Saint Seiya - Klahan - O Escolhido dos Deuses escrita por Katrinnae Aesgarius


Capítulo 4
A Penitência


Notas iniciais do capítulo

Dor, agonia, dúvidas e escolhas. A penitência de Klahan é dura, cruel nas mãos de Promethee que não hesita em puni-lo pelo mais grave dos crimes: a negação.



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A PENITÊNCIA

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Kalian elevara sua lança ao alto pronto para golpear Klahan, este imóvel no círculo de fogo, quando também sentiu seu corpo ser imobilizado. Ele arregalou os olhos surpresos com aquela ação. Não poderia ser Klahan porque estava impedido de qualquer coisa, e as Chamas Divinas o impediriam de qualquer ação como aquela devido a dor e agonia que o cometia. Foi quando percebeu alguém às suas costas e sorriu. Em um movimento, as duas pontas de suas correntes 'rasgava' a barreira abrindo uma brecha para sua lança, destruindo por fim aquela barreira e se voltando para a figura de um velho de cabelos esbranquiçados se aproximando, também com uma poderosa cosmo-energia emanando dele.

– Quem acha que é para se intrometer no julgamento deste herege?

– Se existe um herege aqui, esse não pode ser Klahan. Como aquele que por tantos anos serviu aos deuses poderia ser julgado como um? – disse Harish se aproximando e fitando a figura de Kalian.

Observou onde estava Klahan e as chamas que o envolvia e sua imobilidade e lançara alguns selos que pareceram colar uma parede invisível e apagando as chamas. Klahan caíra ajoelhado, transpirando e arfando com aquilo. Kalian não se deu o trabalho de observar aquilo, apenas fitava o homem à sua frente. Klahan sabia quem o soltara dali, esticando o braço em sua direção e tentando dizer algo, mas não tinha forças por momento.

– Hunf! Serviu aos deuses? Ele nem mesmo começou isso, e não vou permitir que se intrometa em seu julgamento, seu velho!
– disse Kalian movendo sua lança e lançando uma forte torrente em direção de Harish que se mostrou em inúmeras lanças no ar.

O velho usara de mesma técnica anterior de Klahan elevando seu cosmo - KHAN – e fazendo surgir uma forte barreira que impediu um ataque direto. Conseguiu suportar aquela força em primeira instância, mas percebeu que havia algo a mais. Kalian sorriu de maneira vil e as lanças desapareceram, atingindo Harish, ainda que nem tão violentamente. Klahan gritou ao sentir que algo o atingira.

– HAHAHAHA! Sei bem quem é você, Harish de Virgem. O seu corpo não tem a mesma força de antes. Foi ferido gravemente em sua luta contra o Kraken. Posso ler o seu cosmo e perceber as fissuras de onde posso atacá-lo. Como alguém em suas condições acreditou que poderia ser um oponente para mim?

Klahan, que ainda estava no chão, fechara o punho puxando a areia ainda quente. Ele sabia da condição de Harish, tentado ajudá-lo desde muito contra aquele mal que o consumia. Ele mesmo havia avisado que não poderia queimar seu cosmo se não quisesse que o veneno o matasse, mas o fizera buscando salvá-lo de Kalian.

– Como ousa... fazer isso... com ele?
– indagou Klahan se levantando, os cabelos caindo sobre seu rosto, os dentes trincados em sinal da raiva que sentia. Harish mantinha-se caído, mas ainda consciente e segurando o ombro ferido no ataque. Kalian se voltara para Klahan com seu sorriso cínico e debochando daquela sua atitude.

– Poupe-me dessa sua misericórdia! Ele é outro que ousou desafiar os deuses julgando-se altura destes. Seria ele o responsável por virar sua cabeça, Klahan?
– volta-se de frente para melhor fitá-lo. – Então ele merece ser julgado tanto quanto você. – disse virando sua lança e pronto para golpear Harish.

Nesse momento, Kalian sentiu um poderoso golpe arremessá-lo violentamente contra um prédio que se destruiu com o golpe. Klahan mantinha os dedos em posição de abhaya– a mão direita levantada com a palma virada para frente e o indicador dobrando para o centro - e lançando-o um golpe que o fizera se elevar do chão e lançá-lo no ar. Uma vez com o caminho livre, correu em direção de Harish, relativamente ferido e tossindo muito.

– Seu idiota. Por que fez isso!? Sabe que não pode...
– dizia ajudando-o a se levantar quando foi calado pelo próprio Harish que tocou em seus ombros para apoiar em seu levantar.

– Não pode deixar ser tomado pela ira, Klahan. Ele pode ler seu coração, seus sentimentos e usá-los contra você. N-não deve esquecer o garoto que conheci e o que foi para esse vilarejo, Klahan. Não se deixe dominar por suas dúvidas. Você sabe quem você é...
– disse Harish fitando-o. Klahan engoliu a seco, suas mãos trêmulas com aquelas palavras.

Ele sabia quem ele foi para aquelas pessoas daquele vilarejo de fato? Diferente de Harish, não era um veneno que o consumia, mas sentimento de culpa de ter sido ele o responsável por destruir todo aquele lugar por seu orgulho e egoísmo.

