Amor nas alturas escrita por Vanellope Doll


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da Kim e se apaixonem pelo Max! Os horários de Vôo, termos técnicos e tempo de viagem são reais e pesquisados se houver qualquer erro! Ficarei feliz se você disser e eu irei corrigir! Divirtam-se!



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“Cinco minutos Kim e vamos deixá-la para trás!”

Alex disse ao telefone sua voz rouca e mal-humorada a ressaca provocada pela bagunça que fizemos no bar do hotel com a tripulação provocando o cansaço coletivo. Ajeitei o lenço vermelho do meu uniforme e puxei os cabelos em um rabo de cavalo firme, sai do quarto levando minha mala e certificando-me que tranquei o quarto. Fiz o check-out o mais rápido que a recepcionista conseguiu e corri até a van que levaria a tripulação até o aeroporto.

O motorista arrancou com o carro, costurando o trânsito como numa versão nova – iorquina de “Velozes e Furiosos”, foi um tremendo desafio passar o rímel e a sombra e por alguns centímetros não fiquei parecendo o bozo, ao passar o batom. Amanda minha companheira de trabalho fez uma trança espinha de peixe e usou a trança como tiara prendendo-o de modo rápido e eficiente. ­

—  Nunca vou ter esse tom de cabelo, nem se for ao salão e implorar! - Ela falou acariciando um fio solto do meu cabelo. A Loira mais estonteante que conheço querendo ter o meu vermelho quase rosa natural em suas madeixas parecia quase surreal, não que eu não gostasse do meu cabelo, era lindo e tinha orgulho dele, só não conseguia entender porque alguém que parecia uma barbie iria querer modificar isso.

—  Você é demais mas, ninguém quer ter esse tom de cabelo, quando tem o seu.   - disse de maneira gentil e sincera.Observando o seu sorriso crescendo no rosto desenhado e muito bem maquiado.  

—  Ruivas naturais como você são sexies e raras, Little Queen!   - Dante o nosso piloto disse, dando uma piscadinha e eu tentei não corar olhando seu belo par de olhos azuis tão de perto. Estava acostumada com essa tripulação, eram sempre os mesmo desde que comecei há três anos atrás. As vezes novatos apareciam mas, não ficavam por muito tempo trocando essa por outra empresa aérea.

Eu e Amanda fomos a frente do nosso pequeno desfile de bordo, passamos direto pelos portões de embarque e adentramos a aeronave. Fui fazer a contagem rápida do que tinha na cozinha enquanto os pilotos preparavam-se, Amanda foi receber os passageiros e o resto da tripulação se espalhou pelo avião.

— Temos apenas quatro passageiros na classe A hoje. Um casal nas poltronas 1D e 2D e executivos muito sérios nas poltronas 3B e 1B.  - ela informa de maneira quase decepcionada, sua amiga sempre parecia esperar por alguma estrela de hollywood em nossos voos. Isso acontecia raramente para ser sincera. 

—  Okay... Vou preparar as bebidas pré-embarque e lhe entregar os menus.   - Disse preparando quatro Blood Marries e lhe entregando os Menus de café da manhã. Amanda voltou para a cozinha três minutos depois, entregando-me os pedidos para o café após a decolagem. —  Preciso fazer mais?

— Não. Foi o suficiente, já recolhi os casacos e já podemos fazer a demonstração de segurança.

—  Okay... Já estou indo!  - Falei, respirando fundo e saindo da cozinha, fiquei de frente para os passageiros com um sorriso e comecei a demonstração de segurança com minha compostura habitual. Fiz a verificação dos cintos de segurança de cada um dos passageiros. O casal parecia cansado e pediram algumas cobertas, disse que previdenciária assim que estivéssemos no céu e fui sentar-me ao lado de Amanda apertando o cinto.

Senti o leve frio na barriga assim que decolamos, o sinal do piloto se acendeu nos informando que estamos á mais de dez mil pés e que era seguro levantar. Peguei os cobertores que o casal desejava e os cobri apagando as luzes do assento, Amanda estava preparando os pedidos do café da manhã, os executivos pediram cappuccino e croissants e o casal estava no último sono quando servi os dois.

Fui para a cozinha e a peguei comendo seu matinal Danone grego com granola e a acompanhei, geralmente eu comia algo mais substancial porém estava enjoada demais para isso.

—  Eu acho que tenho que parar de beber, preciso parecer tão linda quanto você quando acordo!

—  Amanda para com isso! Você poderia ser modelo facilmente, já eu tenho coxas grandes, sardas e esses olhos verdes enormes. Você queria meu cabelo? Quem me dera eu fosse uma loira natural como você. - disse fazendo um drama extra apenas para que ela não se martirizar-se com aquilo, estava bem comigo mesma. Amanda riu com a minha careta e deu de ombros. Três horas depois quando o avião pousou no aeroporto de Los Angeles, eu estava cansada mas, completamente feliz de ter chegado em casa. — Senhoras e senhores a Machine Air Company agradece a preferência e espera que tenham todos um maravilhoso dia!  - Falei como de costume enquanto Amanda sorria e entregava os casacos dos passageiros, o resto do processo de desembarque passou como um borrão, deixamos a cozinha em ordem e descemos junto com a tripulação, despedi-me de todos e fui buscar meu carro no estacionamento – eu sempre o deixo no estacionamento do aeroporto – Amanda apareceu no momento seguinte entrando e sentando no banco do carona, ela mora á duas quadras do meu apartamento então pegar o táxi estava fora de cogitação afinal, amigas são para isso.

—  O que você vai fazer mais tarde?   - Perguntou com os olhos curiosos e ao mesmo tempo cansados. 

