Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 5
Teatro


Notas iniciais do capítulo

Preparem-se... ;)



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Molly e Anne passaram o final de semana passeando pela cidade. Foram ao cinema, fizeram compras, andaram horas a fio por parques e experimentaram doces de diversos restaurantes.

Havia sido agradável sim, mas os pensamentos de Molly cismavam em se voltar para aquele garoto estranho e indecifrável chamado Sherlock Holmes. Era só se distrair um pouco que se pegava pensando nele. Será que a atração que sentira estava se tornando algo maior?

Na sexta-feira, depois de fazerem várias brincadeiras, uma mais boba que a outra, eles seguiram cada um para o seu dormitório. Molly não o tinha visto mais e pensava em como se aproximar dele, Sherlock parecia tão distante e tão impessoal.

Foi pensando em tudo isso que ela caminhou para as aulas quando a segunda-feira chegou e se surpreendeu ao encontrar Sherlock logo na primeira aula, parecendo entediado. O que ele estava fazendo ali?

Ela o cumprimentou, mas eles não conversaram. Como parecia ser habitual, ele ficou desenhando enquanto a aula acontecia. Após o almoço, no qual ela não o viu, voltaram a se encontrar em outra aula.

– Sherlock... Tem certeza que seu curso de Química contempla essas aulas?

Ele a olhou, parecendo pensar por alguns segundos.

– Hum... Não.

O que se passa com esse maluco?

– Então?

– Então o que, Molly?

John só observava os dois e sorria. Talvez Mary e Anne estivessem certaa ao dizer que eles formavam um casal. Um bem estranho.

– O que vocês faz aqui, Sherlock?

– Desenhando. As aulas são abertas, Molly. Estou incomodando?

– Não... É só que... Ah, deixe pra lá.

Como eu vou me concentrar nas aulas com Sherlock aparecendo em quase todas elas? E o que ele está fazendo aqui? Não se iluda, Molly...

Ele não poderia estar ali por causa dela, poderia? Não. Provavelmente estava ali por causa de John, devia estar com aulas vagas e não queria ficar sozinho. Mas isso era típico de Sherlock? Também parecia que não.

Na dúvida, Molly decidiu que era uma boa oportunidade para tentar se aproximar dele. Deixou que os dias passassem, trocando algumas palavras eventuais durante as (quase todas) aulas em que ele aparecia e também no almoço, quando ele sentava junto a ela. O tempo passou sem que ela percebesse, e após dois meses de aula eles estavam bem mais próximos do que ela achou que seria possível. Não podia dizer que chegava a ser uma amizade, mas o fato dela trocar frases inteiras com o garoto mais estranho do campus já era notável. Só John e Mary conseguiam igualar esse feito. Anne ainda tinha ressalvas quanto a ele, mas fazia o possível para ajudar Molly.

– Não tenho as duas últimas aulas de hoje. Vou aproveitar para ensaiar para a peça. – Anne sorria abertamente. Havia sido escalada para um dos papéis principais de uma peça que seria encenada dali dois meses e era só sobre o que ela falava todos os dias agora.

– Você é uma sortuda. Eu tenho que correr, as matérias estão cada vez mais difíceis. John! Você vem?

John e Mary estavam cochichando e trocando carinhos em um dos cantos da mesa, as duas olharam e reviraram os olhos.

– Em breve será você, Molls.

– Eu o que?

– Que vai estar assim... Com o esquisito Holmes.

Molly empurra a amiga, sentindo seu rosto enrubescer, mas sorri.

– Qual é, Molls? Você sabe que ele gosta de você também. Só é muito retardado para assumir. Ou você acha que realmente ele está interessado em todas as suas aulas, ou então que está apaixonado pelo John? Faça-me o favor. Se eu fosse você, acelerava o processo. Me encontra no anfiteatro depois das aulas?

– Sim. Eu passo por lá.

– Vamos, Molly. Estamos atrasados!

– Por que será, John?

Todos riram divertidos quando Mary ficou vermelha, separaram-se e seguiram para as aulas.

Molly não viu mais Sherlock aquela tarde. Ele só tinha aparecido em uma aula durante a manhã e sumiu o resto do dia. Ela pensava no que Anne tinha dito, sobre acelerar tudo, e talvez ela tivesse razão.

Enquanto andava para o anfiteatro, Molly decidiu. Iria encontrar Anne, ir até o quarto se trocar, passar na casa de John e Sherlock e chamá-lo para caminhar. Depois disso, só Deus sabe. Mas se tudo estivesse indicando a direção certa as coisas tendiam a acontecer naturalmente.

Sentia como se um mamute estivesse dançando zumba em seu estômago agora que tinha decidido fazer alguma coisa. Anne iria adora saber disso e com certeza ajudaria Molly a pensar em frases para dizer.

Molly chega ao anfiteatro e percebe que ele está vazio. Onde será que Anne se meteu?

– Anne?

Ela vai até o lugar que é feito de camarim, provavelmente Anne a está esperando lá. Coloca uma das mãos na maçaneta e a gira, abrindo-a. Então, o mundo como ela conhece desaba e tudo que é ouvido são os gritos que saem de sua garganta.

Anne. Aquela não podia ser Anne. Molly anda para trás, não percebe as lágrimas que rolam por seu rosto, muito menos ouvem os gritos saindo dela mesmo e que atraem várias pessoas. Ela tropeça e cai. Sentada no chão ela ainda se arrasta, querendo fugir do que viu, aquela não pode ser sua realidade. Tem que estar sendo um pesadelo.

Anne não faria isso. Não Anne. Não Anne. Não Anne.

Ela leva as mãos à cabeça, puxando os cabelos. Ainda está gritando, mas não percebe. Alguém se aproxima, tentando acamá-la, mas ela se debate. A única coisa que vem à cabeça dela é a imagem dos pés de Anne balançando no seu corpo pendurado. Isso não podia estar acontecendo. Não via nada do que se passava a sua volta e nem sabia precisar o tempo. Tudo que sentia era desespero. Era a sensação de não poder fazer nada, de impotência.

Molly agora se balançava para frente e para trás, ainda agarrada em seus próprios cabelos. Ouviu ao longe a voz de algum professor, não o viu e não conseguiu identificar de qual se tratava. Deixou ser levada e não sentiu quando aplicaram um calmante em sua veia. Ela dormiu. Um sono sem sonhos. Molly agradeceria por isso.


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Notas finais do capítulo

Ainda bem que vocês estavam preparadas, caso contrário eu receberia várias ameaças e xingamentos... kkkkkkkkkk

Me digam o que acharam, plis! :3



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