Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 8
Chocolate


Notas iniciais do capítulo

Atualizando mais cedo pq tenho um café com Sherlolly para ir! :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496851/chapter/8

Sherlock foi embora na pela manhã, mas prometeu voltar mais tarde no mesmo dia, deixando Molly aliviada por isso, pois a presença dele tinha trazido conforto e era do que ela mais precisava no momento. Ele cumpriu o prometido e antes que o dia terminasse estava de volta à casa da Sra. Hooper. Os três jantaram juntos, e ainda que Sherlock se mostrasse mais reservado do que o que Molly vira no dia anterior, sua avó ficou contente pela neta estar se alimentando e conversando com alguém. Ainda que fosse alguém bem fora do comum.

Dessa vez foi a própria Sra. Hooper quem insistiu para que ele ficasse para dormir, deixando até mesmo Sherlock surpreso. E mais uma vez, agora de forma natural, as mãos se buscaram durante a noite.

No dia seguinte Sherlock novamente voltou para sua casa, mas retornou após o almoço para ajudar Molly a levar as coisas que precisaria na volta à universidade. Ela estava tensa com essa volta e Sherlock pode perceber isso. Fizeram a curta viagem em silêncio e ela sentia seu estômago embrulhar tanto que nem mesmo Sherlock andando ao seu lado amenizava a angústia que estava pairando sobre ela.

Quando entraram na casa, Molly já foi abraçada pela Sra. Hudson e tentou não chorar logo de cara. Apesar de terem passado poucos meses ali, várias lembranças de Anne invadiram sua mente sem que ela quisesse.

Rapidamente viu que Mary e John também estavam ali e a loira trazia um pequeno bolinho em suas mãos, o que emocionou ainda mais Molly. Quando conseguiu sair dos braços da Sra. Hudson, foi para cair direto nos de Mary.

– É bom ter você de volta... - Mary dizia baixinho, e os olhos dela também estavam embargados. - Você ficou magoada comigo por me mudar para cá? - A voz dela agora saiu quase num sussurro.

– Claro que não... Eu não sabia como seria ficar sozinha... - E Molly estava sendo sincera, a presença de Mary seria essencial para que ela continuasse com seus estudos.

Mary a apertou ainda mais antes de soltá-la, John deu um abraço rápido e ela olhou em volta, para todos eles. Havia perdido Anne, e ela nunca voltaria... Mas agora tinha outros amigos que se preocupavam. Lembrou-se de Anne sorrindo em seu sonho e sentiu que talvez fosse possível amenizar a dor de sua perda agora que não precisava carregar todo o peso sozinha. Uma gratidão de enormes proporções tomou conta dela. Nunca poderia agradecer o suficiente pelo o que eles estavam fazendo. Esse sentimento só aumentou quando viu o que tinham feito no quarto que ela dividiria com Mary agora. Molly quase não o reconheceu, tudo estava diferente. As paredes, a disposição e cor dos móveis, os detalhes. Tudo. Um pequeno porta retrato com a foto de Anne e Molly juntas estava ao lado de sua cama.

– Obrigada... Vocês não sabem o quanto isso significa. - Ela disse olhando para John e Mary. - Acho que agora eu preciso de uma boa dose de chocolate, - ela enxugava algumas lágrimas - onde está aquele bolo que você segurava, Mary? - Ela olha em volta, procurando por...

– Hum... Esse? - Sherlock mostrava um bolo que já era pequeno e agora faltava o pedaço de uma mordida.

– Sherlock! - Molly agora estava parada no meio do quarto, com as mãos na cintura. - Você comeu meu bolo!

– Só um pedaço, não vai fazer falta nenhuma.

– Isso é o que você pensa! Me deve um chocolate!

Ele ergueu a sobrancelha, parecendo duvidar que ela estava falando sério sobre isso. E precisava se lembrar depois de agradecer John, que interrompeu seus pensamentos quando sugeriu:

– Já que estamos falando sobre chocolate, nós podíamos aproveitar o clima frio e tomar um chocolate quente no Café que tem no fim da rua, o que acham?

– Eu preferia ir para o quarto, tenho algumas experiência para fazer.

– Pare com isso, Sherlock. Você vai com a gente, sim. Nós somos uma família agora, não comece a fugir a todo momento. E você comeu o bolo que eu comprei para Molly! O mínimo que faz é nos acompanhar. - Mary o olhava de tal forma que realmente poderia ser considerada mãe de todos eles.

Família? Nós somos uma família?

Sherlock nunca havia tido amigos próximos antes. Isso era estranho para ele. Muito estranho. Ele sempre fora taxado de esquisito no colégio e até mesmo na faculdade e nunca se importou com isso. A solidão não era algo que o incomodava.

Só procurou John para dividir o quarto porque precisava de ajuda com as despesas e o observou por algum tempo, chegando a conclusão que o aguentaria o suficiente.

Molly chamou atenção dele logo de início, mas ele sabia, por conta de algumas experiências com garotas no passado, que elas nunca tinham paciência o suficiente para as esquisitices dele. Por isso ele ficou surpreso quando percebeu que ela estava cada vez mais curiosa e puxando assunto com ele em todas aulas, mas sem forçar a barra demais, dando o espaço necessário que ele precisava para continuar sendo o que sempre fora.

Pela primeira vez ele tinha realmente se preocupado com alguém além dele mesmo, e por isso foi procurá-la na casa da avó. Imaginava que ela não estava passando por bons momentos e não é preciso dizer o quanto se chocou com o pedido dela para que ele ficasse e depois quando ela segurou sua mão.

Ele, surpreendentemente, gostava da companhia dela. E ela parecia gostar da dele. Para falar a verdade, agora sentia falta de ficar de mãos dadas com ela e sentia impulsos de aprofundar o contato físico que tiveram. Mas de novo o medo de ser rejeitado o dominava.

Sherlock queria ir com eles, mas ainda sentia-se desconfortável em meio a outras pessoas. Era tão mais fácil quando estava só com Molly...

Quando saiu de seus devaneios, olhou diretamente para ela e não foi difícil perceber nos olhos que ele tinha aprendido a ler tão bem que ela pedia em silêncio para que ele fosse junto.

Talvez não fosse só ela que tivesse trazido um pouco de cor para sua vida. Talvez ele estivesse fazendo o mesmo com ela agora. Talvez eles precisassem um do outro. Talvez fugir não fosse mais necessário.

– Então vamos, vocês estão esperando o que?

Os outros três se olharam, como se pensassem "Ele é mesmo louco?", deram de ombros e saíram. Antes de fechar a porta, Molly deu uma última olhada para a foto de Anne e lembrou da palavra dela em seu sonho: viva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não tive como revisar muito bem... Espero que não tenha erros cabulosos... hahahaha

Aceito reviews, tá? ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fique Comigo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.