– Deve confiar em quem você, somente em você!
– disse Harish apertando sua mão, e era como se aquelas palavras ecoassem em sua mente, mas desta vez na voz de Sukhon, a quem tivera um vislumbre de quando esta morreu em seus braços.


.oOo.


Os passos de Kiet eram rápidos, mas buscando ser cuidadoso nas armadilhas que aquele monte guardava. A subida não era fácil, mas mesmo a descida se mostrava perigosa ainda que não fosse tão íngreme. Quando alcançou os limites do vilarejo, estava arfando, mas precisava voltar o quanto antes.

Parou sua corrida quando ouviu um zumbido e olhou para o alto, vendo algo atingir uma das poucas paredes dos prédios ainda de pé, levando tudo abaixo. Abrigou-se entre as ruínas temendo o pior e assistiu quando aquele homem que os abordou sair flutuando dali com sua lança em mãos e zarpar em direção à rua. Kiet ficou a observá-lo com os olhos trêmulos.

– É e-ele...!
– murmurou, engolindo a seco e correndo na mesma direção daquele homem.


.oOo.


O baque de sua chegada levantou poeira e fez o chão estremecer. Klahan havia pressentido sua chegada através da energia malévola que Kalian emanava, bem mais violenta que antes.

– Que cena adorável... – comentou ele se aproximando dos dois homens e limpando a boca suja por um filete de sangue. Klahan se levantou, deixando Harish cuidadosamente e ficando frente a esse como um escudo, assim como havia feito com Kiet – a quem esperava estar seguro e a salvo.

– Então esta é sua resposta definitiva? Ficar ao lado dessas pessoas e renunciar aquilo que realmente foi designado pelos deuses? Ou se comporta assim pela responsabilidade pelo o que fez a este lugar? Afinal, foi você que matou estas pessoas?

Aquelas palavras acertaram o orgulho de Klahan, levando-o a elevar seu cosmo ainda mais forte que antes, fazendo Kalian apreciar aquilo. O contraste de ambos era absurdamente evidente. Os dois estavam ali, um encarando o outro apenas aguardando o primeiro a fazer seu ataque. Por fim, a Entidade deu seu primeiro passo.

– CHEGA DE CONVERSA! ESTÁ NA HORA DE PAGAR POR SEUS CRIMES, KLAHAN!
– esbravejou Kalian girando sua lança no ar com uma velocidade e criando uma forte torrente de vento levantando a poeira do lugar. Bem mais que isso foi dele lançar, mais uma vez aquelas inúmeras lâminas em direção de Klahan e de Harish. "KHAN!", gritou Klahan fazendo seu escudo surgir e bloqueando aquele ataque.

Ele sentira o baque daquela força, mas não fora atingido como aconteceu com Harish fragilizado por sua condição. Conseguira proteger os dois, mas o ataque era intensamente violento. E como antes, intensos raios azulados circundavam a esfera criada por Klahan consumindo-o mais e mais, mas agora aqueles raios se mostravam como correntes que pressionavam cada vez mais.

– Eu vou destruir essa sua barreira e acabar com seus joguinhos, Klahan!
– disse Kalian fechando as mãos, como se pudesse 'fechar' as correntes sobre a barreira criada por Klahan.

A barreira se fez em pedaços, como se inúmeros cristais se dissipassem no ar. As correntes que envolviam a barreira envolveram os braços e o corpo de Klahan, suspendendo-o no ar e jogando-o no chão de maneira violenta, criando uma cratera em sua volta. Ele cuspira sangue com o baque, sendo erguido novamente e tendo os braços abertos e ajoelhado no chão. Uma das pontas da corrente, em forma de tridente, envolveu seu pescoço apertando-o, quase sufocando-o. Tudo isso bem diante de Kalian. Harish tentou intervir, mas as chamas que impediram Klahan anteriormente envolveram o velho que ficou imobilizado.

– Não vou permitir que se intrometa novamente, velho. Deixarei que as chamas o consumiam muito lentamente enquanto assiste o que faço com esse herege!
– disse olhando novamente para Klahan que se sentia agoniado com aquelas correntes apertando seu corpo. Tentava se libertar, e cada vez mais parecia sentir pressionar seu corpo. – Não adianta tentar reverter esse ataque. As minhas correntes são ainda mais poderosas que da própria Andrômeda porque foi criada pelo próprio Hephaestus. Quanto mais força emprega mais ela vai sufocá-lo. São as Correntes do Suplício, as mesmas que puniram Prometeu ao se revoltar contra os deuses. Será que isso será o suficiente para expurgar seus pecados agora, Klahan?

“Os meus... pecados...?”, pensava Klahan enquanto ouvi aquilo. Ele tinha muito a pagar, de fato. Por todo aquele tempo suplicava pelo mal que havia provocado aquele lugar, das mortes que provocou por sua arrogância e egoísmo. Será que aquele suplício, por fim, seria merecido?


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo...

Klahan é tomado pelas lembranças do passado, onde revive sua culpa e a angústia de seus pecados.



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