Caçada escrita por Chloe Cleare


Capítulo 16
Quer saber o ano de sua morte?


Notas iniciais do capítulo

EE voltei



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Minhas mãos escapam do galho onde a coruja estava pousada. Ela bate suas asas para não cair no chão junto com o galho e faz um barulho estridente com a boca.

Caio de joelhos no chão e tento recuperar o ar. Eu não estava acreditando no que eu havia visto.

Estava tudo gravado em minha cabeça e não havia ninguém para tirar isso dali de dentro.

Ofego assim que lembro de cada detalhe, de cada gesto da conversa entre meu pai e minha mãe e me espanto com cada detalhe.

você está bem?“ - Havanna pergunta enquanto eu tento raciocinar e entender toda a história

Eu a olho, vendo como naquela forma da coruja ainda não parecesse indefesa. Isso de certo modo, me causou certa raiva que eu tive que controlar desesperadamente.

Você é imortal... Tatatara avó de minha mãe...“ - eu digo vendo como rapidamente Havanna parece se contrair no chão coberto por branco.

Lembrei de Margaret, minha mãe ali em meu lado enquanto eu esperneava por seu colo, por seu amor. Meu pai conversando com ela como se não houvesse nada. Eu queria muito poder entender tudo aquilo. Mas era difícil, meu corpo negava toda positividade que tentava entrar.

Eu era menor. Não tinha cara de ter 3 anos ainda mas mesmo assim, tudo aquilo me chocou.

Como ela parecia desnorteada e com olhar disperso. Hoje em dia ela está mudada. Não se parece com aquela mulher que deu uma dura resposta ao meu pai.

Eu tinha que falar com ela sobre isso com a maior urgência possível. Se não... Talvez eu fique mais maluca do que o normal.

Como você sabe?“ - a coruja pergunta me tirando do transe.

Eu tive uma espécie de visão eu... Ainda não sei bem como mas era real.“ - ela não me pareceu surpresa. Ao contrário, me pareceu satisfeita.

Você está ficando cada vez mais forte Luna, aceite.“ - ela diz enquanto eu suspiro.

Como uma bruxa se torna imortal? Quer dizer... Como você se tornou imortal?“

Havanna dá uma risada baixa e forçada, como se estivesse com sono.

Nós nascemos imortais. Somos raros. Eu não conheci ninguém imortal além de mim e dizem que... Existem 3 caçadores imortais... Eu acredito pois eu existo. Eu sou a única bruxa imortal.“ - e então, eu pego o galho novamente, enquanto a vejo pousar graciosamente nele. Eu rumo direto ao baile de outono. Dessa vez, querendo encarar Cameron de cabeça erguida.

___



Fiquei lembrando de quando Havanna pedira sigilo durante a volta para o baile. Eu estava de barriga para cima, olhando o teto de meu quarto. Vendo como meu mundo estava difuso e nem um pouco coerente com a realidade. Mas claro, nunca que o mundo de uma bruxa seria normal, ter uma família e viver feliz para sempre. A realidade é outra e eu tinha que aceitar. Eu passarei minha vida toda lutando contra caçadores obsessivos e tentando saber por onde começar a conversa com Margaret.

Eu chegara do baile, dera um “oi“ e simplesmente parti para meu quarto, me despi e simplesmente estava ali, parada e olhando para o teto.

Lembrando de várias coisas ao mesmo tempo e claro, sempre um espaço para Cameron.

Quando eu havia voltado para o baile, ele e Teddy já não estavam lá e uma dor em meu corpo se cravou como ferro quente.

Eu estava derretida por ele e não tinha como negar. Eu era um biscoito na água.

Resolvo levantar e ir para o computador checar os e-mails que há algum tempo não fazia. Me senti culpada por deixar Laura sem respostas.

Abro a caixa de e-mails e vejo na tela 10 novos. Fiquei triste por ter me esquecido dela tão dorsalmente.

Li todos os seus e-mails que eram mais ou menos assim “Oi, como você está? Não vai mais entrar e nem me responder? Estou com saudade!“ “Eu amo meu namorado! Como está indo os gatinhos por ai?“

Suspirei e mordi um lábio, pensando em como começar.

De repente, chega um anuncio de um site na tela de meu computador barato travando-o mais.

Era um anuncio totalmente bizarro perguntando: “Quer saber o ano de sua morte? Entre neste site e confira. Nós não mentimos...“ Uma foto de um cigana com seios maiores que o normal habitava ali. Ela tinha um olhar hipnotizador e misterioso. Eu tento não dar risada mas era algo que não me controlei. Como os humanos as vezes passavam da conta...

Mesmo com tudo isso, eu cliquei no site com certo desprezo e expressão sonolenta.

No site dizia para apenas por meu nome todo, minha idade e meu signo. Eu botei e esperei a resposta.

Quando uma mensagem chega na tela com os números vermelhos cegando meu olho.

O “2014“ piscou em minha tela fazendo-me pular da cadeira e ficar em alerta.

O computador faz alguns barulhos estranhos e de repente, a tela se apaga.



____



Eu andava em direção a escola, com minha bolsa grudada na cintura. Enquanto observo uma senhora atravessar a rua com algumas sacolas na mão. Ela vendia biscoitos da sorte pelo que estava escrito em uma das sacolas.

Depois de ontem a noite, tentei ligar o computador mas ele realmente, havia pifado e lá no fundo, eu sabia que era daquele maldito site.

Eu sabia que era mentira mas aquilo me incomodou pelo resto da noite. Acordei com olheiras enormes e cabelo amassado meio ondulado.

A mulher dos biscoitos me parou e perguntou se eu não queria comprar algum. Sua roupa era simples. Um casaco amarrotado, uma touca velha e luvas por causa do frio. Ela parecia ser uma mulher trabalhadora de maios ou menos 47 anos.

Eu aceitei e comprei um. O biscoito era maravilhoso e eu quase ia me esquecendo de ler a mensagem que havia dentro.

Parei em frente a escola para ler e tirei os óculos escuros para apreciar melhor.

No bilhetinho dizia apenas uma frase em negrito:

Não perca seu tempo. Você ainda pode mudar seu destino.“




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Notas finais do capítulo

hmmm



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