—  Dormir umas quatro horas seguidas e ir almoçar em algum restaurante com Ariel, quer ir?   - Era uma realidade imensa que tentava o máximo possível ficar com a sua irmã no tempo livre. 

—  Seria divino... Mas acho que vou entrar em coma assim que encostar na cama! Realmente acho que bebi demais, lembre-me de não fazer isso na próxima vez, não me lembro nem do nome do cara com quem sai!

—  O loiro ou moreno?  - Amanda fez uma careta pensativa  com a minha pergunta, fazendo uma ruga aparecer em sua testa perfeita e deu de ombros novamente. Antes de fazer o sinal de “dois” com os dedos. Ri enquanto parava na frente do seu prédio. Depois fui direto para o meu, estacionando na garagem e indo direto para o  elevador. Mais cinco minutos e estaria na minha cama, abri a porta e Ariel estava no sofá, usando ray bans de grau na frente do notebook escrevendo só para variar, ela é a rainha do romance seus livros estão sempre no top 3 dos mais vendidos nos EUA.

—  Bom dia QueenKim!  - Ela disse sorrindo, seus olhos castanhos me olhando de cima a baixo, Seus cabelos cor de ferrugem cacheados presos em um coque bagunçado. Ariel é minha irmã mais nova, dois anos mais nova. Herdou os cabelos da mamãe como eu e o corpo atlético, porém os olhos dela eram castanhos como o do nosso pai. Moramos juntas desde sempre nunca nos separamos e isso é o melhor que posso pedir em um relacionamento entre família.

—  Eu vou dormir um pouco! Você vai sair? - Perguntei reprimindo um bocejo, sorrindo ao vê-la fazer um não com a cabeça.

—  Estarei aqui quando acordar e saímos para almoçar. - afirmou com calma me observando. — A outra opção seria você cozinhar e com a disposição que está imagino o monstro gosmento saindo das panelas. Agora vai dormir QueenKim Antes que capote no chão.

Eu concordei beijando sua testa e fui para o quarto. Tirei meu uniforme rapidamente e cai sobre a cama apagando quase instantaneamente.

 



—  Eu vou querer Nhoque ao molho branco, salada caesar e o maior pedaço de torta de chocolate suíço com sorvete de hortelã que você tiver, e um suco de Abacaxi com laranja sem açúcar! Por favor sirva a sobremesa primeiro para mim, está bem?

—  Como quiser senhora!  - O garçom respondeu depois de conter um olhar surpreso e foi atender minha irmã. Desde pequena tenho essa mania de comer a sobremesa antes da refeição, se o doce é o melhor e a recompensa de algo, porque não posso comer primeiro?

—  Como foi o vôo?   - Ariel perguntou tomando um gole de vinho tinto. Deixei a cabeça pender de lado pensando bem naquilo.

— Ocorreu tudo bem. Só que é uma chatice, trabalho nessa empresa há um tempinho, na mesma rota e vai ficando bem ruim depois de um tempo.

—  Então porque você não muda de empresa? Todos fazem isso! - ela me questiona e eu não sei outra maneira de responder sem parecer desconexa. 

—  Porque se eu trocar, vou ficar pelo menos um ano trabalhando na mesma rota comercial até que possa ser promovida. E gosto da minha tripulação atual.    - Sou sincera e a careta dela diz que fui compreensiva, a observou tirar os cabelos da frente do rosto quando seu espaguete chega junto com a minha sobremesa. 

—  Você não precisa trabalhar, com o dinheiro que você tem, poderia viajar o mundo todo e ainda sobraria mas, mesmo assim aí está você atendendo pessoas. Pessoas que na maioria das vezes nem são simpáticas com você.   - falou comendo seu espaguete. — Me preocupo com você, mana. 

Dei de ombros sem saber o que dizer sobre aquilo, comendo mais um pedaço de torta contendo o gemido de prazer quando o chocolate amargo derreteu na minha boca, quando eu tinha três anos eu fui uma das atrizes principais de uma série com seis temporadas, a série teve fim quando eu tinha nove anos e depois eu só fiz participações especiais em filmes e por fim aos doze pedi para a minha mãe que deixasse eu ir para escola normal, sem câmeras e coisas parecidas. E as pessoas foram me esquecendo aos pouquinhos, no trabalho só me reconheceram porque Amanda ficava chamando-me de Queen o tempo todo – Minha personagem era filha do rei e depois se tornou a rainha Elizabeth, por isso o queen – Depois de um tempo todos sabiam.

Ariel me chama assim o tempo todo desde que nasceu, por isso acho fofo. Quando nosso pai morreu Ariel parou de falar por semanas, ela tinha apenas cinco anos e estava sozinha em casa com ele. Passei a pedir a nossa mãe que a trouxesse para o set de filmagens da série, Ariel começou a brincar e se soltar, sua primeira frase depois disso foi: “Sou a QueenKim, mamãe!”

O dinheiro que ganhei foi investido e quando passou de um milhão, mamãe parou de nos contar quanto tinha e eu nunca perguntei, eu confiava nela. Até que aos dezessete ela morreu de um mal súbito enquanto andava de bicicleta, o dinheiro foi bem vindo até que eu arrumasse um emprego, ficar parada nunca foi uma opção, comprei um apartamento grande no centro para nós duas, paguei a faculdade de Ariel e ainda pago mesmo depois que os livros dela fizeram sucesso e então eu não precisei mais mexer no dinheiro. Só o dinheiro do trabalho bastava.

Terminamos nossa refeição enquanto minha irmã me contava sobre o novo namorado dela, que estuda direito. Passeamos pelo shopping e voltamos para casa.

Dois dias de folga e logo as coisas voltariam a se repetir...

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Criticas e elogios são muito bem-vindos nos comentários!



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