Caçada escrita por Chloe Cleare


Capítulo 13
Vim por um beijo.


Notas iniciais do capítulo

Cameron nem é um pnc né? uahsaushuhasu



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Mesmo sendo um sábado, e mesmo a escola estando em um deserto insolente e sinistro, eu estava lá. Estava lá na esperança de encontrar com Cameron.

Mal iluminada, a tarde escura era arrebatadora. Com pouca iluminação, o dia ventava tanto que pensei que me carregaria para longe dali. O vento zumbia em meus ouvidos toda hora. Eu tremia com o frio. Mas eu tinha que falar com ele.

De certo modo, esse frio me agradava um pouco. Talvez eu fosse louca o bastante para gostar de sentir essa sensação.

Com certeza eu era.

Enquanto vou em direção ao enorme portão, de encontro com a placa irritante, fico lembrando do segurança da escola. No quanto ele fora tonto em me deixar entrar assim, sem mais nem menos. Mas eu não queria ser tão rude com ele, aquele homem me conhecia. Eu era a única que dava bom dia e boa tarde para ele todos os dias. Todos passavam reto por ele, fingindo que ele não estava ali. Era algo realmente triste para mim.

___

Frenéticas, ávidas, loucas, perturbadas e protestantes.

Pude até ouvir elas dizendo coisas do tipo: ''Você está ficando louca?'' uma árvore com voz de criança perguntava. ''Saia já daqui!'' essa era de um senhor totalmente revoltado. ''Vá embora garota...'' mesmo depois da voz dessa menina que mais parecia uma voz de filme de terror, continuei a andar, esperando que ele aparecesse do nada. Como aqueles super-heróis que salvam a cidade e tudo fica bem no final.

Apertei-me contra o peito, evitando que meu moletom voasse para longe.

''Isso só pode ser ensaiado! Bastou eu pisar na rua e esse vento forte e entorpecente vem. Como um tornado!'' Pelo menos eu não estava sozinha.

Eu tinha meus pensamentos muito agradáveis comigo.

Palavras acumuladas e perguntas sem respostas ficavam presas em minha garganta, me sufocando desesperadamente a cada dia. E eu nem sabia se conseguiria usá-las se Cameron aparecesse e me olhasse com aqueles intensos e deliciosos olhos, olhos atraentes. Eram como uma jóia preciosa.

Balançei a cabeça e tentei focar em outra coisa, quando meus pensamentos se voltam de novo para Cameron. Meus sonhos que eu tinha com ele não eram os melhores, eram sonhos que eu tinha vergonha de dizer para qualquer um. Até para mim mesma. Sempre que acordava, era sempre uma confusão pois era sempre na hora em que seus lábios iam pressionar-se contra os meus.

Rapidamente fiquei cansada, eu podia deitar ali perto daquela enorme árvore. Se não estivesse começando a chover, claro.

Mas bastava eu visualizar a expressão dele de ironia e deboche que meus pés iam mais acelerados que o normal.

''Volte.'' a voz em minha cabeça disse, enquanto eu trancava um berro na gargante e notando como meus pés falham no caminho, por pouco não caindo ali mesmo.

''Você não manda em mim. Eu não sei quem é você. Não se meta na minha vida senhora.'' - eu disse alto, atravessando as barreiras de meu medo, e voltando a andar apressadamente.

Eu precisava de Margaret, ela tinha que me explicar o que está havendo com minha cabeça, ou se tem alguém ali dentro. Eu já sei que é uma mulher com uma voz de comando e meio mal educada. Era uma voz tilintante e mais velha.

No momento em que o vi de costas, gostaria de ter voltado. Mas agora já era. Eu já estava ali e deveria enfrentar meu problema de cabeça erguida e olhos atentos.

Ele estava com as mãos apoiadas na cintura, e de costa para mim como se apreciasse uma paisagem inexistente, uma vista que estava se apagando em meio a escuridão do dia. Eu tinha certeza que já estava tarde e que eu andara por horas e horas pois meus joelhos doíam tanto que pareciam que iam rasgasse por completo.

