As Crônicas de Astra escrita por Fantasius


Capítulo 7
Um olho na multidão - Idrian


Notas iniciais do capítulo

Gente, agora os capitulos serão só nas sextas, porque eu tenho que começar a estudar para o vestibular e não vou poder escrever com tanta frequência e como os capitulos estão maiores eles merecem mais tempo para serem desenvolvidos.



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Era meia noite quando Alminus se materializou na praça principal. As estrelas cintilavam no céu sobre a cabeça deles. A cidade estava iluminada por centenas de luzes de diversas cores. Havia varias barracas, e as pessoas dançavam e cantavam.

– Senhores, - falou Alminus de forma rígida e todos silenciaram automaticamente – Espero que gostem de nossa festa. Dancem, cantem, bebem, sejam felizes. – Alminus encarou Idrian com seus profundos olhos azuis – Esqueçam seus problemas, pelo menos por essa noite.

Ele então levantou seu cajado e apontou-o para o céu. Da ponta de cristal saiu um dragão feito de luzes e estrelas. O ser subiu até o céu, batendo as asas e então se explodiu, fazendo cair centenas de fagulhas sobre a cidade. A música então recomeçou a tocar, enchendo o ar noturno com os mais diversos tons. Idrian se virou e procurou na multidão sua noiva. Ela disse que viria para conhecer Joanis.

– Joanis, – falou o homem, olhando para os lados – vou procurar minha noiva. Pode ficar um pouco sozinha.

Joanis sorriu para ele.

– É claro que posso, sou uma sobrevivente – ela se virou e correu para o meio da multidão, encantada com todas aquelas cores e luzes – Vai lá! – e saiu correndo, segurando a barra de seu vestido azul, com detalhes brancos.

Idrian olhou novamente. Entre as casas, viu ela. Vestida toda de branco, com seu longo cabelo loiro na cintura, segurando um copo e fazendo sinal para ele segui-la. O homem se esgueirou pela festa, que estava muito bela. Alminus havia conjurado uma camada de neve no chão e milhares de luzes azuis e brancas flutuavam. Ele seguiu por um beco estreito, vendo apenas a barra do vestido de Antariad, sua noiva.

A mulher entrou numa casa. “Diabos, onde ela está indo?” Idrian a seguiu, entrando no lugar. A sala estava totalmente escura. “Que lugar é esse?” se perguntou ele.

– Antariad – sussurrou ele – onde esta você?

– Estou aqui – a mulher riu em algum ponto do interior da casa – Venha aqui.

Idrian conjurou uma pequena bola de fogo e a segurou nas mãos, iluminando o lugar. A sala estava vazia, exceto por uma mesa. Uma porta lateral levava a outro cômodo. O homem se dirigiu para lá. Essa sala havia almofadas jogadas no chão e entre as almofadas estava Antariad, totalmente nua. Seus seios rosados se iluminavam de maneira sensual sobre o fogo de Idrian; suas coxas fartas chamavam atenção. O cabelo loiro estava jogado sobre o seio direito. Antariad passou a mão sobre a barriga e se levantou, andando até Idrian e beijando-o.

– Finalmente voltou – disse ela de maneira suave – Saudades...

– Sei do que esta com saudades... – ele passou a mão pelas costas delas, trazendo-a para mais perto – Espero que não tenha me traído.

– Idrian, querido, estava com saudade de tudo em você – Antariad passou a língua nos lábios – Não só de sexo.

– Às vezes esqueço quem você é – Idrian a afastou, olhando para ela sobre a luz da chama – Mas realmente prefiro você assim.

A mulher riu, e com agilmente tirou a camisa dele. O homem sorriu e balançou a mão que segurava a chama, fazendo o fogo se apagar e a sala se escurecer totalmente.

– Eu te amo... – sussurrou a mulher no ouvido de Idrian – te amo muito.

Ele por sua vez jogou-a nas almofadas e retribuiu com um beijo.


Antariad estava ofegante e ele ouvia sua respiração pesada no ambiente escuro. Ela passou a mão sobre o peito de Idrian e o beijou. Então se sentou sobre o peito dele e o encarou com seus belos olhos verdes, porém ele estava focado nos seios dela.

– Você está mais quente do que nunca – falou ela, rindo.

– Digo o mesmo de você...

A mulher deu uma gargalhada, mas se reprendeu.

