¿Que nos está pasando? escrita por Duda


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltei :)Tento ficar longe de Germangie, mas não consigo :(Enfim, é uma fic meio diferente. Provavelmente, vocês não vão entender algumas coisas, porque ela começa da metade e tals (tá, eu sei que isso é estranho), mas TUDO em alguma hora e em alguma parte da história será explicado, será respondido, é só saber ligar os pontos. Bom, seria interessante se você, leitora linda, comentasse achando como ficou, sugerindo algo, sei lá, dizendo se curtiu. Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496806/chapter/1

Janeiro/2014

German entrou no quarto onde Pablo estava arrumando-se e encontrou o amigo em frente ao espelho lutando para colocar a gravata borboleta. Ele respirou fundo e sorriu sem mostrar os dentes. Aproximou-se de Pablo e tocou-o no ombro.

– É simples – Pablo sorriu sem graça e virou-se para German.

– Eu nunca consegui dar um nó decente nessas gravatas – German começou a ajeitar o nó da gravata.

– Eu sei.

– Onde você esteve o dia todo? – Pablo perguntou baixo e German encolheu os ombros.

– Por aí – Murmurou. Terminou de dar o nó e sorriu sem mostrar os dentes – Pronto.

Pablo olhou-se no espelho e abriu um sorriso.

– Perfeito.

Pegou o smoking e colocou-o. Olhou-se no espelho e deu uma última ajeitada na roupa. Encarou German e sorriu. Matias entrou no quarto e abriu um sorriso.

– Mas que galã! – Brincou e Pablo olhou-o.

– Eu estou bonito, né? – Pablo disse.

– Tá um gato – Matias brincou e Pablo sorriu – Ei, eu já deixei a almofadinha com as alianças com a Vilu. O senhor Miguel está com ela – German ficou sério e respirou fundo. Matias olhou-o – Não estrague o dia de hoje, German – Murmurou e German assentiu. Matias olhou para o relógio e, em seguida, para Pablo – Acho que está na hora! – Pablo respirou fundo, sorriu e seus olhos lacrimejaram – Já vai chorar?

– Eu estou emocionado, oras – Pablo murmurou e olhou para os dois amigos – Eu vou me casar – Balbuciou.

Matias abraçou-o e, ao olhar a cena, subitamente, lembranças da juventude invadiram a mente de German.

German... Olha...

Matias murmurou e apontou para a outra ponta da quadra poliesportiva da Escola Secundária de Buenos Aires. German olhou e bufou. Levantou-se e caminhou até onde dois garotos de sua sala mexiam com um garoto mais novo. Matias seguiu-o.

O que estão fazendo? – German perguntou seriamente. Os dois garotos olharam-no. O mais novo também o fez.

Não é da sua conta, Castillo – German olhou para o garoto mais novo.

Quantos anos você tem, garoto?

D-Doze – German bufou e olhou para os outros dois.

Eu não acredito que dois marmanjos como vocês estão mexendo com um garoto da 6ª série. Entreguem a mochila dele.

Se não entregarmos, o que você e o pau-mandado do LaFontaine vão fazer, Castillo? – German cerrou os punhos. O outro garoto estreitou os olhos e soltou a mochila.

Você vai querer se meter em outra briga comigo, Gallardo? – German murmurou friamente e o outro soltou um riso abafado.

Você sabe que se eu me meter em mais uma encrenca, serei expulso – Ficou sério – Mas toma cuidado, Castillo, nós ainda vamos ter uma conversinha – German pressionou os dentes.

Os dois garotos passaram entre ele e Matias, esbarrando em seus ombros. German bufou, olhou para o garoto e virou-se para voltar aonde estava.

Ei – O garotinho chamou-o e seguiu-o – Qual é o seu nome? – Matias olhou-o e German continuou caminhando.

O meu é Matias LaFontaine – sorriu – e o dele – apontou para German – é German Castillo. E o seu? – O garotinho sorriu.

Pablo Galindo.

Galindo? – Matias sorriu – É um sobrenome engraçado, pirralho! – Pablo sorriu.

Eu sei – Bufou – Ei, vocês são de que série?

Bom... Eu estou na 8ª série e o German é do 1º ano – Pablo assentiu.

Posso passar o resto do intervalo com vocês? – Encolheu os ombros – Eu sou novo na escola e não tenho amigos – Matias sorriu.

Claro que pode.

– Ei – Matias estalou os dedos em frente ao rosto de German, ao que ele despertou da lembrança – Está tudo bem? – Ele assentiu e olhou para Pablo.

