fascinado com o encadeamento de ideias, mas dessa vez a história o deixou inquieto.

Tinha uma peça faltando.

— Quando você começou a desconfiar do basilisco? — O Watson inquiriu desconfiado.

Sherlock não respondeu. John juntou forças para se sentar.

— Já fazia tempo que você desconfiava que era uma cobra, não é? Você estava lendo um livro sobre monstros, então já tinha lido sobre o basilisco, não? Por que seguiu as aranhas? Você queria confirmar se era um basilisco mesmo tendo todas as peças?

Sherlock engoliu em seco enquanto encarava a grama como se estivesse diante de um xadrez bruxo invisível. John, impaciente e crente de que havia tocado num ponto chave, se colocou de pé, encarando-o:

— Qual é o seu problema, cara? Quase nos matou! Eu achei que o Hagrid era sem noção, mas você não fica longe! Se sabia que era um basilisco...

— Eu não sabia que era um basilisco. – Afirmou veemente – Eu acabei de juntar as peças. Aqui. Agora. Depois que Aragogue falou que era um inimigo mortal das aranhas.

— Mesmo você juntou as peças rápido demais. Eu sei que você desconfiava de alguma coisa.

— Eu... Podia muito bem estar errado. Podia não existir Câmara alguma. 

— Você sabia que não estava! Você juntou as peças antes, mas não aceitou isso! Por que? 

Silêncio. Talvez porque ainda estivesse sem ar ou talvez porque estivesse desconfortável, Sherlock respirou fundo pelo nariz, comprimiu os lábios e falou de uma vez, olhando o rapaz nos olhos:

— Porque lá no fundo eu não queria acreditar que havia uma Câmara Secreta. Mas não... Ela existe... E eu continuo sendo o principal suspeito.

— Do que está falando? Nós dois sabemos que você não fez nada.

— Você não vai continuar tão confiante quando eu lhe disser que...

Sherlock fez outra pausa, como se completar a frase exigisse muito esforço:

— … Eu sou ofidioglota.

 

Continua

 


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Notas finais do capítulo

Talvez porque a quarta temporada de Sherlock foi mais do que ruim, ou talvez porque eu não estava numa boa Lua, mas me deparei com a fic no rol das minhas excluídas. Ok, isso não vai ficar assim. Hora de terminá-la.

Eu coloquei Milverton para fazer referência aos livros.



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