Medley escrita por Tay_DS


Capítulo 1
Leave Out All The Rest


Notas iniciais do capítulo

É minha gente. Vocês acharam mesmo que eu ia passar muito tempo longe do fandom? Lembram-se daquela fic Clato que eu comentei no NA final de One Shot? Well, here I am! Tenho essa fic na cabeça desde que li o primeir livro! Mas optei por terminar os três livros e eu shippo tanta coisa nesse livro que dá medo. Menos Peeta/Katniss. Não consigo shippá-los pelo meu ódio a Katniss. Eu sei, One Shot era Peetniss, mas porque vocês acham que eu fiz questão de fazer a monga sofrer? Enfim, eu espero que amem essa fic linda, que ta horrorosa, mas foi feita com amor.
E lembram do que eu dizia?! TEM AVISO IMPORTANTE LÁ EMBAIXO xDD
See ya!



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I – Leave Out All The Rest

Ele a via mais uma vez, porém, ela estava diferente. Parecia ter doze anos, ao invés de dezesseis, e seu rosto pálido expressava extrema surpresa e pânico, tal como ele vira a garota loira do Distrito 12 expressar ao ter seu nome dito em voz alta, antes que a irmã pudesse se voluntariar no lugar dela.

Ele tentou chegar até ela, para ampará-la, mas o garoto parecia simplesmente invisível aos olhos dela. E foi com pavor que percebeu que estava desaparecendo. Olhou ao redor, contudo, ninguém parecia sequer notá-lo, ou notar o desespero da garota.

A verdade era que ninguém se importava. Ela não passaria de um peão para divertir a Capital nos Jogos. Seu destino era inevitável, e nada podia fazer para mudar isso, além de aceitar o fato de que a vida dela se esvairia em suas mãos.

E foi suado e com respiração ofegante que Cato se sentou na cama.

O rapaz olhou em volta e percebeu que fora apenas um sonho. Passou a mão pelos cabelos loiros e respirou fundo.

Porque se sentia tão estranho? Porque diabos tinhamedo? Ele não devia se dar ao luxo de sentir tal coisa. Em breve Cato Summers estaria na Capital, como um Carreirista e o vencedor daquela edição dos Jogos Vorazes. Nascera e treinara para isso. E o que fazia ele se sentir daquela forma?

Ao perceber que não receberia sua resposta, ele se levantou frustrado. Puxou uma camisa qualquer que estava sobre o cômodo e deixou o seu quarto, tomando a direção do vagão onde se encontrava a sala de estar luxuosa, bem ao estilo da Capital.

E foi com surpresa que a encontrou lá, sentada no sofá, de costas para ele e alheia à sua presença. Contornou o móvel e sentou-se numa poltrona de frente para ela. Clove Blake estava com os pés sobre o estofado, abraçando os joelhos, os cabelos escuros caindo por sobre os ombros, como uma cascata, e agora lhe lançava um olhar desconfiado.

- Algum pesadelo o tirou de seu sono de beleza, Summers? – ela questionou com sarcasmo.

- Parece que não sou o único com pesadelos por aqui, Blake. – ele rebateu, também com sarcasmo.

A garota não respondeu, apenas desviou seu olhar, descansando a cabeça sobre os joelhos. Será que algo em seu pesadelo a deixou tão perturbada? Porém, antes que pudesse fazer qualquer coisa, uma pergunta deixou os seus lábios.

- Está com medo?

Ela levantou a cabeça, olhando-o intensamente. Não sabia se seu olhar expressava surpresa, por possivelmente saber o que se passava em sua mente, ou incredulidade, por ter feito aquela pergunta.

- É óbvio que não, Summers. Se você veio aqui para fazer perguntas idiotas, eu sinto em dizer que está perdendo seu tempo.

E o silêncio caiu sobre eles, enquanto se encaravam.

- O que fará se ganhar? – Cato voltou a perguntar.

Dessa vez, Clove relaxou a tensão que seus músculos pareciam ter criados, e voltou a descansar a cabeça sobre os joelhos.

- Eu não sei. Voltar pra casa, ser mentora de outros que serão vitoriosos. Ser como Enobaria. – ela respondeu. – E você?

A resposta não veio com rapidez. O rapaz não sabia responder. Devia ser fácil. Se ela queria ser como Enobaria, ele gostaria de ser como Brutus, um de seus professores durante o treinamento dos futuros tributos de seu distrito. Mas porque sentia que apenas isso não bastava? Faltava algo.

- Não sei. – finalmente respondeu. – Só sei que pretendo ganhar. A todo custo.

- Pretende, é? – Clove riu. – Quero ver dizer isso quando eu matá-lo e sair vitoriosa.