Colocou a mão no ombro do amigo e sorriu sem mostrar os dentes. Em seguida, abraçou-o o mais forte que pôde, como se estivesse abraçando um irmão.

– Espero que seja feliz – Ele murmurou e Pablo deixou uma lágrima escorrer.

– Obrigado por estar comigo hoje – Pablo balbuciou e German respirou fundo. Ambos afastaram-se e German sorriu sem mostrar os dentes – Está na hora.

Pablo, Matias e German chegaram ao hall de entrada da igreja. Pablo encontrou sua mãe e abraçou-a.

– Você está lindo, meu filho – Pablo sorriu. Dona Madalena olhou para Matias e abraçou-o – Você está sempre um príncipe, Matias.

– E a senhora uma princesa – Ela sorriu ao afastar-se de Matias.

– Sempre galanteador também, não é? – Os dois sorriram. Em seguida, ela avistou German.

– Eu não acredito que o meu galã de cinema está aqui – Ela colocou a mão no rosto de German, ao que ele sorriu sem mostrar os dentes – Eu pensei que não vinha hoje, German. Como você tem estado? – Ele suspirou.

– Bem, dona Madá. E a senhora? – Ela sorriu.

– Melhor impossível.

– Bom saber.

A senhora olhou além dele e abriu um sorriso. German seguiu o olhar dela e virou-se. Foi então que a viu. Angeles estava entrando no hall da igreja. Usava um vestido pérola e tomara-que-caia, acompanhado por luvas e uma pequena bolsa. O cabelo estava todo preso para um único lado, a maquiagem estava sem exageros e usava um colar de brilhantes, que deixava seu colo ainda mais bonito.

German sentiu seu coração palpitar desesperadamente, como não acontecia há um ano, desde que Angeles fora embora para a Itália. Aqueles olhos verdes encontraram os seus completamente sem vida e fixaram-se aí. Os dois ficaram presos em uma intensa troca de olhares, coisa que, em seus âmagos, sentiam uma saudade imensa. Eles sempre tiveram uma capacidade incrível de dizer coisas pelo olhar, coisas que somente os dois podiam decifrar.

– Angie... – Madalena aproximou-se dela – Você está linda! – Angeles olhou para Madalena e abriu um sorriso, que deixou German extasiado.

– Que saudade, dona Madalena – Ela abraçou a senhora.

– Sentimos sua falta, filha – As duas afastaram-se e iniciaram uma conversa.

German virou-se para Pablo e Matias, que fitavam-no apreensivos. Em seguida, caminhou para um canto afastado de Angeles e Madalena, ao que Pablo e Matias seguiram-no.

– Vocês sabiam disso? – Perguntou fracamente, como se uma dor tivesse tomado conta dele. Ambos assentiram. German pressionou os dentes e balançou a cabeça – Por que não disseram?

– Eu pensei que se a Angie estivesse aqui, talvez você... você não quisesse vir – Pablo encolheu os ombros – Eu fiquei com medo, German – Pablo respirou fundo – Olha, você e a Angie são meus amigos, eu queria que os dois estivessem aqui hoje – German assentiu.

– Por que você está assim, German? – Matias perguntou – Por que está abalado? Lembra o que ela disse para você antes de ir embora? – German desviou o olhar – Ela disse: “Se tem algo que você queira me dizer, algo que me faça ficar, por favor, diga”. Eu lembro bem e você também deve lembrar. Você não disse nada. Deixou-a partir e perdeu-a – German respirou fundo e encarou Matias.

– Eu não me importo – German murmurou e desviou o olhar – Vamos acabar logo com isso, tá bom?

– Só tem um problema, German – Pablo disse.

– O que?

– Você vai entrar com ela – Pablo afastou-se dele rapidamente e posicionou-se na entrada da igreja. Matias fez o mesmo e parou atrás de Pablo. German bufou e balançou a cabeça.

Madalena parou ao lado de Pablo, Jade ao lado de Matias e Angeles atrás de Jade. German aproximou-se lentamente e parou ao lado dela, sem encará-la diretamente. Ofereceu o braço, ao que Angeles apoiou o dela, e olhou fixamente para frente, sem dizer uma única palavra.

– Você poderia, ao menos, fingir que está contente por hoje – Angeles murmurou para German. Ele respirou fundo e permaneceu quieto. Ela suspirou e balançou a cabeça – Olha, eu também não sabia que teria que entrar com você, ok? – German encarou-a.

– Não me interessa – Ele disse duramente e Angeles bufou. German olhou fixamente para frente. Ambos estavam prestes a entrar – Apenas vamos acabar logo com isso! – Murmurou.

