Receita para uma tempestade escrita por Bruna Pereira


Capítulo 7
Capítulo VI - Um plano perigoso


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo postado =D estou tentando manter um padrão de tamanho entre eles. Beijos e espero que gostem.



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O que é isso? – perguntou Verônica a si mesma após se desequilibrar ao pisar numa coisa dura. Abaixou-se para apanhá-la e entendendo o que era mostrou aos amigos.

– O rifle da Marguerite, então ela está mesmo por aqui. – sussurrou Malone.

–É, o que significa que está mesmo numa bela encrenca. - Por que nada nunca é fácil quando se trata de Marguerite? Roxton pensou.

– Não estou vendo a outra carroça. – observou Malone.

– Tem razão Ned. – Vamos torcer para que pelo menos um terço desses covardes tenham desaparecido junto com ela. – o cientista fez uma pausa e declarou - Está na hora, o jantar deve deixá-los mais lentos e relaxados, o momento é esse. Assai e Verônica, já sabem o que fazer. – As moças assentiram e se colocaram em ação.

Enquanto os rapazes continuavam escondidos, aguardando as suas deixas, Verônica e Assai caminharam em direção às sentinelas, e quando chegaram perto o suficiente, fizeram barulho de propósito, o que fez com que um deles fosse verificar, e quando este finalmente as encontrou e tentou capturá-las, elas resistiram, mas não com toda a capacidade que tinham, apenas o suficiente para chamar a atenção do segundo, que foi auxiliar o companheiro. Nesse exato momento, Roxton entrou na aldeia, sem que ninguém percebesse. Ned seguia-o na medida do possível, escoltando também George que correu para a carroça, onde tinha certeza que era guardada a pólvora.

Como haviam previsto, Verônica e Assai se deixaram capturar, e os guardas levaram as moças para dentro da maior das cabanas, onde encontraram o pai de Assai amarrado, mas com um o olhar duro e inflexível de um chefe, e, ao lado dele, um homem que parecia estar no comando, junto com outros três, seus subordinados.

Ora, ora, ora! O que temos aqui? – Kriger chegou bem perto delas – Mas é realmente uma beleza! Górki vai ficar feliz em saber que recapturamos a princesa dessa vez – o pai de Assai apertou os olhos ameaçadoramente para o homem. – e que ela tem uma... amiguinha muito linda. – e cheirou uma mecha do cabelo loiro de Verônica.

– Argth. – sibilou Verônica quando sentiu o hálito fedorento do grandalhão no seu pescoço.

Muito bem, prendam-nas com os outros.

NÃO!- gritou Assai – Deixem-nos aqui, com meu pai, eu imploro. – seus olhos lacrimejavam.

Não vejo porque não, assim podem se despedir. Viram como Kriger é bonzinho? – e gargalhou ironicamente. – Amarrem-nas junto ao velho – ordenou aos captores.

Verônica só conseguia pensar no que se passava lá fora, estava demorando demais para começar o ataque. Será que John tinha encontrado Marguerite? Tomara que tenha, estava mais preocupada do que se deixava aparentar, consciência culpada é o pior de todos os algozes, ela não suportaria se sentir responsável por algum mal que acontecesse a morena. Teve de admitir que nesse ponto Marguerite era mais forte do que ela, sabia viver muito bem com a culpa e o remorso por tudo que já fizera na vida, sem se deixar abater. Ou será que não? Será que Marguerite também se sentia assim, como ela mesma, Verônica, se sentia no momento? Como ela conseguia carregar tantos fardos e por tantos anos sem enlouquecer? Deve ser um sofrimento diário e ininterrupto. Não, eu definitivamente explodiria.

Enquanto isso, lá fora George descobriu a carroça e encontrou inúmeros pacotinhos de couro velho com uma espécie de pavio improvisado na parte superior. Rasgou um deles e de dentro escorreu a pólvora, exatamente como ele tinha imaginado, agora só precisava dar um jeito de se livrar do carregamento.

– Challenger?- sussurrou Ned.

– O que? – o cientista ainda olhava as minúsculas partículas dentro do projétil aberto, pensando em como boas invenções podem ser deturpadas por mentes doentias. Toda vez que algum incidente envolvendo a pólvora acontecia no platô, George se sentia como um conquistador europeu do século XVI levando a peste e a destruição aos povos no Novo Mundo.

Vamos roubar a carroça. – sugeriu Ned, ainda entre sussurros.

Roxton andava cauteloso entre as moradias zangas que permaneciam de pé, nem todas estavam guardadas naquela hora. Ele ouviu vozes e gargalhadas em uma delas, e percebeu que a corja dos invasores se reunira lá para a refeição noturna. Muita prepotência na opinião do caçador colocar somente dois na vigia, e essa “burrice estratégica”, pensou John, dava-lhe certa vantagem sobre as “estatísticas”. Mas infelizmente, foi a “burrice emocional” de Roxton que pôs tudo a perder. Ele só tinha Marguerite na cabeça, encontrá-la era sua prioridade, pouco lhe importava o resto do plano até que tenha conseguido vê-la. Sua preocupação com ela sempre fora muito maior do que se atrevia a admitir, e imaginar que algo ruim pudesse lhe acontecer o deixava ensandecido.

Ainda não tinha libertado ninguém. Quando passava pela cabana maior, aquela onde Verônica e Assai haviam sido introduzidas, ouviu uma conversa entre a loira e um homem com a voz áspera e sarcástica, parou para que pudesse ouvir, mas infelizmente não conseguiu compreender o idioma em que o homem e Verônica conversavam.

O que pretendem fazer com os prisioneiros? – perguntou a moça sem medo na voz. – E com a gente?

– Que mocinha curiosa, gosto disso, mas não quero estragar a surpresa, você já vai descobrir.

Pra onde seremos levados? Pra um mercado, não é? Vai vender a todos.

Mulheres são realmente difíceis de entender, se já sabem a resposta, por que fazem perguntas? – ele a olhava com um brilho sinistro nos olhos.

E quanto a meu pai? – Assai ousou perguntar, temerosa.

Isso é com o chefe. Ele ainda não decidiu o que fazer com o velhote, eu sugeri que lhe cortasse a cabeça e fizesse um belo colar com ela, mas ele achou que ele valeria mais vivo do que morto, sabe como são esses contrabandistas, sempre tentam lucrar em cima de qualquer coisa. – O pai de Assai parecia uma estátua, calado e impassível, o que o deixava assustador.

– Quer dizer então que não é você quem dá as ordens por aqui? – Caçoou Verônica, num tom que aprendera com Marguerite. Kriger voou sobre ela e puxou seu cabelo com força pra trás, forçando-a a olhar pra cima.

Não tenha dúvidas de que sou tão temido e obedecido quanto Górki.

E onde está esse tal de Górki? – Verônica falou sem mudar a expressão séria de seu rosto.

Guiando o primeiro lote de escravos até o acampamento dos mercadores. – levantou-se e respondeu entediado. – Logo vão se unir a eles. Sabe de uma coisa, você faz perguntas demais, mas pelo menos não morde como a outra.


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Notas finais do capítulo

Sei que estão loucas para saber o que aconteceu com Marguerite, mas esse capítulo foi necessário para manter a lógica da história. Já já vocês vão saber hehehe.



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