Um amor para sempre -Carlos e Yara escrita por Yan


Capítulo 9
Uma nova chance


Notas iniciais do capítulo

NOVOOOO... Espero que gostem.

Boa leitura!!



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Chegamos até um rio. Sabia que existia um rio aqui. Sempre vinha quando estava irritada com ele. Sempre. E sei que ninguém vem aqui.

Ele me solta, e seria uma queda bem feia, já que é um lobo gigante. Mas fecho os olhos e sinto suas mãos na minha cintura. Estava atrás de mim, já transformado em homem e me segurando. Estava pelado. Meu coração quase abre uma cratera no meu peito.

–O que pensa que está fazendo? -grito com raiva e me retiro de seus braços. Algo que me doeu profundamente, pois há um ano inteiro eu sonhei com esses braços me abraçando. Mas depois de 10 anos... Não me interesso mais por eles... Na verdade, me interesso sim... Como não conseguiria se ele é meu companheiro. Meu corpo chama pelo dele.

–Estou pegando minha companheira de volta. -fala grosso, como um verdadeiro alfa. Todo o meu corpo se arrepia.

–Infelizmente você me perdeu há muito tempo. -viro pra ele, mas fora uma péssima ideia. Estava nu. E isso fez com que meus olhos se arregalassem e meu peito metralhar mais uma vez. Ele vem até a mim e me abraça.

–Perdão. -ele fala nos meus ouvidos. Meu corpo fica mole. Não consigo pensar. Apenas abraço-o de volta.

–Você é um canalha. Imbecil. Babaca. Quero te matar. -digo e começo a chorar. Chorar tanto, que minhas pernas não tem mais força para me manter em pé.

Ele senta na grama verdinha e me coloca em seu colo, me balançando, como se estivesse me ninando. Não conseguia parar de chorar. Nunca chorei por ele. Nunca. Mas agora, com ele ali na minha frente... Não conseguia parar. Chorei sim algumas vezes, mas foi por estar longe da minha família. Sentia saudades. E quando queria me matar, ai sim era por ele. Mas eu não chorava. Simplesmente entrava em um tipo de transe.

–Jane. Perdoe-me. Eu não podia ficar com você na época. Tinha apenas 21 anos. Não tinha experiência sexual e nem com amor. Nunca havia namorado. E era muito novo. Na verdade ainda sou muito novo. E você também. É muito repentino pra nos dois assumirmos. Principalmente naquela época.

–----------------------------------Diogo--------------------------------------

Vê-la desse jeito, tão triste e magoada, faz meu coração se dilacerar, principalmente por ter consciência que sou o causador. Eu que devia anima-la, ama-la e protege-la.

–Perdão. Por favor. Perdoa-me. Eu te amo tanto. Sofri tanto quando você foi embora.

–Então porque não me procurou?

–Porque não tinha coragem.

–Coragem? Coragem? -pergunto indignada, olhando-o.

–Sim. Eu te queria perto de mim o tempo todo. Eu te queria como minha, todos os segundos. E quando você saia de casa com aquelas roupinhas lindas... Ah... Eu morria por dentro. De ódio de mim mesmo. Quando brigávamos, meu corpo todo fervia e meu lobo quase saia pra te pegar, já que eu não conseguia. Fui um fraco. Um tolo. Te amo e não aguento mais viver sem acordar do seu lado na cama.

Vejo-a ficar estática. Agora parara de chorar, mas eu ainda segurava-a como um bebe. Mimando-a como sempre quis fazer.

–Você realmente quis isso alguma vez? -ela pergunta de cabeça baixa e visivelmente triste. Pego seu queixo e faço-a olhar em meus olhos.

–Sempre. Mesmo quando você estava a quilômetros de mim. Quando foi em bora, eu me desesperei tanto. Nunca fui o mesmo, e todos perceberam. Tanto que sempre ficavam perguntando o que eu tinha com você. Se eu gostava de você. Mas eles nem desconfiam que eu fui tão babaca a ponto de perder minha companheira.