**

– Oi, German – Margarida cumprimentou-o carinhosamente assim que chegou ao jardim da casa da mãe de Pablo. A recepção dos convidados estava acontecendo lá.

– Oi, dona Margô – German murmurou.

– Você sumiu, filho – Ele desviou o olhar – Está tudo bem?

– Eu tenho andado ocupado com algumas coisas do escritório – Olhou-a – Estou bem. E a senhora?

– Bem, ma...

– Tio Germaaan – Violetta chamou-o em alto e bom som e correu para os braços dele – Eu estava com tanta saudade de você! – German abaixou-se para abraçá-la.

– Eu também, Violetta – Ele disse baixo. Os dois afastaram-se e a garota passou a mão pelo rosto dele.

– Você está com cara de doente... Está tudo bem?

– Sim – German sorriu sem mostrar os dentes – E você? Como está?

– Eu estou bem – Violetta sorriu.

– Oi, filho – German engoliu em seco e olhou para cima. Estreitou os olhos e levantou-se.

– Eu já pedi para você não me chamar de filho – Murmurou friamente e Miguel assentiu.

– Nós precisamos conversar, German.

– Não, não precisamos.

– Nós não podemos mais adiar esta conversa, German – Miguel disse com um tom de súplica.

– German... – Margarida interveio e ele encarou-a – Por favor...

**

–O que você quer?

Angeles estava no banheiro do quarto de Pablo, retirando uma mancha de vinho que havia caído em seu vestido, quando escutou uma voz conhecida ecoar pelo quarto.

– É um assunto sério, German – Miguel fechou a porta do quarto – É melhor você se sentar.

Angeles pensou em interrompê-los e dar algum sinal de que estava presente, mas não o fez. Por algum motivo, encostou a lateral da cabeça na porta para poder escutá-los melhor.

– Eu não quero sentar – German cruzou os braços – Diga logo o que tem para dizer – Miguel suspirou e desviou o olhar.

– Você sabe que eu estou doente, não é? – German franziu o cenho.

– Até onde eu sei não é nada sério – Miguel olhou-o.

– Não era – German levou as mãos ao quadril, ficara visivelmente apreensivo, e fitou o chão. Miguel aproximou-se dele e colocou uma das mãos no ombro do filho – Quando eu te contei que estava doente, há quase dois anos, não era nada sério. O médico havia me dito que eu estava com um pequeno tumor e um tratamento leve seria o suficiente – German encarou-o – mas acontece que o tumor se espalhou e... – German respirou fundo e Miguel encolheu os ombros – eu tenho poucos meses de vida – German virou-se de costas para o pai e apoiou uma das mãos no batente da porta da sacada. Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos.

– A Violetta sabe? – A voz de German saiu um pouco falha.

– Não – German virou-se.

– Quando pensa em contar? – Perguntou alterado – Ou vai esperar que ela descubra por si só quando você já estiver morto? – Miguel entreabriu a boca.

– Não, German – Os olhos de Miguel lacrimejaram – É só que... Como se conta para uma garota de 12 anos que a única pessoa que ela tem vai morrer em breve?

– Você não é a única pessoa que ela tem – German gritou.

– Como eu posso saber? Você deixa de vê-la por meses, simplesmente a deixa de lado – Miguel alterou-se, deixando German ainda mais nervoso. Ele aproximou-se de Miguel e segurou-o pelo colarinho – O que vai fazer? Vai me bater? Você se tornou tão insensível a ponto de atacar um doente? – German pressionou os dentes e soltou-o. Virou-se de costas novamente e levou as mãos ao quadril. Miguel respirou fundo e sentou-se na cama – Por que você não pode me perdoar? – German permaneceu quieto, apenas respirando descompassadamente. Miguel abaixou a cabeça e deixou uma lágrima escorrer – Olha... Eu vou deixá-lo em paz, mas eu preciso pedir um favor a você – Miguel levantou-se e colocou a mão no ombro de German – Filho, olhe para mim – German balançou a cabeça – Por favor – Virou-se muito a contragosto e encarou Miguel – Cuide da Violetta e cuide como se fosse sua filha – German desviou o olhar – Você faria isto por mim? – German ficou quieto – Se não por mim, que seja por ela – Ele respirou fundo e olhou para Miguel – Por favor.

German não queria dar o braço a torcer, não queria ceder a um pedido de seu pai, mas o carinho que tinha por Violetta era a única coisa maior do que o seu orgulho. Ele apenas assentiu e desviou o olhar.

– Eu sei que posso confiar em você – Miguel colocou a mão no rosto de German – Você sempre teve um coração bom e isto é uma coisa que nada no mundo poderá tirar de você – German respirou fundo, esquivou-se de Miguel e desviou o olhar.