– Acho que já fizemos bastante barulho... – ela sorriu sobre a luz duma pequena chama que ardia alguns centímetros acima do chão – Somos apenas noivos, não devíamos estar fazendo isso. Para todos ainda sou Antariad Risilan, a maga virgem.

Idrian a beijou e disse:

– Para mim você é apenas Antariad Risilan, a maga.

Ela desferiu-lhe um tapa na face.

– Me respeite Idrian – ela se colocou de pé, e se virou de costas, procurando sua roupa. Andou até um canto daquela sala e se abaixou, pegando o vestido – Sabe que isso tem que ser segredo. Aprecio a minha vida e minha reputação. Não devíamos fazer isso com tanta frequência, somos NOIVOS – ela reforçou a ultima palavra, enquanto colocava a roupa – e noivos não tem esse tipo de encontro.

Idrian se levantou e andou nu até ela, beijando-a e segurando-a contra o peito.

– Você já fez esse discurso varias vezes – ele olhou nos olhos dela – e mesmo se descobrirem, irei me casar com você.

– E você sempre responde isso – disse, se afastando e amarando o cinto, que ostentava alguns frascos.

– Creio que não precisara de poções numa festa, ou pretende matar alguém?

Antariad sorriu e se dirigiu para a porta.

– Idrian, querido, não matarei ninguém – ela se virou – por favor, espere um pouco antes de sair, me encontre na praça superior.

De forma dramática, com a barra do vestido esvoaçando, a mulher saiu daquela casa. Ela era a pessoa mais incrível que Idrian já conhecera, a pessoa mais linda, mais compreensível, mais tudo. Conhecera-a por acaso, na biblioteca, quando pegou um livro para ela. Naquele mesmo dia Idrian levou Antariad para casa e transou com ela, prometendo que se casaria com ela e que ninguém saberia daquilo. Aquilo foi há um ano, e nesse um ano eles se encontravam as escondidas e fingiam ser apenas bons amigos, que em vários momentos entravam em lugares escuros e se amavam. Na festa de ano novo ele havia pedido ela em casamento e oferecido um bom dote a família dela, que claro, aceitaram. Idrian devia muito a ela, mais do que aquele dote poderia pagar... Idrian devia sua vida a Antariad... Porém aquele não era o momento de pensar em coisas como aquelas.

O homem se levantou e pegou suas roupas que sua noiva havia tirado com ferocidade dele. Vestiu-se e em silêncio, com um sorriso estampado na cara, saiu para a noite. Milhares de estrelas brilhavam no céu e a lua estava cheia. Um vento gelado, vindo do mar, fez os pelos de Idrian se arrepiarem e ele esfregou os braços, tentando produzir calor. Depois de alguns metros, o som e os aromas da festa chegaram aos ouvidos dele. As bandeiras pareciam pegar fogo, brilhando pendurada entre as casas. Havia varias barracas que vendiam de tudo. As crianças corriam pelo meio dos adultos, que por sua vez se divertiam com trocas e jogos. Idrian andou até uma barraca de doces e comprou uma flor de mel, um doce, que como o próprio nome diz, tem formato duma flor. Mordeu o chocolate e sentiu o mel de dentro do doce escorrer pelo seu queixo, limpou com a manga da blusa e sorriu, como uma criança.

Então ele avistou Joanis, correndo como uma criança entre as barracas, comprando tudo que podia e achava legal. Seu cabelo castanho estava amarado numa trança que balançava enquanto ela corria. Nos braços segurava vários brinquedos e doces, além de lembrançinhas. Idrian sinalizou para ela, que veio correndo até ele. O sorriso dela era lindo, um sorriso pouco usado.

– Idrian! – exclamou ela ao vê-lo – Isso é incrível, fantástico! Isso é tudo! – ela mostrou um pequeno barco de madeira para ele – Olha isso! – ela soltou o brinquedo no ar e ele ficou flutuando – Isso é mágico demais, nunca pensei que magia pudesse fazer isso! E olhe esse outro! – dessa vez ela balançou um pequeno pássaro de papel e a ave saiu voando ao redor da cabeça da menina, que ria como uma criança que tinha ganhado muitos presentes no dia de seu nome – E as comidas! São deliciosas! Magia na comida! Nunca comi tanto, nunca brinquei tanto, nunca sorri tanto! – ela jogou uma poeira para cima e quando o pó caiu eram pequenas estrelas, iluminando o rosto dos dois – E...

