Unbroken escrita por Annia Ribeiro


Capítulo 26
Promise


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAAA GENTE! SEXTO DIA, EIN?
o que estão achando?
enjoy it!



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– Annie – é Leo quem diz, passando por Percy e vindo me abraçar. Recebo seu abraço de bom grado e sinto-o beijar delicadamente minha bochecha, olhando feio para minha testa. – Devo dizer que não era desse jeito que esperava te encontrar após chegar de viagem, mas você é uma caixinha de surpresas, né Anns?

Permito-me sorri. Dou um suspiro e balanço as pernas no ar, tentando ignorar o olhar que Percy me dirigia.

– Então – eu começo – o que aconteceu?

– Sua mãe não te contou? – pergunta Leo, espantado.

– Você acha que minha mãe se importa? – rebato e reviro os olhos. Não quero encarar Percy. Mas ao mesmo tempo eu quero. – Não quis saber por ela, sabe, certamente ela iria falar coisas desagradáveis sobre Percy que eu já sei.

Antes que eu perceba ele está ao lado de Leo, tocando-lhe o ombro como se dissesse “deixa isso comigo”. Os olhos. Seus olhos estão verde escuro, piores do que um mar em tempestade.

Dizem que se os olhos forem bons, então tudo será bom. Eles são as janelas que trazem luz ou escuridão. No momento eu não sei se meus olhos são bons ou maus, mas o olhar de Percy me traz escuridão. Uma escuridão perversamente acolhedora e tranquilizante.

– O carro... – começa Percy, me sinto surpresa ao perceber que sua voz soa cansada. Ele se senta ao meu lado, mas evita qualquer contato físico – o carro capotou. Eu não desmaiei, mas... – Percy olha para Leo, agora incomodado com a presença do garoto – Leo, desculpa cara, mas será que você pode nos dá licença?

– Por que você acha que vou deixar Anns sozinha com você, seu psicopata? – rebate Leo com agressividade.

– Porque você não tem nada a ver com esse assunto, então, licença? – Percy tenta ser educado, mas sua voz sai com hostilidade.

– Ah! Claro! Sempre que vocês ficam sozinhos acaba em confusão, e, principalmente, com Annabeth no hospital. Todo mundo já sabe da história, não adianta ficar com essa desculpinha para ficar com a garota, aposto que ela não está disposta para fazer o que você quer – Leo realmente passou dos limites. Senti meu espaço independente invadido. Leo está se demostrando um idiota com aquela proteção enlouquecedora. Ele pensa que eu sou uma pessoa azarada da vida, que perdeu coisas grandes em sua vida e está abalada. Mas ele não conhece a outra Annabeth. Não posso deixar que ele fique tomando decisões por mim, pois se deixar passar isso uma vez, ele sempre vai ter a liberdade de fazer isso novamente.

Acho que a experiência de quase morte mexeu muito com meu emocional. Eu quero viver. Desesperadamente, loucamente, intensamente.

– Leo – digo, controlando a voz – tudo bem... depois eu irei conversar com você a sós. Apenas me prometa que depois que saímos daqui você vai levar batata frita com muito cheddar, ok?

Ele se permiti dar um sorriso, mas parecia que havia comido algo amargo.

– Ok – ele responde e me beija na testa, saindo do quarto sem olhar para Percy.

Olho para Percy, esperando que ele continue, mas ele encara o nada, com os olhos vidrados, se afogando em seus pensamentos indecifráveis.

– Ares fugiu quando viu o que havia acontecido – disse ele por fim – Canalha. Eu consegui ligar para a emergência pelo meu celular, você estava desmaiada e eu fiquei desesperado. Annabeth, eu não queria que isso acontecesse... Não acho que desculpas vai resolver, mas me desculpe mesmo assim. Gostaria que você acreditasse, mas acho que não conseguia suportar a culpa que teria que carregar caso você... – ele agora se vira para mim, e eu pude ver uma camada dele que eu nunca tinha visto. Ele não completa frase.

Ele prece uma pessoa realmente arrependida, se culpando por tudo que havia acontecido, se permitindo sentir e transparecer o sentimento. Não consigo encara-lo daquele jeito por muito tempo, algo se quebra dentro de mim. Eu acredito nele.

Tento respirar, mas parece que o ar está em falta. Não é igual de quando eu realmente fiquei sem oxigênio, é diferente, estranho. Não consigo falar nada, então volto a encara-lo.