Uma lanterna em suas mãos iluminava o chão, ela tremeluziu em suas mãos e apagou.

Ele vira-se para mim e a liga, apontando-a em meu rosto. Impedindo-me de que eu o veja. Faço uma careta com a luz que me cegava e coloco uma das minhas mãos enluvadas sobre o rosto.

''Pare com isso...'' - minha voz era fraca, não por causa da caminhada e sim, pois seu rosto e sua presença ali me deixava estasiada.

Ele aponta a luz da lanterna agora em seu rosto, ele não pareceu se incomodar como eu fiz. Cameron me lança o famoso sorriso lindo que sabe que tem e que também sabe que me deixa paralisada e admirada.

Ele parecia um modelo. Desses de revista, era perfeito.

Eu tinha certeza que ele arrancava suspiros por ai.

Pois isso, ele conseguia fácil de mim.

Abracei-me, como se isso parasse o frio e principalmente o nó no estomago. Minha expressão dizia o bastante. Eu tinha certeza de que ele a havia entendido muito bem. E esperei pelo que eu mais queria no momento.

''Um beijo?'' - ele pergunta ainda sorrindo.

Ele estava com o intuito de me fazer querer ou era mesmo isso que eu queria?

Não Zane! Você veio aqui para respostas lembra? E também não tem culpa se ele era tão louco a ponto de invadir a privacidade dos outros e ler pensamentos. Paro um instante para refletir se isso era mesmo possível. Se existem bruxas, talvez...

''Eu... '' - respiro fundo, tentando não parecer uma louca desesperada.

Era frustante não conseguir nem mais esconder meus sentimentos por ele quando estou com Cameron.

''Veio por um beijo?'' - ele gargalha da própria piada, inclinando a cabeça para trás, enquanto a luz da lanterna batia em seu pescoço. - ''Falando sério Luna. Por que veio?''

Meu nome escapando de seus lábios era a melhor coisa até agora, ele falou de um jeito doce. Só o meu nome pois o resto...

Afastei os pensamentos com uma expressão terrivelmente sombria, nem ligando se ele via meu rosto ou não.

A raiva me inundou como o titanic, senti meu corpo esquentar de tanta raiva.

Quando pensei que iria explodir e sair gritando feito doida, sou pega de surpresa por uma claridade que iluminou toda a floresta, logo depois de um grande estrondo. Nem eu e nem ele nos mexemos e desviamos o olhar um do outro, apenas ficamos na mesma posição.

Foco Zane.

''Seu jeito de desentendido me dá mais raiva ainda sabia?'' - ele suspira e faz cara de tédio, como se a minha presença ali já bastasse e eu apenas o ignoro. - ''diga o que quer com meus amigos. O que quer comigo? Por que não vá cuidar de sua vida e não nos deixa em paz?

Ele dá um passo a frente, a luz da lanterna não iluminando mais o seu rosto. Mesmo assim, eu o via e ele também. Estávamos a um metro um do outro, terrivelmente longos para mim.

Recusei-me a aceitar o que meu coração, alma e mente estavam começando a sentir por ele. Eu queria me bater, queria gritar comigo mesma.

''Luna querida, você se sente importante não é mesmo?'' - ele sorri falsamente, mas o sorriso logo se transforma em uma cara fechada e dura. - ''Você se sente importante por achar que estou fazendo isso tudo por você mas querida, você está engana. Estou fazendo por Jenifer. Por que eu a amo desda primeira vez em que a vi!''

Fiquei ali. O olhando, longos segundos se passaram e eu ainda estáva sem ação. Cameron aguardava algum protesto eu sabia. Quando ele terminou de falar, ele estava gritando grosseiramente e eu não pude negar que o medo se infiltrou em minha carne.

''Se você a amasse de verdade, não tentaria matá-la. ''

Dei meia volta e corri de volta para Diamond. Enquanto eu soluçava e meu peito se apertava ainda mais. A voz da mulher me consolando e as vezes pondo Cameron em um pedestal. Ela era realmente complicada.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap vai rolar uns babados ai...



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