– Calma Joanis! – Idrian a interrompeu, pois provavelmente a menina poderia falar a noite inteira sobre as maravilhas do festival – Sei que está adorando, sei que você nunca sorriu tanto! – ele ofereceu seu chocolate em forma de flor semicomida para a jovem – Quer um pedaço? – ela balançou a cabeça, dizendo que não – Mas, como consegui dinheiro pra comprar tudo isso? Creio que os Astrils que lhe dei não seriam capazes de comprar tudo isso.

– Alminus me deu mais moedas – ela balançou um pequeno saco branco, fazendo as moedas em seu interior tintilarem – ele é realmente muito rico, claro, ele é um rei.

Alminus não chegava exatamente a ser um rei, apenas um lorde que todos confiam para reger a ultima parte inteiramente mágica de Astra, porém Idrian preferiu não dizer nada, apenas balançou a cabeça concordando.

– Onde está sua noiva? Achou ela? – indagou Joanis, dando uma mordida numa mini torta.

– Ainda não, – disse, olhando com ar inocente para a praça superior – mas, não procurei na praça, talvez ela esteja lá. Vem comigo?

– Claro! – exclamou a menina, sorrindo – Também não fui lá em cima.

Juntos avançaram pela multidão de pessoas, parando apenas para que Joanis comprasse um dragão de papel que voava e cuspia pedacinhos de papel, emitindo um pequeno rugido. Cortaram entre as barracas e subiram para a outra praça, onde Antariad estava sentada num banco.

– Ali esta ela – Idrian apontou para sua noiva – a loira ali. Vamos lá, ela vai gostar de você.

Andaram até a mulher, que ali, em publico, estava muito mais comportada. Idrian apresentou as duas, e Antariad sorriu e estendeu a mão para Joanis.

– Prazer, Idrian me contou muito sobre você. – ela olhou para os brinquedos da menina – Belos brinquedos, todos mágicos. – ela se levantou e pegou a flor de papel que estava no cabelo da jovem – Também consigo fazer um desses – Antariad segurou a dobradura na palma da mão e a pequena flor começou a se desdobrar, ficando apenas o papel rosa, então o papel se dobrou novamente, mas duma forma diferente, que a cada segundo se movia, como se o vento tivesse agitado as pétalas de papel – Não se Idrian te contou, mas sou uma maga.

– Lindo! – exclamou Joanis, recolocando a flor no cabelo – Ele não havia me contado! Deuses, que incrível! É tão fácil assim?

– Infelizmente não – disse Antariad, dando um meio sorriso, enquanto Idrian levantava uma sobrancelha – Eu treino desde os dez anos de idade, quando descobri minha aptidão.

Joanis fez uma cara triste, talvez desapontada que não poderia fazer magias. Então uma sensação estranha tomou conta de Idrian, uma sensação gelada, como se algo tivesse querendo sair de dentro dele. Ele girou nos calcanhares e olhou ao redor, procurando algo. “Nada entra em Garidis, nada maligno.” Pensou. Porém, enquanto procurava, por um segundo ele encarou um par de olhos verdes que se destacavam na multidão, mas não um verde como o de Antariad, um verde sombrio e maligno. Então os olhos sumiram e a sensação passou.

– Idrian, querido – Antariad estava de pé e o encarava com seus profundos e belos olhos verdes – Tudo bem? Viu algo?

– Aquela barraca, tem animais em exposição. – mentiu ele, porém Joanis pareceu bem animada com a mentira e se dirigiu correndo para lá.

A loira observou a menina correndo pela multidão, segurando brinquedos e lembrancinhas. Por fim abraçou Idrian e disse:

– Ela parece uma criança.

– Ela nunca teve isso, viveu anos sobre os cuidados dum demônio. Até eu trazê-la para cá ela achava que magia era unicamente e exclusivamente maligna. Deixe-a ser feliz. - Idrian pausou e olhou para o céu de maneira sonhadora – Alminus me disse que Joanis quando se tornar rainha irá fazer a magia voltar para o mundo. Poderemos praticar livremente, em qualquer lugar.

– Ela, rainha? – Antariad olhou para ele com duvida – Que historia é essa?

– Uma longa historia... Te conto depois. – ele olhou para Joanis encantada com os animais mágicos – Em resumo ela é a herdeira de Pandorian, aquele que Ele levou.

