– Shh, isso minha querida. Silencio. – A mulher falava próxima a Elsa, sua voz penetrando os ouvidos da jovem e amedrontada rainha. Lagrimas marcando o rosto palido – Eles machucaram você, não foi?

A voz tornou-se subitamente doce, enquanto a mulher de cabelos negros aproximou-se e acariciou os cabelos da garota.

– N-não. – Ela tentou responder, com os lábios trêmulos.

– Eles foram maus pra você não é?

A jovem rainha não respondeu. Limitou-se a encarar os olhos cintilantes, quase verdes, da mulher de vestes escuras a sua frente.

– Você não quer faze-los pagar? Não quer...

– Não! Não, pare, pare! – Elsa se desvencilhou das mãos ainda mais frias da dama a sua frente. – Não quero fazer nada!

A mulher sorriu, mas não disse nada. Momentos depois, ela desaparecera, sem deixar um único vestígio de que estivera ali. Nenhum, a não ser a jovem de cabelos prateados, que, ajoelhada no chão de seu palácio de cristal, afundava os dedos pelos cabelos compulsivamente.

Dessa vez, pelo menos, ela fora capaz de impedi-la de continuar a falar.

Mas ela voltou. E voltou. Tantas que vezes que Elsa finalmente começou a ceder as palavras malignas que escapavam da boca da dama de negro.

– Você não quer mata-los? – Foi a pergunta em uma noite, enquanto Elsa estava a observar o céu imenso acima de si.

Seu corpo inteiro sobressaltou-se e ela virou a cabeça velozmente na direção da mulher.

– Como? – Ela perguntou, achando que não havia compreendido.

– Eles lhe fizeram sofrer. Obrigaram-te a isolar-se, ate mesmo de sua querida irmãzinha. Eles acreditam que você é um perigo para Arendelle...

Ela sabia de tudo isso, lembrava-se dos olhares de medo que lhe dirigiram. Eles a odiaram no momento em que viram os poderes de gelo provenientes de suas mãos descobertas.

– Eles não merecem viver. – A voz por fim disse, o sussurro ecoando em seus ouvidos.

E foi nesse momento que Elsa concordou com a voz. Eles realmente não mereciam.

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