Isso o pegou de surpresa. Não duvidava que ela fosse habilidosa, mas o que o intrigou foi o fato de falar tão convictamente que ela o mataria.

- Não me importaria se apenas você saísse vitoriosa... – ele deixou escapar.

A moça ficou surpresa, e isso havia ficado evidente em sua expressão.

- O que diabos você está falando, Summers? Não quer ganhar? Que tipo de voluntário você é? Acho que Brutus escolheu errado o...

- Eu sinto muito, Blake. – o rapaz falou, porém, sem encará-la.

Clove voltou a aninhar a cabeça sobre os joelhos. Ambos sabiam do que ele havia se desculpado. Tinha sido há dois anos, segundo Cato pode se lembrar. Faziam parte do programa de treinamento para que pudessem se tornar voluntários para os Jogos Vorazes quando chegasse o momento.

O jovem havia zombado da garota enquanto ela treinava arremesso com facas. A menor era muito boa, isso era fato, e ele não cansava de olhá-la em seu treinamento com as outras garotas. Porém, ela acabara descobrindo uma vez e ficou furiosa. Não era nenhuma surpresa que os dois não se davam muito bem desde que entraram no programa de treinamento. Clove detestava o jeito arrogante de Cato, e Cato detestava o desdém dela.

Mas daquela vez, a moça havia ido longe quando o atacou ao arremessar uma de suas facas. O rapaz estava sem sua espada, porém, isso não seria um problema. Ele era exímio em combate corporal. Foi uma questão de minutos para conseguir derrubar a moça. Contudo, ela jamais fora de desistir, tentando acertar uma de suas facas nele. Porém, ela fora vencida pela força física de seu oponente mais uma vez.

E foi com pavor que Clove viu a sua faca ser tomada de suas mãos. Estava deitada sobre o chão frio de concreto da área de arremessos, com o rapaz sentado sobre si, prendendo-a com as pernas, e segurando a sua faca sobre seu rosto. Ela morreria ali, tinha certeza disso. Até que a lâmina da arma que ele tinha em mãos fora fincada a centímetros do topo da cabeça.

Ela jamais esquecera as palavras dele.

- Se acha que isso é algum truque para que eu fraqueje, você está tremendamente enganado, Summers. – a moça rebateu, com a raiva transparecendo na voz.

- Foi um erro meu. – ele voltou a falar, sem se importar com o que a outra dizia. – Você não é fraca. Nunca foi.

E aquilo fora o suficiente para que Clove ficasse calada. Não esperava que ele falasse aquilo. Olhou-o desconfiada, tentando buscar qualquer traço de ironia.

O loiro apenas se levantou da poltrona, deixando-se cair no sofá ao lado dela. Ele se virou para fitá-la melhor, e se atreveu a pegar uma mecha dos cabelos escuros, que a garota prontamente o afastou com uma tapa na mão.

- O que está tramando, Summers? Alguma tática pra mexer com o meu psicológico?

- Você podia parar de ser mais hostil, Blake. – ele rebateu, bufando em frustração. – Não quero ter que matá-la na Cornucópia assim que soar o sinal. Mesmo se quisesse, eu sei que não seria fácil.

Ela permaneceu em silêncio, apenas esperando o que mais ele tinha para falar.

- Eu realmente sinto muito por aquilo. Você não é fraca. Ninguém arremessa facas tão bem e de maneira tão letal quanto você. Apenas você deverá sair vitoriosa, caso eu morra.

- Se eu morrer, apenas você deverá ser o ganhador dos Jogos. – Clove soltou, desviando o olhar.

Ele assentiu.

- Éramos amigos quando crianças, você lembra? – Cato comentou, com um pequeno sorriso ao se lembrar do passado. – Brincávamos bastante na escola.

- Sempre se sujando de lama. – ela riu ao se lembrar.

- Quando foi que isso mudou?

Silêncio.

Ninguém tinha a resposta para aquela pergunta. Será que havia sido o inevitável destino de, um dia, irem para os Jogos? Logo quando começou a treinar, ele aprendera rapidamente que jamais devia manter laços afetivos. Isso apenas pioraria seu julgamento.

- Eu não sei. – ele suspirou pesadamente, voltando a passar a mão pelos cabelos. – De repente, tudo ficou para trás e apenas os Jogos passaram a ser nossos objetivos.

Ela assentiu, concordando, pois sabia que era exatamente o que havia acontecido. Uma de suas primeiras instrutoras havia dito que ninguém era confiável, apenas as armas em mão, pois sabia que elas não a deixariam. Apenas as facas eram as suas amigas.

