Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 14
Desenhos


Notas iniciais do capítulo

Sugestão de música: http://www.youtube.com/watch?v=bQMq5dO8Vb4

Já usei em alguma fic ou desafio, mas escrevi ouvindo-a e acho que Jake Bugg combina tanto com eles... *-*



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A manhã começa com um vento gelado e poucos raios de sol, mesmo assim Molly e Sherlock estão sentados embaixo de uma grande árvore no quintal da Sra. Hooper. Ela senta-se em sua frente e ele a abraça, deixando que ela encoste a cabeça em seu peito. Molly observa seu gato, Toby, andar pelo jardim atrás de borboletas.

Ingrato. Sempre preferiu as coloridas borboletas.

– O que podemos fazer a partir de agora, com o que sabemos? - Ela indaga enquanto brinca com a manga do sobretudo de Sherlock, tirando os olhos de Toby.

– Teremos que esperar as férias acabarem. Voltar à faculdade agora levantaria suspeitas. Quando as pessoas estão escondendo algo, começam a ter medo que todos percebam, então logo voltariam os olhos para nós.

– E quando voltarmos?

– Seguiremos as pistas. Precisamos descobrir quem passou os e-mails para o reitor. Ou até mesmo se ele os inventou. Tentarei conseguir as fotos da autópsia de Kate... Você acha que pode me ajudar com elas?

Molly parece pensar por algum tempo. A ideia de ver as fotos de Kate morta curiosamente não a assunta, nem repele.

– Sim, acho que eu posso.

Eles ficam em silêncio e Sherlock aproxima os lábios do ouvido dela. A respiração dele leva calor para o corpo de Molly, ela vira o rosto e o surpreende com um beijo tão quente quanto como ela se sente, enquanto segura seus cabelos firmemente, os puxando em momentos oportunos. Molly sente a reação do corpo dele contra a lateral do seu quadril e vira-se sorrindo de novo para frente, satisfeita.

– Droga, Molly. Por que você faz isso? - Sherlock suspira longamente.

– Porque sim.

Outro suspiro, mas dessa vez seguido de cócegas.

– Não, não, Sherlock! Pare!

– Por que deveria?

Molly se retorcia e já rolava pelo gramado, com Sherlock rindo em seu encalço. Depois de alguns minutos de tortura, eles param e ficam deitados de mãos dadas olhando para as nuvens. Ela ainda ri das cócegas, demorando para que conseguisse parar.

– Molls? Agora que já fui apresentado oficialmente para a sua avó como sendo seu namorado... Você iria até minha casa conhecer meus pais?

Ela vira-se para ele, sua risada sumindo totalmente e agora é Sherlock quem sorri, tanto pela cara de espanto dela quanto pela folha que está presa em seus cabelos.

– Conhecer seus pais?

– Sim, Molly, conhecer meus pais. Sabe, como namorados fazem. Eles já sabem sobre você e minha mãe está ansiosa em te conhecer. Provavelmente eles vão me envergonhar e falar coisas demais, mas não posso evitar isso. Estou tentando fazer as coisas do jeito certo. - Ele fecha os olhos.

Sherlock pareceu inseguro nesse momento, quase um menino. E Molly sente a vontade de agarrá-lo de novo, mas se controla antes de fazer.

– Claro que podemos conhecer seus pais. Quando quer ir?

Ele a espia, abrindo ligeiramente os olhos, com um sorriso de canto mal disfarçado em seus lábios.

– Você está certa disso? Pode ser um caminho sem volta.

Agora é a vez dela suspirar, impaciente.

– Eu já estou em um caminho sem volta, Sherlock.

Molly o encara quando ele arregala os olhos.

– Pare de se surpreender com isso. - Ela diz séria.

– Eu não consigo...

– Então não reclame quando eu fizer isso. - E novamente ela o beija com vontade, colocando seu corpo sobre o dele e rindo, entre o beijo, quando ele a segurou e ela pode sentir novamente seu corpo reagindo.

– Você ainda me mata. - Mesmo sem fôlego, Sherlock só se afasta por poucos centímetros para falar e volta a beijá-la.

–-- --- ---

Eles param em frente à porta da casa de Sherlock. Molly sente uma ansiedade crescente. Já fora difícil escolher uma roupa para conhecer os pais dele, e agora não fazia a mínima ideia de como deveria agir.

– Eles não vão te engolir, Molly. - O olhar aterrorizado dela faz com que ele ria. - É mais fácil que eu faça isso. - Sherlock pisca para ela e vê um tímido sorriso se formar.

– Idiota.

As apresentações foram melhores que Molly imaginou. Os pais de Sherlock pareciam já ter alguma espécie de carinho por ela. Só o irmão dele, Mycroft, a olhava com um certo desdém, mas ela não teve tempo para se importar com ele naquele momento.