–Você não sabe como eu sofri.

–Perdão. Quero que me conte cada segundo que passou no exterior sem mim. Quero saber de tudo sobre você. Chore tudo que quiser chorar. Suas lagrimas de tristeza são como adagas no meu coração, mas isso foi culpa minha, então chore. Faça-me sofrer por tudo que eu fiz de mal a quem eu deveria dar o maior amor do mundo.

–Calma. -ela se vira, olhando meus olhos, e assustada. Mas só percebo que estava chorando pesadamente, quando ela coloca suas pequenas e delicadas mãos no meu rosto, tirando minhas lagrimas.

–Como posso me acalmar? Fiz uma coisa terrível. Te magoei. Como fui fazer isso? A mulher que eu gostaria tanto de fazer uma familia. Eu sonhava tanto em ser o homem perfeito. Mas então você chega logo quando estou mais vulnerável e ainda quase um bebê shifter.

–Calma Diogo. Não precisa chorar assim. -ela também começa a chorar junto comigo. -Tão pesado. Como se tivesse mil coisas na garganta.

–E você também. Pensa que não percebi que esse seu choro foi tudo que guardou durando anos?

–Sim... Foi... E você também, não é?

–Eu... Eu juro que tentei ir atrás de você. Mas quando saiu pela porta da frente, eu paralisei. E agora, por causa da minha idiotice, eu te perdi. Pra uma águia. Te perdi pra uma águia. -não aguentei e chorei muito mais, colocando agora minhas mãos que estavam em volta dela tapando meu rosto. Sinto-me tão frágil.

–Diogo. -ela me chama e tenta tirar minhas mãos do meu rosto.

–Não. Por favor. Deixa-me sozinho. Não quero que me veja assim. -falava entre soluços. Sou patético.

–Não. Não vou te deixar sozinho. Olha pra mim... –tentava, mas não conseguia tirar minhas mãos. -OLHA PRA MIM AGORA. -ela grita e se levanta, ficando a minha frente de braços cruzados. Claro que eu abri e a olhei assustado. -Ótimo. Agora que está olhando pra mim, vamos conversar. Não quero ver você chorando. Isso me machuca também.

–Mas...

–Sem mais nem menos. -ela me interrompe e quase grita. -Agora... -se senta a minha frente com as pernas cruzadas, bem pertinho de mim. -Agora vamos fazer a nossa própria felicidade. Nunca gostei muito de machismo. E sinceramente não sei se ia gostar se você tivesse ido atrás de mim. Acho que ficaria irritada. Eu também errei. Eu não falei com você. Eu deveria ter falado naquela época. Tentado esclarecer. Não somos personagens de livros ou filmes. Temos que falar a verdade, acabar com o drama. Eu também errei. E deveria saber que você também estava sobre pressão. Mas tudo bem agora. -ela sorri e coloca suas mãos delicadamente na minha. Mas o choque do contato faz com que eu comece a chorar de novo.

–Mas você irá se casar. Não conseguirei mais te conquistar. Eu preso muito o casamente e nunca vou te tirar do seu amor verdadeiro. Te amo de mais pra acabar com a sua felicidade. -soluço.

–VOCÊ É O MEU AMOR VERDADEIRO. -ela grita um pouco irritada. -Não entende? -sorri no fim, me vendo arregalar os olhos.

–Mas... E a Águia? –Pergunto, ainda sentindo as lagrimas rolarem, mas eu estava sério.

–Deixa que eu resolvo. Agora vem aqui. -ela estende uma mão pra mim, sorrindo e ainda sentada.

Sorrio de volta e seguro sua mão, puxando-a para o meu colo. Sua cabeça fixa no meu pescoço e suas pernas estão ao meu redor. Aperto-a mais e mais, abraçando-a.