– Eu preciso ir – Disse seriamente. Em seguida, caminhou até a porta e desapareceu.

**

– Ei, – Matias parou Angeles no meio do corredor da casa da mãe de Pablo quase uma hora após German ter sumido – você viu o German? – Angeles negou com a cabeça.

– Ele sumiu?

– Sim – Angeles pensou um pouco.

– Eu o ajudo a procurá-lo.

– Obrigado, Angie – Matias afastou-se dela.

Angeles respirou fundo, caminhou pelo jardim cheio de pessoas e coberto por uma tenda e saiu da casa. Ela já tinha uma ideia de onde ele poderia estar. Era um lugar o qual eles se encontraram algumas vezes no passado. Angeles entrou no carro e dirigiu-se à Ponte da Mulher. Era próximo à casa da mãe de Pablo, mas com a chuva que estava ameaçando, ela preferiu ir de carro.

Quando ela colocou os pés para fora do carro, gotas começaram a cair freneticamente do céu já escuro da noite. Ela pegou o guarda-chuva e caminhou por toda a lateral do Rio da Prata, até poder avistar a Ponte da Mulher e, também, ao olhar melhor, um homem com as mãos apoiadas na grade. Aproximou-se mais, e lentamente, chegou ao lado de German, sem que ele percebesse. Colocou a mão direita sobre a dele, mas não o encarou. Ficou olhando fixamente para a vista à sua frente, deixando que German olhasse, de certa forma, atônito para ela. German olhou para a mão dela em cima da sua e respirou fundo. Em seguida, voltou a fitar a água do rio.

– Você vai ficar aqui embaixo da chuva? – Angeles perguntou após encará-lo. Ele apenas assentiu. Angeles respirou fundo e olhou para frente – Eu... Eu escutei a sua conversa com o senhor Miguel – Ela disse de uma vez e encarou-o. German olhou-a seriamente – Me desculpa. Eu... Eu estava no banheiro quando vocês entraram no quarto e... Eu não quis interromper vocês dois – German soltou um riso abafado, balançou a cabeça em sinal de reprovação, retirou a mão de baixo da dela e tentou afastar-se, mas Angeles impediu-o – Você não vai dizer nada?

– O que você quer que eu diga, Saramego? – Ele perguntou alterado – Quer que eu diga que não tem problema o fato de você sempre se intrometer na minha vida? Ou quer que eu te peça ajuda para contar para a Violetta sobre o meu pai? É? – Ele aproximou-se mais de Angeles e disse em seu tom de voz normal: – Acha que eu estou ligando para tudo isso? Eu não dou a mínima – German encolheu os ombros e murmurou: – Você me conhece muito bem e sabe que...

– … que você não é esse homem insensível que você tenta mostrar para as pessoas – Angeles interrompeu-o. German respirou fundo e desviou o olhar.

– Você é a última pessoa que deveria dizer isso.

– Por quê? – German encarou-a.

– Ainda pergunta? Tudo o que eu fiz você passar, todo o sofrimento, já não diz muito sobre mim? – Angeles abaixou a cabeça. Flashes de uma noite que passaram juntos viera à cabeça de Angeles e, inevitavelmente, seus olhos começaram a lacrimejar.

– E... – Ela suspirou e olhou-o – E o carinho que você sente pela Violetta? Não diz nada? – German soltou o ar e abaixou a cabeça.

– Eu não queria que ela passasse por algo do tipo agora – German murmurou. Angeles respirou fundo e colocou uma das mãos no rosto dele, fazendo-o olhá-la.

– Eu também não queria – Ela sussurrou e passou a acariciá-lo, ao que ele fechou os olhos e suspirou pesadamente – Mas ela vai ficar bem. Nós estaremos ao lado dela. Confia em mim – German abriu lentamente os olhos e encarou aqueles olhos grandes e claros iluminados apenas pela luz do poste – Vai ficar tudo bem – Angeles sussurrou e depositou um beijo demorado na bochecha de German, algo que mexeu com os dois.

German passou a respirar em descompasso total e Angeles sentiu uma certa fraqueza nas pernas. Ela foi afastando lentamente o seu rosto do dele, roçando as duas bochechas e deixando uma boca muito próxima da outra. Ela olhou para os olhos dele e sentiu que seu coração ia sair pela boca. A vontade de beijá-lo estava evidente, e era recíproca, mas não podia ceder. Um dia prometera a si mesma que nunca mais cairia nos braços de German Castillo novamente.

– É melhor nós voltarmos para a festa – Angeles murmurou e afastou-se de German – Você precisa se secar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Como ficou?