A mulher abriu a boca e gaguejou algo que Idrian não pode compreender, então ela o puxou para o meio da festa, para a barraca onde Joanis estava parada. Na bancada havia pequenas gaiolas, na primeira estava preso uma ovelha muito pequena que voava soltando nuvens que se desfaziam. Na outra havia um cachorro amarelo de orelhas pontudas e na ultima um pequeno dragão de verdade. Suas asas brancas refletiam a luz da festa e seus olhos pareciam um poço profundo. Nas prateleiras ainda tinham varias gaiolas com animais menos fantásticos.

– Então Joanis? – Antariad colocou a mão no ombro da outra – Gostou dos animais? Em zonas selvagens e mais ocultas eles podem ser encontrados com facilidade.

Os olhos da princesa brilharam com a menção de ter uma daquelas criaturas para si mesma. Juntos, os três andaram por mais algumas barracas, comendo e jogando. Por volta do que seriam umas três da madrugada, todas as luzes da festa se apagaram, subindo numa névoa brilhante para o céu e desceu voando por entre as pessoas até a praça principal, onde entrou no cajado de Alminus, que estava prostado de forma imponente no palco.

– Senhores! – clamou ele e todos se viraram para vê-lo – Hoje se inicia o inverno e ele promete ser frio e sombrio! Por hoje cantemos e dancemos para que os deuses sejam clementes conosco! E agora aos deuses oferecemos nossas luzes! – ele levantou o cajado e a pedra em sua ponta brilhava como um arco Iris – Coloquem seus desejos aqui e agora! – o mago começou a cantar e foi seguido por todos.

Que os deuses aqueçam

Aqueçam aqueles que o procuram

Aqueles que os clamam

Aqueles que os adoram.

Que o inverno caia

Que a primavera renasça

Que o fogo aqueça

Que a noite se aqueça.

Que os deuses aqueçam

Aqueçam aqueles que o procuram

Aqueles que o clamam

Aqueles que os adoram



Ao fim do canto o cajado de Alminus lançou um raio de luz para cima, que subiu e subiu, em direção as estrelas, onde sumiu da vista. O céu no lugar que fora atingido cintilou como se tivesse ocorrido um relâmpago e então uma poeira brilhante caiu sobre eles, fazendo a festa se iluminar novamente. O chão parecia estar coberto de estrelas, que as crianças, e Joanis, catavam com agilidade.

Antariad abraço Idrian, sobre a chuva de “estrelas”. Olhou nos olhos dele e disse:

– Eu realmente te amo.

– Eu também.

Deram um beijo rápido, enquanto todos estavam distraídos. O festival de inverno tinha chegado ao final, da forma mais incrível como Idrian já vivenciara.

– Senhores, creio que são apenas noivos – disse alguém ao lado deles – Idrian, quanto tempo – Wintriz Arminus puxou Idrian de Antariad e o abraço com força – Pensei que tinha morrido!

Os cabelos longos, negros e oleosos, de Wintriz se misturavam com sua barba espessa. Ele sorriu e abraço Antariad. Era amigo dele desde que me entendo por gente. Passei parte da minha infância brincando com ele, embora ele fosse cinco anos mais velho que eu.

– Aproveitaram a festa? – ele perguntou.

– Com certeza. Mas já estamos de saída, irei acordar cedo amanhã – respondeu Idrian.

– Outra jornada, mais perigosa que todas que eu já participei... – o homem encarou Wintriz nos olhos – não posso falar mais do que isso... Apenas... Proteja Garidis.

Ele sorriu e concordou com a cabeça.

– Eu realmente gostaria de ir... Mas... – uma criança pegou na mão dele – Se lembra do Idrian?

– Claro,seu filho, ele tem meu nome – o cavaleiro se abaixou e passou a mão nos cabelos do menino – e é meu afilhado. – se levantou e falou sério – Estamos perto duma guerra, se cuide.

Wintriz o abraçou de novo, soltando seu filho, que correu para pegar mais estrelas. Se encararam novamente.

– Adeus cara.

– Até mais Idrian. – ele se virou e se perdeu na multidão.

Antariad segurou o braço de Idrian com força.

– Como assim você vai sair numa missão perigosa sem me avisar? Vai sozinho? Alminus está louco?