–Eu te amo. -falo em seu ouvido, sentindo-a sorrir logo depois.

–Eu também te amo. Há muito tempo.

–Idem. Desde que te vi. Ainda bem que consegui te proteger pelo menos uma vez.

–Realmente. Depois daquele dia que minha irmã foi atacada pelo meu avô e fomos salva-la, eu realmente pensei que íamos nos entender, mas não.

–Desculpe por isso.

–Tudo bem. Essa parte já passou. Agora quero ficar com você.

–Pra sempre? -pergunto incerto.

–Se você quiser, sim.

–Então nos nunca mais nos separaremos.

–Ok. Se é isso que você quer... -ela sorri e da um chupão no meu pescoço, fazendo todo meu corpo se arrepiar. - Que cheiro gostoso você tem. Nunca me acostumarei com você.

–Também nunca me acostumarei com seus charminhos. Nem com seus chupões. Continue... -sorrio maldoso quando ela me da uma olhada.

–Taí... Precisamos nos conhecer melhor. -ela sorri e faz uma onda com seu corpo no meu, me provocando.

–Se quiser, podemos nos conhecer melhor agora mesmo. -ainda não tirei meu sorriso safado do rosto.

–Digamos que... Pode ser. -ela sorri depois de fingir pensar.

Sei que é complicado entender pra quem não é shifter, mas vou tentar explicar. Quando um shifter atinge 100 anos, é como se ele tivesse atingido 20. Então, imagina eu que estou com 31. Somos quase bebês. E o que me incomodava muito é que eu não tive experiência nenhuma.

Tento não fazer eu mesmo passar vergonho, mas estava muito nervoso. Começo a beija-la. Não fiquei com ninguém depois que a vi. Pois não conseguia imaginar ninguém alem dela. E antes dela, apenas beijei uma garota. Só uma. Então realmente estou nervoso.

Paro o beijo, por sentir que ela estava avançando mais que eu, e começo a ficar com muita vergonha. É melhor explicar direito, do que ela achar que sou um fracote.

–O que houve? -pergunta preocupada.

–É que... Eu sempre tive aquela de querer ficar com muitas garotas pra treinamento mesmo, sabe... Mas infelizmente, não fiquei com ninguém nesses 10 anos. Nem quando você estava lá em casa. Nem um único beijo se quer. Então eu sei que você já é experiente por causa da... Águia. -fala entre dentes a ultima palavra. -Mas só beijei uma vez em toda a minha vida e nunca fiz sexo. Então desculpe se eu errar em algo... Ou sei lá... To nervoso.

–Você sabe que contarei isso pros nossos filhos quando eles tiverem grandes, né? -ela disse, e logo começou a rir.

–Você é má. Sabe disse né? -sorrio vendo-a feliz. Meu coração agora está muito tranquilo.

–Mas sério agora... Eu também nunca fiz sexo. Sou virgem. Não conseguia nada com... A águia. -quando ela fala a ultima palavra meu lobo da um rosnado e ela ri mais. -Nunca consegui nada porque eu te amo. Você é meu companheiro e não ele.

–Que bom que diz isso.

–E agora os beijos... Bem... Acho que terei que ser sua professora.

–Então terá que demonstrar várias e várias vezes como são feitos.

–Pode deixar. E quanto ao sexo... Aprenderemos juntos. Ok?!

–Ok, my lady.

–Cuidado, se não me acostumo. -sussurra roçando seus lábios aos meus e começa a me beijar. Um beijo quente e necessitado. Um beijo de saudades dos 11 anos que passamos longe um do outro.

Quando vejo, já estou em cima dela, beijando-a como se fosse um profissional.

–Aprende rápido hein... -ela sussurra.

–Tenho a melhor recompensa do mundo. Por isso quis apressar meus estudos e ganhar um 10.

–Ganhou mil. Sou uma boa professora.

–Agora deixe-me tirar esse cheiro de águia. –rosno e volto a beija-la, agora cheio de necessidade.

