Os sentimentos são complexos, eles podem nos machucar mais do que um corte profundo. Se nós pudéssemos controlá-los, tudo seria mais fácil. Quem acredita que reprimi-los é a melhor forma, essa pessoa está totalmente enganada...

Paris, França

Olá, meu nome é Nix Delacroix, tenho 19 anos e atualmente estou cursando o terceiro ano de matemática na universidade de Paris. Eu nasci numa cidade interiorana chamada Cournon-d'Auvergne, mas devido aos meus estudos mudei para Paris. Sou mestiça, filha de uma brasileira e um francês devido a isso tenho a pele morena e olhos castanhos amarelo/mel, meu corpo tem o estereótipo brasileiro que é seios fartos e quadril largo, falo os dois idiomas fluentemente e muitas vezes vou ao Brasil. Sou uma pessoa quieta e me considero esforçada (que é bem diferente de inteligente), sonho e dar aula para ensino fundamental II e ensino médio.

Nesses 19 anos de vida já experimentei muitas decepções, sendo elas amorosa e nas amizades (dos 12 aos 16), e por isso decidi deixar o amor de lado... há várias formas de amor, por exemplo, eu amo meus pais, só não consigo amar outra pessoa que não seja da minha família. Minha mãe acha que isso não é normal e por esse motivo me levou em uma psicóloga. Achei isso ridículo, já que foi uma opção minha, mas minha mãe insiste que eu tenho que encontrar ao menos um amor na minha vida.

(...)

Fui para a aula normalmente, eu sou apaixonada pelo meu curso já que sempre tive facilidade nessa matéria, assim que saísse teria que ir ao consultório em que estava marcada a sessão do psicólogo.

Cheguei na clínica um lugar bem aconchegante que parecia mais uma casa, fui bem recepcionada e logo atendida. Sentei num daqueles divãs e a psicóloga começou um questionário imenso, nunca tive muita paciência para isso. Terminada a sessão, ela marcou mais uma individual e as outras seriam em grupo... aquilo realmente era jogar dinheiro fora.

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Eu havia feito outra sessão individual até que chegou a semana da sessão em grupo. Podia não parecer, mas eu estava agoniada com isso tudo, me parecia angustiante estar perto de pessoas que eu nunca vi na vida. Respirei fundo e entrei na clínica.

(...)

Fui direcionada para uma sala e lá estavam mais ou menos 9 pacientes (comigo completavam 10) e dois psicólogos. O clima estava meio tenso por lá, resolvi nem cumprimentar ninguém, pediram para que eu sentasse em um sofá e disseram que hoje seria a apresentação (tinha o numero exato de homens e mulheres, 5 de cada).
Sentei em qualquer lugar, dei preferência a poltrona, assim eu ficava mais a vontade. As apresentações começaram, primeiro foi um cara loiro e altamente sedutor:

– Meu nome é Alejandro Munhoz, tenho 20 anos e por diversas circunstâncias virei gogo boy. Estou aqui porque perdi a capacidade de sentir confiança nos outros. Apesar de vender meu corpo para velhas fogosas, eu estudo de manhã...faço publicidade & propaganda.

O próximo era um cara com cabelos castanhos escuros e visual meio punk-rock:

– Sou Damon Russell, tenho 18 anos e fui abandonado pelos meus pais com 13 anos de idade, por causa disso moro sozinho em uma pensão suja e com tudo de ruim que possa imaginar. Estou aqui porque perdi toda a gentileza que havia em mim, pode-se dizer que sou um cara amargo e cruel. Faço música e atualmente trabalho em uma banda de rock alternativo.

O outro é um cara com cabelo tingido de ruivo, seu semblante era feliz demais para meu gosto:

– Sou Richard Miller, tenho 17 anos e moro sozinho por escolha própria, eu perdi todo o meu pânico e por isso acabo em situações perigosas, vim para cá porque minha avó me obrigou. Estudo veterinária e estou no primeiro ano!

O seguinte, era um cara de cabelos roxo e com uma estranha tatuagem no rosto, tinha muitos piercings:

– Yo, meu nome é Gregor Heike, tenho 20 anos de idade. Sou um perdido no mundo, abandonei minha casa para viver do jeito que eu gosto, bebendo e jogando. Gosto de sentir dor - ele deu uma estranha risada. Tenho uma paixão enorme por cavalos e cães e por isso faço zootecnia. Meu caso é parecido com esse de cabelo vermelho...Richard... mas além de não impor limites perdi também meu pudor.

E por fim, um homem moreno, de cabelos estranhamente cinzas e olhos da cor do meu:

– Olá, meu nome é Kent Bran, tenho 21 anos de idade. Fui abandonado, provavelmente desde o meu nascimento, cresci em um meio cruel onde só havia sexo e drogas. A única coisa que sinto é ódio e remorso... estou aqui porque quero aprender a amar. Faço administração.

Estranhamente esse cara me fitou por uns momentos, virei meu rosto e as mulheres seriam as próximas...