Sherlock foi atender a um pedido de ajuda de seu pai e Molly ficou sozinha com a Sra. Holmes por alguns minutos. Ao contrário do que ela pensou que seria, a conversa flui de forma tranquila e Molly sente-se em casa, como se já a conhecesse há anos.

– Eu adorei seus pais! - Molly diz quando Sherlock a está levando para conhecer seu quarto.

– Ainda bem que minha mãe não decidiu ficar falando de minha infância.

– Deixe de ser chato, eu iria adorar saber. Aliás, não se esqueça que eu ainda posso perguntar a ela.

– Droga.

Ele abre a porta se encolhendo, enquanto ela o belisca no braço. Molly olha em volta, para o quarto bagunçado de Sherlock.

– Espero que você não se importe. Eu não acho minhas coisas quando elas estão arrumadas. - Enquanto retira algumas revistas de cima da cama, ele exibe um expressão tímida. - Não deixo ninguém entrar aqui...

– Isso quer dizer que sou a única? - Ela se aproxima das costas dele devagar, pegando-o desprevenido ao passar os braços por sua cintura e deixar que os dedos explorem a barriga dele, que se endireita e fecha os olhos com força.

– Não comece de novo, Molly. Por favor...

– Tem certeza que quer que eu pare? - A mão dela alcança a bainha da camisa dele e os dedos deslizam por sua pele.

– Não. - Sherlock vira-se para ela e seus olhos parecem emitir faíscas. - Mas se eu começar, com certeza não irei parar.

Surpreendendo-se com as palavras dele, ela entreabre os lábios. Um convite. E Sherlock está quase beijando-a...

– Sherlock?! Você pode me ajudar aqui embaixo novamente?

Ele respira fundo, encostando sua testa contra a dela.

– Salva pelo meu pai.

Molly adorava provocá-lo. As defesas dele caíam uma a uma, tornando-se vulnerável a ela. Ele saiu do quarto resmungando e ela sentou-se na cama. Minutos se passaram e nada de Sherlock voltar. Já balançava os pés impaciente quando viu o que parecia ser uma pasta de desenhos sobre uma cômoda. Foi vencida pela curiosidade e a pegou.

Os primeiros eram perfeitas imagens do cotidiano de Sherlock. Parece que ele desenha em qualquer lugar que vai. Faculdade, mercado, rua, padaria etc.

Então Molly vira uma página e se assusta ao ver seu próprio rosto a encarando. Há uma data e ela percebe que é no seu primeiro dia de aula. Ela passa por seu desenho e encontra outro. E outro. E mais outro. E ainda mais um. Há desenhos seus em todos os dias até a morte de Anne, quando eles finalmente se aproximaram. Molly está emocionada agora e sente as lágrimas inundarem seus olhos. Sherlock sempre esteve ali. E agora ele estava ali novamente e quando ela levantou os olhos, encontrou os dele a encarando seriamente.

– D... Desculpe, Sherlock... Eu... Eu só queria ver seus desenhos... Achei que não teria problema... Desculpe... - Uma lágrima escorreu dos olhos de Molly agora. E ela estava se sentindo idiota.

Ele caminha até a cama e se ajoelha na frente dela, segurando suas mãos.

– É seu direito ver, Molls... É você... Eu só não tive coragem de mostrar, porque não sabia o que você ia achar dessa minha "perseguição", e acho que quem deve desculpas sou eu. - Sherlock para de falar e suspira longamente. - Eu sempre reparei em você, Molly. Por isso eu sabia tanto sobre sua vida, ou pelo menos deduzi sobre. E eu parei de fumar por você... - Ele abaixa a cabeça parecendo envergonhado e ela solta suas mãos da dele, indo até seu rosto e o segurando, fazendo com que ele olhe em seus olhos.

– Os desenhos são lindos... Eu adorei... – ela revira os olhos - Pare de se surpreender com elogios, Sherlock. Dá pra ver em sua expressão que você nunca espera por eles.

Ele enrubesce, todo seu corpo estremece e a boca é aberta várias vezes, parecendo tentar dizer algo.

– Molly... Eu acho... Eu acho que eu amo você desde a primeira vez que te vi...

Ela não resiste e acaba puxando-o para beijá-lo. Os lábios se separam, mas os rostos continuam próximos o suficiente para que ela sentisse a respiração dele.

– E eu amo você desde que você sentou displicentemente ao meu lado, levando minha concentração embora. E devo dizer que ela nunca mais volt... - Molly é interrompida pelos beijos de Sherlock.

E entre beijos e provocações, de ambas as partes, eles passam o resto da tarde. Quando a noite começa a cair, Sherlock a leva de volta para a casa da avó. E é claro que é mais uma noite que ela passa em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Daqui a pouco eu falo pra vcs esquecerem os crimes e fico só na fofura... hahahahahha