– Você... bateu a cabeça com muita força... você ia e vinha na inconsciência, ficou assim por 4 dias... estava em estado grave e quase entrou em coma irreversível – ele meio que sussurra a parte do final, usando um tom cauteloso, esperando que eu exploda a qualquer momento. Arregalo os olhos. 4 dias?! Isso é muito tempo...

Não consigo pensar direito, o ar do hospital está me sufocando. Quero sair daqui. Tudo o que eu quero é sair daqui. Não consigo pensar, não consigo pensar. Coma irreversível? Eu tenho que ficar com raiva de Percy por isso? Ele quase me levou a morte... Mas por que o sentimento não vem? Acho que estou entorpecida...

– Anna... – ele me encarou com tanta profundidade que me senti incomodada – Você não me conhece o suficiente para saber, mas eu sou totalmente leal aos meus amigos e faria de tudo para protege-los... Eu sabia que se entrasse no carro e te deixa-se lá Ares iria fazer algo com você, ele me monitora, me vigia, sabe de tudo que eu faço e com que pessoas eu falo.

Percy está vermelho, se é de raiva eu não sei. Sinto uma pontada de compaixão crescendo dentro de mim, mas a afasto rapidamente. Não posso me dar o luxo de ter pena, compaixão ou bondade.

– Eu quero muito brigar com você, gritar, mas acho que não tenho mais energia para isso. Você realmente é o culpado disso tudo e eu te odeio por isso. Eu falei que eu não queria ir com você! Falei que não queria me envolver com você, pois você é sinônimo de confusão, mas mesmo assim você insistiu. Espero que esteja bem mais feliz agora, Percy! – dou um suspiro no final, feliz por ter jogado toda a culpa na cara dele, triunfante por ver sua expressão se tornar mais pesada. Sadismo? Acho que sim, sempre desconfiei desse meu lado mesmo. Ver os outros sofrendo é melhor do que eu mesma sofrer. Antes sádica do que masoquista.

Eu sou realmente egoísta.

Sou mais egoísta ainda por naquele momento desejar beija-lo. É como se a alavanca “viva tudo que tiver para viver” tivesse sido ativada.

– Me tire daqui – peço, como uma ordem. Levanto-me da cama, sentindo meu peito de afundar.

Como uma hora eu posso sentir horrível por ver Percy naquele estado e na outra hora eu querer que ele se ferre? Até provocando mais dor?

Hormônios femininos na adolescência estão se aproveitando demais de meu gênio.

Percy também se levanta, mas se afasta de mim, com um olhar que eu não sabia ser de raiva, pena ou culpa. Talvez uma mistura dos três. Ele para na porta e me encara.

– Acho melhor não, já te coloquei em muita confusão. Desisto, tá legal? Desisto de tudo aquilo que eu já te disse. Não posso buscar refúgio e tranquilidade em você, aceito que você já tem muitos problemas para lidar e a soma com os meus não vai melhorar nada. Então desisto. Por mais que seja clichê e difícil de acreditar, eu nunca encontrei uma pessoa como você que tem esse efeito sobre mim. Não cogite a ideia de que estou mentindo. Não diria isso nem brincando para alguém, é um pouco... humilhante. Mas vou ficar longe da sua vida de agora em diante, está bem? Eu prometo.

Estou muda. Meu coração bate tão rápido que acho que a velocidade chega a ser anormal. Sinto-me tonta e tento me estabilizar, não seria legal ter uma recaída agora. Minha cabeça começa a doer para infernos após as palavras de Percy. Odeio esse lado dele. Odeio com todas as minhas poucas forças.

– Ares foi preso, 22 anos de prisão. Até mais, Annabeth – ele diz, já com a porta aberta.

Ele sai e fecha a porta e tenho a impressão de que ele se foi para sempre. Mas sei que é exagero.

Naquele momento algo termina de se quebrar e só consigo pensar em Percy e em suas palavras. Analiso cada letra, vírgula e ponto, cada expressão que ele havia feito, cada coisa que seu olhar demostrada. No final não consegui muita coisa, mas o suficiente para saber que eu não me importava com um pouco de confusão.

A porta se abre e tenho idiotas expectativas de que seja Percy, mas Leo que entra. Talvez seja assim seja melhor. Leo não vai ser a pessoa que vai brigar comigo ou me deixar ainda pior. Essa é a parte boa de se ter um melhor amigo protetor e carinhoso como ele.


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Notas finais do capítulo

Ai, Percy s2 Esses dois s2 Essa briga s2 Esse Percy s2
O que acharam?



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