– Não vou sozinho! – disse, saindo de perto dela – Joanis irá comigo! Isso é pra salvar ela.

– Você não irá sozinha com ela! – gritou a mulher – Eu irei junto! Sem mais! – ela apontou o dedo para Idrian, que não conseguiu dizer mais nada, enquanto Antariad descia as escadas para sua casa.

Após alguns minutos ele conseguiu abrir a boca novamente e foi até Joanis, que estava brincando com seu pássaro e dragão de papel.

– Joanis, hora de ir. Alminus disse que devemos partir amanhã. – mentiu ele.

Ela olhou para ele com olhos tristes. Era uma missão com poucas chances de volta. Uma missão para a morte.

– Sim... – ela recolheu todos os brinquedos e juntos foram até o castelo.

Idrian, após deixar Joanis na porta dos aposentos dela, adentrou em seu quarto e tomou um banho rápido e foi dormir. E graças aos deuses fora uma noite sem sonhos.


Idrian acordou antes de o sol nascer e olhou pela janela de seu quarto, onde via o porto de Garidis. Havia apenas um navio atracado. O navio que levaria Idrian, Antariad, Joanis para a morte. Ele suspirou fundo e trocou de roupa. Vestiu um casaco quente e calças de lã. Colocou sua capa vermelha e saiu para o pátio. O ar ficava cada vez mais gelado conforme os dias passavam e o inverno se intensificava. Quando o sol já desapontava no horizonte, frio e quieto, ele voltou para seu quarto e pegou alguns casacos, e outras roupas quentes e colocou numa sacola. Por fim pegou sua espada, a Iratus.

Num dos corredores ele encontrou Alminus, que observava o barco por uma janela.

– Senhor, – Idrian fez uma reverencia – o que está fazendo acordado tão cedo?

– Vim me despedir de vocês – ele sorriu.

– Mas, como sabia? O plano era sair escondidos.

– Bem, eu sei de quase tudo que acontece em Garidis e... – ele olhou para o céu – Joanis e Antariad acordaram bem cedo, antes de você. Estão ansiosas...

Idrian se sentiu culpado. O sucesso da missão dependia dele, ele seria o capitão daquele barco, ele era responsável pela vida não só de Joanis, mas de todos os habitantes de Astra. Engoliu em seco e disse:

– Quanto mais cedo partimos, mais cedo voltaremos.

Alminus sorriu e começou a andar em direção ao porto, sendo seguido pelo cavaleiro. O caminho foi trilhado a passos largos e quando enfim alcançaram o barco o sol ainda não tinha nem nascido completamente.

Joanis e Antariad estavam conversando, como se fossem velhas amigas. Cada uma tinha uma sacola com roupas dentro. Joanis carregava um arco novo nas costas e a noiva de Idrian levava apenas uma adaga. As duas se levantaram quando Alminus chegou.

O mago sorriu para eles, um sorriso triste, como se condenasse eles a morte porque fora obrigado.

– Joanis, você terá que ser muito forte, mais forte do que nunca – falou o mago – Antariad, você passará por grandes provações e se sobreviver será uma grande maga – ele se virou para Idrian – Idrian, por favor, cuide delas, sei que está se sentindo responsável e que a pressão pode te deixar louco, mas não as deixe morrer.

Os três concordaram, assentindo com a cabeça. Alminus abraçou cada um deles.

– Boa sorte aos três... Coloquei tudo que irão precisar dentro do navio... – ele pausou - Protegerei Garidis por vocês.

Em silêncio, como pessoas que foram condenadas a morte, os três subiram no navio por uma prancha. Idrian recolheu a madeira e acenou um adeus para o mago.

– Até mais senhor! – gritou Joanis, em meio a lágrimas – Voltaremos logo!

Algumas runas brilharam no casco do navio e ele começou a se mover nas águas. As velas se abaixaram rapidamente e logo eles estavam navegando numa velocidade razoável. O navio descreveu uma curva e tomou a direção do oeste.

Em poucas horas Garidis já não passava dum borrão no horizonte. A cada minuto eles navegavam em direção à morte.

– AHHHHHHHHH – gritou Joanis, caindo de costas no convés – O que é aquilo dentro do baú? – gritou ela apontando para um grande baú.

Idrian andou até ele com a espada em punho e o abriu com cuidado...


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Notas finais do capítulo

Até a próxima sexta.



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