- Gostaria que esse pouco tempo que nos resta... – ele começou, atraindo o olhar dela. – Juntos, é claro. Poderíamos tentar recuperar o tempo perdido...

- Você definitivamente enlouqueceu – a moça falou risonha – Cato.

Mas antes que ela pudesse se mexer, o loiro a pegou pelo pulso. A morena observou e não entendeu. O que aconteceu em seguida havia sido rápido demais para que pudesse processar.

O corpo foi puxado com força em direção dele e antes que pudesse perguntar o que estava se passando, Cato avançou. E Clove, pela primeira vez em muito tempo, riu. As cócegas eram constantes, e ela buscava por ar, sem sucesso. Mas aquilo parecia não ser uma preocupação para nenhum dos dois.

Ao menos, naquele momento, em um gesto tão simples e infantil, a mágoa pela amizade perdida, solidão e desavenças havia sido deixada de lado. Não duraria para sempre, contudo, fariam valer a pena. Afinal, mesmo que fossem jovens, cujas vidas foram tiradas cedo, já não podiam ser salvos daquele inevitável destino.

Porém, não poderiam fingir. Ninguém viria salvá-los. Um não podia salvar o outro. Nem a si. Só que naquele momento, eles fingiriam.

Até a porta do vagão abrir de súbito.

Os risos morreram no mesmo momento. Clove pareceu voltar à realidade e sua expressão se fechou, afastando-se de Cato. Ele se conteve para não bufar em frustração quando viu Enobaria, em um roupão, denunciando que havia acordado há pouco, entrou no recinto e olhou aquilo como se tivesse visto o mundo enlouquecer.

- O que é isso? – ela questionou autoritária. – Eu acordo e não encontro nenhum dos meus carreiristas na cama. E onde eu vou encontrá-los? Agindo feito crianças irresponsáveis! Vocês querem envergonhar o nosso distrito?

Nenhum dos dois respondeu, apenas mantendo o silêncio, sem que os olhos azuis dele encarassem os verdes dela.

- Achei que lidava com campeões. Não crianças imaturas. – ela continuou. – Agora voltem para as suas camas. Chegaremos à Capital amanhã. Vocês precisarão estar bem descansados. E que eu não volte a ver esta cena novamente.

Enobaria os encarou com os olhos escuros e fulminantes. Virou-se e deixou os dois carreiristas sozinhos.

Clove se levantou primeiro, ainda sem olhá-lo, e passou a mão pelos cabelos. Ajeitou as roupas e se virou para deixá-lo.

- Blake... – ele começou, levantando-se e se preparando para deixar o vagão atrás dela. – Sinto muito. Não teria feito isso soubesse que Enobaria iria...

- Ta, tanto faz. – ela o interrompeu, dando de ombros.

Eles caminharam até seus respectivos quartos, um ao lado do outro. A morena foi até a sua porta e o loiro não se mexeu, apenas a observando.

- Obrigada. – a garota falou. – Não ria assim há muito tempo. Boa noite Cato. – e ele percebeu que ela sorriu, mesmo tímida, antes de entrar no quarto e fechar a porta.

Ele sorriu também.

- Boa noite Clove. – disse, sabendo que ela devia ter ouvido antes que a porta batesse e se trancasse.

Cato foi até a porta de seu quarto e entrou, trancando o quarto e deitando-se na cama. Antes teria se sentido sozinho ali. Mas agora não precisava. A risada e o sorriso dela ficariam na memória dele e não seria Enobaria, Brutus, a Capital ou os Jogos que iriam tirar aquela cena de sua cabeça. E naquele momento, se permitiu manter apenas isso em sua mente. Esqueceu-se de todo o resto.

E sem conhecimento do loiro, Clove também fazia o mesmo. Sabia agora que não precisava se sentir tão sozinha, mesmo sabendo que isso seria inevitável, mas não naquele momento. Apenas manteria aquele Cato que, sem permissão, puxou-a e fez cócegas nela, que se divertiu com ela em sua mente. Bastava manter apenas isso. E se esquecer de todo o resto.


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Notas finais do capítulo

E então, meu povo lindo, o que acharam? A fic nem ta tão legal assim, mas juro que fiz o melhor que podia! Claro, apesar da personalidade de Cato e Clove, quis mostrá-los um pouco mais humanos, não apenas a máquina de matar produzida pelo D2.
Espero que tenham gostado e que comentem, viu u.u Bem, como tem dizendo nos disclaimers da fic, ela já está pronta, tem apenas três capítulos e será atualizada todas as sextas :33 Olha ai, nem vão precisar esperar :DD
Mas ainda sim, quero comentários! xDD
Vejo vocês semana que vem, seus lindos ^^
Bye Bye Beautiful!



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