E começamos nossa brincadeira novamente.

–--------------------------------------------------Eduardo-----------------------------------------------

Todos queriam ir atrás dos dois, mas eu sei que preciso deixa-los conversar. Sorrio de orelha a orelha. Agora sim ela será feliz. Sei que vão se entender. São companheiros. Então vejo o povo indo em direção à porta da frente. Corro e fico na frente deles.

–Não podem impedir eles.- falo olhando nos olhos da irmã de Jane.

–Por quê? -ela pergunta intrigada, irritada e preocupada.

–Vamos nos sentar que poderemos conversar com mais calma.

Todos nos sentamos. Os olhares estavam ansiosos apenas direcionados pra mim.

–Pode começar. -o alfa quase ordena, devido ao seu tom de voz.

–Ok. Eu conheci a Jane na faculdade, quando ela estava passando por más situações por causa do seu companheiro. Ela me contou toda a história. O companheiro dela é o Diogo. -falo rápido e cortante. Não gosto de rodeios.

–O que? -a irmã dela, assim como todos, fica de boca e olhos bem abertos.

–Exatamente. Mas ele, por algum motivo, a negou. E vocês que conviveram devem saber. Ela diz que passou um ano com eles nunca se falando. Algo um tanto horrível para uma mulher. Por isso ela passou 10 anos fora. Nos apaixonamos, mas é apenas uma amizade muito forte. Nunca ficamos na verdade. Mas já que eu tenho mais de 300 anos e nunca encontrei minha companheira, sei que nunca mais irei encontrar. Acabamos fazendo um acordo. Faríamos uma familia se ela voltasse e ele continuasse ignorando-a. Seria o teste final. Eu sabia que ele não conseguiria ver-me com ela. Então sei que meu trabalho aqui está pronto. Eles devem voltar a qualquer momento. Não se preocupem. -sorrio por fim, vendo todos ainda silenciosos.

Ficarão assim por mais de meia hora. Pensando cada um no seu canto. Às vezes trocavam sussurros de "como ele pode fazer isso?" ou outras coisas... Mas então eles chegaram. De mãos dadas e com cheiro de sexo. Sim. Sei que todos sentimos, pois temos um nariz bem atiçado. Tanto os lobos quanto as águias. Eles estão de bem.

Assim que chegaram e adentraram a porta, pararam de sorrir e ficaram sérios, olhando todos em silencio. Me levanto, indo até eles.

–Minha amiga. Parabéns. -sorrio de orelha a orelha. - Você merece toda a felicidade do mundo.

Ela larga a mão do companheiro e me abraça muito forte.

–Sei que isso foi ideia sua. Sei que você o provocou. Ah meu amigo. Obrigada por tudo. Agora estamos bem.

Saímos do abraço e tiro a aliança que estava no dedo direito dela, assim como ela tira a minha.

–Vou embora. Meu trabalho aqui já foi feito.

–Mas... Fica mais um pouco. -ela fala, mas imediatamente escuto o lobo de Diogo rosnar.

Não quero virar águia a molho pardo. -digo rindo e ela também ri, pois sabe que em uma luta contra seu companheiro lobo eu ganharia facilmente. Já fui do exercito e já estive na linha de frente de muitas grandes guerras. Sou alfa há séculos, desde os meus 56 anos. Nunca perderia para um bebê como Diogo.

–Ok amigo. Vai pra onde?

–Um hotel aqui perto. Já pesquisei e fiz uma reserva antes mesmo de vir pro Brasil.

–Já sabia que isso ia acontecer?

–Claro. -sorrio pra ela lhe-dou um beijo na testa. - Au revoir- "Adeus", em francês.

–Au revoir, bom ami. -"Até logo, bom amigo".

Despeço-me e saio pela porta da frente, com aquele meu velho sorriso no rosto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? ^^

Até o próximo!!



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